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História Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 26


Escrita por: __Melanin__

Capítulo 27 - Capítulo 26


Fanfic / Fanfiction Middle of the Night - Madara Uchiha x Oc - Capítulo 26

-Acho que o pior já passou.- Digo tirando o pano da testa da imoto de Inoji.- Fique de olho nela por uns dias. Se piorar procure um médico, mas acredito que não vá.- Coloco o pano na bacia de água do lado e passo as mãos minha calça.

Passei algumas poucas horas da noite dormindo, acordando e sonhando o tempo inteiro. No meu sonho, tinha um escorpião de baixo da minha coberta, quando eu levantava para sacudir o animal ele não estava mais lá, e tinha vezes que estava. Isso ficou acontecendo por tanto tempo que chegou um momento que eu não sabia mais o que era verdade e o que era mentira e tive que acordar por completo. Foi aí que decidi de última hora ajudar Inoji.

-Muito obrigado. Estava começando a desesperar aqui.- Disse dando um sorriso calmo e sereno enquanto segura a mão da garotinha, me fazendo lembrar de Rei e como ela segurou a mão de Madara no segundo dia do tratamento porque ainda estava com muito medo. Madara tentou argumentar falando que isso era besteira, mas no final não teve jeito e teve que segurar a mão dela, ainda que com a cara meio emburrada.

-Bom eu tenho que ir...- Digo meio desconcertada com aquela situação. Despedidas nunca foram meu forte.- Ja nee.- Dou um beijo na testa da garotinha que sorri de volta e um abraço em Inoji.

-Se quiser eu posso te acompanhar.

-Não precisa, mas agradeço.- Dou um sorriso e outro abraço nele. Assim que chego na porta aceno para a garotinha, que acena animadamente de volta.

Assim que saio da casa de Inoji vou direto a minha casa. Deixei na porta minhas coisas preparadas, é só pegar e sair.

Abro a porta de casa e, assim como ontem, não tinha ninguém lá. A neve começa a cair, o inverno finalmente chega em Hi no Kuni ( país do fogo ). Estava começando a estranhar a demora.

-Deveria levar mais uma blusa.- Otousan disse, passando pela porta e colocando a mão em meu ombro, em seguida entrou em casa. Alguns segundos depois ele voltou com um manto azul escuro longo com pele de lobo nas bordas e por dentro também.- Aqui.- Assim que ele pôs a mão nele senti o quão pesado ele é.- Como nós raramente passamos os invernos aqui pedi que fizessem um para cada.

Coloco minha bolsa com as coisas no chão e continuo segurando o manto. Embora não seja muito discreto, ele é muito lindo.

-Eu amei...- Estou tão impactada que essas foram as únicas coisas que me veio a cabeça.- eu amei, com todo meu coração...- Passo a mão por dentro do manto.-...é tão mácio...- Ele estendeu a mão, pedindo para pegar o manto. Assim que entrego ele o coloca em mim, é muito quente e confortável.- Obrigada.- Ele levantou um pouco meu rosto e sorriu.

-Pode ir agora.- Dou um abraço rápido dele.- Ja nee.

-Ja nee.- Digo, pego minhas coisas e começo à procurar da saída.

Não sei como nem quando Tatsuo descobriu que eu estava aqui, desde que voltei eu não saí dos portões nem para batalhar, procurar plantas medicinais e nem nada disso. Apenas psra ir ao rio de noite e, ainda sim, voltava para trás. Talvez tenha mandado alguns shinobis me seguirem enquanto estive fora.

Assim que atravesso os portões tenho a sensação que o frio aumentou. Não está nevando quanto geralmente neva, mas é o suficiente para cobrir as estradas e deixar tão branco quanto um algodão.

Na metade do caminho começo a ouvir alguns passos, provavelmente eram inimigos curiosos com a minha volta, mas não dou tanta importância. Para mim é tão raro ver a neve que, naquele momento, apenas me concentrei em observar o quão belo estava a madrugada, apesar de não ter sol, a luz da lua ajuda.

Quando ouvi que os passos começaram se aproximar eu me viro em direção a eles. Para a minha surpresa e possível infelicidade, não era um shinobi, era uma mulher Uzumaki, e só sei disso por conta dos seus cabelos tão vermelhos quanto o fogo. Pelo olhar dela, ela não esperava que eu percebesse sua presença ali.

-Vai me atacar? Faça isso rápido.- Digo entediada. Não quero lutar na metade do caminho, mas se for preciso...

