História Meu Pretendente é o meu Chefe! - Jikook - - Eu senti a sua falta, Porthos!

•  Jungkook Narrando  •

 

 

~ Toc Toc ... Toc Toc ...

 

 

– Manoo? Abre! - Escuto a voz da Nari.

– Já vai... - Me desencosto da porta e abro a mesma para a minha irmã.

 

 

[...]

 

 

A Nari estava com seus braços circulados em meu pescoço. Ela me abraçava de uma forma acolhedora em seus braços.

 

 

– Você não estava falando sério, né? - Sentia suas mãos acariciar meus fios de cabelo.

– O quê? - Minha voz estava baixa e abatida.

– Você vai embora? - Minha irmã parecia preocupada.

– Vou, Nari. Eu não posso ficar aqui. Não quero magoar o Jimin.

– Mas Jungkook... Fugir não é a solução. - A mesma estava com os olhos arregalados.

– A decisão já está tomada. Não insiste. - Lhe dei um abraço apertado.

 

 

[...]

 

Sinto que o melhor que eu posso fazer é ir embora, mas tenho medo de magoar o Jimin mais ainda. Será que eu estou sendo egoísta? 

 

 

– Mana. Você acha que eu estou sendo egoísta? - Meus olhos estavam inchados de tanto chorar.

– Acho, Jungkook! Já lhe disse que fugir não é a resposta para o seus problemas.

 

 

Minha cabeça estava tão confusa. Eu não sei como agir, não sei o que fazer. O medo me forçava a pensar em fugir, enquanto o meu amor por Jimin pedia para que eu ficasse e tentasse superar tudo, por mim, por ele e por nós!

 

 

– Jungkook... O Jimin te ama. Você acha mesmo que ele te culparia pelo acidente? Você não teve culpa!

– Eu não sei... - Minha cabeça estava doendo de tão cansado que eu estava.

– O pai não teve culpa também, muito menos a sua mãe. Foi um acidente infeliz. 

– Você sabe o que aconteceu? - Meu coração estava apertado.

– Sim... Foi um caso infeliz. O pai para não bater no caminhão desgovernado que estava em  sua frente, jogou o carro para a outra pista causando o acidente com os outros dois carros.

– Entendi... - Coloquei uma de minhas mãos em minha testa e suspirei.

– Você precisa descansar. - Sugeriu.

– Preciso mesmo. Se importa? 

– Não. De maneira nenhuma. - Deitei minha cabeça em seu colo e me pus a fechar os olhos recebendo um cafuné em meus cabelos.

 

 

[...]

 

Já faz um dia que eu não vejo o Jimin. Sei que estou sendo covarde, mas eu precisava de um tempo para pensar.

Ver o Jimin desesperado sobre notícias minhas estava acabando comigo, o mesmo já havia me mandado tantas mensagens e tantas ligações que eu não estava mais aguentando ficar longe dele.

Eu preciso ser forte. Eu preciso ir atrás dele e pedir desculpas.

 

Sempre odiei aquelas histórias que os protagonistas fogem ou escondem algo da pessoa que ama por achar que é o melhor para ela, mas a verdade é que este pensamento está errado. O melhor para a pessoa é que ela faça as suas próprias escolhas, e não nós tomarmos a decisão egoísta no lugar dela.

Eu não vou ser mais um protagonista idiota e monótono. Eu vou atrás do meu Jimin, e ele irá escolher o que é o melhor para ele. Ele tem este direito!

 

 

— 

•  Jimin Narrando  •

 

 

Eu estava preocupado com o Jungkook. Ainda estou confuso com o que eu vi em meu quarto antes de ontem. O Kookie e o Yoon se abraçando como se fossem grandes amigos. Isso é estranho.

Jungkook não me responde, não visualiza minhas mensagens e nem atende as minhas ligações. Na empresa então, nem deu as caras.

 

 

– Jimin... Você e o Jungkook estão bem? - Escuto o Jin falar comigo com uma expressão de preocupado em seu rosto.

– Não sei Jin... Aconteceu alguma coisa.

– Será que ele desistiu de casar? - Tae se aproximou.

– Cala a boca Taehyung! Claro que não! - Jin alterou a sua voz.

– Calma... - Tae recuou e se sentou em sua cadeira novamente.

 

 

[...]

 

 

Estava sentado em minha mesa. Estava resolvendo alguns detalhes sobre o projeto que eu estava responsável.

Suspirava fundo ora ou outra. Eu estava tão preocupado com o meu Kookie, não parava de olhar para a tela do meu celular esperando alguma notícia sua.

