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História Meu vizinho Chanyeol - Trinta: Menino veneno


Escrita por: kroth

Notas do Autor


Hoje completaria exatamente um mês sem MVC, como vocês se sentem?

Estou no meu almoço agora, atualizando fanfic gay e agradecendo pela ~_Avallon sempre ter um tempinho de betar, então se tiver erros gritem o nome dela. Fiquei bem triste pelos comentários do capítulo passado terem diminuído (eu sei que meu Lemon ficou ruim, mas vocês não precisam me arrasar assim takkkkkkkk), então comentem aqui, ok? Não está sendo fácil para mim conciliar tudo e arranjar humor pra escrever algo quando eu estou exausta, não mesmo.... Então me dêem apoio nessa fic, é sempre bom.
Beijinhos e boa leitura.

Capítulo 31 - Trinta: Menino veneno


Nota mental: parar de dormir com as pernas para fora da cama. Parar de dormir pelado também. Parar de ser tão lerdo a ponto de precisar de notas para tudo.

 

 

 Acordar com chuva é muito bom, uma das minhas coisas favoritas nesse lugar, mas teria ficado bem mais feliz se nao fosse a posição em que eu desmaiei de sono, a dor nas costas, vontade de fazer xixi e... a ereção dando bom dia quando me ajeitei na cama. Respirei fundo e me ajeitei, me enfiando debaixo das cobertas logo depois de ver as horas no despertador abandonado sobre criado mudo. Eu ainda tinha mais de uma hora para ficar ali e decidir se ficaria em casa ou não, afinal eu já havia recebido minha carta de alforria do ensino médio.

O problema é que eu sentia minha bexiga pedindo piedade enquanto meu corpo tinha preguiça de levantar da cama. Fiquei encarando o além por uns minutos porque masoquismo faz parte. Eu estava trancado sozinho no quarto, aprovado no colégio, lindo, loiro e com um namorado que eu achei que estava do outro lado da rua até escutar um barulho e ver alguém pulando a janela para dentro do meu quarto, quase brochei de tanto susto antes de reconhecer Chanyeol. 

- Meu Deus, que susto! - coloquei a mão no peito involuntariamente enquanto ele se aproximava. Então ele ficou de joelhos na cama e se derrubou sobre mim, chorando baixinho. Chanyeol estava arrasado, o nariz vermelho e com olheiras maiores que a minha vergonha por estar pelado. Mas ignorei tudo para dar atenção a ele, acariciei seus cabelos macios e fiquei sentindo o cheiro suave de algum shampoo que ele havia usado, tão bom...

- Baekkie... Eu... Baekkie... - Chanyeol dizia em meio aos soluços enquanto eu não sabia o que fazer, estava começando a ficar preocupado com ele, nunca o havia visto chorar daquele jeito.

Queria olhar dentro dos olhos dele e pedir que me contasse o que ocorria para que pudéssemos dar um jeito juntos, mas ele escondeu o rosto na curva do meu pescoço, me abraçando com toda sua força e me deixando assustado. 

- Chan, o que aconteceu? Por favor, diz logo... - disse baixinho, tentando acalmá-lo, mas parecia impossível.

Chanyeol ficou calado, apenas deixando seu choro prosseguir por alguns instantes enquanto tomava fôlego, mas na hora de falar caia no choro de novo. Então eu fiz o quê?  O empurrei na cama, fazendo com que deitasse de barriga para cima e levantei, cobrindo seu corpo e indo a seus pés, tirando os sapatos e meias dele e jogando no chão enquanto relaxava por finalmente decidir que eu não iria mesmo para o colégio. 

Meu bebê tamanho extra grande precisava de mim, claro que eu não sairia dali. Nossa, isso foi muito (gay e) profundo. Eu estava tão preocupado com Chanyeol que ignorei todas as sensações no meu corpo e a vergonha. Ele estava de olhos fechados e ainda chorava enquanto, com muito trabalho, consegui tirar sua calça jeans, o casaco e a camiseta, que estavam muito molhados. Levantei da cama e caminhei até o guarda roupas, tirei uma calça de moletom para mim e a maior camisa que encontrei para vestir em Chanyeol. Foi outra luta para vesti-lo sem ajuda, que estava em um estado emo da vida, cara inchada e lábios da Lana del Rey, mas prossegue. 

