História Meu primo Jay...(Imagine Jay Park) - A proposta

– Onde pensam que vão em, senhores meus pais? – Entrei em casa deixando minha bolsa em cima do sofá.

– Tentei impedi-los mas eles nem me deram atenção. – Jungkook veio me dando um selar, dizendo tais palavras em meu ouvido.

– Vamos jantar na casa do seu tio. Seria muito injusto vir à Coréia e nem passar lá.

– Eu ficarei aqui.

– Nada disso. Já se esqueceu que foi o seu tio quem me ajudou na cirurgia? Vamos todos! Já estão nos esperando. – Merda. Já havia me esquecido que eles ainda não sabem de todos os detalhes dessa longa história. Papai não faz ideia do irmão que tem.

– Só não vamos demorar, por favor. – Falei com desânimo.

– Que isso minha filha. São seus tios, você até morou lá por quase um ano. Tenho certeza que estão com saudades, principalmente seu primo. – “ por que estaria, se ele tem até uma esposa”.

***

– Aah! Não acredito. Vocês vieram mesmo! – Titia como sempre o carisma em pessoa. – S/n. Você cresceu tanto, está ainda mais bonita. – Fui até ela a abraçando. – E esse grandão aqui? Seu marido?

– Daqui à alguns dias será sim. – Se comprimentaram.

– Vamos entrar. Não sejam tímidos por favor. – “Não seja hipócrita por favor.” Queria dizer isso a titio, mas não vou estragar esse conto de fadas.

– Irmão. Ainda não sou nem capaz de te agradecer pelo que fez. – Papai se sentou ao lado do irmão que sorria.

– Tenho certeza que faria o mesmo por mim. – Ah mas eu duvido muito!

Olhei em volta percebendo a grande casa em que estava, não me admira muito terem se mudado, agora que todos moram juntos é meio óbvio que necessitam de um espaço maior. Há alguns anos atrás meus olhos brilharam só de estar em uma casa como essa, eu era jovem, pobre e iludida. Hoje não me espanto mais com o luxo, vivo cercada dele por todos os lados, não que eu queira me gabar mas, minha casa com o Jungkook é um pouco maior que essa, e só moramos nós dois! Mas pra mim não faz diferença, uma casinha pequena, um gato e meu marido já seriam o suficiente. Por falar em gato… onde está o Jay Jay?

– Onde está o Jay? Não vejo ele por aqui. – Porque falar nele mãe? Humm?

– Ele saiu com a esposa. Foram comprar o vinho. – Eu não deveria me incomodar com isso, mas é inevitável pra mim sentir um certo aperto no coração.

– Você está bem amor? – Jungkook segurou minha mão a apertando.

– Estou sim. Vou ao banheiro. – Me levantei da cadeira.

– Querida, vá no banheiro do andar de cima, o de baixo está em reforma. – Fiz um aceno de cabeça e subi as escadas. Minha oportunidade de ver se encontro meu gato. Bom… ele ainda é meu, né?

Entrei em algumas portas mas nenhuma delas era o banheiro, tudo bem que isso foi um pretexto, mas agora quero de verdade.

Abri a porta ao final do corredor. Deveria ter ficado sentada… Uma cama grande de casal e em frente à cama uma grande foto do “casal Coréia”, Hyuna com seu esplêndido vestido de noiva e Jay com seu elegante terno. Ele segurava a cintura dela, que parecia querer saltar de alegria.

– Tisk… Eu com certeza serei uma noiva muito mais bonita do que ela. – Rodei meus olhos e me praguejei por dentro. Eu não poderia estar sentindo inveja. Poderia?

– Oi! – virei pra trás em um pulo. Pensei que poderia ser a dona do quarto, mas era apenas uma garotinha. – Ooh… Você é a moça bonita de quem o papai me falou. – Então, essa é a filha do Jay. Se parece tanto com a mãe que me incomoda.

– Seu pai falou sobre mim? – Continuei parada enquanto ela vinha pra mais perto.

