História Meu eterno rival - Cara de assassino

Kaminari On:

Se o mundo não parou por alguns segundos eu não sei, mas que eu vi os seus lindos cabelos roxos se moverem em câmera lenta, eu vi. Seu semblante tranquilo como se estivesse acabado de sair de uma meditação, junto destes olhos da mesma cor de seu cabelo, que o deixava mais perfeito ainda. Babando e com cara de bobo alegre era como eu me encontrava, olhando-o hipnotizado e parado na porta.

— Ele está? — sua voz baixa mas rouca me fez parar de agir feito um idiota e voltar a mim. Droga, que ótima primeira impressão Kaminari!

— Quem? — pergunto, pois não ouvi mais nada depois que ele virou.

— Midoriya Toshinori, um rapazinho baixo de cabelos verdes e por acaso é filho do All Might. — dá um pequeno sorriso, mas sua expressão continua a mesma, me fazendo corar. Como ele consegue fazer isso? 

— Ah... s-sim, e-está! E-entre! — gaguejo. Merda, Denki! Pare de agir feito um débil mental.

Ele mal entra na casa e já é surpreendido por um anãozinho verde infeliz, que o abraça fortemente e acaba o fazendo corar envergonhado. Como ele ousa? Deixar esse lindo rosto sereno com esse tom de vermelho, o qual o deixa mais lindo...

— Shinso, que surpresa! Eu não sabia que você vinha. — o anãozinho diz enquanto o abraça.

— O Kirishima me passou o endereço, espero não estar incomodando. — diz dando o sorriso mais perfeito que já vi.

— Até parece, Shin, você é de casa. — depois de ouvir esse apelidinho fofo, eu bato a porta com força, chamando a atenção de ambos. — Ah... esse é o Kaminari alguma coisa, é amigo daquele lá. — diz fazendo uma careta e me deixando irritado.

— Eu acho que já vi ele na escola. É um prazer conhecê-lo. — estica a mão para me cumprimentar e, antes que eu pudesse tocar nessa pele linda, o DESGRAÇADO do anão puxa a mão dele, levando-o para cima. Só faltava mais um pouco... eu estava tão perto...

— Vem, Shin, o Kiri ‘tá lá em cima. — diz enquanto o puxa e o vejo ir em câmera lenta. Fico olhando para ele parado e incrivelmente triste. Merda, eu nem tive chance de tirar a impressão de idiota que ele deve estar pensando que eu sou, ainda mais agora que aquele anãozinho deve estar falando horrores de mim, DROGA!

Autora On: 

Denki entrou no quarto de Shoto, batendo a porta e sussurrando coisas desconexas enquanto andava de um lado para o outro no mesmo lugar, todo vermelho. Isto fez com que seus amigos, os quais estavam jogando, pararem e o olharem curiosos, largando o aparelho. Afinal, era raro ver o loiro furioso.

— Hoje é o dia de todo mundo ficar estressado, é? — Bakugou comenta, chamando a atenção de Denki.

— É TUDO CULPA DAQUELE ANÃO, AGORA ELE DEVE ESTAR PENSANDO QUE EU SOU UM IDIOTA! — grita, deixando alguns raios saírem de suas mãos.

— Ele quem? — Shoto pergunta curioso, com o semblante sério de sempre.

— O amor da minha vida. — suspira. — Aquele gato da hipnose está aí. Eu nem tive tempo de puxar um papo e o anãozinho já veio falando "vem, Shi, não se junte com essa gentalha". — diz com tom de voz fino, tentando imitar o esverdeado, fazendo Bakugou rir e Shoto franzir o cenho.

— O que esse cara ‘tá fazendo aqui? — altera um pouco a voz. — E como o anão agiu quando viu ele? — Shoto pergunta impaciente.

— Que isso, cara! Até parece que você ‘tá com ciúmes. — Bakugou diz zombeteiro.

— É verdade. — Denki comenta.

— Até parece! — revira os olhos. — Eu só ‘tô perguntando por causa do plano, idiotas. Quanto mais gente aqui, mais atrapalha. 

— Ah ‘tá! — os loiros dizem em uníssono.

