História Meu Garoto Sorriso - Aquele Ex

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Luffy balançava as pernas enquanto estava sentado no banco de pedra da praça, em ansiedade. Suas mãos suavam, seu estômago doía, seu coração mantinha um ritmo estranhamente acelerado demais para o jovem que era muitas vezes despreocupado com tudo.

 

-Oi… - A voz rouca e grave chama a atenção do menor, que vira a cabeça rapidamente - ...Luffy.

 

O peito do jovem nunca apertou tanto quanto naquele momento, Katakuri estava lindo como sempre, os cabelos curtos tingidos de roxo, o cachecol que sempre usava não importasse o tempo que fizesse e seu jeito reservado de sempre. Expressão comumente amarrada e o corpo tenso, com as mãos nos bolsos.

Aquela situação não facilitava para Luffy, além de ter que lidar com a nova paixão não correspondida, agora reencontrava o ex namorado. 

 

-Obrigado por… aceitar se encontrar comigo, você me bloqueou e… - Katakuri se aproximando repentinamente, mas se afastando e suspirando assim que Luffy recuou. - Desculpa okay?

 

-Tudo bem. 

 

Foi o que conseguiu dizer com um sorriso nervoso que ele inconsciente punha no rosto, se levantando logo em seguida para enfim ir embora.

 

-Luffy, por favor… - Desta vez o maior pega suas mãos, o que fez Luffy se virar vagarosamente. E Katakuri soltar aos poucos, não querendo invadir o espaço do mesmo. - Por favor, e-eu fiquei muito feliz quando Yonji disse que você aceitou me encontrar. Deixe-me ao menos dizer as coisas que tenho guardado!

 

Em meio a um suspiro, Luffy volta a se sentar e agora dá espaço para que ele também se sentasse. Katakuri se senta um pouco desconfortável.

 

-Eu sei que as coisas entre nós não acabaram muito bem e que agi errado, mas agora eu estou aqui arrependido… eu mudei Lu…

 

-Sua mãe sabe que você está aqui? -Katakuri engoliu em seco e virou o rosto com pesar e  até mesmo Luffy entendeu o que isso significava. - Viu, você ainda não contou para ela e eu ainda não… não contei para os meus irmãos.

 

-Nós ainda somos os mesmos, é isso que quer dizer, certo?

 

Luffy assente balançando a cabeça e logo depois sorri para o mais alto, que guardava a cena em sua mente para não esquecer daquele sorriso.

 

-Eu estava muito bravo com o que você fez. - Ele diz mudando o sorriso para uma expressão brava, mas seu sorriso voltou tão rápido quanto se foi - Mas podemos dar um fim e…

 

-Você gosta de alguém, certo?

 

-Humh...? - Luffy engoliu em seco e continuou a observar o rosto sério de Katakuri.

 

-Ou aquele seu amigo que "nunca teve um relacionamento e esconde os sentimentos desde de criança do garoto que gosta" te deu outros maravilhosos conselhos? - Ironizou ele, sabendo de tudo, já que Luffy não escondia nada de si quando estavam juntos. - Você nem ao menos quer dar uma chance!

 

-E-eu gosto de alguém…

 

-O que?! Já? - O mais velhos vociferou, porém suspirou reunindo toda paciência que restara ao ver o rosto surpreso e assustado do garoto - ...Quem é?

 

-Ata que eu vou te falar! - Luffy diz cruzando os braços emburrado.

 

-Não seja teimoso! Estão namorando? Já ficaram? - Katakuri apenas cora ao ver o menor negar sem encará-lo diretamente. Ele sabia que estava sendo infantil e que não estava no direito, mas era impossível se controlar perto dele, alguns erros eram simplesmente inevitáveis. - Você está feliz com isso?

 

Luffy se espantou com a pergunta e não soube responder, não podia simplesmente dizer o desastre que estava sendo, por sua vez o maior a frente entendeu o recado.

 

-Eu ainda te amo, Luffy. - Sua voz saiu mais baixa do que havia planejado, mas a certeza foi totalmente captada, já que o coração de Luffy queria pular pela boca, mas os poucos neurônios que restavam o controlavam. - Não sei o que está acontecendo, mas duvido que ele te mereça tanto quanto eu.

