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História Meus quinze anos - yeongyu (beomjun) - Festa


Escrita por: fada-web

Notas do Autor


Era pra sair na segunda e eu atrasei? Sim, desculpe por isso, tive uns probleminhas 🥲

Espero que gostem ❤️

Capítulo 3 - Festa




O dia da véspera de meu aniversário se passou rápido, e, como dito, Beomgyu ensaiou comigo, tanto na hora do intervalo, na sala de música abandonada - haviam algumas lendas sobre aquele local, de um professor que havia falecido e agora assombrava a sala, mas nem eu nem Beomgyu demos de cara com nenhum fantasma - e também em minha casa, após as aulas, então, finalmente o tão esperado dia chegou, meu aniversário! 

Logo de manhã acordei com meus pais no meu quarto, praticamente em cima de mim, me enchendo de abraços e beijos, este último por parte de minha mãe, já que meu pai não gostava de beijar meu rosto, segundo ele, era coisa de gay. 


Tenho uma péssima notícia para o senhor, papai...


Tirando o pequeno comentário homofóbico vindo de meu progenitor, tudo correu perfeitamente, minha mãe preparou ela mesma o café da manhã, que geralmente é feito por uma cozinheira, e, pela primeira vez, pude comer bolo de chocolate pela manhã, este feito pela minha própria mãe.


 — Quando deixarmos você na escola, iremos até o salão de festas, ver como está ficando a decoração com o tema. – Minha mãe disse com um sorriso, enquanto eu dava um gole de meu achocolatado. 


Bolo de chocolate e achocolatado no café da manhã, alguém pediu diabetes?


Ah, o tema da minha festa... 

Eu particularmente amo o inverno, é uma das melhores épocas do ano, assistir filmes numa tarde fria em baixo de um cobertor quentinho com um chocolate quente em mãos, não havia coisa melhor! Pensando nisso, eu decidi que o tema seria gelo. 

Tudo azul e branco, as vezes prateado, iria ficar perfeito, e tudo combinaria perfeitamente com a roupa que acabei escolhendo, uma calça social branca, com uma camisa também social azul pastel e um colete branco, meus sapatos seria meu famoso all star branco. 


Claro, quando contei sobre o tema aos meus amigos eles não puderam evitar as piadinhas relacionadas ao filme Frozen, Kai até chegou a dizer que iria vestido de Elsa, mas eu duvido muito que ele realmente vá, apesar do incentivos que eu e os meninos demos para a fantasia. Seria a sensação da festa. 



Quando sai de casa, junto aos meus pais, que iriam me deixar na escola naquele dia, pude olhar meu celular, que tinha várias mensagens dos meus amigos me desejando parabéns, agradeci todos com vários corações nas mensagens. Eu amava aqueles garotos. 


Quando finalmente cheguei, alguns colegas de classe vieram até mim, me desejando um feliz aniversário, umas garotas até me deram alguns pequenos presentes, como colares, anéis e pulseiras, provavelmente não irei usar, mas agradeci. Seguindo até a sala, me deparei com meus amigos parados em frente a porta, logo fui puxado por SooBin para um abraço, que claro, foi bem retribuído. Os outros dois se juntaram ao abraço. 


 — Parabéns, Yeonjun hyung! – SooBin disse com um sorriso enorme, beijando minha bochecha.


Entramos na sala de aula, onde já estava Beomgyu. 


Ele olhou para mim e os meninos, eu esperava que este viesse até mim me dar os parabéns, mas ele apenas abaixou a cabeça e voltou a atenção para seu caderno. Fingi que não prestei atenção nele, me voltando para os três. 


 — Seu presente eu só irei dar na festa! – Taehyun falou com um sorriso. 


 — Ei, eu falei pra vocês não comprarem nada pra mim! – Cruzei meus braços, com um bico nos lábios. 


 — Mas é seu aniversário de quinze, não poderíamos deixar passar sem dar nada! – Kai defendeu. 


 — Se te tranquiliza, nós três compramos um presente só pra você, era muito caro comprar um casa um. – SooBin riu. Fiquei curioso com isso. Eles haviam me comprado algo caro? 


 — O que vocês compraram? – Perguntei, curioso. Desculpem, eu não consigo esperar. 