 

 

– Jimin! Jimin! - Aquela voz estava alta demais. Era a voz do Jungkook!

 

 

Me levantei de minha cadeira às pressas. Meu rosto estava pálido e meu coração estava acelerado.

 

 

– Jimin! - Vejo o mesmo correr até a minha mesa. Jungkook circulou os braços em minha cintura e me puxou para si com tamanha possessividade diante de todos os meus amigos e colegas de trabalho.

– Jungkook... O que está fazendo? Está todo mundo olhando. - Sussurrava em seu ouvido de maneira que só nós dois pudéssemos escutar.

– Eu não me importo! Ji-Jimin... Me desculpa! Eu pensei muito, e... Eu fui fraco não ter te procurado antes. Eu acabei fugindo.

– Jungkook? O que está falando? - Me afastei um pouco para o encarar nos olhos.

– Jimin. Eu preciso te contar algo, mas sinto que eu não sou a pessoa certa para lhe dizer isso. Você pode vir comigo? - Seus olhos estavam lacrimejando, e eu pude ver algumas lágrimas escorrerem pelas laterais de suas bochechas.

– Jungkook... Você está me assustando. - Encaixei as palmas de minhas mãos em seu pescoço.

– Eu te amo! Eu não entendia o porquê de ter me apaixonado tão rápido assim, mas agora eu entendo. Eu sempre te amei! - Jungkook segurava em minha cintura enquanto fitava os meus olhos.

– Jungkook... - Eu estava emocionado. – Eu também te amo Kookie. - O abracei forte.

 

 

Todos meus colegas de trabalho estavam surpresos, até mesmo escutava muitos cochichos vindo de todos os lados. Já aqueles que já sabiam fingiam estar surpresos.

 

 

– Nossa... Eu estou chocado com isso. - Disse o Tae colocando a mão na boca de “espanto”.

– Nem acredito... - Jin imitava o Tae. Parecia duas duplas de abestalhados.

– Eles estão juntos? - Meu superior estava “pasmo”.

 

[...]

 

Estávamos no carro. Jungkook estava me levando para minha casa, e eu nem sei o motivo.

 

 

– Jungkook. O que você precisa me dizer? - Eu estava nervoso.

– Assim que chegarmos você saberá. - Ele se mantinha atento na estrada.

– Vo-você não vai desistir do casamento, vai? - Minha voz estava trêmula.

– Não! - Ele nem hesitou. Respondeu de imediato.

 

 

Eu estava aliviado. A verdade é que eu estava com medo daquela distância toda, e agora ouvi-lo dizer isto me alivia.

 

[...]

 

Jungkook estacionou o carro em frente à minha casa. Descemos do mesmo e direcionamos para a porta de minha residência.

 

 

– Espera Jimin. - Meu homem segura em um de meus braços me impedindo de entrar em minha casa. Estávamos em frente à porta.

– O que foi Kookie? - Eu estava confuso.

– Não importa o que aconteça, saiba que eu sempre vou te amar. - Sinto a sua mão livre acariciar uma de minhas bochechas.

– Do que está falando Jungkook? - Meu coração estava acelerado.

– Vamos entrar. - Jungkook girou a maçaneta da porta e se pôs para dentro me puxando junto a ele.

 

 

Fiquei surpreso ao ver o Yoon sentado no sofá de minha sala. Me aproximei do mesmo o fazendo se levanta e lhe dei um abraço.

 

 

– Oi Yoon. - Sorri.

– Oi Chimy. - Fui retribuído.

– O que está fazendo aqui? - Estava confuso.

– Eu preciso te contar algo, Jimin. - Yoon parecia nervoso.

– Então conte logo! O que está acontecendo? Eu já estou farto! - Minha voz estava alterada.

 

 

Jungkook estava com suas costas encostada na parede de minha sala. Seu olhar estava baixo e parecia tão nervoso quanto assustado.

 

 

– Jimin... Eu... cumpri a... minha promessa. - Yoon falava pausadamente. 

– Que promessa? - Eu estava tão confuso.

– Eu encontrei o Porthos! - Seus olhos estavam agora a lacrimejar.

– O QUÊ?! - Meu coração estava disparado, minha boca estava seca e... minhas mãos estavam trêmulas.

– Eu achei o nosso Porthos, Aramis. - Yoon colocou suas mãos em meus ombros e me encarou com as bochechas molhadas pelas suas lágrimas.

– Onde ele está? Cadê ele?! - Meu coração estava disparado.

