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História Meu Mecânico Indecente - Sprousehart - Chapter 16


Escrita por: honey-angel

Notas do Autor


Ontem eu não tive tempo de postar o capítulo, sorry. Mas pra compensar hj irei postar uma pequena maratona.
Boa leitura ‹3

Capítulo 16 - Chapter 16



                                 LILI REINHART


Uma vez eu li em um livro que a evolução do homo sapiens só foi possível por causa da fofoca. Tá, o cara explicou de forma mais elaborada. Mas o que ele quis dizer foi exatamente isso. De todos os homo que existiram, o sapiens só sobreviveu porque foi capaz de fazer fofoca, ou melhor, transmitir informações sobre o que viu e viveu e repassou as descobertas.


Pensando assim, as velhinhas do Vale da Esperança podem ser consideradas as mais evoluídas de nossa espécie.


Assim que eu, Cole e Kj entramos no restaurante, a gangue do mal — formada por mais ou menos oito senhorinhas que, juntas, somam mais idade do que a cidade em si — já está lá. Imediatamente, elas param de falar e voltam suas atenções para nós. Elas observam cada movimento meu. Meus shorts causam espanto. Meu riso alto também. E o fato de eu estar acompanhada de dois belos homens deve ser um despautério.


Elas cochicham entre si, provavelmente se perguntando quem sou eu e o que eu estou fazendo com os pobres homens.


— Quem são elas?


— Quem? — Cole pergunta, olhando para os lados. Quando ele vê o grupo que nos observa, ele dá um tchauzinho e lança um sorriso simpático para as moçoilas. — São as Joaninhas.


— Hein?


— Joaninhas. Elas são o grupo de senhoras da igreja, que se autointitularam Joaninhas. São as responsáveis pela maior parte da caridade de Vale da Esperança. Todas viúvas. Todas nascidas e criadas aqui. Todas com muito tempo livre e um interesse descomunal na vida alheia — ele explica e Kj não consegue conter uma risada.


— Elas sabem de tudo. E o que não sabem, supõem — Kj diz, puxando a cadeira para que eu me sente. Escuto um rosnado baixo vindo de Cole, mas resolvo fingir que nada está acontecendo. Apenas sorrio internamente.


Eles optaram por uma mesa no fundo. O restaurante não é muito grande, mas como é o único na cidade que funciona na hora do almoço, pelo menos quinze mesas estão espalhadas pelo salão.


— O que tem de bom aqui? — pergunto, olhando o cardápio que já estava em cima da mesa.


Kj e Cole me ignoram e, quando levanto a cabeça para repetir a pergunta, vejo que os dois me analisam com curiosidade. Sinto-me como se fosse um animal no zoológico.


— O quê? — questiono. Será que tem alguma coisa no meu cabelo?


— Nada… Às vezes, esqueço que você não é local — Cole diz e eu levanto uma sobrancelha, não entendendo o que ele quer dizer com esse comentário. Ele percebe minha expressão e explica: — É que todos sabem que esse cardápio é só decoração. Marcinha faz o que dá na telha.


— Marcinha?


— É a dona da Oca do Tatu.


— Oca do Tatu? Que diabos é isso?! — Meu tom de voz é mais alto do que o normal, fazendo com que todos os outros clientes se virem para mim.


Ótimo, mais um motivo para todos me olharem de forma estranha.


— É o nome do restaurante onde estamos — Kj explica.


— Então, vamos ver se eu entendi. A Oca do Tatu, nome que, por sinal, não faz qualquer sentido, é o único restaurante do Vale da Esperança, e Marcinha, a dona e cozinheira, cozinha o que bem entende.


— Bem-vinda à vida no interior — Cole diz, dando de ombros. — Tem certeza de que você gostaria de morar numa cidadezinha como esta?


— Responderei sua pergunta depois de ter experimentado o prato surpresa da tal Marcinha. 


                                   ★★★★


Posso me considerar uma pessoa sortuda. De todas as coisas que poderiam ter chegado à mesa, o prato do dia era uma deliciosa carne assada com batatas, arroz e um feijão tão maravilhoso que quase fui à cozinha pedir a receita. Fazia tempo que eu não comia uma comida caseira tão gostosa assim.


Comi dois pratos e em momento nenhum pensei em quantas calorias eu estava ingerindo.


— Fico feliz que tenha gostado — Kj fala, olhando para mim. Eu estou completamente esparramada na cadeira, as duas mãos em cima da minha barriga, que parece ser de uma grávida de quatro meses. Se não fosse falta de modos, eu abriria o botão dos meus shorts.


— Se essa for a comida de todos os dias, estou quase fazendo minhas malas e mudando para cá — comento.


— Realmente, Marcinha se superou hoje.


Cole também não ficou pra trás e encarou dois pratos ainda maiores que os meus. Na verdade, o almoço foi bastante agradável. Não apenas a comida, mas a conversa também.


Pelo que descobri, Kj e Cole são amigos desde moleques. Os dois praticamente cresceram juntos. Kj contou várias histórias de Cole durante o almoço. Várias de quando eles eram crianças e de como Cole só se metia em confusão na escola. Outras de quando eles eram adolescentes e de como só tinham uma coisa em mente: meninas.