Depois que organizei meu namorado-ativo-porém-chorão eu entrei debaixo das cobertas junto com ele, agarrei sua cintura e afundei o rosto na curva do pescoço. Chanyeol estava cansado, eu via de longe que estava. Beijei seu pescoço e me acomodei, sussurrando.

- Dorme comigo. 

- Eu.... não quero...  dormir, eu... - coloquei a mão sobre os lábios de Chanyeol e me mexi um pouquinho para dar um beijo em sua bochecha. Chanyeol pareceu mais calmo com aquilo, e ao fim do beijo voltei a me ajeitar agarradinho a ele, mordendo seu pescoço.

- shhh... só dorme comigo.

 

-----///----///----//// 

A verdade é que eu esperei ele dar um cochilo e depois saí correndo para o banheiro para me aliviar de todas as maneiras que você quiser interpretar, tomei banho, escovei  e voltei para a cama com ele. fiquei ali, só sentindo o quão quentinho e cheiroso meu namorado era. Fiz carinho no rosto de Chanyeol, inchado e rosado, eu odiava vê-lo mal, descobri naquele dia que não tenho estruturas para isso. Eu poderia deixar ele cantando a discografia completa de 9muses e gils generation o resto da vida apenas para vê-lo feliz, e naquele momento eu queria que resolver seus problemas fosse assim tão fácil. Eram 10:00 da manhã quando o vi bocejar e se remexer na cama da forma mais hétero que já vi na vida. bem hétero, com H de homo. Chanyeol acabou virando para o lado direito na cama, e eu logo fiquei de frente a ele, dando selinhos até que acordasse, eu queria fazê-lo rir e consegui, mesmo que um sorriso pequenino. 

- Bom dia meu bebê. - eu falei, tentando conter o riso. Chanyeol me olhou estranho e então riu de verdade, eu senti meu corpo aquecido por vê-lo achando graça de algo.

- Nossa, que horror. - ele respondeu entre o riso, e eu fiz bico.

- Tento ser fofo, te beijo recém acordado e você me trata assim. bom dia então, Yoda. - Chanyeol revirou os olhos, mordendo minha bochecha em seguida.

- Bom dia, ciumento. 

- Eu não sou ciumento.

- Aham, to sabendo.  - ele mordeu os lábios. O que eu tinha por ele e Kyungsoo não era ciúme, claro que não.

Me fiz de ofendido, enfiando as unhas em seu antebraço.

- Você é muito babaca. 

- E você fala engraçado.

- Seu cabelo é feio. 

- Protótipo de anão.

- Poste de luz.

- Bonsai*. 

- Dumbo 

- Marido da Barbie. 

- Pega-vareta.

Chanyeol riu, acabei rindo daquela discussão estranha também, e terminamos aquilo com outro beijo e eu subindo em seu corpo, enfiando meus dedos em seus cabelos que, não eram feios, mas não sou bom em ofensas quando o alvo é um cara que recém acordou e já mexe com meu emocional. 

Terminamos o beijo e Chanyeol ficou me segurando pela bunda, eu estava sobre sua barriga. 

- Dormiu bem? - perguntei, puxando as orelhas dele.

- Dormi sim. 

- Ótimo! - joguei o cabelo para trás. - Por que agora você vai me dizer, com calma, porquê estava chorando quando chegou aqui... E onde você aprendeu a pular janelas. 

Chanyeol riu fraco, exibindo outra vez aquela imagem que partia meu coração: seus olhos estavam marejados. 

- Ei, espera... não precisa falar sobre isso se não quiser, ok? - acariciei sua bochecha, tentando tranquiliza-lo. Ao que Chanyeol colocou uma das mãos sobre a minha.

- Não, eu quero falar. - fiquei calado, para que entendesse que podia prosseguir. Chanyeol suspirou. - Tudo que eu planejei para o baile foi jogado fora. - passou a língua sobre os lábios. - Heechul disse que não queria me prejudicar no Colégio, então como castigo por todos ele disse que vão usar a lista do ano passado no baile desse ano, a ornamentação será feita por um cara do terceiro também, Jay alguma coisa... 

Eu não conseguia dizer qualquer coisa a ele. Para mim aquilo era tão pouco, ele faria a organização no ano seguinte mesmo, não fazia sentido para mim. Mas julgando pelo lado de Chanyeol que realmente dava duro o ano todo, que se empolgou tanto para trabalhar comigo, que de manhã cedo já estava editando tudo com o maior carinho...  era um castigo horrível. Colei meu corpo ao dele e o abracei, depositando um beijo em sua bochecha.