 — Não podemos dizer agora! Você vai ver na hora! – Taehyun disse apertando minha bochecha. E minha ansiedade, como fica? Meninos, vocês são péssimos! 


Eu olhei para Beomgyu novamente pelo canto do olho, ele continuava com a cabeça abaixada, concentrado em seu caderno, anotando alguma coisa ali, eu me perguntava a todo momento o que era... 


O professor entrou na sala junto aos alunos que começaram a chegar, então segui para meu lugar, onde me sentei e arrumei minhas coisas sobre a mesa. Não é porque é meu aniversário que vou deixar de ser um bom aluno, até porque Beomgyu é um garoto inteligente, não iria querer um namorado burro.








 As aulas se passaram lentamente, sinceramente, não sei se é porque eram extremamente chatas e monótonas, ou se era porque eu estava ansioso para o fim delas, que finalmente chegou. Assim que o sinal da última aula bateu, quase ergui as mãos para o céu, não aguentava mais aquilo. 


No meu aniversário eu não deveria vir para a escola, mas infelizmente minha mãe me obriga a isso, mas até que gosto de receber os parabéns de pessoas que nunca sequer olharam na minha cara, faz eu me sentir importante. 


Meus queridos amigos me acompanharam até em casa naquele dia, já que que minha querida mãe havia convidado as três pestes esfomeadas para almoçar conosco, então aproveitariam para passar a tarde e se arrumarem lá para a festa, como eram meus melhores amigos, iriam na limousine comigo. Sim, uma limousine, meu pai contratou uma para levar nós quatro até lá, chique, não?



Hoje é o meu dia de príncipe. Nada vai me impedir de ter o melhor e mais inesquecível aniversário de todos. 


Quero dizer, algo vai. 


Não tive sinal do Beomgyu hoje, ele estava lá, ele me via, eu o via, mas nós ao conversamos em nenhum momento, nem recebi nenhuma mensagem dele, nem nenhuma confirmação de que iria hoje na festa, e isso me deixava uma pilha de nervos! A ansiedade corria por minhas veias, o medo de ser deixado na mão me consumia.

Mas se desse tudo errado, eu ainda tinha o plano B, mas nada me impedia de ficar triste e me lamentar por meses. 


Parece até que estou exagerando, e talvez eu esteja mesmo, mas quem nunca exagerou, não é mesmo?



 Chegando em casa fomos recebidos calorosamente pela minha mãe, e pelo maravilhoso almoço de aniversário que foi feito naquele dia, não irei dar muitos detalhes, me dá água na boca apenas de lembrar daquilo...


 — O Kai vai mesmo se vestir de Elsa na festa? – SooBin questionou enquanto entrava já sem suas roupas na jacuzzi que eu tinha em meu banheiro, porém que eu mal ligava, mas aquela era uma data especial. Claro, porque não tomar banho com seus melhores amigos no dia de seu aniversário?


 — Claro que não, você tem que parar de acreditar em tudo, Soo! – O Kamal disse com um sorriso travesso nos lábios, o que causou um bico no mais alto entre nós. 


 — E você de me enganar! – Reclamou.


 — Sério que vocês irão brigar por isso? – Taehyun, o sensato, interveio. — Era meio óbvio que o Kai não iria de fantasia, é uma festa formal de quinze anos, não uma a fantasia...


 — Não é tão formal assim... – Sorri tímido. 


 — Yeonjun, você literalmente nos fez comprar ternos pra vestir hoje, eu comprei aquela coisa, e só vou usar hoje! – Kai reclamava. 


 — Você pode usar no seu casamento com o Taehyun... – SooBin alfinetou. 


 — Ah, para, ele nem gosta de mim, não é recíproco. – Choramingou. 


 — Sinceramente? Eu acho que ele gosta de você, só está se fazendo de difícil... – Ajudei, era divertido ver Taehyun com as bochechas extremamente vermelhas. 


 — Podem por favor parar de falar de mim como se eu não estivesse ouvindo? – O mais novo abaixou sua cabeça, provavelmente para esconder seu rosto rubro. Como ele era fofo! 


 — Quem sabe assim você se toca que eu não estou brincando. – Kai piscou o olho. — Não sou vacilão igual aquela menina que você gostava no sétimo ano.


 — Eu não sou gay... – Balbuciou. 


