História Meu Melhor Amigo - Pervertido

Ainda não consigo acreditar. Alice Albuquerque. Como eu não me toquei antes? Estava praticamente... Não. Estava na cara que era ela. Eu que sou idiota mesmo. Porra Jungkook. Mas e se... E se ela não se lembra de mim? Bom, isso é meio que difícil, já que ela estava como desenho. Mas também não é impossível. Eu me esqueci dela. Por que ela não poderia se esquecer de mim? Não é? Eu preciso de alguma forma confirmar se ela se lembra ou não. Mas como?

Bati meus braços com força na cama. E suspirei. Escutei batidas na porta do meu quarto. Disse um "entra", alto o suficiente para a pessoa do outro lado poder escutar. A porta foi aberta. Olhei de soslaio para ver quem era. Meu pai veio até mim, que ainda estava jogado na cama, e se sentou na ponta da mesma.

-Que horas vai se levantar?- Sorriu pra mim.- Não vai trabalhar hoje?- Respirei fundo. Dei de ombros.

-Não tô com cabeça pra trabalho.- Fitei o teto.

-E Alice? Vai deixar a garota sozinha?- O olhei. Ele me olhava com uma sobrancelha arqueada.

-Pode ser.- Olhei novamente para o teto.- Pai?- Ele resmungou um "Hum?", e então continuei. Eu perguntava?- Lembra da Alice?- O silêncio se fez no quarto, e então eu o olhei. Ele olhava pro nada.- Pai.

-Do que está falando?- Me fitou.

-Alice, Alice Albuquerque. A garota do Brasil, a minha amiga, que eu tive que deixar para trás.- Tentei lhe explicar da melhor maneira. Mas alugama coisa nele estava me incomodando.- Pai? A Alice, a que trabalha com a gente...- Parei uma pouco.- Não é a Alice que eu conheço, é?- Ele suspirou.- Me responde.- Sentei me, na cama.

-Filho...- O interrompi.

-É ela? Por que não me disse? Sabe o como ela é importante pra mim.- Aumentei um pouco meu tom de voz. Mas logo voltei ao normal.- Eu me esqueci dela. E me arrependo. Tudo o que eu passei, me fez esquecer alguém que me trouxe felicidade. Agora ela vem até onde eu estou, e o senhor não me diz nada?- Senti meus olhos marejarem.

-Filho, não lhe disse nada, pois queria que se lembrasse por si só. Você sofreu na vinda pra Coréia naquela época. Sua mãe preferiu não falar nada, quando viu que você estava conseguindo superar a distância. Mas depois de tudo que ocorreu, eu sabia que tinha que trazer meu filho de volta. Alice, lhe fazeria sorrir de verdade novamente. Mas eu não queria forçar, precisava que se lembrasse sozinho.- Suspirou.

-Eu a esqueci. Pedi que ela nunca me esquessece, e eu que o fiz. Estou me sentindo um lixo.- Senti uma lágrima rolar por minha bochecha.

-Não se sinta. Se ela tiver te esquecido também. Vocês podem se fazerem lembrar ao poucos.- Pôs uma mão em meu ombro.

-Obrigado.- Sorri pra ele, e o mesmo retribuiu.- Agora deixa eu me levantar. Tenho muito trabalho hoje. - Tirei a coberta de cima de mim, e me levantei.

-Vou tomar café. Te espero lá em baixo.- Meu pai, disse indo até a porta. Logo saiu e fechou a mesma. Suspirei e fui ao banheiro.

...

Chegado já na empresa. Fui pra minha sala. Agora já sentado em minha cadeira, olhava o desenho que tinha feito de Alice, e sorria feito idiota. Ela sempre foi muito linda, um doce, mas as vezes uma fera. E ficava linda irritada.

-Jeon Jungkook, me devolva meu caderno agora.- A garota batia o pé no chão irritada com o amigo que estava do outro lado do quarto, segurando o caderno de anotações da garota.

