Eu não demorei muito pra entrar, passei pela porta e assim consegui contemplar a bela sala espaçosa e confortável da casa de Jeon. A sala era ampla, as paredes eram em tons claros para dar luz ao ambiente. Os móveis da sala eram tudo preto, o que dava um belo contraste entre as paredes claras. Havia um tapete felpudo no meio da sala, um lustre bem chique pendurado no meio da sala e duas poltronas ao lado do sofá, que se sentasse, daria vista a piscina do lado de fora. Uma grande porta de vidro dava passagem para a parte da piscina, que tinha algumas cadeiras e uma mesa grande, junto com algumas bóias dentro da água. Já do lado da sala, havia a cozinha, que também era na cor preta, junto das cadeiras, armários, eletros e bancada.
Rolei meus olhos pela extensão do local vendo se eu não perdi nenhum detalhe, e assim, sorri ao perceber que aquela casa não se referia a uma “humilde residência” igual Jeon disse quando chegou, e sim que era apenas ironia dele quando disse aquelas palavras.
-Uau. –Min diz assim que pisa dentro da casa, olhando tudo em volta. –Meu sonho de consumo. –Ele diz me fazendo rir de sua fala, sendo acompanhada por Jeon.
-Um dia você sai da casa dos seus pais, hm? –Jeon tira sarro, recebendo um dedo do meio de Min.
Assim que Jeon deixa as malas no canto da porta, eu sigo meus passos para mais ao fundo da casa, chegando até as grandes portas de vidro que separavam a sala e a cozinha da piscina. Logo rolei meus olhos mais um pouco, percebendo uma escada em caracol no canto da sala, bem discreta.
-Onde saímos se subirmos ali? –Eu aponto para as escadas, fazendo Jeon encarar o local para onde eu apontava e sorrir.
-É meu quarto e um banheiro. –Ele diz simplista e eu assinto. –Essa casa pode parecer grande, mas tem apenas um quarto, dois banheiros, uma sala, uma cozinha e essa aérea que eu decidi colocar a piscina. –Ele diz explicando sua moradia e eu assentia com a cabeça. A casa parecia grande, mas era o estilo dos móveis e o local que eles estavam que fazia a casa parecer maior. Jeon tinha bom gosto, por isso fez a casa o mais confortável possível pra ele morar, e ela ficou perfeita.
Eu não podia dizer se o andar de cima era da mesma tonalidade que o debaixo, mas a meu ver, eu acho que possa ser da mesma cor, pois Jeon deve ter seguido uma tonalidade exata para a casa toda. E essa cor, eu tinha que admitir, ela era linda e combinava com o estilo dele.
Sorri ao ver que essa casa era perfeita para ele. Um bom local, uma boa moradia e tudo muito limpo e confortável. Ele se daria bem.
-Bom... Eu vou indo. –Min toma a fala assim que entra para a cozinha. –Vamos S/n. –Ele diz, e, na mesma hora eu tenho o olhar de Jeon em cima de mim, como se ele dissesse “Min não sabe que vai ficar aqui?” e eu apenas neguei com a cabeça.
-Eu vou ficar. –Eu falo convicta, recebendo, quase que no mesmo instante, o olhar de Min em mim.
-Como assim, vai ficar? –Ele diz com os olhos um pouco arregalados, parecendo não acreditar nas minhas palavras.
-Eu prometi a Jeon que eu ficaria com ele, e eu vou ficar. Já tenho quase vinte anos e posso tomar minhas decisões. –Eu digo, mas me arrependo na hora pelo que eu disse, por ter parecido grossa demais. –Desculpe, eu não quis parecer grossa. –Me desculpo de imediato, recebendo um aceno positivo com a cabeça.
-Tudo bem, amanhã eu venho ver como você está. –Min diz naturalmente, me fazendo estranhar. – E você... –Aponta para Jeon. –Não passe do limite. –Ele diz com cara de mau e eu acabo por segurar o riso, pela cara de perdido que Jeon fez.
-E qual seria o limite? –Ele pergunta fazendo aspas com as mãos e Min revira os olhos.
