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História Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 22


Escrita por: __Melanin__

Notas do Autor


¹ Mamahaha = Madrasta;

Capítulo 23 - Capítulo 22


Fanfic / Fanfiction Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 22

Acordo no meu quarto. A cabeça doía mas não tanto. Ontem eu consegui me controlar com a bebida, não gosto tanto do gosto do álcool. Vi Madara na rua enquanto eu jogava cartas com o resto dos homens. De início pensei que era coisa da minha cabeça e ignorei, continuei a jogar. Depois percebi que não era nenhum genjutsu ou coisa da minha cabeça o olhei de volta. Seu olhar era um tanto quanto indecifrável, não sabia se os sentimentos que ele transmitia era bons ou ruins.

Me levanto, tomo um banho no onsen que tem no hotel. Confesso que esperava encontar Madara lá, mas para a minha infelicidade apenas encontrei Naori, que não parecia se importar com minha presença e às vezes brincava com alguém. Aos poucos o local foi se esvaziando, sobrando apenas Naori e eu.

-Algo que queira me dizer?- Eu sentia que ela tinha algo a dizer a mim. Seus cabeloa roxos estavam molhados e brilhante, bem diferentes do que estava.

-Meu mundo não gira ao seu redor.- Respondeu calma. A água quente que nos envolvia começava a esfriar, mas no momento não fez tanta importância.

-Tem razão, desculpe.- Poderia ser paranóia minha. Poderia ser apenas uma cisma minha que ela estava de marcação comigo.

-Enquanto você jogava Madara e eu descobrimos algo. Ele nos espera na recepção.- Logo depois saiu. Não demorou muito para mim ir logo em seguida dela.

Vou até o trocador e Naori está lá, junta com mais três mulheres. Me troco o mais rápido que posso e começo a arrumar meu cabelo.

-Ele solto fica melhor.- Uma moça comentou. Dou um sorriso simpático. Deixo meu cabelo solto como a moça sugeriu, mas prendo a parte de cima, dando efeito de ondas em meu cabelo. Não está tão hidratado e brilhoso quanto eu gostaria, mas ainda sim está bonito.

Termino de me arrumar e saio, quase junto da Naori, com exceção que ela foi na frente. Assim que chegamos não encontramos Madara na recepção.

-Onde está ele?

-Talvez no restaurante do hotel.- Digo e seguimos para lá.

E ele estava lá. Sentado e tomando um café, observando a movimentação do local.

-Ohayo Madara-san.-Naori o comprimenta.

-Ohayo.- Digo logo em seguida e ele estende a mão em pedido para nos juntarmos a ele.- Então, Naori me disse que encontraram informações novas.

-Isso mesmo. Ao que parece é motivo político. Um informante disse que ele Akemi iria se casar com o irmão de Hidetaka e que ele sabia do caso dos dois.

-Só isso? Então já está quase resolvido.

-Ele também disse que antes disso tudo acontecer Akemi brigava muito com seu otousan. Pode ter sido o Fuyuki.- Completou.

-Mas que tipo de otousan mataria a própria filha?!- Digo incrédula. Nunca, nem em um milhão de anos que eu imaginaria meu otousan me matando.

-Nem todo mundo tem uma família estruturada.- Respondeu Madara, Naori apenas olhou para baixo. Não consigo imaginar o que se passa na cabeça desses dois, mas isso claramente afetou ele, como se fosse um assunto da qual ele não suporta mais comentar ou ouvir.

-Então... talvez não seja o otousan dela em si. Pode ser com a okasan ou com a mamahaha¹. Tem alguns estudos psicológicos que dizem que geralmente a filha é mais apegada ao otousan, e o filhi a okasan.

-Como tem certeza disso?- Naori perguntou. Em seu tom de voz tem um pouco de desdém, mas também curiosidade.

-Eu sou médica na maior parte do tempo, então eu meio que tenho que me atualizar.

-Médica do corpo ou da mente?