— Você ainda não respondeu às minhas perguntas! — Shoto diz impaciente.

— Ah, é mesmo! Primeiro, não sei, talvez ele só veio mesmo visitar e segundo, normal. Quer dizer, como ele age com seus amiguinhos, sendo um fofo meloso. — faz careta.

— Tomara que seja só isso mesmo, porque se ele ficar aqui pode atrapalhar o plano. — Shoto diz pensativo, mordendo os lábios de raiva.

— Se o problema for esse, pode deixar que eu cuido dele. — Denki sorri bobo.

— Ih... o peixe elétrico ‘tá todo apaixonadinho. — Bakugou diz recebendo um travesseiro na cara que Denki jogou.

                         《》

Do outro lado da parede estava o trio de amigos, rindo e bolando estratégias para ajudarem entre si nesta fase final dos testes escolares. Afinal, o arroxeado havia ido lá para isso.

— O que vocês acham de nós irmos testar essas estratégias lá fora? — Kirishima diz animado.

— Uma ótima ideia! — Izuku diz com os olhinhos brilhando.

— Concordo. — Hitoshi afirma.

Depois de trocarem de roupa, os três estavam mais à vontade para usar seus poderes no quintal, que mais parecia um campo. Kirishima estava só com um short esportivo vermelho, descalço e sem camisa, mostrando seus músculos, igual a Hitoshi, que também só usava um short esportivo preto emprestado do ruivo. Já Izuku usava um shortinho verde escuro um pouco mais curto que os demais e uma blusinha regata branca colada em seu corpo, escrito Plus Ultra na frente, chamando atenção para os seus mamilos. Izuku tocou o apito e jogou a bola de beisebol para cima usando o seu poder, assim ela poderia voar alto, fazendo os três olharem vidrados em sua direção, esperando ansiosamente a bola cair. O exercício tinha a intenção de fazê-los usar os poderes tanto para atacar quanto para defender, capturando a bola e protegendo até o final do tempo,  individualmente.

Mesmo sendo um treinamento amigável, todos os três estavam dando tudo de si, fazendo arrancar algumas gramas do chão e causando grandes estrondos audíveis até o quarto de Shoto, deixando o trio curioso com a movimentação. Bakugou e Denki não se aguentaram de curiosidade foram até a janela, babando descaradamente olhando os corpos suados de Hitoshi e Kirishima.

— Ei, Shoto! Você tem que ver isso aqui. — Denki diz olhando da janela, sem nem piscar.

— É, meio a meio de merda! Você não sabe o que ‘tá perdendo. — Bakugou comenta lambendo os lábios.

— Até parece que vocês nunca viram corpos suados. — o bicolor diz irritado.

— Não esses daqui. — Denki sorri de lado. — Nossa, a bundinha do anão está uma delícia com esse shorts. — após esse comentário nada discreto de Denki, Shoto se levanta a contra gosto e vai até a janela, ficando igual aos loiros: hipnotizado. Mesmo que ele tentasse disfarçar o interesse, os três ficaram parados olhando bobos, até Shoto ter uma ideia.

Izuku On: 

Depois de meia hora de treino, eu me encontro deitado na grama respirando com dificuldade, enquanto Shinso bebia água da garrafa e Kiri jogava a água em suas costas para passar o calor. Estava tudo na perfeita paz, até um trio irritante aparecer na nossa frente.

— E aí, seus merdas! — Bakugou diz, educado como sempre.

— O que vocês querem? — falo do mesmo jeito, sem olhar para eles.

— O mesmo que vocês. — Kaminari diz sorrindo e olhando de um jeito muito estranho para Shinso.

— Vocês têm o quintal inteiro daquele lado para usarem. — digo me levantando e apontando para o outro lado.

— Vamos ser inteligentes. — o bicolor se pronuncia. — Vocês precisam treinar e a gente também, por que não nós juntamos? 

— Não me parece uma má idéia, poderíamos fazer duas equipes. — Kiri diz me olhando como se pedisse permissão.

— O que você acha, Shinso? — pergunto.

— Por mim, tudo bem. — sorri de lado.