- Eu sinto muito por isso Chan... - falei baixinho, sentindo a mão dele apertar a minha bunda enquanto riu baixo. Que safado!

- Eu também estou sentindo muito com você se esfregando em mim. - riu. Não consegui evitar de rir também, ele estava com o humor bem melhor. - Mas, falando sério, está tudo bem. Aliás, eu sinto muito por ter aparecido aqui assim, do nada.. 

- Você pode vir quando quiser...! Sabe que eu...  

 

minha barriga gelou. Meus pais. 

 

- O que foi?  - meus pais estão lá embaixo. Chanyeol parou de sorrir.

- Nossa!  É agora? Eles vão brigar se souberem que... 

- Não, não é isso... pelo menos eu acho. - sentei sobre ele novamente, cocei a cabeça.

- olha, eu desço e você fica aqui, ok? - ele assentiu, ri e me mexi sobre ele, mas foi sem malícia... 

Da minha parte, né? Porque Chanyeol me agarrou de vez, se ajeitou e deitou com as costas apoiadas na cabeceira antes de me puxar para um beijo. Puxei seus cabelos e mordisquei seus lábios com vontade até que ele se afastasse, me dando um beijinho de esquimó. 

- Não demora, hein.

- Deixa de ser grudento. - bati no peito dele e levantei rindo. - Não vou demorar. 


Chanyeol riu e levantou da cama, ele ficava extremamente sexy até mesmo de cueca e usando uma camisa minha. Principalmente porque era do batman, batman melhor pessoa, Chanyeol aprendeu a gostar dele a força. Mas enfim, saí do quarto e logo passei correndo escada abaixo quando senti o cheiro de comida pela casa toda, eu ainda não acreditava naquilo. Meus pais estavam fazendo o almoço, conversando e rindo, eu adorava aquela cena, era tão rara quanto acertar na loteria. Desci os últimos quatro degraus correndo e logo abracei minha mãe por trás, os braços em volta da cintura dela. mamãe riu.

- Bom dia, loirinho! 

- Bom dia omma - olhei para meu pai. Ele estava sentado na mesa, com uma tigela cheia de batatas que ele havia acabado de cortar.

- Bom dia appa. 

Meu pai sorriu e assentiu com a cabeça. Ele falava pouco na minha frente.... na frente de todo mundo, na verdade... apenas minha mãe conseguia arrancar muita coisa dele fora do trabalho. Mas eu ja estava acostumado com isso, entao me concentrei no perfume suave que minha mae costumava usar, e misturado ao cheiro fraco de amaciante, me deixava totalmente suave. Pois é, eu tenho sérios problemas oufativos, adoro esses cheiros... Cheiro de amaciante na roupa, cheiro de tinta fresca, álcool no papel, esmalte e perfumes amadeirados. Tenho sérias tendências a cheirar gatinhos também. Mas enfim, enquanto mamãe estava ocupada e eu a alugava, ela riu e puxou assunto. 

- Meu amor, você está melhor? Não foi para o Colégio... Soltei a cintura dela quando fez menção de sair, ela estava fazendo assado, o cheiro me hipnotizou alguns minutos . Ai eu lembrei da minha situação com lagostas na noite anterior.

- Estou sim... e-eu acabei de acordar... Mas... Eu não vou hoje. - minha voz não me denunciava, eu estava rouco.

Corri para perto da chapa instalada la fora e fiquei sentindo o cheiro da comida enquanto ela colocava na bandeija. Ela riu e virou  de frente para mim, desgrenhando ainda mais meus cabelos e dando tapinhas nas laterais das minhas coxas. 

- Claro que não vai, já são quase 11hrs! Mas tudo bem, vá se arrumar logo e desça para almoçar conosco.

- Certo! - assenti baixinho enquanto voltamos para dentro com o assado. Minha mãe estava tranquila demais, mais do que o comum. Então lembrei de Chanyeol.  

- Mas mãe... queria fazer uma pequena pesquisa com fins científicos...

- Fins cientificos? - ela riu. Eu teria o feito também se não estivesse tão nervoso. - Fala, Byun.

- Sim. Digamos que se hipoteticamente Chanyeol estivesse no meu quarto... Qual seria a probabilidade de você... 

Não consegui terminar, ela bateu a mão com força no balcão, me senti ainda menor com o olhar dela sobre mim. 