-Vem pegar.- O garoto, para irritar mais a garota, balançava o caderno no ar.

A menina correu novamente atrás do garoto pelo quarto. Fingiu uma queda. O menino preocupado com a amiga, correu até a mesma caída (propositalmente) no chão.

-Você se machucou?- O garoto olhava para a garota, preocupado.

Ela, sorriu e o menino franziu o cenho. A garota puxou o caderno das mãos do amigo e se levantou rindo do garoto que a olhava sem entender nada.

-Você...- Ele se levantou e a fuzilou com a olhar.- Você não vale nada Alice.- A garota gargalhou.

-Não valo mesmo, e nem você Oppa.- Os dois riram.

Sorri ao lembrar desse dia. Ela é mesmo uma danadinha. Barulhos na minha porta adentram meus ouvidos e olhou para a mesma.

-Entre.- Me ajeitei na cadeira e peguei o desenho e o guardei.

-Oie.- Alice adentrou minha sala, sorridente.- Não foi me perturbar hoje.- Se sentou na cadeira em frente a minha mesa.

-Eu não perturbo ninguém. Eu sou um anjo.- Pus minha mão em meu peito, convencido. Alice riu sarcástica.

-Mas não é mesmo.- Disse em tom baixo, mas eu consegui ouvir. Será que...

-Vai poder sair hoje?- Sorri para a mesma.

-Bom, talvez.- Disse arrastando. E riu.

-Talvez? Está me dispensando pela segunda vez, senhorita Alice?- Ela gargalhou. Sorri largo.

-Não lhe dispensei, Jungkook.- Sorriu.- Só já tinha planos para ontem.- Deu de ombros.

-Claro.- Cruzei minhas mãos e pus meus cotovelos, nos braços da cadeira.

-Mas irei, se quiser.- Sorriu e se levantou. Andou até a porta e a abriu.- Até mas.- Saiu sem esperar resposta alguma. Suspirei sorridente.

Espera.

O que eu estou fazendo?

Nada de suspiros desse tipo,  Jungkook.

Nunca mais. Ainda mais por ela que é sua amiga.

Não mesmo. Tire isso da sua cabeça.

Suspirei.

Aish.

...

-Olá.- Abri a porta, da sala de Alice, sem esperar ela me deixar entrar.

-Isso é uma invasão, sabia?- Me olhou descrente. E se levantou de sua cadeira.

-Qual é, Alice? Não é como se você estivesse nua aqui dentro.- Disse em um tom sarcástico.

-Mas e se eu estivesse?- Me olhou um pouco irritada.

-Me chame antes de fazer. Adoraria ter tal visão.- Me sentei, e sorri largo, para a mesma que me olhava de olhos arregalados.- Quê?- Perguntei sem entender, mas ainda sem tirar o sorrisinho sacana do rosto.

-Você não...-Não completou, parecia estar processando.

-Alice, eu sou homem tá?- Ri da garota em minha frente. Ela balançou a cabeça rapidamente. Como se quisesse afastar algo que pensava.

-Esquece. Seu pervertido.- Riu e se sentou. Já que ainda estava em pé.

...

-Vamos?- Perguntou a garota, que avia já terminado de ajeitar sua coisas na bolsa.

-Vamos.- Me levantei e andei até a porta de sua sala. Ela me acomponhou. Saímos.

Fora do prédio

-Vamos aonde?- Perguntou a garota que andava comigo até meu carro.

-Comer alguma coisa.- Destravei o carro. Abri a porta do acento do passageiro para Alice poder entrar. Ela desacreditada.- Sou cavalheiro ok?

-Eu não disse nada.- Levantou as mãos em rendimento e adentrou o veículo. Fechei a porta sorrindo e arrudiei o mesmo. Tomei meu acento no banco do motorista e sorri para a garota ao meu lado. Liguei o carro e dei partida no mesmo. Logo estávamos nas ruas de Seul.

...

