História Meu pior paciente - A máscara caiu

No dia seguinte liguei para Rafael, o mesmo falou:

- Então o que você quer? Agora que vai se casar com meu irmão, achei que não quisesse que eu me aproximasse. Falou ele.

- Precisamos conversar sobre nós dois. Falei.

- Estou gostando disso, pode ser no restaurante Vargas? Perguntou ele.

- Sim, às 8:00? Falei. 

No horário marcado ele estava lá, eu havia levado o celular para gravar nossa conversa. Sentei- me na mesa e ele falou:

- Você está deslumbrante hoje.

O garçom trás o cardápio, fizemos o pedido e voltamos para a conversa. 

- Rafael já percebi que você é muito inteligente, mas também percebi que você sente inveja do seu irmão. Falei.

- Na verdade não é inveja é que aquele moleque sempre consegue o que quer, mas confesso que me surpreendi de você me convidar para jantar, sabe que não seria má ideia de você ficar do meu lado e deixar aquele moleque mimado ter a maior decepção da vida dele. Falou ele. 

- Não seria né? Mas ainda não entendi porque você demonstra gostar tanto do seu irmão, se na verdade não gosta. Falei. 

- Sabe Sarah eu gostava do Micael, ele era meu irmãozinho, mas aí fomos crescendo e meu pai começou a ver só as qualidades dele, aquilo me dava muita raiva, pra piorar meu pai falou que ele seria o presidente da empresa, enquanto que esse cargo deveria ser meu por direito, eu sou o irmão mais velho. 

- Então todo esse ódio fez com que você sabotasse o carro do seu irmão? Perguntei.

- Não! Quem te disse isso? Falou ele.

- Ninguém, eu só juntei as peças desse quebra cabeça, pode falar Rafael, na verdade todos nós temos o nosso lado obscuro. Falei friamente. 

- Sabia você é igual a mim, nós fazemos a dupla perfeita, vou te contar, sim fui eu que sabotei o carro dele, queria me livrar de uma vez por todas daquele moleque mimado e por muito pouco meu plano não deu certo. Falou ele.

- Então foi por isso que não acharam o culpado? Falei. 

- Sim, o crime foi perfeito, o motorista ficou de levar o  carro na revisão e de fato levou, aí quando voltou ele recebeu uma ligação, enquanto isso eu fui no carro e tirei alguns parafusos que apertavam os pneus, voltei e o motorista foi para seu posto, Micael disse que estava com pressa e dispensou o motorista, minha mãe também disse que iria com ele, mas eu a chamei e disse que precisava de sua ajuda para escolher os modelos dos novos carros que meu pai iria lançar, ela subiu comigo e Micael saiu no carro, pouco depois soubemos que Micael havia se acidentado, ele passou vários dias na UTI entre a vida e a morte, mas conseguiu sobreviver.  Falou ele.

- Ou seja, o principal suspeito é o motorista? Perguntei. 

- Sim, mas também resolvi isso, assim que Micael saiu, dei um dinheiro para o motorista  e disse pra ele sumir, ele tentou questionar, mas terminou por me obedecer, quando perceberam que ele tinha sumido, ficou sendo o principal suspeito, alguns dias depois teve um acidente próximo às redondezas, conseguir as fotos do acidente e pedi para um amigo meu policial dizer  que a vítima tinha sido um motorista jovem com a fisionomia do que fugira lá de casa, então todos ficaram pensando que o mesmo tinha morrido. Pode aplaudir porque foi perfeito. Falou ele sorrindo.

- Realmente você foi muito profissional. Mas você ainda pensa de fazer algo com Micael? Perguntei. 

- Não, aliás vou fazer algo pior do que a dor que ele teve com o acidente!

Nesse momento eu me engasguei, pensei comigo como alguém pode desejar tão mal ao próprio irmão. Ele continuou:

- Calma gracinha, eu não vou mata-lo, eu só quero você! Já imaginou a cara dele quando saber que estamos juntos que a noivinha dele o deixou e está comigo ele vai imaginar que estávamos juntos desde o começo e desejar ter morrido naquele acidente. Falou rindo.

- Você na verdade só quer ficar comigo para machucar seu irmão, isso é cruel. Falei. 

- Assim você me magoa, na verdade também gosto de você, desde a época de Marina não tinha mais gostado de ninguém, mas você me lembrou dela, minha própria filha gosta mais de você do que de mim, nós vamos formar uma bela família. Falou ele.

- Acho que não estou me sentindo bem. Falei. 

- Mas logo hoje que iríamos comemorar em grande estilo, ter uma noite maravilhosa. Falou ele.

- Um outro dia, realmente não estou bem.  Levantei, ele também levantou aproximou- se de mim e falou:

- Você não tá me enganando né?  acabei de abrir meu coração para você, não me decepcione. Falou Rafael. 

- Não, não vou te decepcionar, mas agora preciso ir. Falei.

- Eu posso ir te deixar. Falou ele.

- Não precisa se incomodar já tem um táxi ali. Falei. 

- Amanhã se encontraremos. Falou ele.

- Tudo bem. Falei e sai quase correndo. 

Mal podia acreditar em tudo que ouvi, cheguei a vomitar quando cheguei em casa, já era mais de dez horas da noite quando resolvi ligar para Micael. Disse lhes que no dia seguinte tinha algo muito importante para revelar e que precisaria da presença de todos, mas que não era pra ele dizer nada para Rafael, ele não entendeu, mas disse que tudo bem.