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História Midnight Circus - Céu noturno


Escrita por: dokyseur

Capítulo 25 - Céu noturno


Felix não falou para Hyunjin sobre a conversa que tivera com Lenda. Ele achou que se relembrasse a Hyunjin da morte da mãe, estaria entrando em um caminho perigoso e não queria vê-lo triste.
No ensaio, Felix ficou um pouco retraído, considerando que na noite anterior havia tido mais uma alucinação enquanto estava no bambolê. Então, Hyunjin estava sozinho nas fitas, ensaiando seu número solo e era a desculpa perfeita para Felix o admirar de longe, como fazia desde o primeiro dia. Nunca se cansaria de vê-lo em movimento, com aqueles cabelos cor de fogo voando no ar. Nas últimas semanas, eles estavam mais compridos, batendo nos ombros. Lix podia dizer o mesmo do seu undercut, que já estava com as laterais, anteriormente raspadas, crescendo. Até mesmo o topete que costumava pentear para cima já estava ficando rebelde e caindo sempre em seus olhos. Ele acabou ajeitando os fios com os dedos, os dividindo ao meio.
Hyunjin desceu girando pelas fitas até o chão e caminhou em direção a Felix, se ajoelhando em sua frente, ficando à altura de seu rosto. Lix sorriu bobo, tocando as bochechas dele.

— Oi pra você — disse ele.

Hyunjin o respondeu com um selar demorado sobre seus lábios e levantou novamente, pegando Felix em seus braços, o erguendo. Lix se agarrou nele, rindo de surpresa.

— O que tá fazendo, seu maluco? — perguntou ele, ainda rindo.

— Te levando pro bambolê — Hyunjin disse — Relaxa, eu não vou desgrudar de você.

E de fato não desgrudou, pois Hyunjin sentou atrás de Felix no bambolê e o abraçou, dando cheiros em sua nuca. Eles não exatamente ensaiaram, apenas ficaram sentados lá em cima, observando os outros ensaiando. Jisung treinava arranjos e manejos com cartas, Chan e Changbin estavam nas motos, Jeongin e Seungmin estavam equilibrando pratos, Minho praticamente cambalhotas e saltos e Yeji apenas meditava sobre um dos bancos. Lenda não estava lá, o que era estranho, já que ele sempre estava presente nos ensaios.

— E seu pai? — perguntou Felix.

Ele sentiu quando Hyunjin suspirou baixo.

— Não saiu do quarto — Hyunjin disse — fui lá antes do ensaio e ele disse que estava muito cansado hoje, por isso ficaria ausente.

Felix não deixou de sentir uma parcela de culpa. Afinal, ele havia o feito relembrar da morte da esposa e de fato deveria ser algo traumático o bastante para deixa-lo desanimado a ponto de nem sequer aparecer no ensaio, que Felix sabia e percebia, ele amava.
Agora, Felix observava a lona do circo enquanto se inclinava para trás, deitando a cabeça no ombro de Hyunjin. Ele sabia agora que aquela lona era um céu verdadeiro, um céu noturno idêntico ao da tela que Hyunjin pintara para ele. Olhando melhor agora, dava para ver as estrelas piscando e as pequenas nebulosas e galáxias girando. Até mesmo, se prestasse mais atenção, podia sentir o silêncio do vácuo universal. Era lindo e assustador. Era pura magia.

— Demorei para perceber que isso é um céu de verdade — Felix comentou.

Hyunjin roçou o nariz em sua bochecha.

— É lindo, não? — a voz de Hyunjin saiu rouca — Meu pai o criou porque minha... porque Yeji pediu.

Felix sabia o que ele ia dizer. Minha mãe, foi o que quase saiu, mas Hyunjin não disse. Era como se apenas mencionar sobre ela o fizesse lembrar de tudo. Ele evitava ao máximo relembrar daquele trauma, Lix percebeu. E foi automático que Felix pensou no que Lenda o contou. Não conseguia tirar da sua cabeça a imagem de um Hyunjin pequeno, apavorado ao encontrar a mãe sem vida naquele mesmo palco.
Ele também percebeu o porquê de Lenda ter ficado tão triste quando Felix falou do céu noturno ser incrível. Afinal, Lenda o criou para a mulher que amava. E ela estava morta.



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