— E na faculdade? Quero saber tudo! — peço em tom de brincadeira, mas, por dentro, estou realmente curiosa para saber a resposta. Pelo visto, já posso me juntar às Joaninhas.


Kj olha para Cole, que o encara de forma séria e nem um pouco feliz. Algo no olhar dele promete um assassinato a sangue frio caso Alexandre conte algo que não deveria.


— Nada demais — o amigo responde, fingindo indiferença e dando de ombros. — Mas me conte sobre você. De onde você vem?


Lá vêm as perguntas pessoais… Por que eles precisam saber de onde venho, qual meu sobrenome e quem são meus pais? Pessoas normais não deveriam perguntar isso.


— Isso não faz muita diferença, mas eu preciso saber uma coisa ainda mais importante — os dois me olham e, pelo visto, Cole já sabe o que está por vir. Ele balança a cabeça negativamente e esboça um sorriso. — O que você prefere: sofrer um ataque de abelhas ou de lobos?


Kj apenas me encara e pisca algumas vezes, como se não tivesse entendido a pergunta.


Porém, Cole já se acostumou com o meu jeito. Ele nem pensa, e logo responde:


— Acho que tenho mais chance de sobrevivência com um ataque de lobos. Eles não são tão diferentes assim de cachorros. E eu sou alérgico à picada de abelhas.


— Que tipo de pergunta foi essa? — Kj indaga, ainda sem entender muito bem.


— Bem-vindo à convivência com a loirinha safada — Cole diz. Ele cruza os braços e se recosta na cadeira, provavelmente esperando que eu reclame do apelido. Ah, pobre coitado… Se ele soubesse o quão verdadeiro é esse apelido, ele não estaria brincando dessa forma.


— Pois é, mecânico indecente… Um problema sério. Agora, me deem licença que eu vou ao banheiro e já volto.


Eu levanto da cadeira e desfilo até o banheiro, tentando colocar mais rebolado na minha forma deandar.


Será que o fato de eu ter me vestido provocativamente não causou nenhuma “alteração” em Cole? Pensei que ele tentaria me agarrar no minuto que me visse.


Minha tentativa de sedução foi frustrada. De repente, ele só se sente atraído por vestidos curtinhos. Se eu quero fazer com que Cole sofra, então preciso me tornar mais atraente para ele.


Vou ao banheiro e faço o que preciso. Quando saio da cabine, uma mulher está me esperando o lado de fora. Ela é morena e tem um cabelo afro de causar inveja. O turbante que ela usa só contribui para o charme. Ela é linda, mas a cara de desaprovação com que me olha de cima a baixo faz com que suas feições percam um pouco da beleza.


— Posso te ajudar? — pergunto, colocando ambas as mãos na cintura. Se ela está querendo me intimidar, vai precisar de mais do que um olhar de desprezo. Ela pode não saber disso, mas eu cresci numa selva de julgamentos. Pouco me importo com o dela.


— Fique longe dele — ela diz, olhando fixamente em meus olhos.


Eu não consigo evitar e solto uma gargalhada.


— Fique longe dele — repito, tentando imitar a voz dela, o que me faz rir ainda mais.


— Você é louca, garota?


Tento parar de rir o suficiente para conseguir responder à provocação dela.


— Possivelmente, mas eu não estou rindo porque sou louca. Estou rindo da sua audácia. E do momento “série teen da Netflix”. Honestamente, nunca pensei que as pessoas realmente fizessem isso. Muito obrigada por me fazer viver isso — eu digo e desvio dela, indo em direção à porta.


— Ei. Eu tô falando sério. Se afasta do Cole, ele não é o tipo de homem que sossega com menininhas que nem você.


— Ai, gente. Sério. Estou me sentindo especial. — Dou um abraço nela, que me afasta rapidamente. — Se você não fosse tão clichê, a gente poderia ser amigas. Uma pena.


Saio de lá sem terminar de ouvir o que ela tinha a dizer. Que momento divertido…


Volto à mesa com um sorriso de orelha a orelha. Os dois me encaram com espanto, não entendendo o motivo de tamanha alegria.


 — Gente, as pessoas aqui são excelentes. Estou cada vez mais interessada na vida no interior. Vamos?


Pego a minha comanda e sigo em direção ao balcão de pagamento. Cole e Kj me seguem.


Quando estou entregando o papel para a moça do caixa, Cole o tira de minha mão.


— É por minha conta — ele diz, um sorriso tímido em seus lábios.


— Obrigado — Kj fala, entregando seu papel para ele também.


— O almoço dela é por minha conta, não o seu, babaca.


Eu fico na ponta do pé e dou um beijo em sua bochecha, no cantinho da boca, da mesma forma que ele fez comigo antes.


— Quanto cavalheirismo. Obrigada — sussurro as palavras para que apenas ele escute e sigo para a saída. Rebolando, claro.


Em vez de voltar para a oficina, eu digo a ele que vou explorar um pouco mais da cidade. Cole parece desapontado com meus planos. Mal ele sabe que pretendo fazer algo legal para o jantar. Sem falar que também pretendo comprar uma roupa bem bonita e, se existir aqui, uma lingerie bem safada. Vai que…


Não! Eu sou difícil.


Notas Finais


Ai ai ai, gente de cidade pequena.


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