História Meus Namorados - (Imagine Jungkook e Jimin) - Capítulo 2 (2temp) - O passado.

As mãos ainda gorduchas de Jimin pegaram o microfone dourado, trêmulo. Ele ainda estava nervoso e suava frio, porém, tinha que dar o seu melhor na frente do produtor musical. Ele havia passado na audição, mas tinha que cantar novamente para mais alguns testes finais. O homem de cabelos grisalhos, que usava óculos de grau redondos, encarou o platinado sério. A expressão do produtor deixava Park ainda mais nervoso e ansioso; era realmente difícil para ele.

— Pode começar. — O produtor balançou a mão, onde continha alguns anéis extravagantes, indicando para Jimin.

Um suspiro vagaroso saiu dos lábios de Park, que começou a soltar sua voz suave e aguda. A música de Jaymes Young combinou perfeitamente com a voz de Park. Era incrível sua estabilidade vocal e como ele transmitia sua emoção pela música. “Infinity” era a música de Jimin, sem sombra de dúvidas. O jeito que Park fechava os olhos ao cantar, o jeito que ele suspirava baixinho nas pausas, era incrível. O produtor sorriu breve ao ver o potencial do homem em sua frente. Com certeza, ele será um sucesso e tanto.

— Uau! Ele é realmente bom. — Bateu as mãos na mesa, assustando levemente seu colega de trabalho. — Era disso que estávamos procurando. Uma voz angelical igual a dele.

— Tem razão, ele é muito bom. — Seu colega, que estava mexendo na mesa de som, concordou com um breve aceno de cabeça.

— J-hope! — gritou, assustando novamente ele. — Traga o outro, que estava esperando. — Gesticulou com as mãos, empurrando o de cabelos roxos.

— 'Tá! Não precisa empurrar! — Resmungou.

J-hope, como era conhecido ali na gravadora, chamou Steven para a sala. O mesmo entrou no estúdio tudo encolhido, sorrindo breve.

— Espere aqui.

— Certo. — Balançou a cabeça.

Steven se inclinou e olhou para Jimin, escutando o mesmo cantar. O mesmo ficou admirado com a voz do platinado, parecia até que estava hipnotizado. O de cabelos curtos não conseguiu disfarçar um sorriso ao escutá-lo.

Jimin abriu os olhos e acenou para Steven, quando finalizou sua música e retirou os fones. O platinado saiu da sala e caminhou até o produtor, que lhe abraçou de repente, lhe deixando levemente constrangido com tal ato, entretanto, sorriu largo.

— Você foi ótimo! Divino! — Tocou nas bochechas de Jimin. — Vai ser um ótimo astro, tenho certeza!

— Obrigado senhor. — Fez uma reverência, agradecendo ao elogio.

— Não há de quê! Nós iremos ver aqui, se você se encaixa numa banda, grupo ou seguirá solo okay? — Explicou. — Ainda precisamos ver bastante coisas, mas pode vir sempre aqui, para analisarmos as coisas.

— Claro, tudo bem! — Balançou a cabeça.

O produtor caminhou para o lado, para conversar um pouco com J-hope. Steven aproveitou para se aproximar de Park, com um sorrisinho tímido nos lábios.

— Você foi ótimo. Tem uma voz muito bonita. — Elogiou, levantando suavemente as sobrancelhas e inclinando o corpo para frente, chocando seu ombro com o do Jimin, que sorriu agradecido.

— Muito obrigado. Eu estava nervoso, mas consegui fazer um bom trabalho. — Bateu as mãos uma da outra, feliz pelo seu desempenho.

Steven sorriu e tocou na própria nuca, olhando para trás e depois olhando para Jimin, com um olhar meio aéreo.

— Quando terminamos, quer tomar um café comigo? Tem um café ótimo perto daqui! — Steven murmurou, um pouco ansioso com a resposta de Park.

— Hum, claro! Por que não?

— Ótimo!

[...]

O dia foi longo para todos. Jungkook estava no hospital, cheio de consultas para fazer e outras para marcar. S/n cuidava da Nancy, que parecia ter comido açúcar puro e não dormia por nada desse mundo. Park, ficou um pouco na gravadora, falando com seu produtor e com seu novo colega, Steven, que parecia ser uma pessoa muito gentil e atenciosa.

— Cheguei! — Jimin anunciou, abrindo a porta do apartamento.

— Papai! — Nancy gritou alto, correndo até o platinado e pulando em seu colo.

— Oi minha querida! Sentiu saudades? — Mordeu a bochecha da pequena, segurando-a em seus braços.

— Sim papai, muita, muita! — Apertou os braçinhos no pescoço de Jimin, que riu rouco. — Papai, mamãe não me quer dar sorvete!