Trouxe Alice em um restaurante, não muito caro. Já que pelo que sei, o tio Albuquerque, faz parte desse mundo "chique", mesmo sendo muito simples. Me lembro uma vez que ele nos levou em um restaurante caro em São Paulo. Ele falou que nem sempre podíamos no ver em um lugar como esses. Pois o dinheiro nos leva ao um caminho horrível, que é quase impossível voltar. Ele nos mostrou, tanto ser "chique", como ser simples. Nós,  pelo que conheço de Alice, somos um pouco dos dois. Eu pelo menos, não me 'gabo', por ser filho do meu pai, e ter muito dinheiro.

-Gostou daqui?- Ela olhava para todos os lados.

-É bem bonito.- Sorriu e me olhou.

O garçom se aproximou e fez nossos pedidos. Logo nos deixou a sós, novamente. Alice parecia nervosa, preocupada com algo.

-Está tudo bem?- Ela me olhou rapidamente, assim que minha voz saiu, e adentrou seus ouvidos.

-S..Sim.- Não, não está.

-Tem certeza? Você está tensa.

-E..Eu? Não, está tudo bem.- Sorriu. Um sorriso com certeza forçado. Sorri também. Só para mostrar que acreditei.

Minutos passaram. Estávamos comendo, bom, eu estava. Ela mal tinha tocado em sua comida.

-Colocaram demais?- Vai que é a quantidade né?

-O quê? Ah, não.- Ela negou e olhou para o prato.

-Certeza? Você mal tocou na comida.- Ela me olhou. E depois olhou para os lados.

-Eu só não estou com muita fome.- Sorriu.

-Então vamos embora.- Coloquei os hachis de volta na tigela, e limpei minha boca com o guardanapo.

-Não. Termine a sua comida. Depois vamos.- Ela disse calma.

-Não.- Disse firme.- Vamos embora.- Chamei o garçom.- A conta por favor.- Disse assim que ele chegou, ele assentiu e saiu. A olhei. Ela estava olhando para baixo.- Ei? Não fique assim. É por causa da comida né?- Fiz careta. Ela riu. Ótimo.- Vai se acostumar com o tempo, mas não precisa ser agora. Está cedo.- Ela sorriu, sorri de volta. O garçom voltou com a conta, paguei, e saímos do local.

...

-Quer um cachorro quente?- Andávamos pelas ruas, à pé. Ela me olhou, pareceu pensativa por um tempo.

-Sim.- Assentiu. Ela não estava bem ainda. Eu sentia isso.

-Ótimo.- Andamos até uma barraca de cachorro quente. Compramos e depois saímos de lá. Ela comia agora. Sorri.- Não estava com fome é?- Ele me olhou. Sorriu.- Espera.- Ela parou e me olhou sem entender. Levei minha mão até o canto de sua boca. Limpei o sujo. Sorri. Isso foi tipo, bem coisa de filme.- Estava sujo.- Ela riu. Continuamos andando.

Minutos depois. Lhe deixei aonde morava. Me despedi e fui embora. Aish. O que essa garota está fazendo comigo? Suspirei.

P.O.V ALICE

Entrei em minha casa. Ativei a trava eletrônica. Finalmente, mandei colocar. Joguei minhas coisas no sofá. Fui até a cozinha. Bebi um pouco de água. Me sentia estranha. Meu corpo estava estranho. Pus o copo na pia e saí em disparada pro banheiro. Cheguei no mesmo e vomitei tudo que havia comido. Depois de ter vomitado. Me senti mais leve. Respirei fundo. Levei minha boca e meu rosto.

Fui ao quarto. Adentrei o closet e comecei a procurar o que eu não tinha achado na minha bolsa hoje cedo.

Onde será que eu coloquei aquele desenho?

Bagunçei tudo.

Nada.

Absolutamente nada.

Merda.

Será que eu perdi?

Não.

Isso não.

Ótimo Alice, perfeito.