- Byun Baekhyun, o que esse rapaz faz lá em cima? 

 

Danou-se.

 

- Bem... agora nada né.  - sorri amarelo, ela respirou fundo. 

- Acho bom. 

Ficamos em silêncio por alguns instantes. Então eu tomei coragem. 

- Mas mãe, eu preciso te contar uma coisa. 

Ela virou para mim e revirou os olhos, pegando as luvas térmicas sobre o balcão e bateu com elas no meu ombro. 

- Conte primeiro pro seu pai. 

- Mas ele não vai falar nada! - ela estava se afastando quando gritei e bati o pé no chão, mas minha alma congelou quando ela virou de frente para mim outra vez, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo e me fazendo sentir do tamanho de uma pulga.

- Então vamos lá, Baekhyun. Me diga.

 

Vai otário, fala.

Não consegui falar nada, travei.

Tô com medo.

Minha mãe revirou os olhos e tentou se afastar de novo, e foi naquele momento que eu consegui falar. 

 

Ou melhor, gritar, assustando até meu pai, que arqueou as costas, de olhos arregalados.  

 

- EU E CHANYEOL ESTAMOS JUNTOS!


Pensei em dizer "Cala a boca, animal" pra mim mesmo, mas a merda já tava feita. Tapei a boca com ambas mãos enquanto via minha mãe se aproximar de mim, puxando meus cabelos e me olhando no fundo dos olhos.

 

Será que no céu tem pão? 

 

 

- Você namora o nosso vizinho, Byun Baekhyun?  - ela perguntou. Eu ja tava na merda mesmo, assenti nervoso, vendo ela largar meus cabelos e apontar o dedo no meu rosto. 

- Sabe que Chanyeol é mais velho que você, não sabe? 

- Não mãe, ele é mais novo. - Me escolhi todo, nem sei como consegui falar. Minha mãe abaixou a mão e me olhou confusa. 

- Sério? 

- Sim. - sorri amarelo, ela levantou a mão aberta, fechei os olhos.  - Ele tem 16. 

- Ah, então tudo bem. Eu não ligo. 

- Mas mãe eu realmente gos...  o quê? 

- Eu disse tudo bem, ue. - coçou a cabeça. 

Meu pai voltou as batatas e ela se afastou, pegando a Carne assada do balcão e levando para a mesa. Fiquei mais perdido que cego em tiroteio, vendo ela indo para a cozinha pegar os pratos e voltar, arrumando tudo na maior tranquilidade.

- Não vai me bater... Me xingar, me ameaçar de morte? 

- Por que eu faria isso? - ela me olhou, puxando a cadeira e sentando enquanto meu pai levantou pra fritar batata. - Machucar alguém faz mal ao espírito! Nós devemos manter nossa consciência sempre... 

- Tá mãe, já entendi - estendi as mãos em rendição enquanto caminhava para trás, sem fazer movimentos bruscos. Eu já estava tentando subir as escadas quando meu pai me chamou. 

- Ah, Byun. 

- Sim appa. - respondi, sem nem virar de frente para ele, meu corpo estava paralisado. 

- Traga park Chanyeol pra comer conosco, quero conhecer o novo membro da família.

Preciso dizer que subi correndo como se tivesse visto uma barata voadora?

Preciso dizer que eu tropecei porque a calça que eu usava era muito grande e caí de cara no chão?

Preciso dizer que Chanyeol abriu a porta para me ver e ele estava só de toalha? 

 

Minha vida é muito estranha. 


----//----///----////

 

- Pelo menos eles aceitaram de boa, ué. - Chanyeol disse enquanto ensaboava minhas costas, eu estava com a escova de dentes na boca, tentando terminar de escovar pela segunda vez. - Você não tá entendendo, meu pai te chamou pra comer com a gente.

- Tá, e daí?

Chanyeol riu, me abraçando por trás, ao que me desvencilhei de seus braços para olhar firme em seus olhos, apontando a escova no rosto dele. 

- Você sabe quantas vezes eu ouvi meu pai falar na vida? QUATRO VEZES! E duas delas foram no vídeo do meu parto!

Era pra ter sido algo sério, mas Chanyeol se aproximou e mordeu minha bochecha. Revirei os olhos, limpei a escova e coloquei na prateleira. foi minha vez de ensaboa-lo.

  - Que louco. Como ele faz tradução simultânea se não fala? 