– Eu estou aqui, Aramis. - Escuto a voz do Jungkook.

 

 

Eu rapidamente me virei para o encarar. Minha boca estava entreaberta e no mesmo instante coloquei uma de minhas mãos na mesma. Eu estava surpreso, e... Eu nem sei explicar o que eu estava sentindo.

 

 

– O que está dizendo, Jungkook? - Eu estava sério. Piscava os olhos sem parar.

 

 

Não obtive respostas. Observava Jungkook deslizar a suas costas pela parede e sentar-se ao chão com as mãos agarradas ao seus fios de cabelo. Ele estava chorando.

Yoon estava logo atrás de mim com o olhar baixo. Escutava seus soluços ao meio do choro.

 

De repente tudo fazia sentido para mim. Todas as palavras ditas a minutos atrás pelo meu homem, aquela corrente com a letra “P”, as atitudes estranhas de minha mãe e da senhora Jeon.

 

 

– Jungkook? - Dei dois passos em sua direção e parei ao ouvi-lo me responder.

– Não venha, Jimin. Se você vier eu não irei te soltar mais, mesmo que você não me queira mais por perto. - Sua voz estava trêmula e o mesmo não parava de chorar.

 

 

Desabei no chão. Comecei a chorar descontroladamente com direitos a soluços. Minhas mãos tampavam o meu rosto que estava totalmente vermelho e abalado.

Comecei a me rastejar até onde o Jungkook estava. Seus olhos estavam arregalados ao me observar se aproximar de si.

 

 

– Porthos... - Parei no meio do caminho. Minha respiração estava falha, meu coração doía. Minha visão estava embaçada.

– Amor? Jimin?! - Vejo o Jungkook se rastejar até a meu encontro de forma desesperada. Suas mãos me agarraram com força me pondo em seu colo.

– Chimy?! - Sinto a respiração descontrolada do Yoon. Vejo o mesmo correr até a cozinha e voltar com um copo de água em uma de suas mãos. – Beba, Jimin. Respire fundo.

 

 

Apenas fiz o que me foi pedido. Segurei o copo de água com a ajuda do Yoon, pois as minhas mãos estavam trêmulas demais parar segurar aquele copo sozinho.

Encaixei minha cabeça entre o ombro e o pescoço do Jungkook, o mesmo estava com o coração disparado. Circulei meus braços em volta de sua cintura e continuei a chorar sentindo o seu cheiro.

 

 

– Jimin... Me perdoe! - Jungkook acariciava uma de minhas bochechas com uma de suas mãos trêmulas.

– Você é mesmo o Porthos? - Me afasto um pouco de si para o encarar nos olhos.

– Eu sou o Porthos, Jimin. - Sua voz estava firme agora.

– Me perdoa? Eu sei que prometi voltar... E eu voltei, mas... Vocês não estavam mais lá... - Vejo o mesmo abaixar o olhar. Ele estava triste e com medo de eu não o perdoar. É isso mesmo? Ele acha que eu o culpo? 

– Kookie... Eu sei. Eu sei que você cumpriu a sua promessa, era por isso que eu sofria tanto. Eu não estava mais lá para você! Me perdoa! - As lágrimas não paravam de descer pelo meu rosto.

– O quê? Você sabia, Jimin? - Yoon estava surpreso.

– Sim... Eu decidi te seguir um dia, então eu ouvi a sua conversa com a Senhora Lee. - Passei a minha mão esquerda em uma de minhas bochechas limpando a mesma.

– Jimin... Você não tem culpa de nada! - Porthos segurou suavemente em meu queixo com uma de suas mãos e o levantou para que eu o olhasse em seus olhos. – Não chore mais. Por favor...

 

 

Abracei o Porthos tão forte que posso jurar ter ouvido alguns resmungos. O deixei com falta de ar, tenho certeza disso.

 

 

– Ji-Jimin? - Porthos parecia surpreso e confuso.

– Eu senti sua falta, Porthos! - Aperto mais ainda a sua cintura contra mim. 

– Eu também senti a sua falta, Aramis! - Sua voz estava fraca, o mesmo estava chorando.

 

 

Sinto o Yoon se aproximar. Eu estava em um abraço triplo. Eu era claramente o recheio do sanduíche.

 

Escuto dos dois em um único sonoro:

 

“Para sempre seremos os três mosqueteiros!”

– Para sempre seremos os três mosqueteiros! - Digo com um sorriso em meu rosto enquanto as lágrimas ainda se puseram a escorrer pelas minhas bochechas.