-Do corpo... na maioria das vezes...

-Então não sabe o que se passa na mente de alguém. Fácil deduzir quando não é você que tem uma família desestruturada ou anormal.- Respondeu ríspida.

-Eu leio livros e tento acompanhar os estudos, então algumas coisas eu sei.

-Mas não pode confirmar.- Por que ela ficou tão ofendida com isso?

-Naori...- Madara ia a repreender.

-Olha...- Respirou fundo, com raiva. Não entendi como a ofendi.- ... eu vou para casa. Não vou ouvi baboseiras de uma garota aspirante a médica! Não tire conclusões precipitadas, é fácil afirmar tudo isso quando se tem uma família normal!- Deu um tapa na mesa, o que me vez dar um pulinho de susto.- Estarei lá fora quando quiser falar sério.- Saiu às pressas.

A olhei indo para fora, em puro desespero.

-Eu não...

-O otousan de Naori descobriu que sua okasan estava o traindo. Então ele  a torturou, obrigando Naori a ver tudo e até mesmo participar. Foi algo tão horrível que no final ela jurou matar ele, e assim o fez.- Madara me cortou.

-Eu não sabia, não quis ofender.- Madara suspirou fundo, puxando um cigarro e tragando-o.

-Eu sei.- Disse olhando o além.- Mas nem todos tem a sorte de ter uma família normal como a sua. Claro, isso não justifica ela ter sido grossa com você, mas é a verdade.

-Como sabe que tenho uma família normal?

-Por que você é uma boa moça. Educada, gentil, uma carreira boa e, pela forma que disse, prioriza sua família acima de tudo.

-Você também prioriza sua família.- Digo.

-Não, não priorizo. Eu priorizo meu niisan, e no momento apenas ele.

-E o seu clã? Não se importa com ele?

-Eu não tenho o amor do meu clã, apenas medo.- Apagou o cigarro na mesa.- Eu já te falei demais. Vou tentar conversar com a Naori.- Ia sair quando se sentou na mesa novamente.- Eu sei que parece difícil de se acreditar, mas ela tem um bom coração, tem ficado ao meu lado e de Izuna desde sempre.- Aos poucos ele foi esticando a mão, até nossas mãos se encostaram.- Eu sei que não tem a obrigação de pedir desculpas ou de perdoar, mas só queria que entendesse.- Depois saiu, e dessa vez não voltou.

Olhando pelo ponto de vista dela, ela tem razão em ter ficado mal com isso. E como Madara disse, não tenho a obrigação de pedir desculpas a ela, mas sinto que devo. E realmente, a grande maioria não tem uma família normal.

Me levanto e vou até a porta. Estou em dúvida se vou até ela ou deixo os dois a sós. Então opto por esperar um pouco. 5 minutos se passam, abro a maldita porta e vou até ela, onde a encontro encostada na parede com um cigarro na mão.

-Olha eu vim me desculpar.- Encosto na parede também, ficando ao seu lado.

-Sabe que não tem a obrigação de fazer isso. É sempre eu que sou a vilã.

-Não, ao menos não dessa vez, eu acho. Eu não tinha ideia do que você tinha passado, e sinto muito se isso te afetou.- Deu uma longa tragada no cigarro.- Então, podemos esquecer tudo e sermos amigas?- Digo as coisas que me vem a mente.

-Somos rivais de séculos. Não pretendo mudar isso agora. Mas podemos parar com essa picuinha por conta de homem, nós duas somos algo muito além disso.

-Picuinha por homem?- Dou uma risadinha no final.

-Você sabe, por conta de Madara.

-Não eu...- Se eu disser que não tenho nem que seja o mínimo de interesse, estaria mentindo.- ...não é nada disso. Estamos trabalhando juntos e só.

-Ordens de Tatsuo?

-Não exatamente. Estamos nos ajudando.

Ficamos em silêncio e quase que sem nos movimentarmos, exceto pela Naori fumando seu cigarro.

