Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?
××
Em que céu se foi forjar
O fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chama?
Que mão colheu esta flama?
××
Que força se fez retorcer
Em todo o seu ser?
E o som do seu coração
De aço, que cor, que ação?
××
Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
O moldou? Que mão, que garra
Seu terror mortal amarra?
××
Quando as lanças das estrelas
Cortaram aos céu, ao vê-las.
Quem as fez sorrir talvez?
Quem fez a ovelha te fez?
××
Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria?
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