Pov. Narrador On
Enquanto o loiro estava conhecendo o seu novo médico, Nami estava em casa após um dia de trabalho, se encontrava sentada no sofá, fitando a parede enquanto pensava em Sanji. Era estranho não sentir o forte cheiro do seu cigarro ou seu próprio nome ser gritado de forma apaixonada, pensar em que teria de cozinhar a própria comida era desanimador também... Levantou-se determinada, foi até a cozinha, encheu um balde d’água, correu até uma porta fechada e, impaciente, bateu na porta.
- ZORO! – alguns segundos de espera foram o suficiente para irritá-la, fazendo-a bater outra vez - ZORO! Abre essa porta agora!
Porém mesmo gritando, a porta não foi aberta, então sem hesitar Nami deu o chute mais forte que conseguiu na fechadura, quase arrombando a porta de madeira a sua frente, olhou em volta e encontrou o homem que queria, dormindo em meio aquela bagunça que ele chamava de cama, se aproximou e, completamente sem expressão, derramou todo o conteúdo do balde que trazia consigo no esverdeado, fazendo-o se levantar em choque, completamente confuso e atordoado.
- Mas que merda é essa?! – o pobre homem recém-acordado olha para si mesmo, completamente encharcado e em seguida para a ruiva a sua frente, ainda confuso – porque você fez isso?!
Nami ignorando completamente a sua fragilidade feminina, deu um passo a frente e segurou o maior pela gola da camisa, o obrigando a se abaixar para encara-la face a face.
- Zoro... – ele engoliu seco e logo foi solto pela garota que simplesmente se virou de costas, com uma mão na cintura – agora que o Sanji-kun não está mais aqui, eu estou com fome... – ela volta a se virar, sorrindo e piscando os olhos da forma mais fofa possível – cozinha pra mim...?
- O QUÊ?! – ficou sem reação, havia sido acordado daquela forma apenas para um pedido desses?! – É CLARO QUE NÃO! EU NEM SEI COZINHAR!
Na mesma hora Zoro não levou nada mais, nada menos que um forte soco na cabeça que rapidamente se tornou um grande e vermelho galo.
- Vai sim! Eu não pedi, eu mandei! Seu idiota. – se virou de costas outra vez e andou para fora do quarto – quero o jantar pronto em duas horas, sem atraso.
Zoro continuou parado e confuso no quarto enquanto pensava no que faria, ele simplesmente não sabia nem mesmo fritar um ovo, como diabos faria um jantar a dois?! Conhecer as exigências da ruiva só fazia essa ação ser ainda mais difícil. No fim, optou por pedir uma pizza, era o máximo que podia fazer, mesmo que tenha levado mais socos e xingamentos por parte da garota.
Mas ignorando os acontecimentos da antiga casa do loiro e focando precisamente em Topeka, o dia seguinte já havia chego por lá e Sanji se encontrava da mesma forma que estava desde que chegou: sentado em uma cadeira do pátio, sozinho e sem fazer absolutamente nada, sem pensar em nada e sem nem mesmo ter se alimentado de nada. Ele já estava de saco cheio daquele lugar, era entediante e chato, não tinha o que se fazer e se encontrava num tédio absoluto, isso até uma bela enfermeira com seios fartos e longos cabelos negros andar na sua direção enquanto portava um pequeno sorriso simpático.
- Sanji-kun? – a morena parou na sua frente e o olhou nos olhos – eu vim te buscar, o Dr. Trafagar está te chamando.
- O Law?! O que ele quer de mim?! – o rapaz recuou, se lembrando do que lhe foi dito no dia anterior – ele vai arrancar as minhas bolas?!
A mulher não conteve um pequeno riso.
- A cirurgia de castração é obrigatória em todos os pacientes, Sanji, você não tem escolha – desfazendo o sorriso a morena de olhos azuis estendeu a mão, olhando fixamente os olhos do menor – agora vamos, não quero fazer o seu médico esperar.
Sem escolhas, porém hesitante Sanji se levantou e seguiu a enfermeira até uma sala de cirurgias, logo ela saiu, o deixando só, ele estava assustado, sentado numa maca e vestindo somente uma calça padrão igual a do restante dos pacientes e sem camisa alguma. Olhar em volta e reparar nos equipamentos cirúrgicos só aumentou a sua tensão, Sanji desde sempre odiou hospitais e qualquer outra coisa relacionada à medicina, estar ali fazia a sua respiração se tornar ofegante, suava frio e seu coração batia acelerado, chegando a inclusive levar um grande susto quando de repente a porta se abriu e um médico tatuado entrou por ela.
- Ah Sanji-ya, já está aqui? – sorriu e acenou, só então percebendo seu paciente quase desmaiado e tendo um ataque de pânico na sua frente – Sanji-ya?!
O loiro estava encolhido na maca, com as mãos no peito despido e a cabeça baixa, estava com dificuldade para respirar e suava cada vez mais, Trafagar rapidamente reconheceu os sintomas e correu até o paciente, o abraçou e o fez olhar para si.
- Sanji-ya? Olha pra mim, está tudo bem, ok? Tudo bem... – o menor o olhou nos olhos, sentia tontura e tudo girava ao seu redor, sua cabeça foi levemente acariciada pelas mãos tatuadas que lentamente o ajudavam a respirar com mais calma, o que funcionou – está respirando melhor? Desculpe-me, eu não deveria ter te deixado sozinho aqui, vou conversar com a Nico-ya sobre isso... – ele se levantou e foi até um armário cheio de remédios, pegou um deles e entregou ao menor junto de um copo d’água – aqui, toma, vai te ajudar a se acalmar.
- O quê é isso? – Sanji olhou para o comprimido em suas mãos – eu não preciso de remédios.
- Só toma logo, é calmante – sem se importar, Law foi até uma mesa no canto, virando de costas ao loiro que receoso engoliu o comprimido, logo voltou a ele, portando uma seringa em suas mãos – tomou? Bom menino – sorriu e pegou o braço do menor que logo recuou – calma, é só uma injeção de nada...
- Eu não gosto de injeções... – olhava fixamente para o seu braço nas mãos do médico, assustado tentava puxa-lo de volta.
- É isso ou fazer a cirurgia acordado, mas não acho que você vá querer isso... – franziu o cenho sorrindo ao ver a expressão mais assustada ainda do paciente – tudo bem Sanji-ya, você vai ser recompensado, ok? – sem avisos prévios, aproveitou o fato de o loiro estar distraído e o encarando assustado para penetrar a agulha ali e injetar o conteúdo na sua veia – prontinho, nem doeu – rio ao ver o menor puxar o braço imediatamente, assustado e o agarrando por causa da dor.
- Doeu sim... – ele mordeu o lábio, olhando fixamente nos olhos cinza do outro – porque você fez isso?!
Ainda sorrindo, Law foi até uma pequena mesa da sala, abriu a sua maleta e tirou um chocolate dela, voltando ao loiro em seguida.
- Eu fiz, pois não quero te machucar numa cirurgia com você acordado, Sanji-ya, eu sou um médico que se importa com o bem-estar de vocês... – entregou o doce ao menor, sorrindo – sua recompensa, agora come antes de ficar sonolento e não conseguir comer mais.
O menor olhou para o bombom na sua mão e o comeu rapidamente enquanto observava seu médico se preparando para a cirurgia, menos de um minuto depois já sentiu seu corpo pesar e bocejou com um estranho sono que lhe invadiu, deitou-se na maca e suspirou, fechando os olhos em seguida, podendo ver apenas Trafagar sorrir e ir à sua direção enquanto vestia suas luvas descartáveis.
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