-Eu e ele eramos crianças no meio de uma guerra de adultos, só que agora não somos mais crianças. Irônico não?- Respondeu e jogou o cigarro no chão.- Meu chikara no yin começou a doer novamente, mas estava quase acostumada com a dor, então apenas coloco a mão para disfarçar.

-Cadê ele?

-Foi responder uma carta. Para os preparativos do funeral do otousan dele.- Espera? Como é que é?

-Como assim?

-O otousan dele morreu, dois ou três dias atrás.

-E...eu não imaginava.

-Nem teria como. Ele poderia ser a pessoa mais sofrida do mundo e ainda sim você não saberia. Ele mal mal sorri.- Estranho, já que eu vi ele sorrir algumas vezes.

Ficamos em silêncio, quando mais o tempo passa mais próximos do inverno estamos ficando, dá para notar até aqui, que antes os dias eram claros e agora estão escuros, como se o próprio céu quisesse chorar.

     "Éramos crianças jogadas em uma guerra de adultos, e agora não somos mais crianças. Irônico não?" Essa frase veio carregada de dor. Não consigo nem imaginar pelo que esses dois passaram. Ao mesmo tempo que parecem bem, eles parecem tão... quebrados e distantes.

-Podemos ir.- Madara apareceu e disse. Em nenhum instante ele parou de caminhar. Seus passos eram apressados e largos.

-Vamos onde?- A mulher de cabelos roxos perguntou.

-Vamos ao castelo.

-Mas já?- Ela insiste.

-Vamos perguntar aos criados o que sabem sobre essa briga de Akemi e Fuyuki para passar a limpo tudo e analisar os suspeitos da morte de Daisuke.

-Eu vou procurar por boatos.- Digo.- Qualquer boato, por menor que seja, pode ser uma pista.

Madara para de andar e se vira para mim, me encarando.

-Não vai fazer isso. Vai ficar muito suspeito.

-Mais do que já está?

-Por isso mesmo.

-Outro plano melhor?- Pergunto.

-Não.

-Então pronto.- Digo. Nossa rápida troca de palavras estranhamente mudou um pouco a tensão que estava ali. Queria rir, mas me segurei ao máximo para não fazer.

-Apenas tome cuidado, e não seja descoberta com tanta facilidade.

-Pode deixar. Eu consigo me virar.

-Tem certeza?- Ia me virar, mas Madara segura meu braço, não foi tão forte, mas me pegou de surpresa e, ao que parece, ele também, já que no instante seguinte voltou a sua postura normal e ignorou que isso aconteceu.

-Vou comprar uns dangos, aproveitem e se resolvem ai.- No instante seguinte Naori se retirou.

-Tem algo mais que queira me contar...- Começo a induzir ele a dizer algo. Mais especificamente sobre ontem.

-Não.

-Nem sobre ontem?- Fui o mais direta possível, mas ao mesmo tempo dando uma brecha par mudar se assunto.

-Não teve nada ontem.- Disse sério, mas diferente das outras vezes, ele está inseguro.

-Não mesmo?

-Não.- Seus olhos olhos escuros estão tão profundos quanto geralmente eram. Estão mais sofridos e rígidos. Como se quisesse desabar e não pudesse. Esse não é um bom momento para criar um jogo...

-Naori me contou, sobre seu otousan.

-Ela não tinha o direito....- Ele passou de calmo para raivoso em um piscar de olhos, ia atrás dela se eu não tivesse o impedido.

-Ela não tem culpa.

A chuva começa a cair mais forte, quase nos forçando a nos esconder dentro de um estabelecimento. Mas não fizemos isso, fomos para a beirada de uma casa, onde tinha telhas que ajudou a não nos molharmos tanto, mas não o suficiente que impedisse que nossos pés ficassem encharcados.

-Vamos para dentro.- Sugeri.

-O que estamos comentando é de grande importância ao meu clã. Tão grande que só pelo simples fato de saber que ele está morto já é motivo suficiente para assassiná-la.

