História Meu (meio) Irmão Idiota - Negar

Negar

Verbo

transitivo direto, bitransitivo e intransitivo

formular negativa sobre; afirmar que não.

“– E como está aí? Está comendo direitinho? Minha bebezinha está dormindo bem?”

“– Mãe, para de falar no diminutivo! E sim, estou comendo direito e dormindo”

“– Me desculpa, por não ter ligado antes, eu não tive tempo”

“– Não queria admitir, mas estou com saudade de você, e de Duck”

“– Logo estaremos ai, filha”

"– Senhora está mais sorridente, esse casamento te fez bem!”

“– Duck me faz se sentir uma rainha”

“– A senhora é uma rainha, e merece seu rei. Duck é o cara perfeito pra' você”

“– Isso é verdade. E como está o Channie?”

“– Eu não sei, não o vejo muito”

“– Vocês precisam dialogar, são irmãos agora e, vão conviver juntos por muito tempo”.

“– Contra gosto"

“– Tente se dar bem com ele. Chan é um menino bom e com certeza gosta da sua companhia. Duck acordou, vou pedir o café da manhã, te ligo depois, filha, eu te amo”

“Tchau mãe, se cuidem, também amo você”

– Não me deixou falar com meu próprio pai! – pude ver Chan encostado na arquibancada que dividia a cozinha e a sala.

– Seu papai estava dormindo fofinho, liguei para ele do seu computador. – disse fechando o notebook e o colocando em cima da mesa central na sala.

– O meu notebook quebrou hoje de manhã e o levei para o concerto, então não posso falar com meu pai até ele estar novinho em folha novamente. – riu.

– Isso não é problema meu. 

– Sara deixou um bilhete hoje de manhã, deixou almoço pronto e disse que não iria voltar. – ele alertou.

– Por quê?

– Você acha que eu sei? Pergunte a ela!

Me levantando e passando por Chan rumo à cozinha. Abri a geladeira e vi lá algumas coisas de comer, frutas, legumes, sobremesas, mas nada o que eu queria. – BANG CHAN! – gritei ao fechar a geladeira e me assustar com o menino ali parado enquanto me encarava.

– Você grita muito alto. – ele reclama.

– Vou te bater dá próxima vez!

– Tente a sorte. – riu. – você é fraquinha, por mais que tenha 17 anos ainda age como um bebê.

– Ainda bem não é? – pergunto irônica. – não se preocupe com meu jeito bebê Bangidiota, não vai demorar a eu sair de casa e viver minha vida.

– Que é bom, não vou ver sua cara nunca mais. – riu.

– Eu te odeio. – digo indo em direção ao armário e o abrindo. 

Tirei de lá um saco de pipoca de micro-ondas e caminhei até a estante abrindo o mesmo e o colocando dentro. Digitei o minuto pedido e encostei-me à espera. 

– Você ainda tá' aqui? – pergunto encarando Chan que me observava calado.

– Se quiser que eu saia eu saio. – ele diz baixo. Dou de ombros e voltei à atenção para frente. O silêncio se fez presente na cozinha e só podia se ouvir o barulho do micro-ondas. Senti as mãos de Chan em meu braço me virando para ele e me assustei.

– Você não precisa ficar com medo. – ele diz.

– Isso é errado. – digo me afastando, no entanto, Chan me abraçou me impedindo de se mexer.

O som do micro-ondas foi a salvação Despertei do transe de uma vez e me distanciei. Abri o micro-ondas e tirei de lá a pipoca, senti mãos em minha cintura e fechei os olhos me preparando para gritar com Chan, mas minha voz simplesmente não sai.

– Isso nunca aconteceu, está me ouvindo, Chan? – comentei me virando para ele.

– Eu gosto...

– Eu te conheço Bangidiota. Você não vai me usar como uma de suas amigas, até porque sou sua irmã e nada mais.

– Não somos irmãos verdadeiros, será que você entende?

– Seu pai é meu padrasto há um ano, e minha mãe é sua madrasta ao mesmo tempo, nos conhecemos fazem três meses e vivemos juntos há três dias, querendo ou não somos irmãos e temos que aceitar, então, não chegue perto de mim com segundas intenções.