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História Meu vizinho - Capítulo 6


Escrita por: Luhander

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Meu vizinho - Capítulo 6

P.O.V Jason

-Mark, o que é isso no seu pescoço?- Perguntei ao ver várias marcas roxas.

Ele olhou pra mim com aqueles olhos brilhantes e chorosos, expressavam tanta tristeza. Ele não conseguia falar apenas soluçava. Eu já sabia o que tinha acontecido. Não sou tão burro, eu só não entendia o porque fazer isso com uma pessoa que nem ele. Tão pequeno e frágil. Eu queria saber quem tinha feito isso com ele. Não pra me vingar, não mesmo.

Mas pra vingar ele. Eu sabia que depois daquilo ele ficaria terrivelmente apavorado se chegasse perto de outra pessoa desse jeito, que sua confiança fosse impossível de ter novamente, e o pior de tudo, tinha medo dele ficar tão triste e acabar fazendo alguma coisa irresponsável ou mal pensada. 

Seus soluços ficaram mais forte então eu disse:

-Mark, quer ir lá pra casa? 

-E-Eu ... - Tentou falar mas voltou a chorar e me abraçou de volta tentando esconder o rosto em meu abraço. O virei ainda abraçado comigo, fazendo ficar do meu lado e fomos andando até minha casa.

Chegando lá vi que minha mãe tinha saído, ele tinha comentado alguma coisa com aula de Yoga. Mark no meio do caminho pra cá já estava exausto de tanto chorar então o coloquei em minhas costas fazendo-o jogar seus braços sobre meus ombros e colocando uma perna de cada lado. Subi com ele as escadas e o coloquei deitado na cama. Tirei seus sapatos devagar, pra não acorda-lo, e o cobri. Sentei na cadeira que tinha ali perto e fiquei olhando pra ele.

O nariz um pouco avermelhado pelo fato de ter chorado muito, os cabelos um pouco bagunçados, as mãos bonitas perto de seu rosto apertando o lençol e as marcas...

Não consegui tirar meus olhos dali. Eram fortemente roxas, e tinha algumas marcas de mordidas. Então tudo veio atona. O fato dele ficar estranho no dia seguinte de ter ido até o shopping, o fato de correr pra sala o mais rápido possível e o fato das marcas agora. Eu não conseguia acreditar.

Me levantei colocando as mãos no rosto esfregando ali tentado absorver toda essa informação. Coloquei as mãos nos cabelos, eu estava apavorado, o olhei de novo e meus olhos marejaram. Eu não acredito... Mark...

Desci as escadas indo até a cozinha beber um pouco de água pra ver se conseguia me acalmar. Fiquei um tempo apoiado na pia não tirando esses pensamentos e imaginando o que tinha acontecido. E essa foia pior parte, porque eu só pensava o pior, só o pior. Subi as escadas de novo voltando ao meu quarto. Mark ainda dormia.

Sentei na beirada da minha cama, perto de Mark, e afaguei seus cabelos tentando o acordar. Ele abria os olhos devagar e pude ver seus olhos azuis, senti uma pontada no fígado.

-J-Jason?- Mark perguntava um pouco envergonhado.- Eu to fazendo o que aqui?

-Tenho uma pergunta pra te fazer.

Ele se sentou na cama e virou pra mim um pouco temeroso. 

-Pode perguntar...

-Quem ...- Falar isso era difícil- Quem fez isso com você Mark?- Disse apontando com o olhar suas marcas no pescoço.

-O que?- Quando ele percebeu levou as mãos até o pescoço e já fazia menção de chorar de novo, logo o interrompi com a minha cara de sempre.

-Não chora, só me fale logo.- Fui direto e ríspido, seu que tinha que ser mais sensível, mas se eu fosse era capaz dele chorar o resto do dia e não me contar nada.

-Eu ... não posso contar.- Disse abaixando os olhos, como se não quisesse me encarar.

-E porque não?

-Porque...- Fez um nó em sua garganta- Porque pode acontecer de novo e .... - Voltou a chorar só que agora menos, só caia algumas lágrimas mas sua tristeza me atingia como um facão- e eu não quero .... Jason eu não quero.

-Se me contar, juro que não vai acontecer de novo... só me conta.- Agora eu já tinha arranjado algum pingo de paciência pelo fato de saber que ele sentia medo.