- Não faço a mínima ideia...- dei de ombros, passando o sabonete pelas costas de Chanyeol. Contive um riso quando percebi os arranhoes em seu tronco, cicatrizando.

- Minha mãe sempre fala que eles conversam entre si mas dentro de casa eu nunca ouvi.  Enfim, você ta correndo perigo de vida.

- Deixa de besteira, é só um almoço. - oferecido pelo meu pai. 

- O que pode acontecer de tão ruim? - Chanyeol começou a se enxaguar tranquilamente, eu não conseguia ficar calmo de jeito nenhum, esperei ele terminar para me enxaguar também. 

- Não sei... mas, por precaução, não coma nada que ele oferecer. 

Ele riu.

- Tentarei lembrar. 


Assim que terminamos o banho eu precisei emprestar outra roupa a Chanyeol, dividir o guarda roupas com alguém virou rotina depois que nos aproximamos. Mas ele ficou super bem nas minhas roupas. Terminamos de nos arrumar e descemos, dando de cara com meus pais comendo batatas fritas sem nos avisar. Que dor. 


- Nossa, magoou. - falei baixinho, minha mãe riu. 


- Demoraram muito, só sinto. Mas veja quem está aqui... Bom dia, Chanyeol. Ou seria boa tarde?

Chanyeol corou imediatamente, achei tão fofo. Fiquei rindo e me aproximei dos meus pais, puxei uma cadeira ao meu lado e bati no assento, chamando ele para sentar conosco. 


- Bem, agora que estamos todos aqui podemos almoçar de verdade!  - minha mãe falou, exibindo uma alegria que eu não costumava ver nela o tempo todo. Mas estava com fome, né, sorri e vi ela ir a cozinha pegar mais dois pratos... Ai meu deusinho, já disse que eu amo comida? Troco por muita gente.


- A sua mãe é uma deusa na cozinha, Baek! - Chanyeol exclamou enquanto batia palmas para o almoço que ela havia feito. Mas o que ele não sabia é que meus pais só me deixavam comer assados quando... não, não pode ser.


- Obrigado! - minha mãe sorriu. - Mas o Hyunnie cozinha divinamente melhor! Já provou?

E como provou. Parei. 


- Ele fez comida la em casa uma vez, ficou muito bom! 


- Sua mãe me ajudou... - corei, não sei reagir com elogios a minha comida. Acho que comida sempre foi a coisa que eu soube fazer bem. Minha mãe riu e acariciou minha bochecha.


- Então vamos logo comer! 


- Vamos!  - dissemos em uníssono, começando a nos servir. E eu só notei o olhar fuzilante do meu pai quando tentei pegar o kimchi branco* que estava perto dele. Engoli em seco. 


- A-appa, m-me dá um pouquinho?

Ele virou para mim lentamente, igual àquela menina possuída do filme que passou de madrugada uma vez. Então ele sorriu. Não para mim, para Chanyeol. O silêncio entre minha mãe e eu foi imediato.


- Claro filhinho. E você, Chanyeol, não quer também? 


Diz que não. Diz que não Claro que ele ia dizer que não. Ele prometeu no banho que não comeria nada que o meu pai..


- Quero. Coloca ai, sogrão! 


EU VOU MATAR ESSE MOLEQUE


Só não sei se mato antes do meu pai, que ficou vermelho imediatamente e desfez o sorriso, servindo enquanto o meu namorado retardado estava ali, segurando o prato no ar. 


- Claro. Bastante para Park Chanyeol. 


- Obrigado.


Respirei fundo e encarei a carne que meu pai serviu para mim em seguida. Eles haviam feito assado, pelo menos eu morreria comendo algo decente. levei a comida até a boca e esperei aquela luz branca que a gente vê nos filmes, seguida de muitos anjinhos pelados. Claro, porque eu vou pro céu. O pecador é Chanyeol. Mas não aconteceu nada comigo. Já com Chanyeol... Eu nunca havia visto alguém engasgado com comida ficar tão pálido quanto Chanyeol. Entrei em desespero para tentar ajudá-lo a cuspir qualquer coisa que tivesse engolido. Minha mãe gritava do outro lado, muito semelhante a quando eu me engasguei com a lagosta. E meu pai observava tudo quietinho, do jeito assustador e único dele. 