-Você não está bem. Tira o dia se folga, ou a semana se preferir.

-Não é minha superior, posso tirar o dia quando eu quiser.

-Então tire.- Retruco.- Você não está bem.

-Estou normal. Eu estou bem.- Quase sussurrou a última frase.

-Bem, se não vai assumir isso por mim, que seja por si mesmo.

O puxo, ele reluta de ínicio, mas depois se sentiu mais confiante e me de deixou o guiar pelas ruas com poças de água enquanto desviavamos da chuva.

-Onde está me levando?- Perguntou impaciente. A essa altura já tinhamos saído de lá.

-Calma. Falta pouco.- Ele para e me encara.- Eu nunca tentaria te matar. Nem chegaria perto. Agora vamos?- Pergunto. Ele tem sérios problemas em confiar no outro, ou talvez eu quem confio demais?

Demorou um pouco para chegarmos ao rio onde encontramos o corpo de Daisuke.

Por que me trouxe aqui?- Perguntou sério.

-Espera mais um pouco.- Eu atravesso até o outro lado do rio e me sento no chão.- Como nos velhos tempos...

-Acha que estou de brincadeira? Tenos mais o que fazer Amberly.- Aponto para ele se sentar também.- Não.- Aponto novamente até que ele cede ao meu pedido, mesmo que seja com resmungos.

-Então 24, por que está chateado?

-Já passamos dessa merda.

-Não sei do que está falando.- Insisto. Ficamos alguns minutos em silêncio, nos encarando, como se fosse um jogo de quem cansa primeiro.

-Meu otousan morreu. E foi só isso.

-Só isso?

-Só isso.- O encaro, sabe que quero respostas mais completas.- Não tinhamos uma relação afetuosa, eu o respeitava e vice-versa.

-Ele era seu otousan. Como não sente nada?

-Por diversas vezes ele jogou a mim e ao Izuna no campo de batalha, não se importava com ninguém. Estou triste por ter perdido um grande guerreiro, não um otousan.- A medida que falava, mais se frustava e aumentava um pouco o tom de sua voz.

Atravesso o rio de novo. Com o pouco que convivemos, já deveria imaginar que homens como ele não consegue nada forçando a falar, teria que deixar ele vir até mim e contar. Paro em sua frente. Seu olhar não sobe até mim, apenas encara o vazio com uma expressão de frustação.

-Tem razão. Foi uma idéia estúpida, temos mais o que fazer.- Conclui.

Me levanto e atravesso o rio, quando passo do seu lado, ele segura meu braço.

-Espera.

Honestamente, eu não sei qual é a dele. Uma hora parece que somos amigos de longa data, outra hora parece que nem nos conhecemos.

-Algo a dizer?- Me sento ao seu lado, ele ainda não soltou meu braço.

-Não. Só aprecie o silêncio.- Uma fina garoa começa a cair.

-Temos mais o que fazer, Madara.

-Parece que o jogo virou, não é?- Deu um sorriso leve, mas não se virou para mim. Então sorrio de volta, não sei o que ele tanto olha no rio.- Pare de me encarar.- Disse, agora olhando para mim.

-Você deveria sorrir mais. Tem um sorriso muito bonito.- Digo as coisas que se passam em minha mente. Ele recua um pouco para trás, mas percebeu e tentou não desfazer sua pose de 'líder durão'.

Naquele momento, nada mais importava. Nem a nossa missão, nada. Era apenas eu, ele, a garoa e o rio.

Aos poucos fomos nos aproximando, como se fosse o ritmo lento de uma dança ou uma atração natural. Chegamos tão perto um do outro, nossos lábios finalmente se colaram.

Não foi um beijo por completo, apenas um selinho. Mas ainda sim, transmitia tantos sentimentos que seria difícil descrever. Foi algo mais sentimental, mais real. Algo que nenhum livro jamais conseguiria capturar sua essência.

Nos separamos, e o que aconteceu a alguns segundos atrás não parecia nada além de uma memória distante.