– Sim. O papai me disse que você é a mulher mais bonita do MUNDO! – Abriu os braços e fechou os olhinhos. – E daí, eu disse que quando eu crescer, vou ficar igualzinha a você. – Não pude negar em sorrir. Saber que ele ainda pensa e fala sobre mim é excitante.

– Não acho que você ficará parecida comigo algum dia. – Vi o sorriso que ela tinha se desfazer em um bico. O que eu estou fazendo da minha vida… discutindo com uma criança S/n! – Não estou dizendo que você não seja bonita…

– Tudo bem, papai também disse que você é um pouquinho má. – fez sinal com os dedinhos.

– Eu não sou Má! Ah… quer saber, é melhor eu ir andando. – Apressei meus passos até a porta.

– Espera moça.– Não dei ouvidos e saí dali, voltando pra sala junto aos outros.

– Você demorou, aconteceu algo?

– hã… não. Só demorei encontrar o banheiro. – Me sentei novamente ao seu lado.

– O vinho chegou! – Hyuna e Jay entraram pela porta principal. Por um segundo os olhos dele se cruzaram com os meus e, instintivamente, desviei de sua mira, acho que por vergonha pelo ocorrido no shopping ontem.

– Já era tempo. Hyuna, esses são os pais da S/n, e esse aqui é o futuro marido dela. E ela você já conhece, não é mesmo. – Ela sorriu balançando a cabeça e comprimentando a todos. Jay fez o mesmo em seguida e logo se sentaram, à nossa frente é claro. Por que o destino não perde uma oportunidade de me colocar em péssimos lençóis.

O jantar passou sem muitos problemas. Comemos bastante, ou melhor, os outros comeram bastante, eu não consegui digerir aquela comida, ainda mais sabendo quem foi que à preparou. Meus tios não paravam de elogiar o quanto Hyuna era a esposa perfeita, seus dotes culinários, sua etiqueta, seus cuidados maternos. UUUAARGGH! Eu queria vomitar. Meus pais nem sequer me defenderam, soltaram logo um: “ Pois nossa filha não faz nem miojo”. Eu já fiz um transplante de coração, ela já fez um? Acho que não.

Olhei pro prato do Jay e ele também não havia comido quase nada. RAAA!!! Acho que ele também não gostou dessa gororoba aqui. Okay, não vou mentir, parece muito bom mesmo. Mas isso não significa que eu vá dar o braço a torcer.

– Sobremesa! – titia levantou a forma de bolo de chocolate.

– Vou ao banheiro. – Me levantei mais uma vez.

– De novo? Está mesmo se sentindo bem?

– Estou sim, só bebi água demais hoje.

– Lá em cima… – Hyuna se pronunciou.

– É, já estou sabendo.– piranha.

***

– Droga. Ainda não sei onde é o banheiro. Porcaria de casa! – Abri mais uma porta e dessa vez ao invés de me arrepender por ter aberto, fiquei feliz. – Não acredito. Jay Jay!!! – Me joguei no chão pegando meu gato. Ele estava bem diferente de quando o deixei, agora estava velho e gordo, mas ainda estava lindo, na minha opinião, é claro.

– Você conhece o meu gato moça? – e lá estava ela de novo.

– Pra começar… eu me chamo S/n, caso seu pai não tenha dito. E esse gato não é seu. É meu! – Apertei mais o gato.

– Mas meu Appa disse que…

– Eu não ligo pro que ele disse. O Jay Jay é meu.

– NÃO É NÃO!

– É SIM!

– NÃO É

– JÁ DISSE QUE É MEU!

– O Que está acontecendo aqui? – Jay chegou no quarto me vendo com as mãos na botija, ou melhor, no gato.

– Appa! – correu abraçando as pernas dele. – A moça bonita quer pegar meu gato.

– S/n… – me encarou sério.