 — Sabe, Taehyun, acho que não teria mal nenhum em testar ficar com um garoto, não é muito diferente de uma menina. – Sorri fraco, ele pareceu considerar a ideia. 


Olhei para Kai, fazendo um sinal com a cabeça para ele indicando o Kang, e acho que ele entendeu o que eu quis dizer. 


 — Sabe, Taehyun, há uns dias você disse que se eu quisesse te namorar, eu teria que pedir antes que alguém o fizesse... – Ele disse olhando suas unhas, talvez tentando parecer despreocupado. — Alguém já te propôs isso?


 — Não... – Taehyun murmurou, tímido. Eram as primeiras vezes que eu o via daquela forma, encolhido e envergonhado, geralmente era ele quem envergonhava. 


 — Então você aceita, já que não tenho concorrentes? – Kai estendeu sua mão para o outro, como se estivesse o convidando para dançar, ou apenas o oferecendo a mão para caminharem juntos nessa longa estrada chamada de vida. Eu achei um ato fofo, desculpe. 


Mas talvez Taehyun não gostou muito, já que apenas se virou e ignorou a mão de Kai. Fiquei com dó do pobrezinho e quis pegar em sua mão, mas aquilo significaria que eu estaria aceitando o pedido? 


 — Você está falando sério ou está fazendo isso por brincadeira apenas pra fazer eles rirem? – O garoto pareceu sério, SooBin se aproximou de mim. 


 — Acha que eles vão brigar? – Sussurrou no meu ouvido. 


 — Qualquer coisa nós separamos... – Respondi, enquanto Kai se mantinha calado, processando aquelas palavras. 


 — Eu sei muito bem que eu gosto de fazer brincadeiras e piadas com tudo, mas eu também sei falar sério, e eu estou fazendo isso nesse exato momento. – Pareceu magoado, sua voz mais grossa e chorosa mostrava isso. — Acha que não estou com medo de receber um não? – Enfatizou a última palavra, então se aproximou de SooBin, buscando o conforto que o mais alto dava sempre que algum de nós estava triste. — Eu gosto de você... – Terminou, escondendo o rosto no ombro do nosso amigo. 



Taehyun olhava para Kai, parecia estar pensando sobre a declaração repentina, que deixou o clima ali tenso, mas eu estaria mentindo se dissesse que não estou gostando desse drama romântico dentro do meu banheiro ao vivo. Eles eram fofos e pareciam feitos um para o outro, como almas gêmeas, mesmo que não estejam destinados a ficarem juntos pelo resto da eternidade. 


Será que Beomgyu era minha alma gêmea, mas não poderíamos ficar juntos porque não éramos destinados a isso? Eu espero que não... 


 — Eu aceito... – A voz baixa do Kang soou, logo depois, tudo o que pude ouvir foi um grito de alegria vindo de Kai e um splash na água. O Kamal havia pulado sobre os braços de seu novo namorado, o enchendo de beijos nas bochechas, trazendo novamente o clima bom ao local. 


 — Beija, beija, beija, beija! – Eu e SooBin começamos a gritar ao mesmo tempo, batendo palmas esteticamente. 


 — Seus feios, se acham mesmo que irei ter meu primeiro beijo com o Taehyun dentro de uma jacuzzi e de frente pra vocês, vocês estão muito enganados! – O mais novo cruzou os braços. 


 — Tão grosso... – SooBin sorriu de lado. — Gente, melhor saímos, olha só isso. – O garoto mostrou seus dedos enrugados pelo tempo que ficamos ali. Olhei minhas mãos, notando que os meus estavam no mesmo estado. 


 — Vamos, não quero estar feio logo hoje! – Disse me levantando, para então pegar minha toalha e sair dali, passando por cima de Kai e Taehyun, que não se moviam. 


 — Dêem graças a Deus por não terem visto o que eu vi... – O mais novo falou baixo, arrancando uma risada de todos nós. 


 — Quem manda não sair da frente, ficou traumatizado. 



 Todos nós fomos para o quarto assim que secamos nossos corpos, quando chegamos lá, as roupas já estavam dispostas em uma arara, provavelmente minha mãe trouxe a minha roupa e a dos meninos também. Pegamos aquelas peças e começamos a colocá-las em nossos corpos, terminamos de nós vestir em poucos minutos, faltava apenas a maquiagem, e pedimos ajuda da minha mãe para isso. 