 

Aquela presunção toda mexia com Luffy de uma forma imoral, tanto que quando viu o maior se aproximar não moveu um músculo sequer. As grandes mãos pegaram sua nuca e a aproximaram com certa grosseria, queria mostrar sua determinação a Luffy.

Mas aquilo não estava certo, apesar de Katakuri beijar tão bem quanto lembrava apenas lhe veio uma pessoa a mente, Law. Ele não trairia quem estava apaixonado desta forma. Em um só empurrão Luffy se afasta e quando iria gritar com o mais velho, sua visão foi para o lado. Ace se aproximou, fazendo Luffy se levantar com rapidez. 

 

-O que… o que isso significa Luffy?! - Grita Ace, apontando para Katakuri. - Quer dizer que é isso então, você virou a porra de um gay! Era isso que estava escondendo?

 

-E-espera… Vamos conversar Ace…

 

-Agora você quer conversar?! - O irmão mais velho nem ao menos entendia o motivo de estar tão irado que apenas deu as costas - Mas que droga Luffy!

 

-Desculpa… é-é seu irmão? Eu não imaginava que ele passaria neste parque. - Katakuri diz se voltando para Luffy, que encarava o irmão sair nervoso - Você deve querer que eu vá embora, mas eu não desistir… vou te provar que eu mudei.

 

Luffy viu agora Katakuri se afastar receoso, a mente de Luffy não parava quieta e agora seus olhos ardiam de tal forma que nem percebeu a ardencia ser aliviada pelas lágrimas que caíram. O desespero e o medo de ter perdido seu irmão tomavam conta de seu corpo. Era isso que ele estava evitando… que ele tentou evitar.

Ainda chorando tentou ligar para Zoro, mas nada. Após olhar seus contatos mais um pouco e depois de uma fungada forte ele enfim ligou para ele...

 

-Luffy? - Law indagou surpreso do outro lado da linha.

 

[horas antes…]

 

-Chefinho? - Indagou Bepo, seu amigo. Encarando o que o maior fazia com certa curiosidade.

 

-Fala Bepo…

 

-Você… está bem? - Perguntou ele, mas Trafalgar fechou o livro com certa raiva e o encarou como resposta - Vai me contar o que é ou vai continuar suspirando como uma princesinha.

 

O mais velho sentiu seu orgulho derreter como água e ir pelo ralo, mas ele apenas suspira pela vigésima vez no dia e o olha para o amigo, que sorria vitorioso.

 

-Eu… fiz o que você havia me dito….

 

-O que eu disse? O que?....

 

-Tsk - Law sabia que aquele idiota sabia muito bem o que ele dizia, porém com a estratégia de acabar logo com a conversa e ainda receber um conselho ( que com toda certeza do mundo ele nunca admitiria para um kourai, o quão necessitado ele estava de um conselho ) - Eu fiquei com alguém…

 

Ele disse envergonhado, logo depois vendo o mais novo se animar desnecessariamente. Bepo continuou a observa-lo, “obvio que ele iria querer saber os detalhes, droga” xingou Law a si mesmo, deixando que seu rosto ficasse completamente vermelho.

 

-E-Ele era desnecessariamente animado, falava por nós dois e era sempre irritantemente otimista - Explica ele - Mas até que tinha um sorriso bonito, o qual ele não tirava do rosto, devo ressaltar - Ele ri ao lembrar, mas volta a ficar sério rapidamente - Conheci ele na festa de um de meus amigos e aí acabamos… bem, ficando em um dos quartos.

 

-Uaaau! Quem diria que você faria uma loucura dessas chefinho! - Bepo diz totalmente surpreso e feliz - Ele me parece fofo, então por que ainda está mal humorado?
 

-Ele não é nada fofo! Mesmo com aquele cabelo preto bagunçado… baixinho e jeito desengonçado. - Teima o mais velho - A questão é que ele é irmão dos meus amigos e se apegou totalmente a mim! Entãaao... eu terminei tudo, era o certo a se fazer. 

 

Assim que ele termina de contar, Bepo faz a pior cara de espantado que se poderia imaginar, assustando até mesmo o próprio amigo, que achava um verdadeiro exagero.
 

-Você é um idiota!

 

-O que?!