 

-----///-----///-----/// 


Depois de ressuscitar Chanyeol nós terminamos o almoço o mais rápido possível, meus pais precisavam sair e eu estava com muita fome mesmo, comi tudo no meu prato e teria comido o de Chanyeol também, mas o appa correu e jogou a comida do Chanyeol toda no lixo. Tiramos a mesa e meus pais subiram para se trocar. Chanyeol disse que não estava se sentindo muito bem mas ficou comigo mesmo depois da tentativa de assassinato, esperou meus pais decerem e até cantou com a minha mãe uma musica de um grupo recém-debutado. Minha mãe adora cantar, e é realmente boa nisso. Todo o talento artístico eu herdei dela, o físico veio do meu pai, então sou lindo, né?! Não precisa confirmar. Enfim, assim que meus pais viram as horas correram para o carro, estavam atrasados. 


- Até mais tarde omma, appa! - acenei da porta.


- Até mais tarde, criatura. - minha mãe sorriu, ajeitando os cabelos negros e os prendendo em um coque alto. estavamos entrando em casa quando ela assobiou, me chamando a atenção. 


- Ah, Byun, talvez a gente chegue mais tarde hoje. Mando entregar comida para vocês caso aconteça, ok?


Epa, sozinhos em casa na sexta a noite? Isso vai dar merda.

 

- Ok omma! Tchau!


Ela jogou um beijinho antes de colocar óculos escuros e mandar meu pai acelerar. Nesses momentos eu percebo que não tenho uma família normal, meus pais parecem adolescentes. Adolescentes brisados. Respirei fundo e comecei a me preparar psicologicamente para entrar em casa quando, das profundezas do inferno e cia, com apoio da satã veículos, surgiu uma coruja diurna na minha porta, tocando meu ombro.  


- Me abandonou de novo. - reconheci a voz imediatamente. Fechei a porta e virei para ele. 


- Desculpa, Soo... meus pais e o Chanyeol estavam em casa hoje e fizeram comida, eu não queria...


- SEUS PAIS? UKE - Kyungsoo gritou. 


- SEME! Eles voltaram!

Kyungsoo pareceu ainda mais feliz que eu, entrou na minha casa na maior cara de pau como sempre e me deixou do lado de fora. Mas eu estava de tão bom humor que logo entrei, estava fechando a porta quando ele gritou de novo, me fazendo saltar de susto e bater a testa na porta.


  - Será que a Tia Chae deixa tu dormir lá em casa hoje?

Respirei fundo, a provável resposta era não.

- Não sei, ela disse que talvez cheguem tarde hoje, então não tenho como...


-Opa, opa, opa, ela disse que eles o quê? 


O sorriso macabro - e estranhamente fofinho - de Kyungsoo estava ali, estampado no rosto. Aquele sorriso maligno que me faz ter certeza de que algo errado não está certo. Respirei fundo. 


- Que eles talvez cheguem tarde hoje...


Me afastei e fui para a sala, me joguei de barriga para cima no sofá e peguei o controle da TV, ao que Kyungsoo se jogou sobre mim, de barriga para baixo e vendo a propaganda de shakes que passava.  


- interessante. 


- Emagrecer comendo? - encarei Kyungsoo, ele sentou sobre a minha barriga.


- Não, cria. Seus pais chegarem tarde é interessante.

Segurei a cintura dele, Kyungsoo estremeceu. Ele ficava arrepiado com qualquer toque, sempre achei isso engraçado de acontecer justo comigo. Arqueei a sobrancelha e ri para ele.

- Sério? por quê? Vai acampar aqui?


- Não. - acenou com a cabeça, igual uma criança, e logo foi sentando mais para baixo enquanto me puxava pela gola da camisa. Logo eu estava sentado, com ele no meu colo. - Mas vamos para o boliche. 


- Não vamos não! - Kyungsoo revirou os olhos. 


- Vamos sim, você tá me devendo essa desde que chegou aqui, eu vou fazer um inferno da tua vida se não for.


Fazer um inferno ele já fazia, nossa amizade era tipo um pacto mesmo, mas talvez fosse legal sair um pouco e esfriar a cabeça. Eu estava a ponto de aceitar o convite dele quando ouvi o barulho da porta do banheiro batendo e Chanyeol brotou na escada, com as mãos na barriga e uma cara de morto. 


- Baekkie, acho que seu pai me envenenou.


Notas Finais


Comentem aqui, dou um convite pro baile do Baek
Tenho que ir agora
Beijinhos


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