História Meus - Capítulo 3

Ayato POV

Assim que o sinal tocou, todos os alunos começaram a arrumar suas coisas para irem embora pra casa – excepto pelos alunos que ainda teriam as atividades de seus respectivos clubes.

Alguém vem me abraçar pelo ombro do nada. Reviro os olhos, já imaginando quem seria tal sujeito.

— Sai, Budo.

— Ah, nossa Ayato-kun, quanta agressividade.

— Você sabe muito bem que eu não tô com paciência pra brincadeirinhas agora.

— Eu sei, eu sei. — o líder do clube de artes marciais suspira, me soltando, porém continuando a andar a meu lado. — Você irá visitar a Yan-chan hoje, certo? — Budo me questiona assim que chegamos em frente a nossos armários para trocarmos de sapatos.

— Vou sim... você quer vê-la, né? — finalmente olho pra ele, vendo seus olhos ganhando certo brilho assim que menciono isso.

Ele assente rápido, fazendo carinha de pidão.

Acabo revirando os olhos, com um sorrisinho de lado.

— Tá bom, tá bom, você pode vir comigo e com o Nemesis-kun hoje.

— O Taro também vai? — ele pergunta com exitação e cautela.

— Não, porquê? — ele dá um suspiro de alivio, que me faz soltar uma pequena risada.

— Nada não.

— Aham, vou fingir que acredito.

Chegamos em frente à parte de fora do portão da nossa escola, onde nos espera Nemesis-kun. Ele é um ano mais velho que eu - assim como o Taro e o Budo-senpai são, porém ele estuda em outra escola. Eu chamo ele de Nemesis-kun porque simplesmente virou um hábito... mesmo que ele também seja meu Senpai.

— Oi... o que ele tá fazendo aqui? — Nemesis aponta discaradamente para Budo com um olhar estranho, que é devolvido com um olhar igual vindo de Budo.

— Não seja rude, Nemesis-kun. O Budo irá com a gente pra visitar a Ayano. Você sabe... saudade. — menciono aquela palavra sarcásticamente, apenas pra fazer um pouco de piada com o Budo, que acaba corando um pouco.

Após isso, apenas entramos no carro de Nemesis, que sem delongas começa a dirigir em direção ao hospital que fica a mais ou menos uns 20 ou 25 minutos da escola.

Vejo que no banco de trás, Budo está com seus fones, e aproveito essa oportunidade para falar com Nemesis sobre a situação da minha irmã.

— Olha Nemesis, não quero soar rude nem nada, especialmente quando se trata de alguém tão importante na sua vida familiar, mas... acho que sua irmã deve ser a responsável por tudo isso que está acontecendo com a Ayano.

— Por mais que eu queira discordar disso, eu sei que você tem razão. Quer dizer, quem odiaria assim tanto a Ayano a ponto de ESFAQUIÁ-LA com uma katana?

— É...

— Olha... quando eu desisti de trabalhar pro pai do Megamo, foi sinceramente... um grande problema, pelo menos pra minha irmã, pra mim foi mais um alívio. Ela deu chilique, agindo como se o mundo fosse acabar. Ela ficou tão brava pelo facto de nós termos começado a namorar, sendo você um Aishi... isso só a deu ainda mais vontade de acabar com a sua família. Então é mais do que óbvio que foi ela que fez aqui com a Ayano-chan.

Apenas suspiro pesadamente, me afundando em meus pensamentos.

Após uns 20 minutos, finalmente chegamos em frente ao hospital.

— Eu vou estacionar e já volto.

— Tudo bem, tchau então. — aceno para Nemêsis antes dele ir. — Vamos? — me viro para Budo, ele acena a cabeça positivamente, e assim entramos no hospital.

Assim que entramos na recepção, vou logo falar com a recepcionista, tendo Budo atrás de mim.

— Em que posso ajudar?

— Estou aqui para horário de visita, sou irmão de Ayano Aishi-

— Senhor Aishi, certo?

Senhor? Nossa, como assim eu pareço assim tão velho a ponto de me chamarem de senhor?

Me viro e encaro o doutor Shun.

— Ah, boa tarde doutor... como a Ayano está?

— Temos boas notícias, por favor venha comigo.

Mesmo confusos, eu e Budo o seguimos, até que chegamos em frente à porta do quarto de Ayano.

— Uh, doutor Shun, quais são as boas notícias exatamente? — questiono, com claramente confusão transparecendo em meu rosto.

— Bom, primeiramente que a senhorita Aishi já acordou.

Arregalo os olhos, em seguida dando um sorriso largo.

— É sério isso?!

— Sim. Porém... temo que haja alguns pequenos detalhes que ela possa não se lembrar. Não se preocupe, ela não corre o risco de perder memória alguma. Porém depois de um bom tempo em coma, é normal que de ínicio ela não se lembre de algumas coisinhas.

— Oh, nesse caso então tá tudo bem.

— Tudo bem. Eu tenho alguns assuntos pendentes a tratar, porém voltarei em breve. Qualquer coisa que precisarem, é só chamar quem estiver mais por perto de vocês.

— Tudo bem, obrigada doutor.

Ele saí, com isso, abro a porta lentamente. Com um pouco de receio, olho para a cama onde minha irmã estava deitada.

Ela acordou mesmo!

Dou um pequeno sorriso. Ela parece distraída.

— Ayano? — a chamo cautelosamente.

Ela se vira lentamente pra mim, arregalando os olhos e sorrindo abertamente.

— Ayato!

Ela se senta em sua cama e eu vou até ela, a abraçando. Eu já não a abraçava faz tanto tempo...