 

-O que você disse para ele quando deu seu surto? - Perguntou Bepo encarando o amigo assustadoramente, como se ele fosse o matar - Talvez ainda dê para consertar…

 

-I-isso não é mais possível - Diz Law virando o rosto e cruzando os braços - Eu disse algo como “Você é irritante”, “Eu não gosto de você” e “Você não faz meu tipo”.... 

 

-Por que? - Pergunta Bepo, ainda com o mesmo olhar - Me diga apenas o motivo de você ter feito isso, pela nossa amizade é melhor nem enrolar para dizer.

 

-Você está bem mandão hein… - Ele diz, porém se arrepende ao ver Bepo bater com as das mãos sobre a mesa da silenciosa biblioteca. - Droga… Ele estava indo rápido demais, nos conhecemos a pouco tempo e mesmo que tenhamos… dormido juntos, não sei se sinto o mesmo que ele.

 

-Depois que dormiram juntos, no dia seguinte, você ficou tranquilo com a questão?

 

-Obvio.

 

-Eu te conheço chefinho…

 

-Tsk Eu não parei de… pensar nele ou algo assim - Admitiu sem olhar Bepo. - E até mesmo fiquei duro pensando no quão gostoso ele era.

 

-Ok, informação demais! - Bepo diz tapando os ouvidos e assim que desce as mãos, se volta ao amigo, que ainda tinha os braços cruzados - Quando descobriu que ele era irmão de seus amigos ou quando passou tempo com ele você sentiu vontade de se afastar? Realmente sentiu isso?

 

-Não é tão simples assim Bepo…

 

-Responda.

 

-Não… Eu queria era ficar mais com ele e contar para todos o que havia acontecido, principalmente para aquele amigo dele de cabelos verdes que fica o tempo todo com ele! 

 

Em um riso Bepo assente satisfeito, Law apenas se vira confuso, sem entender o riso.

 

-Tudo me parece paixão Law.

 

-Tsk, eu não sou nenhum adolescente na puberdade, nem do tipo romântico e muito menos do tipo que não sabe o que sente! - Ele diz se levantando e arrumando suas coisas - Isso não é nenhuma fanfic escrita por alguma fujoshi louca ou história de romance que fujoshis e fudanshis lêem. 

 

-Hahaha C-calma chefinho - Bepo diz tentando parar de rir, reunindo tudo que restava para terminar de falar - Por favor, você nunca falou tanto ou esteve tão… intenso desde tanto tempo que somos amigos, tente ligar para ele.

 

-E o que eu falaria, oh senhor guru-do-amor!

 

-Eu não diria guru-do-amor… - Law já ia continuar a andar, mas Bepo o impede, respirando fundo - Peça desculpas por ser grosseiro e se não conseguir dizer o que sente de verdade, ao menos chame ele para sair de novo.

 

Novamente Law ia voltar a andar, porém ouviu Bepo soltar mais algumas palavras, que diga-se de passagem o deu um pouco mais de coragem do que tinha. 

 

-Se não tentar, não saberá se dará certo…  Não é só por que as coisas deram ruins ao seu redor, que com você será igual chefinho.
 

A passos lentos ele se retirou da biblioteca, e chegando em casa percebeu que seu pai não estava e provavelmente nem chegaria hoje. Colocando a pasta com os livros sobre a escrivaninha ele se deita na cama, com a mão na testa tentando organizar os pensamentos que Bepo, havia feito o favor de bagunçar. 

 

Aquilo não era de seu feitio, mas se arrependia tanto por dizer aquelas palavras para o garoto aquele dia, em ficar pensando o que ele estaria fazendo ou no fato de nem mesmo Luffy ter ido lhe perturbar como sempre. Sentir falta de algo que nunca realmente teve, era algo comum desde que discutiu com ele.

 

O vibrar de seu celular o afasta daqueles pensamentos, mas logo vem à tona ao ver quem o ligava. Deixou que o número tocasse por alguns segundo, tentando supor o assunto. Até mesmo duvidando se era o menor que nem ao menos viu olhar para si por duas semanas. 

Numa mistura de irritação, medo, felicidade e ansiedade lhe invadiam a  ponto de não saber qual escolher ao atender o telefone.

 

-Luffy? - Perguntou ele, primeiramente querendo confirmar.