-Eu...- Começo a tentar me explicar, mas não tinha motivos para explicar aquilo. Apenas aconteceu.

-Shhh.- Disse.

Nessa segunda vez foi eu quem tomou a iniciativa. Mas não foi um simples selinho frio, foi um beijo de verdade. Achei que ele iria recuar, mas não, aconteceu exatamente o oposto. Apenas nos aprofundamos mais. Não pude deixar de sentir uma sensação estranha, como se algo finalmente se encaixou, mas de uma forma mais melancólica.

O que parecia durar uma eternidade, uma hora acabou. Não ficou aquele sentimento estranho de constrangimento, foi algo totalmente diferente, algo mais real, profundo e intenso, mas não alegre.

Era óbvio que nós dois sofriamos. Ele com a morte de seu pai e sua posição como líder, e eu me pressionando para manter tudo sobre controle quando na verdade não tenho controle nenhum sobre nada. É sufocante saber que algo só vai dar certo se depender de outra pessoa e não ter confiança absoluta sobre ela. É como se estivesse nas mãos do diabo: você sabe que até o momento você está segura, mas ele pode muito bem te apertar e te amassar a qualquer momento.

-Olha.- Diz olhando para o seu e se levantando. Faço o mesmo.

O inverno finalmente chegou. A neve começou a se misturar com a chuva, e com o passar do tempo, só havia a neve caindo do céu.

-Devemos ir.- Diz e concordo silenciosamente.

Começamos a seguir nosso caminho silenciosamente. Em momento algum não me senti constrangida ou intimidada por ele, e isso me deu medo. Não deveria me aliar a um inimigo, nem me simpatizar com sua dor, nem ao menos conversar. Estou indo contra tudo o qur me ensinaram e não consigo me sentir mal com isso, mas também não posso ignorar.

-Algum problema?- Perguntou. Sua voz saiu mais fria e suave que o normal.

-Não.

-Você geralmente conversa muito e de repente se calou.- Várias coisas tem passado pela minha mente, mas não pretendo compartilha com ele.

-Estive pensando sobre tudo, em geral.

Ele não disse mais nada depois disso. Talvez eu deveria tentar ser mais altruísta, mas acho que o melhor é ficar em silêncio mesmo.

-Não tem medo de mim?- Perguntou repentino.

-Não é bem isso... eu diria que é apenas precaução.- Concordou em silêncio. Em um momento ele consegue ser um livro aberto, no outro ele é a pessoa mais misteriosa.

Caminhávamos mais rápido quando a neve chegava mais forte. Quando chegamos ao hotel, Naori estava lá com seus dangos. Não parecia irritada ou surpresa, mas sim entediada.

-Onde estavam?

-Em um lugar.- Ele respondeu de prontidão.

-Quer?- Ofereceu a ele um dango, mas ele se recusou. Depois virou para mim, mas deixando quase que bem claro que apenas me oferecia por educação. Recusei.- Enquanto estavam fora eu me dei a liberdade de entrevistar algumas pessoas. Dessa vez empregados da nobreza.- Disse baixo, quase em um sussuro.

Falar sobre essas coisas em um lugar tão aberto não era seguro. E ultimamente não temos tomado tanto cuidado quanto deveríamos.

-Vamos lá para cima.- Madara deu a palavra final.

Durante o pequeno trajeto que fizemos percebi que tentava ao máximo se concentrar aqui, não em seus pensamentos. Hora ou outra seu olhar ficava triste e vazio. Quando entramos no quarto a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama de Naori.

-Hey!

-Perdeu.- Digo. Por um momento toda aquela tensão fria que tinha entre eu e ela se foi, mas isso durou apenas alguns segundo.

-Você entrevistou alguns empregados e...- Madara a encentivou a continuar a falar.

