História Meu Odiado Professor - Mágoa

Estava tão ansiosa para vê-lo, mas ao mesmo tempo estava com medo da reação dele. Não sei como ele vai me tratar a partir de agora, só sei que eu vou até o fim.
Me arrumei o mais rápido que pude e fui direto para a escola. Quando cheguei ele estava entrando, olhou para mim e por um segundo nossos olhares se cruzaram, mas ele logo desviou o olhar e foi embora sem olhar para trás. Confesso que fiquei um pouco chateada com isso.
Mas tratei de colocar um sorriso no rosto e fui cumprimentar minhas amigas. Elas estavam todas muito animadas, fiz o possível para me animar também. Mas não conseguia deixar de pensar no fato de hoje eu teria aula com ele.
Quando o sinal tocou fomos todas para a sala. As aulas passaram se arrastando e a cada minuto que passava eu ficava mais ansiosa.
Quando o sinal do recreio tocou eu já não aguentava mais de ansiedade e estava tão distraída que levei um susto quando o Gabriel veio falar comigo.
– Isa eu preciso da sua ajuda, mas não posso falar aqui. Posso ser seu parceiro na aula de arte? Lá eu te explico tudo.
– Ok. Mas você me deixou curiosa. Não pode nem adiantar o assunto? – fiz minha melhor cara de cachorrinho pidão, mas acho que não deu certo.
Ele apenas riu e continuou andando, e foi logo falar com a Melissa o que só aumentou a minha curiosidade.
Mas como eu sou bondosa chamei a Amanda, a Renata e a Manu para deixar a Mel e o Gabriel sozinhos.
– Cara eles são tão lerdos. Daqui a pouco vou lá resolver esse problema – a Amanda falou com um sorrisinho malicioso.
– Quieta Amanda deixa os dois lá. Eles são tão lindos juntos. – a Manu estava com uma postura repreensiva, mas estava na cara que ela também estava perdendo a paciência.
– Calma gente, eu vou falar com o Gabriel hoje. De uma forma delicada é claro. – estava com um sorriso gigante imaginando a cara do Gabriel.
– Delicada você? Só se for igual coice de mula – Amanda usou uma grande quantidade de ironia nesta frase.
– Desculpa Isa, mas dessa vez eu vou ter que concordar com a Amanda.
– Obrigado pela parte que me toca Manu. – respondi irônica.
Continuamos brincando até que do nada a Mel chegou.
– O que vocês estão aprontando? – ela perguntou com um tom autoritário.
– Nada Melzinho meu amor. – respondi fazendo a minha melhor carinha de inocente.
– Eu conheço vocês, sei que estavam aprontando. E não me chame de Melzinho.
Ela me lançou um olhar tão maligno. Nunca achei que a Mel sempre tão fofinha e gentil fosse capaz de fazer isso. Eu estou gostando cada vez mais das minhas amigas. O sinal tocou e o meu coração começou a bater mais rápido.
Chegamos na sala e ele ainda não estava lá, senti uma pontinha de decepção. Mas quando ele chegou a decepção que eu tinha sentido deu lugar à admiração. Ele estava lindo, me senti hipnotizada era como se eu não conseguisse parar de olhar para ele.
Só saí do transe quando o Gabriel sentou ao meu lado. Senti o Tiago me olhar torno, mas fiz questão de não olhar para ele, afinal ele disse que não queria nada comigo.
– Isa eu sei que pode parecer estranho, mas eu estou apaixonado. – ele falou com cara de medo.
– Quem é a felizarda? – quase não consegui esconder a esperança na minha voz de que fosse a Mel.
– É a Mel. – me olhou atentamente esperando a minha reação.
– E o que você está esperando para contar para ela? – não pude esconder a minha felicidade e o abracei.
Mas quase que imediatamente o soltei, porque vi o olhar de ódio que o Tiago nos lançava.
– Você acha que eu devo? – sua voz deixava transparecer a confusão que o meu ato causou.
– É claro que deve. Eu apoio totalmente. – respondi sorrindo alegremente.
A aula passou rápido depois disso e eu fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Estava feliz porque o Gabriel iria se declarar para a Mel, mas confesso que estava um pouquinho triste por não poder por meu plano em ação para juntá-los. Mas o que mais me deixava triste era o olhar que o Tiago lançou para mim.
O sinal tocou e eu estava me preparando para sair junto com as minhas amigas.
– Isabela espere, preciso falar com você.
Meu coração quase parou quando ouvi a voz dele me chamando, mas o tom de voz dele me deixou assustada. Me despedi das minhas amigas e fui até ele. Esperei, mas ele só ficou me olhando então resolvi tomar a iniciativa.
– O que foi professor? – falei no mesmo tom frio que ele usou comigo frisando bem a palavra professor.
– O que te deu para ficar se esfregando naquele garoto? Até parecia uma qualquer. – ele estava furioso.
Eu fiquei extremamente magoada com o que ele falou. Mas logo depois me enchi de raiva.
– O que você tem a ver com isso? Você é só o meu professor, não é meu pai nem meu namorado. Cuida da sua vida que da minha cuido eu. Não que você precise saber, mas o Gabriel é só meu amigo. E se você acha que eu sou uma qualquer nem precisa se dar ao trabalho de olhar na minha cara. – pronunciei cada palavra com raiva.
Ele me olhou chocado e pareceu perceber o que tinha falado.
– Me desculpa, eu não quis dizer isso. Você não é uma qualquer, você é especial, você é única. – ele me abraçou apertado, mas eu estava magoado de mais para retribuir.
Então assim que ele me soltou eu virei as costas e fui embora. Ouvindo sua voz desesperada me chamando, mas eu sabia que não podia ficar ali mais tempo senão eu iria voltar atrás. E ele vai ter que aprender a me dar valor.