-Apenas um aperto de mãos de boa noite já é o suficiente. –Min fala e eu acabo por rir pela cara de desgosto que Jeon fez. –Vai reclamar? –Meu irmão pergunta ainda com cara de bravo, e Jeon nega. –Acho bom.
Dito isso, Min vem em minha direção deixando um beijo em minha testa, me desejando uma boa noite em sussurro e seguindo em direção da porta. Assim que chega nela, faz um sinal de “estou de olho em você”, apontando para Jeon e passando pela porta. Logo que ele sai, eu encaro Jeon que estava meio receoso. Acabo por rir.
-O que deu? –Eu pergunto me aproximando divertida, vendo a cara de espanto que ele estava naquele momento.
-Se no meio da noite Min aparecer no meu quarto, eu não vou ficar quieto. –Ele diz e eu acabo por rir do pensamento dele.
-Relaxa. Min não é louco. –Eu digo me aproximando e rodeando meus braços pela cintura dele, apoiando minha cabeça em suas costas.
-Mas é desgovernado e completamente sem noção. Não duvido que ele apareça de madrugada pra dar uma olhada. –Ele diz e eu solto um riso nasal pelo “medo” que Jeon estava sentindo de Min.
-Já disse para não se preocupar. –Eu falo me soltando de Jeon e o virando para minha frente.
-Eu estou com medo de te beijar. –Ele diz olhando para a porta e eu acabei por rir.
-Ele não vai aparecer. –Eu falo rindo da sua cara e ele volta a me encarar.
-Um aperto de mão não é nada mau também. –Ele diz esticando a mão em minha direção e eu acabei por rir do medo que ele estava por meu irmão surgir do nada e passar por aquela porta.
-Bobo. -Eu digo batendo em sua mão, a afastando de mim.
[...]
Eu e Jeon não fizemos muita coisa naquela manhã, ficamos sentados no sofá vendo televisão, conversando ou curtindo um ao outro. Quando deu a hora do almoço, decidimos comer fora, pois não sabíamos o que cozinhar, e Jeon não tinha feito compras no mercado, pois não sabia que seria expulso de sua antiga casa do nada pelo seu pai, mas isso não nos deixou para baixo, nós fomos ao restaurante perto da casa dele e comemos, assim, voltando para casa quando terminamos.
Assim que adentramos a casa, Jeon decidiu que deveríamos fazer as compras no mercado, pois de agora em diante já precisaríamos da comida, e eu não neguei. Então assim, eu e ele fomos para o mercado de pé porque Jeon não se encontrava com carro agora.
Ele precisaria de um.
Não demoramos muito, e chegamos ao mercado pegando apenas o necessário. Como não estávamos de carro, levamos as sacolas com nossas compras no braço, não demorando para chegar em casa, pois o percurso não era longo.
Passamos pela porta e seguimos para a cozinha com as sacolas. Eu as coloquei em cima da bancada e comecei a retirar as coisas de dentro delas, enquanto Jeon ia guardando as coisas nos respectivos lugares. Foi engraçado, ora ou outra Jeon fazia alguma palhaçada que me fazia rir.
Era perfeito. Eu amava esses momentos e gostaria que eles não acabassem. Estar ao lado de Jeon em si, já era o suficiente, já era perfeito. Estar com a pessoa que eu amo e não viver mais aquele “pesadelo” que eu vivia, por pensar que nunca seria correspondida ou que nenhum homem ficaria comigo, já passou, porque agora eu estou sendo amada.
E sendo amada de verdade.
Sorrio abobada quando vejo Jeon aparecer em me campo de visão. Eu estava sentada no sofá da sala assistindo alguma coisa na televisão e Jeon disse que faria alguma coisa no seu quarto. Agora ele havia descido e eu sorri ao perceber ele todo fofo vindo em minha direção.
-O que foi? –Eu pergunto um pouco desconfiada dele se aproximar e deitar a cabeça em meu colo, pedindo carinho.
-Nada. –Ele diz simplista. Ele fecha seus olhos pelo carinho que eu faço em seus fios, ele sorri, abrindo os olhos depois de alguns segundos com eles fechados e me encara. Eu ainda estava desconfiada pelo seu ato de agora pouco.
-Você está estranho. –Eu falo e acabo por rir ao perceber ele fazer um biquinho de raiva.