— Ok... — resmungo baixo. — vamos todos treinar. 

Formamos dois grupos, eu, Kiri e Shinso contra eles. A ideia do jogo continuou a mesma, tentarmos capturar a bola e protegermos até o fim do tempo, usando o nosso poder para isso. Admito que até que não foi tão ruim competir com eles, por mais que seja um pouco difícil me concentrar com todo mundo sem camisa. Eu até que tiraria a minha, até porque eu tenho um corpo bonito, mas os meus mamilos são rosa demais e chamam muita atenção, me dá um pouco de vergonha.

O primeiro tempo de jogo nós ganhamos, foi bem trabalhoso, mas conseguimos. Com Shinso do nosso lado fica fácil, quer dizer, não tão fácil assim, até porque o bicolor é inteligente e ele já sacou que estamos usando a hipnose dele como uma carta na manga, só usando como último recurso. Ambos os times fizeram uma roda, aproveitando o intervalo, para elaborar estratégias do segundo tempo.

— Vocês entenderam? — Kiri diz olhando eu e Shinso. Balançamos a cabeça em concordância. — Vamos continuar com o mesmo plano: eu e Deku damos cobertura enquanto Shinso os hipnotiza. — Kiri diz confiante.

— Ok! — dizemos em uníssono. Juntamos nossas mãos no centro e gritamos: — PLUS ULTRA! 

Logo após, o outro grupo faz o mesmo e entramos em posição. Kaminari assopra o apito e eu jogo a bola para cima com o One for All. Todos olhamos atentos a bola cair e antes que eu pudesse correr para pegá-la, Bakugou solta uma explosão o jogando no ar e pega a bola, logo depois a joga para Todoroki, que corre para trás de Kaminari e faz uma parede de gelo. Droga... se ele ficar na defensiva, não vai dar para hipnotizá-lo. Antes que Kaminari me acertasse com raios, Shinso o hipnotiza, tirando-o de combate. Olho para Kiri e ele está lutando com Bakugou; pelo visto vai ter que ser comigo mesmo.

Uso cinquenta por cento do One For All e quebro a parede de gelo do bicolor, surpreendendo-o e caindo em cima de si, pegando a bola de volta. Me levanto para começar a correr, mas paro ao sentir minhas pernas congelarem. Antes que ele congelasse todo o meu corpo, jogo para o Kiri, que a pega no ar. Ótimo, só mais alguns minutos para o tempo acabar e ganhamos. Agora está nas mãos de Kiri, pois estou fora de combate. Vejo ele acertar Bakugou com um soco forte e correr de volta para o lado de Shinso. Isso, vamos ganhar! 

Espera, o que o Todoroki está fazendo? Ele fica atrás de mim e segura o meu pescoço por trás. Como estou com as pernas congeladas, não posso correr. Não é possível, ele vai me usar como moeda de troca? 

— A BOLA PELO O ANÃO! — ele grita sorrindo maléfico e olhando Kiri.

— NÃO, KIRI! ME DEIXE, MAS NÃO TROCA! — grito choroso, recebendo um aperto do bicolor no pescoço.

— TEM CERTEZA QUE VAI DEIXÁ-LO? ENQUANTO EU TERMINO DE CONGELAR O SEU CORPO? 

— Você não faria isso! — digo olhando pelo canto dos olhos.

— Vamos descobrir? — sorri maléfico, congelando metade do meu corpo. Antes que o gelo chegasse no pescoço, Kiri grita:

— PARA! EU ENTREGO A BOLA, SÓ DESCONGELA O IZUKU! 

— Passa a bola primeiro!

— NÃO, KIRI! NÃO FAZ ISSO! — digo desesperado. Kiri joga a bola para o Bakugou, que a pega com facilidade. Assim que ele se aproxima do bicolor, meu celular, toca anunciado o fim do tempo e ele me descongela, me fazendo cair no chão por conta do choque térmico. — V-vocês r-r-roubaram... — digo sentado e tremendo de frio, enquanto o Kiri coloca sua blusa em volta de mim, me aquecendo.

— Não tinha nenhuma regra dizendo que não podia fazer reféns. — diz me olhando cínico.