 A maquiagem demorou mais do que o esperado, visto que minha mãe queria algo bem feito, principalmente em mim, e éramos em quatro, mas logo já estávamos dentro da limousine, rumando o salão de festas, e falando em festa, eu estava em uma por dentro. O caminho foi agitado, músicas animadas de uma playlist aleatória tocava, os meninos já começavam a comer dali, usufruindo dos doces que estavam disponíveis no carro, e eu, claro, não fiquei para trás. Eu tinha muitas dúvidas em minha cabeça, e boa parte delas se ligava a Beomgyu.


Será que ele havia lembrado? Será que ele iria? Será que ele estava esse tempo todo brincando comigo? Será que ele vai vacilar? Eram tantas perguntas em minha mente, que nem vi quando chegamos no salão de festas. 

Os meninos haviam pulado para fora do carro aos berros de animação, enquanto eu apenas os segui, com um sorriso extremamente nervoso nos lábios. 


O salão estava simplesmente perfeito! Completamente decorado de azul, branco e prateado, a temperatura ali era um pouco baixa, devido as várias esculturas de gelo e a neve sintética que havia em alguns cantos, as cortinas eram em azul, sua iluminação também era branca-azulada, a pista de dança piscava luzes azuis e brancas, simplesmente tudo estava perfeito, parecia que eu tinha acabado de entrar no castelo da Elsa. 


O salão estava lotado, alguns amigos meus, familiares, amigos do meu pai, que este insistiu em chamar, por mais que eu odiasse a ideia, era super desconfortável ter desconhecidos, adultos e sérios numa festa de adolescente. Pra ser sincero, a festa ideal seria apenas eu e meus amigos. Mas, no meio daquela multidão, eu não conseguia o ver. 


Beomgyu não estava lá, e isso me deixava aflito. Será que ele realmente vinha, ou eu tinha mesmo levado um bolo? Tudo o que eu mais queria era que aquele belo rosto e cabelos castanhos esvoaçantes aparecesse ali, no meio daquela gente. 


 — Venham, vamos dançar! – Kai puxou minha mão até a pista.



Dançar com seus familiares e amigos de seu pai lhe encarando não era nada confortável, por isso, eu tinha que me limitar em meus movimentos. Minha vontade era arrumar um grupo e fazer uma batalha de dança? Sim, mas para isso eu precisava estar livre de adultos sérios. 

Tirando o fato de estar sendo fitado por várias pessoas, eu estava até que me divertindo, já até tinha esquecido do bolo que tinha levado de Beomgyu, até agora ele não tinha aparecido, o que me deixava extremamente triste. 


A música lenta começou a soar, e aquilo indicava apenas uma coisa: a hora da valsa. 


Eu olhei em volta mais uma vez. Nada dele. Então, com uma feição totalmente desanimada e sem esperanças, eu me aproximei de SooBin. 


 — Ele não veio... – Respirei fundo. — Vamos, SooBin. 


O mais novo não discutiu, logo segurou minha destra. Quando viramos, eu pude ver ele. 


Beomgyu corria para dentro do salão, parecia apressado, andava entre as pessoas, tentando chegar até mim. Naquele mesmo momento, soltei a mão de SooBin, que deu dois passos para trás, e fui de encontro a ele. 


 — O que aconteceu? – Perguntei, bravo, queria respostas claras vindo dele. 


 — Depois eu explico, vem, vamos logo dançar! – Ele segurou minhas mãos um pouco afobado, então guiei ele até a pista de dança. 


 Suas mãos foram de encontro a minha cintura, as minhas seguiram até seus ombros, e assim que nossos olhares se encontraram, eu esqueci tudo. 


Esqueci os passos da dança, que haviam pessoas ao nosso redor, que eu estava sendo observado e julgado por todos ali. Começamos a dançar, nossos corpos se moviam para um lado e para o outro, parecíamos estar na mesma sintonia.


