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História Meu Sol - Convite


Escrita por: Orochimaju , adolf0 e @3tangfei

Capítulo 14 - Convite


Fanfic / Fanfiction Meu Sol - Convite

Após dois cansativos dias de uma viagem sem paradas, o Kazekage, acompanhado por Ino e Onigiri, passava pelos portões de Sunagakure. Temari, depois de discutir brevemente o assunto com o irmão mais novo, confirmando com o mesmo que não teria problema ausentar-se mais alguns dias de seu trabalho em Suna, decidiu permanecer em Konoha. Afinal, estava na hora de começar a organizar os detalhes de seu casamento; e se dependesse da boa vontade de Shikamaru, jamais teriam uma festa decente. Tudo envolvendo a parte formal da cerimônia era visto como “um saco” para o conselheiro do Hokage.

E Sabaku no Temari não se contentaria com uma reuniãozinha entre amigos no Ichiraku Ramen.

A viagem, para os dois que retornaram, fora absurdamente exaustiva, com mais tempestades de areia que o normal. Ao passar pelos portões da Vila da Areia naquela manhã, Ino não poderia se sentir mais confortável e feliz. Mesmo que estivesse por lá há pouco tempo, sentia-se em casa, acolhida pelo calor do deserto.

— Ah… Finalmente chegamos! — A loira exclamou assim que entraram em casa, erguendo os braços acima da cabeça. — Acho que vou tomar um banho e descansar um pouco.

— Sim, faça isso. — O Sabaku falou, tirando o casaco pesado e pendurando-o no cabide atrás da porta da sala.

— E você? — A kunoichi questionou-o.

— Eu estou indo ao gabinete, para tomar ciência do que aconteceu em minha ausência.

— Como? — Falou brava. — Gaara, nós acabamos de chegar de uma viagem cansativa e você já vai trabalhar? — Ela cruzou os braços em frente ao peito, fazendo um bico. — Daqui a pouco você desmaia de cansaço!

Gaara curvou os lábios em um sorriso, satisfeito, e até mesmo feliz, por saber que a loira preocupava-se. Aproximou-se da Yamanaka, fazendo um leve carinho em seus cabelos.

— Logo eu volto e descanso um pouco também.

— Uhn, é bom mesmo!

Ela pegou a bolsa onde estava Onigiri, encaminhando-se à escada, a fim de seguir em direção ao seu quarto. Estava sentindo-se imunda, deveria ter areia em lugares inimagináveis de seu corpo.

— Ino.

Ela parou então, após subir o terceiro degrau da escada, olhando por cima de seu ombro para olhar Gaara, que a chamava.

— Sim?

— Vamos sair para jantar hoje. Esteja pronta às oito.

A loira arqueou levemente uma das sobrancelhas, surpresa com o convite (que não soara exatamente como um convite).

— Algum motivo especial?

— Eu ainda não lhe entreguei seu presente de aniversário.

Ino abriu um sorriso de orelha a orelha, sentindo o rosto esquentar. Novamente, e pela enésima vez desde que começara a se envolver com Gaara, uma sensação estranha tomou se estômago e seu coração deu um pulo.

— Tudo bem. — Ela assentiu com um movimento de cabeça, voltando a subir as escadas e escutando o “até mais tarde” do ruivo, que deixava a entrada da casa.

Assim que entrou em seu quarto, ela tirou Onigiri de dentro da bolsa de viagem, colocando-o sobre a cama. Correu, em seguida, ao banheiro, enchendo a banheira e tirando as roupas sujas de areia.

Jogou-se na água, mantendo o corpo todo submerso, salvo pela cabeça repousada na borda de porcelana. Mantendo o sorriso no rosto, ela pensava novamente que estava voltando à adolescência, lembrando-se das reações que Gaara lhe causava.

Após tomar banho e secar os cabelos, Ino voltou ao quarto e abriu todas as portas de seu guarda-roupas provisório. Colocou as mãos nos quadris, encarando as peças que estavam lá dentro.

— Que roupa você acha que eu devo usar, Onigiri? — Falou, virando o rosto para o gato branco deitado em sua cama.

Onigiri não se preocupou nem em erguer o focinho e continuou adormecido, ignorando o chamado de sua mãe.

Hunf. Já vi que vou ter que me virar sozinha mesmo, não é? — Murmurou aborrecida.

Aproximando-se do guarda-roupas, começou a vasculhar entre os cabides, à procura de algum vestido que fosse de seu agrado. Por julgar que qualquer roupa que escolhesse fosse lhe cair bem, Ino não costumava ser uma mulher tão indecisa com aquele tipo de assunto. Mas, era a primeira vez que saía formalmente com seu namorado, queria estar impecável. Por fim, após separar algumas peças e prová-las, escolheu um vestido curto e de mangas longas bordô, completando com um par de saltos pretos.

Satisfeita com suas escolhas, deixou tudo em cima da cadeira da penteadeira e guardou o restante.

Deixando-se levar pelo cansaço da viagem, a Yamanaka espreguiçou-se e deitou na cama, ao lado de seu filhote, rendendo-se ao sono.