— Ele tem razão, Deku. Por mais que fosse um jogo, também era um treinamento para combater vilões. — Kiri me diz.

— K-kiri, ele qu-ase me ma-tou congelado... — digo batendo os dentes e com os olhinhos vermelhos.

— Não exagera, anão. O tanto de gelo que usei não é o suficiente para te matar, só desmaiar de frio. — diz tranquilo, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

— Matando ou não, você exagerou. — Shinso comenta.

— É melhor a gente parar por aqui, antes que fique perigoso. — Kiri se pronúncia e me pega no colo, me levando pra dentro, sendo acompanhando por Shinso. Enquanto eu era carregado por Kiri, só conseguia pensar se ele realmente estava falando sério, se ia me matar ou desmaiar. Sinceramente, eu não duvido de nada.

                         《》

Após aquele momento traumático de ontem, eu não saí mais do quarto e nem do lado de Kiri, para não correr o risco daquele maluco tentar alguma coisa. Nem agora na escola que estamos na área de treinamento eu saio do lado do meu mano. Sinto o maldito me observar a cada momento; eu nunca tinha reparado antes, mas essa mancha em seu rosto o deixa com uma cara de assassino. Ok, talvez eu esteja traumatizado, mas é só ficar perto do Kiri que eu estarei bem.

— Muito bem classe, o teste de hoje vai ser uma prova de resistência e consiste em uma dupla presa em uma caixa. Muito simples, né? Bom, era para ser, se não fosse pela caixa que mal cabe uma só uma pessoa e vocês não tivessem que ficar duas horas presos. O objetivo é vocês conseguirem controlar o psicológico em situações extremas e com pessoas desagradáveis. — após o professor Aizawa dizer a última frase, eu me pergunto que pessoa desagradável seria? Até porque eu sempre faço as provas ou com o Kiri, Ochako ou Iida, até outros alunos, mas todos são legais.

— E antes de vocês me perguntarem, não, vocês não podem escolher a dupla. Eu irei escolher e vou colocar duplas que nunca fizeram exercícios juntos, afinal o "desagradável" da prova é vocês não irem com quem estão acostumados. — após o professor falar isso, houve um “ah…” coletivo dos alunos, junto de mim, é claro.

— Sem A, nem B. Todos os nomes que eu falar, se posicionem na frente da caixa com o número da sua vez. — depois disso o professor começou a falar duplas aleatórias, as quais nunca haviam ido juntas, como Uraraka e Denki. Isso só me deixava mais nervoso, pois as chances de eu ir com o Kiri ou o Iida só iam diminuindo. — Kirishima e Bakugou, caixa 15. 

— O QUÊ?! Eu não quero ir com esse merdinha! — Bakugou grita irritado.

— Eu é que não quero ir com você! — Kiri responde nervoso.

— Quem não quiser ir com as duplas é só não fazer o teste, mas vão ficar sem nota. — Aizawa diz com sua cara de sono de sempre, fazendo Kiri e Bakugou seguirem a contragosto para frente da caixa. Merda, o Kiri me abandonou, e agora? — Todoroki e Midoriya, caixa 19. 

— Quê?! Professor, me coloca com qualquer um, menos ele. Por favor! — digo fazendo beicinho com os olhinhos vermelhos e com as mãos cruzadas, tudo para não ficar com ele. Se fosse em outra ocasião eu estaria fazendo teatro, mas eu nunca fui tão sincero nos meus sentimentos como agora.

— Eu sinto muito, Midoriya. — suspira. — Só que se eu abrir exceção para um vou, terei que abrir para todos. — ando devagar até a caixa, como se estivesse indo para a forca, parando na frente com os olhos baixos. Não quero olhar na cara desse assassino. — Prestem atenção! Eu aconselho que vocês escolham uma posição bem confortável, pois não vão sair até o tempo acabar, e que procurem conversar sobre coisas produtivas para passar o tempo. E o mais importante: se caso se sentirem mal ou sentirem que não vão conseguir aguentar, tem um botão em cima que vocês podem apertar e eu abrirei na hora. É isso, podem entrar. O teste começa agora!