 — Eu peço desculpas por ter me atrasado tanto, e nem ter dado os parabéns hoje na escola. – Ele respirou fundo, e eu apenas fiquei em silêncio, observando aquela bela criatura falar. — Eu tive uns problemas familiares, nem sabia se poderia vir, mas eu queria muito, e não queria te deixar sozinho nessa... Então eu apenas me arrumei e sai correndo. – Abaixou sua cabeça. — Meu pai invadiu a casa da minha mãe e eu os deixei sozinhos lá, nem sei o que pode acontecer, mas eu não queria te deixar triste logo hoje. 


 — Você é louco?! – O olhei, desesperado. — Você deveria ter me mandado mensagem e ido ficar ao lado da sua mãe, eu não sei como seu pai é, mas imagina se ele tenta algo contra ela?! 


 — Eu não quero nem imaginar... – Ele balbuciou, tudo o que eu queria era o empurrar e o mandar para casa cuidar de sua família, mas sua voz doce logo voltou. — Eu vim também porque queria esquecer um pouco, eu não posso ajudar muito, Yeonjun... Eu sou só um menino de quatorze anos, ninguém me ouve, e se meu pai fosse tentar algo e eu interviesse, era capaz de apanhar também, eu tenho muito medo... – Ele respirou fundo, aquilo me deixou preocupado, eu não queria que ele sofresse mais por conta da minha festa. 


 — Eu não sei nem o que falar... – Admiti, seguindo os passos dele na dança. Aos poucos outros casais de adolescentes se juntaram a nós, mas os adultos continuaram olhando ao longe. 


 — Não precisa falar nada. – Ele sorriu, olhando em meus olhos. — Bem, eu esqueci de trazer seu presente na correria que saí de casa, então, eu poderia dar outra coisa? 


 — Você não precisava comprar nada pra mim, Beom! – Fiz um logo, mas logo um sorriso se formou em meus lábios. — Mas já que comprou, pode dar sim! – Ri. 


 — Bem, o comprado ficou em casa, levo amanhã na aula, e o outro é isso... – Nós paramos de dançar. Ele se aproximou de mim rapidamente, colocando sua destra em meu rosto, enquanto a outra permaneceu em minha cintura. Meu estômago encheu-se de borboletas e senti que meu coração iria explodir assim que seus lábios se colaram aos meus. 


Era uma sensação única, que eu nunca havia experimentado antes, afinal, aquele era meu primeiro beijo, e eu jamais iria imaginar que ele aconteceria na minha festa de aniversário, no meio de todos, e ainda mais com o garoto que eu gostava. 


Claro que retribuí o gesto, não sou tolo, mas estranhei quando a música parou de repente, porém, apenas me separei dele quando fomos afastados a força pelo meu pai, não sei se já disse isso, mas ele é um velho sério, extremamente homofóbico. 


 — Que palhaçada é essa?! – Ele gritou, naquele ponto, vários cochichos eram ouvidos por todo o salão. Beomgyu pareceu assustado e nervoso, então segurou minha mão. — Me responda, que palhaçada é essa, Yeonjun?! Agora você virou um viadinho?! Eu sabia que tinha algo por trás dessa sua história idiota de querer dançar a valsa com um menino, eu sabia! 


 — Pai, não é o que o senhor... – Antes que eu pudesse continuar, senti um tapa ser desferido em meu rosto, e aquilo fez com que meus olhos se enchessem de lágrimas. Ele nunca havia me batido. 


 — Eu gasto sei lá quantos mil para dar essa festa a você, e você me dá esse desgosto de um filho bichinha? Você só me dá prejuízo e arrependimentos! – Ele se virou na direção que minha mãe estava, estática olhando a cena. — Eu falei pra você, eu falei pra você abortar ele logo no início, não falei? Olha aí o que seu precioso filho arruma!




Antes de escutar a resposta de minha mãe, acabei sendo puxado para fora do salão as pressas por Beomgyu. 

Nós dois corríamos o mais rápido que podíamos para qualquer lugar, aposto que nem ele, que me guiava, sabia para onde iria, e a julgar pelos gritos, meus pais nos seguiam. 

Era tanta adrenalina correndo pelo meu corpo que eu sequer poderia descrever bem o que sintia. Após entrar em várias ruas, meus progenitores nos perderam de vista. 


Eu não sabia onde estava, mas aparentemente Beomgyu sim. 


Ele me puxou um pouco mais, agora caminhávamos de mãos dadas pelas ruas quase cem por cento escuras, se não fosse os fracos postes de luz, mas em poucos minutos, meu rosto de iluminou. 