 

Aliviado pelo retorno de seu irmão mais novo, Kankurou abraçou Gaara (que estranhou seu gesto) e atualizou-o sobre os poucos acontecimentos em Suna durante sua ausência. O Kage resolveu liberar o irmão de suas tarefas oficiais do dia, oferecendo-lhe uma merecida folga, e passou a organizar alguns documentos em seu gabinete, curiosamente inquieto.

Algumas horas depois, enquanto lia e relia os papéis, o ruivo remexia as pernas para cima e para baixo, tentando inutilmente se concentrar na leitura. Frustrado, largou os documentos sobre a mesa, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.

“Mas que infernos, por que estou assim?”, perguntava-se, jogando a cabeça para trás e apoiando-a no encosto da cadeira, mantendo os olhos fixos no teto. “Acabei de vê-la, mas já estou sentindo falta de sua companhia”, lembrou-se da loira de olhos azuis, constatando que sua ansiedade tenha nome, sobrenome e era incrivelmente linda.

Suspirou, dando-se por vencido e encerrando seu dia de trabalho. Recostou-se em sua cadeira, dando uma breve olhada no relógio de parede logo em frente. Eram sete e quinze da noite e, pela janela de seu escritório, viu o céu azul marinho repicado de estrelas, que resplandeciam à luz do luar. Konoha possuía realmente o clima mais agradável dentre os grandes países; contudo, sem dúvidas, era posse de Sunagakure a noite mais bela.

Se já conhecia bem Ino, àquelas horas ela estava bem vestida e curiosa, graças ao convite que fizera para jantar. Ser Kage tinha suas vantagens, conseguira reservas no melhor e mais disputado restaurante da vila com poucos dias de antecedência e o presente, algo artesanal, fora encomendado e finalizado em tempo recorde. Não gostava de usar suas influências para tirar proveito pessoal, mas aquela era uma ocasião especial. As palavras trocadas com Naruto, há dois dias, ainda ressoavam em sua mente e, de fato, suas respostas ganhavam cada vez mais significância.

 

Flashback

— Então, você e Ino estão mesmo juntos? — O Hokage questionou, após finalizarem uma rápida conversa inicial como líderes de suas respectivas vilas. Não que faltassem assuntos de cunho oficial, mas, naquele momento, Naruto estava mais interessado em uma casual conversa entre dois amigos.

— Sim. — Gaara respondeu sucintamente.

O loiro sorriu em contentamento. Gaara tinha um pouco de si mesmo e de seu passado, tendo sido também um Jinchuuriki. Entendia como ninguém o tipo de vazio existencial pelo qual passara por muitos anos; deste modo, vê-lo progredir e abrir, aos poucos, seu mundo para outra pessoa era algo que, definitivamente, alegrava ao Uzumaki.

— Gaara, eu não quero bancar o irmão mais velho, mas Ino perdeu os pais na guerra e, como Hokage, a tenho como parte da minha família. — Naruto tomou novamente a fala, mantendo o tom da voz tranquilo. — E ela também é uma boa amiga, tanto minha quanto da Hinata.

O ruivo franziu o cenho. Entendia as palavras de Naruto, mas não o porquê de as estar usando.

— Você pode ser direto, Naruto.

— Vocês dois são meus amigos, na verdade. — Ele cruzou os braços, esforçando-se para parecer sério. Pensava no assunto desde que, no dia anterior, conversara rapidamente com Gaara sobre isso. Inoichi-san não estava ali para terem aquele tipo de conversa e Shikamaru falou que era problemático demais e não se intrometeria. Se repetia todos os dias para si mesmo e para outros que a Vila da Folha era inteira sua família, então tinha certeza que Gaara o entenderia. — Mas, afinal, quais são suas intenções com a Ino?

O Kage de Suna cruzou os braços, franzindo o rosto em dúvida. Lembrou-se de que, quando Temari iniciou um relacionamento com o Nara, Kankurou o fez a mesma pergunta. Mas, na época, seu irmão mais velho usara um tom de deboche bastante diferente dos traços sérios que Naruto usava. Ou tentava, já que não precisava ser perito em expressão para ver o esforço que o Hokage fazia para manter a seriedade.

— Minhas intenções? — Ele levou uma das mãos ao queixo. — Não entendi sua pergunta, Naruto.

— Vocês não são mais tão jovens e, querendo ou não, você é o Kazekage. — Naruto explicou, não aguentando a pressão e relaxando o rosto, voltando a exibir seu sorriso de sempre. — E a Ino é uma jounin de Konoha, muito importante para o nosso serviço de inteligência, inclusive. Se você está sério nisso, eu abro mão de ter uma kunoichi com as habilidades dela aqui na vila, com muito gosto. Mas, você vai ter que de convir comigo que os velhos da sua vila também vão começar a te questionar.

— Eles vão questionar minhas intenções com a Ino?

Naruto soltou uma risada alta, fazendo o cenho do Kazekage franzir ainda mais. Gaara era um comandante de guerra, tão astuto quanto forte. Mas, no que tangia a vida comum de um homem, tinha muito a aprender ainda.

