História Meu Verdadeiro Amor - Um Quase Primeiro Beijo

Anna tinha levado Elsa para o quarto. Após o resultado do resfriado repentino da rainha, sua irmã decidira colocá-la para repousar. É claro que ela teve de interromper a festa antes do fim, porém ela se sentia estranhamente feliz com a chance de poderem ficar a sós e aproveitarem o resto de seu aniversário juntas.

— Acho que já está boa para você tomar.

— Oh, Anna, você não precisa esfriar a sopa pra mim. Posso fazer isso por mim mesma.

— Eu sei que pode, Elsa. Mas hoje estou cuidando de você. Portanto, sem reclamações e abra a boca... — pediu Anna segurando uma colher

Elsa deu um sorriso e obedeceu.

Após tomar grande parte do caldo quente, a rainha fazia sinal para a irmã de que estava satisfeita.

— Que tal? — perguntou Anna

— Saborosa. Obrigada, Anna.  Mas talvez você tenha esfriado demais.

— Não queria que você se queimasse.

Elsa sorriu.

— Acho que se isso acontecesse eu poderia dar um jeito, não é? — Ela abriu e fechou uma das mãos.

— Oh, Elsa, querida. Não acho uma boa ideia você usar seus poderes enquanto estiver resfriada. Viu só quantos bonequinhos de neve surgiram? — observou Anna com uma pontada de humor

A expressão de Elsa caiu um pouco e ela parecia embaraçada.

— Eu sinto muito, Anna. Nem uma simples festa de aniversário eu fui capaz de fazer pra você sem tudo virar uma bagunça de gelo.

Anna sentiu uma fisgada de culpa pelo que dissera e se mudou de lugar ficando ao lado da irmã.

— Você não fez uma bagunça de gelo. A festa foi perfeita! — afirmou sorrindo — Eu adorei cada parte da surpresa que você me preparou! E aqueles pequeninos de neve eram tão fofos! Mais uma vez você foi capaz de criar vida com seus poderes. Isso é tão especial, Elsa. — declarou Anna com olhos brilhantes

Elsa deu um sorriso genuinamente feliz com o que acabara de escutar. Anna amava aquele sorriso em particular. Esse que ela só vira poucas vezes e sempre direcionado a ela.

— Anna,  você é tão doce e gentil. Você que é especial. — afirmou a rainha acariciando-lhe a bochecha.

Anna sentiu um calor no peito ao ouvir tais palavras e sentir aquele carinho suave.

— Você só diz isso porque sou sua irmã — jogou Anna querendo saber o que sua irmã diria

— Não é verdade. – Negou Elsa traçando os dedos da bochecha até uma das tranças de Anna. — Bem, é algo relevante. Conta bastante. Mas o motivo principal é porque é verdade. Eu vejo em você toda vez que te olho, e acredite em mim, Anna, eu sempre a observo. Você é especial sim. — Ela escorregou os dedos da trança e apanhou um copo de água na mesinha ao lado.

Anna apenas a observava, enquanto curtia a sensação de carinho recente em seu rosto. Elsa tinha um poder de gelo extremamente forte, mas suas mãos eram quentes. Toda vez que ela sentira seu toque suas mãos estavam aquecidas.

— Me perdoe, Elsa. Mas sabe que estou feliz de você ter ficado resfriada?

— O que?! — balbuciou a rainha confusa

Anna deu uma risadinha.

— Sim! Pois assim estou tendo a oportunidade de cuidar de você. Você não poderia me dar melhor presente! — exclamou ela — Ou poderia?

Elsa parecia intrigada e curiosa.

— O que seria, Anna? — indagou interessada

Anna refletia e ideias diversas corriam por sua mente.

— Vamos deixar para quando você estiver recuperada.

Elsa franziu a sobrancelha, mas decidiu aceitar. Ela sentia-se sonolenta.

— Está bem. Qualquer coisa que você queira, Anna. — declarou

“É mesmo?” pensou a princesa.

— Irei me trocar e voltarei pra dormir com você. Tudo bem? — pediu a mais nova

— Anna, não precisa se preocupar. Eu ficarei bem.

— Mas eu quero. — choramingou ela — Você não?

Elsa queria. Dormir junto. Acordar junto. Passar o tempo que fosse para que se conhecessem como estavam agora. Mas em certos momentos ela sentia um nervosismo confuso ao redor de Anna.

— Tudo bem. Não quero te pressionar. — falou Anna resignada

– Desculpe, Anna. Eu quero sim. Quero muito.

Anna sorriu. Sua expressão rapidamente se iluminara.

Ela saltou de pé animadamente.

— Então eu já volto.

Talvez se Anna fosse menos estabanada, e Elsa suspeitasse que ganharia um beijo na bochecha tal incidente fosse evitado. A princesa se inclinou para beijar a face da irmã quando Elsa iria responder-lhe. Não foi exatamente nos lábios, em cheio pelo menos. Foi mais no canto, na lateral. Mas o suficiente para causar sensações inesperadas em ambas.

Anna não recuou, como se esperaria após esse tipo de incidente, ela deixou os lábios no canto da boca da irmã e então seus batimentos aceleraram em demasia e ela se inclinou ereta. Sentindo sua face esquentar. Elsa, por sua vez, estava com os olhos arregalados e visivelmente ruborizada.

— Puxa que e-eu quase... — Gaguejou Anna. — Volto em breve! — ela saiu rapidamente, sem esperar pela resposta de Elsa.

Elsa estava nervosa e sentia sua garganta seca. Ela tocou o local onde Anna pousara o desajeitado quase beijo, e traçou os dedos lentamente.

— Eu fui beijada? — perguntou-se num sussurro