Várias luzes coloridas brilhavam, uma música divertida tocava. Eu estava em um parque de diversões. 


 — Um parque? – Me virei para ele. 


 — Sim... Já que estraguei sua festa, não acho mais que justo eu compensar aqui. – Ele sorriu tímido.


 — Você não estragou nada, não pense assim. – Respirei fundo. — Meu pai e a homofobia dele estragaram.


 — Acho que eu deveria ter sido mais discreto, não é? – Ele fez um bico entristecido. 


 — Não acho, não foi nada de errado, eles que são chatos. – Dei de ombros, mas meu rosto logo se tornou velho ao lembrar do beijo. — Bem... Porque fez aquilo?


 — Aquilo? – Ele me olhou confuso, mas logo pareceu entender. — Ah, bem, o beijo... Eu apenas... Bom... – Abaixou sua cabeça.

 

— Você?... – Perguntei, tentando o influenciar a continuar a falar, mas foi sem sucesso, ele continuou calado, com sua cabeça abaixada. — Tudo bem, não precisa dizer agora, só quando se sentir bem em falar, certo? – Ele assentiu. 


 — Vamos entrar no parque, irei pagar seu ingresso! – Ele segurou em minha mão com um sorriso. 


 — Não precisa, Beomgyu! – Apertei nossas mãos juntas, sorrindo. 


 — Eu insisto! Te tirei de sua festa super-hiper-ultra-mega cara, é o mínimo que posso fazer... – Ele me puxou levemente, para entrar no parque, e eu apenas o segui, cedendo a sua vontade de me pagar o ingresso. 


O Choi pagou um pacote para nós que dava acesso a todos os brinquedos, nossas mãos foram carimbadas e então entramos no local, olhando em volta. Aquele era um parque vinte e quatro horas, tínhamos a noite toda juntos. 


 — Onde vamos primeiro? – Perguntei, segurando em sua mão. 


 — Trem fantasma! – Ele sorriu, então me puxou até o brinquedo dito. 








 Foram longos minutos brincando, na realidade, acho que já haviam se passado algumas horas, até agora meus pais não tinha nos encontrado, graças a Deus. 

Andar em brinquedos de parque nunca havia sido tão divertido, eu já tinha ido outras vezes com os meninos, mas acho que eu não me diverti tanto quanto hoje, apenas com Beomgyu. Era apenas nós dois, tinham pouquíssimas pessoas ali, boa parte era apenas os funcionários. 

Nosso último brinquedo foi a roda gigante, eu estava ansioso para ir nela, ver o mundo lá de cima ao lado dele me parecia ótimo, sem contar que a sensação de romance no ar era garantida. Demos alguns selinhos enquanto estávamos lá em cima, ele apertava minha mão delicadamente, a soltou poucas vezes durante todo o nosso passeio, que coloquei na minha cabeça ser um encontro. 


 — Sabe, Yeonjun... – Ele começou enquanto saíamos das dependências do parque de diversões. — Acho que nunca me diverti tanto com alguém...


 — Eu também não, nem com os meus amigos. – Admiti. 


 — Acho que é a hora de falar o que eu queria dizer no início, eu passei o tempo inteiro tentando encontrar as palavras certas... – Respirou fundo. 


 — Pode dizer. 


 — Eu não quero parecer estranho nem nada, não pense coisas erradas sobre mim, por favor. – Pediu, parecendo desesperado. — É que, nesse curto tempo que passamos juntos, na realidade, desde que me pediu pra ser seu par, eu acabei me apegando a você, o que quero dizer, é que eu acho que estou apaixonado por você... – Abaixou sua cabeça, eu tentei conter meu sorriso, mas ao ouvir aquilo, me derreti completamente. 


 — Bem, eu digo com certeza que sou apaixonado por você..– Cocei a nuca. — Desde o sexto ano, pra falar a verdade, mas nunca tive o que falar com você, então aproveitei essa oportunidade de te convidar pra ser meu par, eu pareci estranho, eu sei, mas eu não queria deixar passar...


 — É compreensível, eu achava que você me odiava, como todo mundo... – Ele abaixou a cabeça.