-Foi o ... Leonardo do time de basquete...- Ao falar isso, minha respiração acelerou e meu coração disparou. Não aguentei sustentar meu olhar por muito tempo e logo desviei os fechando com força. -  Jason, o que vai fazer? - Respirei fundo e disse:

-Nada de mais, só deita um pouco e descansa vou preparar alguma coisa pra comer. -O deitei e passei minha mão por seus cabelos. Eu não sei o que está acontecendo comigo , sempre fui indiferente em relação a ele, mas desde um tempo para cá isso vem mudando. Todos os meus esforços para me manter afastado das pessoas, dos sentimentos que me prendem, de tudo, foi tudo em vão. Deixando meus devaneios para trás, me levanto em direção a porta.

-Jason.- Chamou Mark segurando meu braço com as duas mãos me fazendo olhar pra trás.- Obrigado.- Sussurrou me olhando amorosamente.

Acenei positivamente e saí do quarto.

Só tinha uma coisa que eu tinha certeza naquele momento: Leonardo... aquele filho da puta está completamente fodido.

 

 

Mark ficou lá em casa até das umas 22h. Ele não queria ficar sozinho, então deixei que ele dormisse um pouco mais. Mas hoje, hoje seria um longo dia.

Mark apareceu na minha porta como sempre, mas hoje tinha um sorriso que ontem não tinha. Se fosse preciso deixar ele aqui em casa todos os dias pra que o seu sorriso continuasse, eu faria. Não me entenda mal, mas prefiro muito melhor olhar para ele sorrindo assim do que com a cara fechada do dia anterior.

-Vamos?- Perguntou a mim e eu apenas acenei a cabeça, saindo de casa e fechando a porta. Quando chegamos no portão da escola Mark tentou correr, mas segurei seu braço e disse:

-Não precisa disso, sei porque corre. - Disse vendo o quanto o menor ficou desconfortável por ser pego nesse tipo de flagra.- Mas acredite, se ficar do meu lado vai ser menos pior. Você não vai estar mais sozinho. -Sorri pra ele.

Ele olhou pra mim espantado, mas logo me deu um sorriso tão grande que meu coração falhou uma batida. Aquele sorriso era tão bonito.

Enquanto íamos para a sala fiquei pensando que, eu pensava muito em Mark. Mesmo começando a ser seu amigo agora, isso não era normal, nem mesmo pra mim. Então qualquer pensamento que eu tenho sobre ele a partir de agora vou afastar, isso não é saudável. Normalmente tenho esses pensamentos, não como costumava a ter, não antes daquilo. Só de pensar dava vontade de chorar igual uma criança. Acho que ninguém merecia passar pelo que eu passei.

Eu nunca desejaria isso pra ninguém. Nem para o meu pior inimigo.

O-O

Quando o sinal tocou pedi pra Mark ir até o banheiro. O que claro ele ficou morrendo de medo de ir sozinho, mas eu disse que já voltava. Entrei em alguma sala e fiquei observando da porta o que acontecia no corredor. E como esperado vi Leonardo entrando no banheiro. Esperei um pouco para ir até la. Quando ouvi o primeiro grito corri até o banheiro.

O que eu vi foi .... horrível. Leonardo segurava as mãos de Mark com uma só em cima de sua cabeça e com a outra adentrava na calça de Mark que chorava e tentava pedir ajuda. Quando me viu chorou mais pelo fato de ver ele naquela situação, mas deve ter agradecido mentalmente por alguém vir e tirar ele daquilo.

Peguei no ombro de Leonardo o virando pra mim e acertando um soco em seu rosto que o fez cambalear e se apoiar na pia.

-O que você está fazendo maldito?- Perguntou Leonardo secando o sangue que saia de sua boca e Mark continuava parado apenas vendo a cena. 

Não aguentei e soquei ele de novo, até cair no chão. Como ele consegue achar que está tudo bem em tentar estuprar, se é que já não tinha feito alguma vez, e reclamar por estar apanhando.

Subi em cima dele sentando em seu colo e socando mais seu rosto. Ele estava quase inconsciente fui até seu ouvido e sussurrei:

-Não encoste mais no Mark, nem se quer olhe para ele.- Levei minha mão até seu pênis e apertei até ele resmungar de dor- Se não eu arranco isso aqui e enterro no gramado da sua casa, seu porco imundo. - Ao final, cuspi do lado de sua cabeça, no chão, em completo desgosto.

Me levantei olhando para Mark  que estava encostado na parede olhando a cena sem mover um músculo. Ao ver que eu o encarava, direcionou seu olhar a mim e correu até meu encontro, me dando um forte abraço. Envolvi seu corpo e afaguei seus cabelos o apertando um pouco no abraço.

-Jason...

 

 

Depois daquele dia Leonardo não encrencou mais com Mark, não o procurava, não o olhava, na verdade eu nem se quer ouvia mais falar dele.

