Pov Coraline.
Sentada na mesa de jantar, encarando as expressões sorridentes nos rostos dos meus pais, e o nervosismo na cara de Senhor Park, lá estava eu. Usando uma calça jeans com os joelhos rasgados, e uma camiseta larga por cima.
- Não quero um grude vinte e quatro horas no meu pé. - eu repeti a mesma coisa de duas horas atrás, olhando para o mais velho sentado ao lado de minha mãe, já que a ideia havia partido dele.
- Cora, você não tem escolha. - Minha mãe respondeu, calma.
- Eu tenho. Se eu tenho escolha para escolher as minhas roupas ou o que eu quero comer, eu tenho escolha de não QUERER um babaca na minha cola o tempo todo. - expliquei, calma, intercalando minha atenção nos três presentes na mesa.
- É diferente, meu bem. - minha mãe tentou explicar, mas eu não dei ouvidos.
- Diferente porquê? - indaguei, já ficando irritada com aquilo tudo. - Porquê o meu pai faz as cagadas e eu que pago o pato? - perguntei, debochada e meu pai, bateu a mão na mesa, causando um estrondo.
Ele parecia bravo, o que era bem raro. Ainda mais, comigo.
Posso contar nos dedos quantas vezes ele se irritou comigo, e sem dúvidas, não foram muitas. Três no mínimo.
Quando eu quebrei o vidro de sua bmw quando jogava vôlei com Yuna. Aos sete anos.
Aos dezesseis anos. Quando eu matei aula pela primeira vez para sair com meu ex namorado, e ele descobriu.
E agora, com dezessete. Por falar mal de seu trabalho.
- Qual é, pai! Você, eu e todo mundo sabe que é verdade! Você quem faz as merdas e depois, a mamãe e eu pagamos!
- Coraline. - meu pai falou, calmo. A voz baixa, os olhos atentos aos meus. Ele não parecia estar bravo, só queria que eu entendesse.
- Pai.. - tentei imitar minha melhor expressão de cãozinho abandonado, mas tudo que eu ganhei foi um pequeno sorriso curto, e uma expressão preocupada.
- Cora, meu bem.. Eu sei que você não gosta, mas tente entender. Estão ameaçando te matar! Eu não posso deixar você solta por aí, sabendo que você corre risco de vida. O segurança vai cuidar de você, e vai pegar os bandidos que estão te ameaçando... E depois disto, eu prometo que mandarei o guarda-costas embora. - explicou ele, sem desviar os olhos para o segurança fiel ao seu lado.
Suspirei, frustada.
- Pai, mãe. Vocês já encheram essa casa de câmeras. Cada canto dessa casa tem três câmeras me filmando! Fala sério! Eu já não tenho privacidade! Se o medo de vocês é que eu seja assassinada me deixem trancada aqui dentro, e contratem apenas uma professora particular. Mas, por favor, não me deixem amarrada a um segurança, por favor!! - eu estava quase implorando, mas pela expressão tranquila no rosto de senhor Park, não havia mais nada que eu fizesse e fasse que adiantaria.
- Tarde demais, Cora. Já estamos procurando seu guarda-costas. - Meu pai avisou, com um sorriso, enquanto se levantava da cadeira almofadada, onde pegou seu paletó que estava pendurado e o vestiu rapidamente.
- Fique em casa hoje, quando chegarmos já teremos a ficha do seu segurança, senhorita Lee. - Senhor Park avisou, e meu pai se apressou em beijar minha testa. Deu um selar rápido em minha mãe, e se afastou sendo seguido pelo companheiro de fé.
- Tente entender seu pai, meu bem. - Minha mãe murmurou, com um sorriso curto na minha direção. - Ele só está preocupado com você. - Minha mãe explicou, e eu assenti, irônica.
- E só por estar preocupado ele acha que pode mandar um homem desconhecido ficar na minha cola exatamente o tempo todo? - Perguntei, arqueando as sobrancelhas na direção da mais velha.
- Cora...
- Qual foi, mãe. Se fosse você no meu lugar, você se sentiria da mesma foram! - resmunguei, e ela assentiu, levemente ressentida. - Eu não tenho culpa se o papai errou.