Jimin revirou os olhos e começou a andar com Nancy no colo, indo até a cozinha, vendo S/n preparar o jantar. A mesma o olhou, com um enorme sorriso nos lábios e lhe deu um selinho longo.

— Mamãe não quer te dar sorvete, hein? — Park semicerrou os olhos, olhando para sua esposa que colocou a mão na cintura, indignada.

— É lógico que não! Está quase na hora do jantar. Se ela comer sorvete agora, não irá ter apetite para o jantar. — Explicou, enquanto molhava alguns tomates. — E você já comeu açúcar demais por hoje, mocinha! — Sobressaltou, levantando um dos dedos.

— Mais um pouquinho não faz mal! — Park riu, abrindo a geladeira.

— Eba! — Nancy bateu palminhas. — Papai Jimin é muito legal, mamãe é chata!

— Chata? Oh! — Colocou a mão no peito, ainda mais indignada que antes. — Mamãe não vai mais te dar doces depois do almoço. E Jimin, para de mimar essa menina, meu Deus.

Enquanto isso, no hospital, Jungkook terminava de atender mais um dos seus pacientes, que reclamava de uma dor muito forte no peito. Após lhe dar uma receita e mandá-lo para fazer alguns exames, Jungkook respirou fundo, se inclinando na cadeira, cansado.

— Céus, apenas queria minha casa. — Murmurou para si mesmo. — Ainda falta mais pacientes, puta merda.

— A única coisa que consegue fazer é reclamar? — Taehyung adentrou a sala de Jungkook, segurando dois capuccinos. — Sempre que entro aqui, ou está quase chorando, ou está quase quebrando alguma coisa.

Jungkook elevou o olhar, encarando seu colega de cabelos claros rir de sua expressão. O moreno arrancou o capuccino da mão do mesmo com certa indelicadeza e tomou a metade, em questão de segundos. Taehyung se sentou na borda de sua mesa, mas logo foi empurrado por Jungkook.

— Sai. — Disse entredentes.

— Grosso.

— Igual meu pau.

— Deixo eu ver?

—... Eu hein. — Jungkook se levantou, saindo de perto do seu colega, que sempre chegava lhe xingando, ou dando em cima do mesmo. Taehyung era estranho pra caramba. — Tenho marido e mulher.

— Eu não tenho ciúmes. — Gargalhou. — Mas tudo bem, eu vou aceitar. Por enquanto.

Jungkook apenas deu risada e se encostou na parede, pensando um pouco sobre mais cedo, quando foi levar a pasta para Jimin. Steven não saia de sua amiga, ele estava tão mudado, tão estranhamente gentil. Não parecia o mesmo Steven que ele conhecia a anos atrás. Uma sensação ruim percorria sua espinha, parecia que alguma divindade estava tentando lhe alertar de alguma coisa.

— Oh, Jeon! — Taehyung estalou os dedos no rosto de Jungkook. — Acorda pra vida, desgraça.

— Cala boca, eu estava pensando! — Lhe empurrou. — Não chega perto de mim, seu tarado.

— 'Aff... — Revirou os olhos e o encarou. — Estava pensando em que? Pra estar tão sério assim.

— Em uma pessoa...

— Jimin? S/n? — Jungkook negou com a cabeça e Taehyung bateu as mãos, pulando na mesa. — Já tá metendo chifre neles né? Eu sabia que você ia fazer isso, sua cara fazer uma coisa dessas! Quem, quem é a baranga? Deveria ser comigo-

— Cala boca! Eu não trai eles. Nunca faria isso, seu doido. — O encarou. — Muito menos com você.

— Nossa, magoou.

Jungkook passou por Taehyung novamente e se sentou, voltando a beber o restante do seu capuccino. O loiro voltou a se sentar na mesa do moreno e ficou lhe encarando. Jungkook olhava para o nada, parecia que o mesmo estava em outra dimensão ou algo do tipo. Aquela imagem de seu passado passou vagamente por seus olhos, aquela frase que o abalou tanto soou em sua cabeça repetidamente, como um martelo. Jungkook sentiu sua cabeça doer levemente e ele piscou algumas vezes, vendo Taehyung em sua frente, quase colado nele.

— Você tá chorando?

— Sai daqui! — Lhe empurrou, tocando no rosto logo em seguida. — Meu Deus, que susto. Pensei que fosse uma assombração.

— Ai, você 'tava paradão aí, olhando pro chão com uma cara depressiva! Eu fiquei preocupado contigo. — Gargalhou.

— Chega, sai daqui.

Jungkook começou a empurrar Taehyung para fora de sua sala, com força, escutando o mesmo rir todo idiota.

— Ui, como você é forte. — Foi expulso da sala de Jungkook e o mesmo bateu a porta em sua cara. — Nossa! Nunca mais te compro capuccino, seu mal agradecido!

— Cala boca!