E Mark, bem ele não saia mais do meu pé. Viramos muito amigos, sempre estava la em casa quando tentava fugir da mãe ou quando queria conversar, até mesmo jogar alguma coisa. 

Aos poucos ele voltou a sorrir, mas sempre que algum desconhecido chegava muito perto dele ele se apavorava e segurava no meu braço. Era engraçado porque ele ficava todo sem graça quando percebia que estava muito perto e acabava pedindo desculpas. 

Eu fiquei feliz ao saber que eu era seu novo porto seguro, mas me assustava, pois com o passar do tempo, não era só ele que dependia de um outro alguém. Eu passei a depender da companhia dele assim como ele da minha.

 

P.O.V Mark

Depois do que Jason fez por mim eu não sei o que aconteceu mas, eu senti a necessidade de estar perto dele. Como se ele fosse meu protetor. Mas além disso eu reparava muito nele. O jeito de andar que ele sempre colocava a mão dentro do bolço da frente da calça. 

O jeito que ele tinha de botar a mão no cabelo tentando, de um jeito falho, de arrumar.

Quando ele era irônico e dava um sorriso no final mostrando um pouco de seu piercing.

Quando ele tentava dormir na aula e nunca conseguia porque ficava se policiando, não gostava de tirar notas ruins, muito menos de ficar de recuperação.

Quando ele perdia pra mim no jogo e ficava com uma cara de ... cara de nada, ficava olhando pra mim e dizia: " Foi sorte."

Quando eu chegava na casa dele logo cedo e dizia "Vamos?" e sempre balançava a cabeça afirmativamente.

E o jeito que ele me irritava todos os dias tendo que por a merda da lente de contado dele. Sério aquilo estava me irritando já. Sei que ele não gosta do olho dele, mas cara, eu morreria por aqueles olhos. Que filho da puta! Não vou julgar mais do que já estou fazendo pois sei de seus traumas e isso eu não posso mudar.

Agora eu estava na casa dele jogando outro jogo de tiro até que acabou com o resultado de 23 mortes e 44 acertos. Eu tinha vencido ,de novo.

Me virei pra ele esperando a tão famosa frase que veio logo em seguida:

-Foi sorte.

-Jason, sempre é sorte?- Perguntei rindo.

-Você vai ver na próxima vez eu vou ganhar.

-Está seguro? Tipo de verdade?- Perguntei sorrindo de lado enquanto me ajeitava para o olhar melhor.

-Estou- Disse confiante. 

-Então que tal uma aposta?- Disse sugestivo.

-Você quer o que se vencer?- Disse depois de pensar um pouco.

Pensei um pouco. O que eu queria?

-Quero que fique o resto da tarde sem a lente.- Disse e ele se assustou. 

-Fechado. E em troca eu quero ... Não sei o que quero.Depois eu penso.

Começamos a jogar. Estava empatado mas no fim, é claro que eu venci. Olhei pra ele e disse:

-Quero meu prêmio. Pode tirar. - Disse travesso vendo o outro revirar os olhos.

-Tenho que parar de apostar as coisas. Mark, tem certeza? Eu faço qualquer outra coisa.- Percebi que ele ficou incomodado, mas era uma aposta, é a regra.

-Sério? sairia pelado por ai? - Perguntei irônico. - Jason, porque não gosta dos seus olhos?

Ele parou um pouco e pareceu pensar e se lembrar de algo.

- Anda, pode me contar, acredite não tenho ninguém pra esparrar e também não tenho o porque rir, aliás você me viu em um momento constrangedor, acho que pode confiar em mim.- Disse seguro e esperando uma resposta. Eu sabia que era algum tipo de trauma só pelo que ele me disse no dia em que eu descobri.

-Quando eu nasci, vim prematuro e com muita pouca melanina no corpo. Não vim albino porque era em outro caso, a melanina que faltava eram as da íris. Quase fiquei cego quando nasci. Mas se não fosse por alguns cuidados dos médicos eu não estaria te enxergando agora.- Ele parou um pouco e agora ele me olhava nos olhos. Olhou para baixo, suspirou e começou a tirar a lente enquanto falava.- Quando eu tinha uns 5 anos eu era piada na escolinha, quando tinha alguma estória de terror alguém sempre perguntava se o monstro da história se parecia comigo. Aos 10 anos eu era alvo de brincadeiras. No oitavo ano estávamos aprendendo sobre o corpo humano e doenças, as pessoas perguntavam a professora se eu era alguma aberração. E depois daquilo eu não conseguia mais me achar bonito ou até mesmo uma pessoa normal. Pedi a minha mãe uma lente de contado e que me mudasse de escola. Comecei a trabalhar meu corpo pra ver se agora era aceito. Mas eu sempre vou ser assim.