- Coraline, na fale mal do trabalho do seu pai! - minha mãe me repreendeu, e eu revirei os meus olhos, imediatamente.
Soltei uma risada baixa ironizando o fato de que meu pai está usando a imagem de um cara morto para se promover.
- Se você diz que usar a imagem de um bandido morto é trabalho, quem sou eu para discordar? - falei, irônica.
- Não vou ficar discutindo com você, Coraline! Você só tem dezessete anos, e por lei, nós ainda mandamos em você. O segurança chegará em breve, e enquanto isso fique em casa. - A coreana se levantou, ajeitou o vestido qual usava e me deu um beijo na cabeça. - Vou trabalhar, te vejo mais tarde. - depois de pegar sua bolsa de ombro, ela sumiu indo na direção da sala de estar.
E eu continuei sentada numa das cadeiras almofadas, olhando para o café da manhã apetitoso sobre a mesa, sentindo minha fome descer pelo ralo.
Alguns dias atrás.
A primeira coisa que costumava fazer quando acordava era pegar o meu celular e verificar minhas redes sociais. Mas, naquele dia, eu preferi tomar banho e fazer minhas higienes.
Depois de já estar pronta, e com meus cabelos úmidos penteados, eu desci para o café, enquanto abria todas as notificações mais importantes. E uma delas, chamou minha atenção: um e-mail.
Eu não costumava receber tantos e-mails, sempre que eu recebia eles eram bem raros. E sempre eram de agências de modelos, e os professores da escola.
Mas, aquele e-mail tinha um nome diferente.
@Xxxx.1.8.1.8.morte_vingada
Algo me dizia que aquilo não era nada demais, e sem prestar atenção, imaginei que era uma das baboseiras de Seokijin, meu melhor amigo.
Me juntei aos meus pais para o café da manhã, e enquanto comiamos waffles com chocolate e mel, Senhora Jung, a governanta apareceu na sala de jantar, com uma caixa entre as mãos. Ela explicou que havia meu nome na caixa, mas não havia destinatário.
Minha curiosidade atiçou, e com sede, eu abri a caixa, tomando um grande surto com que havia dentro da mesma.
Pitty's. - Meu urso de pelúcia que eu havia ganhado aos dois anos de idade dos meus pais. - sem a cabeça. E junto dele, havia uma folha de papel dobrada ao meio.
Meus pais pularam com o susto assim como eu, e enquanto meu pai pegava a folha de papel para ler, minha mãe procurava na caixa alguma coisa que denunciasse quem mandou aquilo lá.
“Lee Coraline.
Espero que entenda o que seu urso de pelúcia significa. Eu o preparei pensando em você! Se você não entendeu o que eu quis dizer com o coitado Pitty's, eu faço questão de explicar.
Eu vou caçar você, vou matar você e vou usar sua cabeça como prêmio. E aí, seu pai vai sentir a dor de perder alguém especial. Alguém como você, que ele ama tanto. Eu não quero dinheiro, e se quiserem podem chamar a polícia. O que eu quero, ninguém pode me dar. Só você, Lee Cora. E eu vou te encontrar, custe o que custar.
Atenciosamente: @Xxxx.1.8.1.8.morte_vingada
Aquele nome não me era estranho... E com um impulso, eu corri na direção do meu celular e abri as notificações dos e-mails, indo de encontra ao último e-mail recebido. De um tal de: @Xxxx.1.8.1.8morte_vingada.
- Mãe? - Minha voz estava fraca, e eu já começava a tremer.
A mais velha correu na minha direção e tirou o celular das minhas mãos, logo se apressando em ler em voz alta para que meu pai pudesse escutar.
@XXXX.1.8.1.8MORTE_VINGADA: Lee Cora,
Se eu fosse você, vestiria seu hobby rosa de seda, e desceria até o primeiro andar, para pegar uma caixa que eu deixei de presente para você em frente a porta da sua mansão.
Eu preparei com carinho. Espero que goste.
Aliás, você está extremamente bonita hoje. Esse pijama de mini sorvetes deixa suas coxas apetitosas.
09:36 AM
Depois daquele dia, meus pais começaram uma busca incansável por um guarda costas bem útil, e bastante confiável.
Afinal, naquele momento, ninguém era bom o bastante para proteger a filha do juíz Lee s/p.
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