– Me desculpe, eu não quis gritar com sua filha, mas acabei me exaltando. Obrigada por cuidar do Jay Jay por tanto tempo, irei levá-lo hoje. – coloquei ele no colo e caminhei até a porta.

– Fica. Preciso conversar com você. – Segurou meu antebraço. – Filha, vai pegar sobremesa com a mamãe, sim?! – Me soltou e beijou a menina.

– Mas e meu gatinho? – fez bico e cruzou os braços antes de sair.

– Eu cuido dele.

– Promete?

– Prometo. – Voltou-se para mim e fechou a porta. Agora estávamos a sós, em um quarto de criança.

– O que quer conversar? – Perguntei séria colocando o gato no chão.

– Sobre nós. – Deu dois passos à frente.

– Nós? Não existe “nós”. Você é um homem casado, e eu também serei daqui à alguns dias.

– Você sabe muito bem do que estou falando. – Eu não conseguia ler sua expressão. Seu olhar parecia frio. – Não é isso que você quer, e nós dois sabemos disso. Não sei o motivo pelo qual você me deixou no passado, mas sei que não ama aquele homem lá embaixo.

– O que? Quem é você pra me dizer isso? Você se casou com a Hyuna! Vai me dizer que também não ama ela?

– Não. Não à amo.– paralisei. Então ele realmente não a ama. Por que me sinto tão feliz?

– Mas… vocês têm uma filha. Isso me faz duvidar do que você diz.

– Minha filha eu amo, amo com todo o meu coração e até mais do que eu mesmo. Mas eu não planejei isso, não era minha intenção tê-la.

– Aah claro. Vai me dizer que Hyuna fez ela com o dedo! – Ergui meu indicador. – Eu vou embora.

– Para de palhaçada S/n! – Me puxou pela cintura. Levantei meu rosto para encará-lo, o que ele pretende com isso? – Você o ama? Me diz, ama o Jungkook?

– Amo. – Eu o amo, claro. Jungkook é o homem perfeito, sempre esteve ao meu lado, namoramos por quatro anos, meus pais o adoram, os dele não me amam tanto assim… mas quem liga? – Eu o amo. – falei com mais convicção.

– Faça- me rir. – bufou. – Vi o quanto ficou incomodada com a minha presença lá na sala. Você estava inquieta, nem sequer comeu a comida. Se o amasse como diz, nem se importaria com isso.

– Isso não quer dizer nada. Mas mesmo se tivesse, o que queria que eu fizesse? Dissesse: “ Olha Jungkook, eu não te amo. Acabou, não terá casamento.”

– Não seria uma má idéia. – Piscou.

– E daí você se divorciaria da Hyuna? Faria isso por mim?

– Não. – Eu esperava uma resposta. Só não esperava essa.

– Me largar idiota! – Tentei me soltar mas foi em vão. – Olha se você não me soltar eu vou gritar. Tenho certeza que sua mulher não irá gostar nada de ver você me segurando pela cintura assim. – Fiz minha melhor cara de provocação.

– Ela sabe que não a amo. – Me diz que mulher ainda estaria com ele sabendo disso? Eu não ficava. – Mas eu não posso me divorciar agora. Meu casamento é um negócio, romper com ele significaria perder uma batalha. Além do mais, tem a Min-hee, não faria bem pra ela, ela só tem quatro anos.

– Deixa eu ver se eu entendi. Você quer que eu jogue tudo pro alto pra “ficar” com você, e em troca você continua com sua vidinha perfeita. Me poupe Jay Park.

– Vai por mim, eu sei o que você está fazendo, eu também caí nessa de achar que após o casamento eu me apaixonaria pela Hyuna, e olha pra mim agora, pareço ao menos me importar com ela?

– Você podia ter se separado, mas está junto à ela a oito anos. Acho que também posso aguentar.

– Não minta pra si mesma.

– PARA COM ESSA LADAINHA JAY! – Deus queira que ninguém ouça os meus gritos. – Fala logo o que quer de mim. – Bati minha mão em seu peito nos separando.

– Seja minha amante.