-Só estou o mesmo de sempre. –Ele diz cruzando os braços. –Você estava reclamando que eu não estava querendo te beijar por causa do Min, mas agora que eu quero você não me dá bola. –Ele diz fazendo cara de choro e eu ri nasalmente pelo bico que ele fez como se me pedisse, “me beija logo”. Eu reviro os olhos e me aproximo selando nossos lábios em um curto beijo, o fazendo sorrir mínimo.
-Não está com medo de meu irmão aparecer? –Eu pergunto sorrindo provocativa o encarando nos olhos o vendo negar varias vezes com a cabeça.
-Essa é a nossa realidade agora, ele goste ou não. –Jeon diz sorrindo e eu jogo minha cabeça para trás rindo. Ele levanta a cabeça de meu colo, se sentando ao meu lado e me encarando nos olhos. –Eu te amo. –Ele fala me encarando no fundo dos olhos, como se olhasse minha alma, arrepiei diante do toque suave de suas mãos em minha nuca.
Ele sorri assim que percebe que eu estava arrepiada pelo seu toque e se aproxima selando nossos lábios em curtos selinhos, mas logo lambe a minha boca e adentra a sua língua na mesma. Seguimos com sincronia e leveza no beijo delicado. Jeon me puxa para mais perto e assim eu faço, me aproximando. Apoio minha mão em sua cintura, apertando a barra da camiseta e ele prende os dedos em meus fios, dando um selinho estalado, mas logo voltando a continuar com o beijo. Nossas línguas estavam em uma batalha dentro de nossas bocas, ora puxando meu lábio inferior, ora lambendo os mesmos, Jeon ia cada vez dando mais velocidade e deixando aquele beijo mais fervoroso e necessitado. Deixei um selinho estalado e demorado em seus lábios antes de me afastar por conta do ar faltante. Ele sorri e acaricia meus fios, colocando um pedaço do meu cabelo atrás de minha orelha.
-Eu vou tomar um banho e depois você pode ir se quiser. Podemos assistir a um filme depois que acabarmos. –Jeon sugere e eu assinto com a cabeça o vendo se levantar. –Eu já desço.
Dito isso, Jeon se levanta, deixando um último selar em meus lábios e seguindo o seu caminho para as escadas. Assim que ele some de minha vista eu sorrio amplamente e escondo meu rosto de vergonha em minhas mãos, rindo de mim mesma em seguida. Eu sou patética. Às vezes eu me acho como se eu fosse uma garota de quinze anos com seu primeiro amor.
Mas Jeon é o meu primeiro amor desde aquela época. E como eu não tive a oportunidade de ser uma adolescente de quinze anos apaixonada, eu estou tendo agora, e definitivamente eu pareço uma estranha agindo desse jeito, como se eu ainda tivesse meus quinze anos.
Mas é engraçado, parando pra pensar.
Decido deixar esses pensamentos de lado e decidi fazer uma coisa completamente vergonhosa, mas ao mesmo tempo corajosa. Eu iria subir. Sorrio pensando na merda que eu estava prestes a fazer, e então, vou em direção das escadas, percebendo barulho vindo do quarto. Percebo que as cores eram exatamente as mesmas que do primeiro andar, e assim eu congelo ao visualizar Jungkook com uma toalha enrolada em sua cintura e seu peito desnudo. Arregalo meus olhos quando seu olhar vem pra mim e seu sorriso preenche seu rosto.
-O que faz aqui? –Ele pergunta normalmente, e eu apenas sorrio envergonhada me arrependendo só um pouco por ter pensado em fazer isso.
Força S/n. Diga a sua vontade. Você já está aqui, não tem por que fugir.
-Vim ver se precisava de ajuda. –Solto, me arrependendo um pouco por parecer tão sem vergonha e fácil nessa situação. Eu não sou fácil, por que eu disse isso?
-Eu adoraria a sua ajuda. –Ele diz sorrindo e se aproximando de mim.
Eu percebo Jeon se aproximando de meu corpo aos poucos, mas eu não conseguia o encarar nos olhos, até que eu ouvi uma palavra, uma palavra que me deixou completamente calma, e me fez conseguir encará-lo nos olhos.
"Relaxa"
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