-Só se me atacar.- Respondeu. Ela tem um simbolo em sua testa chamado Byakugou. Uma pessoa tem que treinar muito, ter muito esforço e dedicação para conseguir um desses. Ela não era uma shinobi comum. Ví um desses apenas uma ou duas vezes em minha vida inteira.

-Que seja. Olha eu não quero confusão. Você segue seu caminho e eu sigo o meu.- Digo e começo a andar, sem querer saber o que ela vai responder.

Começo a andar e alguns minutos se passaram, até que escuto os passos novamente.

-É bem óbvio que espionagem não é a sua.- Digo me virando novamente. Dessa vez ela estava basicamente ao meu lado e com um capuz, provavelmente percebeu que eu notei que ela era Uzumaki.

-Você que me segue, está indo na mesma direção que eu.- Retrucou. Kami -sama, me dá paciência.

-Olha só, não interesse em você, no seu clã ou no clã que tem se aliado. Tenho coisa mais importante para fazer e assim que possível quero me mandar daqui. Pode seguir seu caminho tranquila.- Digo tentando ser paciente. Tive que revelar algumas coisas para que ela me deixasse em paz.

-Acho que posso dizer o mesmo para você.- Começo a andar novamente. Alguns segundos depois ela também estava andando também na mesma direção. Estava me olhando, senti minhas costas queimarem e não podia me virar para trás. Seus passos não aumentavam e nem diminuiam, parecia que realmente não tinha algum interesse em mim, para não causar suspeitas resolvi manter o ritmo também.

Chegou em um ponto do caminho que ela se desviou e foi entrando pela a mata a fora.

-Boa noite, e obrigada pela companhia.- Disse com um pouco de ironia e sarcasmo.

-Boa noite.- Na hora nem notei, respondi no automático.

Apesar da presença incomodante da ruiva, aquilo não me impediu de continuar apressiando. Chegou em uma parte do caminho que tive quase certeza que ela não era uma ameaça para mim, ainda... não naquele momento, mas talvez em batalha. Provavelmente não tinha intenção de me encontrar.

Os minutos foram se passando e começou a virar horas, até que finalmente chego ao palácio de Tatsuo. Os soldados me reconheceram assim que cheguei, então não precisei esperar como da última vez.

Entro no palácio com expectativa de que ele esteja quente, mas foi engano meu, parecia estar mais gelado do que fora dessas paredes.

-Então finalmente resolveu vir...- Tatsuo está no fim do corredor, com um copo de vinho na mão e usando roupas formais.

-Eu sei que deveria ter vindo antes, mas não tive tempo e só consegui por agora...- minha voz foi perdendo o volume a medida que eu falava. Ele pode muito bem me mandar prender por conta disso. Seu olhar não se desviava dos meus.

-Espero que não tenha aberto o pergaminho.- Disse em um tom de alerta.

-Não, é claro que não.- Digo encolhendo os ombros e pegando o pergaminho dentro das minhas coisas.- Está todo lacrado. Se quiser conferir...- Estico as mãos com o pergaminho.

Seus passos pelo corredor são lentos, fortes e torturantes. A cada passo que ele dava o som ecoava por todo o palácio, tornando mais sinistro. Um calafrio percorreu meu corpo, aquilo tudo parecia ser planejado com cautela.

Quando Tatsuo chegou perto o suficiente ele pôs as mãos o pergaminho, e quando puxou ele não conseguiu pegar.

-Solte ...- Sua voz é baixa e exigente, não tinha percebido que estava segurando o pergaminho forte de mais. Minhas mãos se afrouxaram quase que imediatamente.- Muito bem.- Ele puxa o pergaminho novamente e gira ele por suas mãos, a procura de qualquer prova que eu tinha aberto.- Parece que está tudo intacto. Venha. Tenho certeza que planeja passar a noite aqui.

Aquele clima ruim havia sido quebrado, mas só me deixou ainda mais nervosa e ansiosa que antes.

-Não, não pretendo.- Ele se vira para mim, surpreso com a resposta.

-Tenho um assunto a retratar com você amanhã.

-Acho que vou ficar então...

-Quer que te acompanhe até seus aposentos?- Ele começou a estalar os dedos, uma maneira de expressar ansiedade.

-Não precisa, obrigada.- Assim que digo ele faz uma leve reverência e se retira, me deixando sozinha naquele corredor enorme e quase sem luz.