— Gaara, o cargo de Kazekage é hereditário.

— Você está me deixando confuso.

— Os velhos da Areia vão te cobrar, em breve, um casamento e herdeiros.

— Temari e o Ohnoki-san disseram o mesmo. — Comentou.

— Eu sei que o que você e Ino têm é recente. — Naruto continuou, desistindo de parecer sério. Ser direto fazia mais seu estilo, realmente. — O que eu quero falar é que se você não pretende ter nada sério com ela, não leve isso para frente. Ino é uma pessoa boa e parece gostar de você e, quanto mais o tempo passar, mais ela vai se machucar depois.

— Quando Ohnoki-san tocou no assunto, ela foi a primeira pessoa que me veio à mente. — Confessou. — Mas, não quero pressioná-la nem apressar as coisas. Se sua dúvida é sobre meus sentimentos por ela, posso te garantir que são verdadeiros.

Naruto expirou em alívio, e antes que pudesse fazer mais comentários, Gaara completou:

— Temos até um filho juntos.

E então seus olhos se arregalaram.

— O QUÊ?!

— O Onigiri, eu sou responsável pela ração da manhã.

— Onigiquê?

— Onigiri, o gato.

Sentindo o pulso desacelerar após o susto, o Hokage riu alto. Gaara tinha o dom de fazer coisas bobas soarem engraçadas.

Flashback

Dando-se conta de que faltavam poucos minutos para seu compromisso com Ino, e de que ainda precisava de um banho, o Kazekage deixou seu gabinete oficial para seguir de volta à sua casa. Àquelas horas, ainda havia muitos shinobis pelo prédio, exercendo suas funções burocráticas e o cumprimentando assim que o viam passar.

Prestes a dobrar um dos corredores que levavam à saída do prédio, Gaara teve sua atenção tomada por duas vozes agudas que cochichavam alto o suficiente para que qualquer um conseguisse ouvir. Geralmente, passaria reto e ignoraria aquele tipo de situação, porém, ao escutar o conteúdo da conversa, sentiu-se brevemente interessado.

— Juntos, Matsuri-san. Eles chegaram hoje de Konoha juntos.

— Mas e a Temari-san não os acompanhava? Elas são amigas.

— Não! Só o Kazekage-sama e a kunoichi da Folha. Ah, e aquele gato imundo que ela adotou e que a segue para onde vai. — A outra falava com a voz afetada, fazendo o Kage franzir o cenho. — Como ela ousa adotar um bicho se nem está na própria casa? É mesmo uma mal educada, não?

Matsuri balançou a cabeça positivamente.

— Eu já disse, Midori. Ela é só diversão, daqui a pouco vai embora e o Kazekage-sama esquece dela.

Gaara, de onde estava, arqueou uma das sobrancelhas. Tinha ciência de que alguns comentários acabariam sendo criados, afinal ele era uma figura pública. Mas, escutar duas kunoichis fofocando daquela forma sobre Ino, sem ao menos conhecê-la, fez seu sangue ferver. Aproximou-se então e elas, assim que notaram sua chegada, trataram de encerrar a conversa.

— Boa noite, Kazekage-sama! — Ambas o cumprimentaram, inclinando respeitosamente o tronco.

— Matsuri. — Gaara chamou a única kunoichi que conhecia pelo nome, mantendo o tom impessoal e o olhar indiferente. — Eu gostaria que minha mulher não fosse mencionada de forma desrespeitosa.

As duas kunoichis imediatamente se entreolharam, visivelmente surpresas e corando da cabeça aos pés.

— E o que se passa dentro de minha casa, não é do interesse de ninguém. — Completou.

Diante o silêncio constrangedor de ambas e de sua falta de reação, Gaara deu as costas e seguiu seu caminho, certo de que o recado estava dado.

Suspirou, incomodado. Assim como Konoha era a família de Naruto, Suna era a sua. E o aborrecia vê-los julgar Ino e reduzindo o que tinham de maneira tão vulgar. Claramente não era um tirano que puniria àqueles que não simpatizavam com a presença de Ino na Vila, mas com certeza deixaria instruções à Kankurou quanto ao assunto.

Ao abrir a porta da recepção do prédio e sentir o vento gelado tocar sua face, Gaara balançou brevemente a cabeça, como se tirasse de sua mente o assunto por ora. Não queria estar de mau humor quando encontrasse a Yamanaka, afinal, gostaria de aproveitar plenamente sua companhia.

Lembrando da loira, sentiu o incômodo ser substituído por uma pontada de ansiedade. Inspirando o ar gelado da rua e seguindo o caminho de volta para casa, ele perguntava-se mentalmente: “Será que ela vai gostar do presente?".


Notas Finais


\o/ Oi, Gente!
Em agradecimento aos 100+ favoritos, estamos preparando uma oneshoot spin-off especial de Meu Sol! Em breve postaremos aqui para vocês :)
O que será que o Gaara vai dar pra Ino, hein?
\o/ Saberemos no próximo capítulo kkk
Bjs da Adolf0!


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