Quando terminou de falar olhou pra mim com seus olhos de cores diferentes. O encarei por um tempo até sussurrar sem pensar um:

-Lindo...

Eu poderia olhar pra ele pra sempre. Tentava gravar seu rosto em minha memória. 

-Não sou lindo -Disse ele sorrindo um pouco envergonhado.- Como diziam antes dou uma aberra...

O interrompi selando nossos lábios. Fechei meus olhos e aproveitei o momento e não querendo o encarar. Eu sabia que gostava dele, mas eu tinha muito medo de o contar. Depois de tanto tempo juntos como amigos, conhecendo um ao outro, eu tentei de tudo para poder mudar o que estava acontecendo, ou até mesmo deletar do meu corpo, mas todo sabem o quanto isso é impossível e como eu sei o quanto dói.

Sei que era errado, sei que ele podia não me corresponder, sei que estava colocando tudo a perder, mas naquele momento eu precisava disso, ele estava tão distante, a tristeza já se fazia presente, não podia deixar ele voltar a pensar nisso. Eu faria ele tirar isso da sua cabeça, mesmo que ele me odeie e gaste seus pensamentos em como me bateria. Pelo menos extravagasse sua raiva em mim. Meio masoquista, mas o que há. O que você não faria por alguém que gosta? É realmente difícil lutar contra isso.

Segurei seu rosto e fazendo um carinho com os dedos ali. Ele parecia imóvel. Me afastei lentamente mas não o suficiente. O olhava nos olhos.... aqueles olhos, tão lindos. Eu conseguia ouvir seu coração batendo forte, assim como o meu, e sua respiração contra meu rosto, forte e descompassado.

Depois de um tempo, parado, sem nenhuma reação, decidi me afastar, mesmo morrendo de medo do que poderia vir.

-Jason...

Eu esperava alguma reação dele mas eles estava estático. Achei melhor sair dali. Me levantei e saí pela porta de seu quarto parando no corredor, esperando que ele aparecesse na porta e me pedisse para ficar, mas, não foi o que aconteceu. Desci as escadas já com lágrimas nos olhos.

Eu tinha acabado de perder um amigo, na verdade, meu único amigo. Meu coração doía e eu já conseguia sentir o vazio o preencher de uma forma irônica. 

Quando eu estava prestes a abrir a porta vejo uma mão a fechando com força e rapidez. Olhei pra traz assustado a ponto de ver Jason extremamente perto e ofegante. Ele olhava pra mim com cara de quem procurava alguma explicação, mas na verdade, quem procurava explicação era eu.

-Você me beija, mexe comigo por completo e quer sair sem ao menos uma explicação? - Perguntou perplexo.

-B-Bem..- Eu não conseguia falar, minha respiração estava descompassada- Eu esperei alguma resposta vinda de você, até mesmo um soco, mas não veio nada.... então resolvi ir embora. - Olhei para baixo e soltei um muxoxo: - Pareceu a melhor opção pra mim...

-Mark, você sabe o que fez ali em cima?- A voz dele soava ameaçadora.

-Jason desculpa, e-eu não q-queria te irritar...- Ele chegava mais perto de mim me dando medo com aquele olhar que ele me lançava. Então fiquei sem saída escorando na parede enquanto ele só se aproximava mais e mais.

Então tudo veio atona. Me lembrei de Leonardo que me prensava do mesmo jeito, com o mesmo olhar. Eu comecei a chorar. Não ... de novo não. Não por Jason, por favor. 

Jason levou uma de suas mão até meu rosto e fechei meus olhos esperando o pior, que no caso não veio. 

-Mark..- Me chamou e eu abri os olhos, agora ele me olhava com preocupação. Talvez porque eu chorava ou porque eu estava tremendo.- Porque fez aquilo?

-Porque....- Eu já soluçava entre o choro, mas eu não podia mentir, olhei em seus olhos e, ainda tremendo, falei- Porque eu te amo Jason....

Ele ficou estático, respirava com dificuldade e sua mão tremia em meu rosto. Ele fechou os olhos e abaixou a cabeça. O que está acontecendo?

-Jason pode me deixar ir embora? Juro que não venho aqui de novo e juro que você não vai precisar mais me ver.

-Esse é o fato Mark... -Olhei pra ele assustado, ele olhou pra mim e disse:- Eu não quero que isso aconteça.

 E então, senti seus lábios mais uma vez.

 

 

 


Notas Finais


espero que tenham gostado!!
Esse cap foi um pouco mai slongo pq n sei se vou postar amanha*-* kissus gente


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