Em passos apressados caminho para as escadas, que ficam quase no fim do corredor. Assim que subo olho para as paredes, aquelas pinturas parecem tão belas quanto antes.

Toco levemente as pinturas com as mãos, a textura está tão velva e tão gasta que um pouco mais de força ela se despedaçaria em pedaços, até mesmo em grãos de pó. Termino de subir e vou direto para meus aposentos, caindo quase que imediatamente na cama. Não estou tão cansada quanto achei de estaria.

Parte de mim ainda preferiaestar com Madara e Rei no rio, mesmo com ela me odiando, naquele lugar eu me sentia em paz, não precisava ser uma adulta responsável e ocupada. Se para mim está difícil, imagine para Madara, que é o líder do clã Uchiha, eu controlo a ala médica e já é bastante estressante e cansativo, comandar um clã então...

Eu ainda não "perdoei" ele, se é que posso chamar de perdão já que, aparentemente, ele não teve envolvimento, mas consigo me simpatizar com sua situação de certa forma. Talvez o rio também seja seu ponto seguro. A cada dia que passa eu o enxergo menos como o monstro que contam e mais como uma pessoa normal, uma pessoa bastante emotiva que se importa com os demais e tenta dar o seu melhor, e uma pessoa cabeça dura, teimoso o suficiente para ignorar tudo e todos.

E por fim, temos Rei. Não sei muito sobre ela, ou o que passou, mas ela é uma sobrevivente. Não é fácil crescer em um mundo como esse, com tanta violência.

Fico por um tempo me movendo de um lado para o outro, a cama não me atrai mais. Pego papel, tinta e uma pena e me sento no chão, começando a rabiscar o papel.


          Querido Madara,

     Não


Querido? Nem somos tão íntimos assim. Desse jeito parece que estamos em um relacionamento ou algo do tipo.

Amasso a folha de papel e jogo em um lugar da sala. Pego uma outra folha e começo a escrever.


Caro Madara,

Não é só porque vou estar longe que vamos perder contato. Quero que me envie toda semana ou de duas em duas semanas como que a Rei tem se saído sem o tratamento, se progrediu ou não... você sabe, essas coisas.

Por motivos pessoais - e óbvios - eu não posso te contar onde estou, mas vou mandar sempre um falcão treinado para levar as cartas. E sobre o que aconteceu no país das Cachoreiras, talves seja melhor a gente relevar e fingir que nunca aconteceu.

Por hora é só e espero notícias. Mande lembranças minhas à Rei.

Ab J.


Escrevendo a carta eu lembro de Madara, mais especificamente no momento onde ele passou muito tempo anotando algo na agenda. Pode ser besteira e ele realmente escreveu o de sempre, mas queria ter apenas a certeza de que não era nada demais.

Começo a procurar em minhas coisas a agenda e assim que acho coloco a bolsa de lado. Dou um suspiro fundo e começo a folhear, e, pelo que percebi, não tinha nada demais

-Garota estúpida!- Sussurro e jogo a agenda no chão. Me deito e olho a agenda, que no chão parecia tão sem vida.

Alguns minutos se passaram e eu continuava olhando, ate que finalmente pego a agenda de volta e começo a folhear com mais calma.

Para a minha surpresa e alegria Madara realmente tinha escrito algo lá. Ele tinha dobrado a ponta de uma folha para deixar marcado.


     Amberly,

Sei que não iremos nos ver por um tempo. Na verdade, por um lado acho isso bom para termos um tempo para pensar sobre tudo, mas por outro é ruim, pois não irei te ver como todas as noites.

Confesso que estou começando a apreciar sua companhia, já que é uma das únicas pessoas que não me julgam deliberadamente ou tiram conclusões precipitadas.

Estou escrevendo essa carta pois queria te agradecer por tudo que tem feito por mim e por Rei. Eu não tenho muita noção do que um ninja médico faz todos os dias, mas sei e sinto que você ama o que faz e de esforça ao máximo para fazer com perfeição e, ainda sim, tem tempo para ajudar um inimigo que matou vários dos seus aliados e companheiros. E, honestamente, não sei se Rei teria o mesmo tratamento lá dentro igual ao que tem com você.

Como deve imaginar, não sou bom com as palavras pessoalmente, prefiro escrever cartas.

Apenas queria que você soubesse que sou grato por tudo o que tem feito. Espero que conclua sua viagem bem e encontre sabe se lá o que está procurando.

De,

Madara Uchiha.




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