 — Aquelas pessoas são umas idiotas, você nunca deu motivos pra ninguém te odiar, não dê o gostinho a elas de se importar, se elas souberem que estão te magoando, vão continuar. – Coloquei minhas mãos em seus ombros, como uma tentativa de o dar apoio. 


 — Não me importo com o que eles pensam e deixam de pensar sobre mim. – Ele sorriu, colocando suas mãos sobre as minhas, que ainda estavam em seus ombros. — Mudando de assunto... Eu pensei que... Sabe... – Ele me encarou, com suas bochechas rubras. Beomgyu, porque você é tão fofo? — Já que você gosta de mim, e eu gosto de você... Você... – Ele abaixou a cabeça por alguns segundos. — Namora comigo?


Era como se fogos de artifício fossem soltos em meu corpo. Eu estava uma bagunça por dentro, até havia ficado um pouco tonto com aquilo. É, eu não esperava um pedido tão repentino, mas eu não poderia deixar passar. 

O garoto que eu sou extremamente apaixonado acabou de me pedir em namoro, isso não é algo que se tem todo dia.


 — Sim! – Sorri animado com aquilo, me jogando em seus braços, logo fui abraçado por ele. 


Ficamos abraçados por alguns minutos, eu me sentia bem em seus braços, seu calor me deixava calmo, como se meus problemas sumissem. 


Meus problemas...


Por um segundo lembrei que meus pais estavam a minha procura, ou talvez já tivessem desistido de mim , mas esses pensamentos logo se foram assim que Beomgyu tomou meu rosto entre suas mãos e beijou meus lábios. 

Eu abracei seu pescoço, me entregando completamente ao beijo, que era diferente do que tivemos mais cedo. Nossas línguas travavam uma batalha por espaço em nossas bocas, suas mãos apertavam minha cintura com certa delicadeza, me puxando para mais perto, deixando nossos peitos colados. Algumas pessoas que trabalhavam no parque ficaram nos encarando, já que nos beijávamos em frente a sua entrada, mas o que destruiu nosso momento foi a voz de meu pai. 


Havíamos sido encontrados. 


 — Que baixaria é essa no meio da rua? Vocês não tem vergonha não?! – O homem gritou, me puxando para longe. — Vamos pra casa, você vai se arrepender disso! 


 — Não! – Gritei, me aproximando de Beomgyu, segurando em seu braço. — Eu vou ficar com o meu namorado!


 — O que? – O mais velho se aproximou rapidamente, me segurando pela camisa. — Seu o que?!


 — Meu namorado! – Falei com uma certa firmeza, o que o irritou ainda mais. 


 — Ora seu... – Apertou minha roupa entre os dedos, então me empurrou contra o chão. — Você é realmente uma decepção para nossa família, Choi Yeonjun, tenho até vergonha de ter você como filho! – Cuspiu as palavras na minha cara, por um segundo senti meus olhos se encherem de lágrimas. — Quando você voltar pra casa a gente conversa, seu merdinha, e ouse fugir, para você ver se não mando o exército inteiro atrás de você! – Por fim, ele aproveitou o fato de que eu estava jogado no chão para me dar um chute no corpo. 


Aquilo doeu, mas suas palavras doeram mais ainda. 


Meu pai deu as costas, entrou novamente no carro e deu a partida. Beomgyu se aproximou de mim e me levantou, secando as lágrimas teimosas que caíram de meus olhos. 


 — O que faremos? – Ele perguntou. 


 — Não sei, a única coisa que eu sei, é que qualquer dificuldade iremos enfrentar juntos, não é? – Sorri pequeno. 


 — Sim, juntos! – Ele me abraçou.



Eu com certeza apanharia quando chegasse em casa, mas não tinha problema.


Havia sido o melhor aniversário da minha vida, eu dancei com o garoto que gostava, fui a um parque se diversões com ele, e ainda fui pedido em namoro.



Mesmo sabendo que a fera me aguardava, eu estava feliz. Eu tinha Beomgyu e meus amigos ao meu lado, eu não poderia estar mais feliz, e sinceramente? Eu faria tudo outra vez.





Notas Finais


Chegamos ao fim da história ❤️ eu espero que vocês tenham gostado, me desculpa qualquer erro e o atraso pra esse último capítulo 💔

Acham que a short merece um bônus?


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