-E descobri toda a briga que ela tinha com o pai e a madrasta.- Naori empurra meu pé para o lado, se sentando na beira da cama. Com uma certa preguiça me levanto, e me sento também.- Bom, ela já tinha alguns envolvimentos com caras antes mesmo de Daisuke, mas a gota d'água foi quando ela ficou com o filho do imperador de Tetsu no kami. Um dos cocheiro principais da família disse que alguns dias depois Akemi teve uma discussão com sua mamahaha. Foi uma briga tão feia que Keiko, a mamahaha, a ameaçou de morte se ela não parasse de dar problemas e por conta disso até arranjou um casamento para ela.

-Então está resolvido.- Digo.- Keiko prometeu a mão de Akemi para o irmão de Hidetaka. Ela não gostou porquê estava com Daisuke e Keiko ordenou que Hidetaka matasse os dois, Hidetaka aproveitou e vingou o seu irmão.

-Mas não acha que é um motivo muito raso para matar alguém.- Madara disse, pegando uma jarra com água e colocando em seu copo.

-Matamos por menos.- Digo.- Madara e eu trocamos as palavras rápido demais.

-Nem deixaram eu terminar.- Naori disse, se exaltando um pouco.- Na verdade, Akemi esteve apaixonada por seu meio irmão, Kon. Ela tinha um caso com ele desde os 15, mas só agora a madrasta descobriu.

-Puta merda. Eu nunca teria coragem de ficar com meu irmão...- Digo.- O que acha?- Olho para Madara.

-Acho que ela ficou com Daisuke para tentar esquecer Kon assim que a mamahaha descobriu e para fazer raiva nela também. Hidetaka e seu irmão não sabiam dessa história e aceitam o casamento...

-Mas se estava tudo resolvido, por que matá-la?- Digo.

-Ela ficou novamente com Kon, Keiko ficou enfurecida e contou a Hidetaka apenas a parte de Daisuke, por isso matou ele e ela.

-E o irmão?- Olho para Naori, que acompanhava a nossa linha de pensamentos sem dizer uma palavra.

-Foi mandado se casar com uma garota da terra natal de sua mãe.- Respondeu prontamente.

-Mas Hidetaka estava recebendo dinheiro da família real. Vi isso quando fomos a biblioteca.- Madara disse.- Ele provavelmente soube do incesto e subornou a família real.- Suspirou fundo.- Independente dessa história triste, Hidetaka matou Daisuke, ele merece morrer.

-Todo mundo foi manipulado nessa história. Talvez devêssemos esquecer tudo isso.- Propôs Naori.

-Não podemos deixar isso de lado por conta da nossa honra, Naori.- Matamos Hidetaka, pegamos o pergaminho da Amberly e vamos embora. Essa história está se prolongando demais.- Concordo com a cabeça.

-Bom, de qualquer forma, não precisam mais de mim aqui. Vou voltar.- Naori deu um ponto final naquela história.

Me levanto e vou direto para o meu quarto, eles com certeza tem algo pessoal que querem discutir. O dia ainda mal começou, mas sei que precisam de um tempo colocando os assuntos em dia e eu não quero atrapalhar.

Passo o resto da tarde lá, ás vezes alternando e indo para o centro apenas para ficar de bobeira. Mas esse tempo foi realmente muito bom para mim, dei uma refletida sobre tudo, principalmente refleti sobre aquele beijo. Não foi comos nos livros, onde é sempre bem romântico e a protagonista sentia borboletas em sua barriga. Foi muito pelo ao contrário, de uma forma estranha, senti que ele estava descarregando sua tristeza em algo.

Suspiro fundo e logo vejo um falcão com uma carta em sua perna. Era de meu pai, e pelo jeito, não parecia ser muito boa.


Notas Finais


Esse é o último capítulo que tenho pronto. Vou procurar mais inspirações para continuar, mas não sei quanto tempo vou levar.

Obrigada a todos pelos comentários de apoio e motivação. De verdade, sou muito grata a cada um de vocês que lêem o livro, tem acompanhado e dado suas ideias e opiniões. 😊


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