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História Mike - Capitulo 1


Escrita por: arcadiz

Notas do Autor


desculpe a demora

Capítulo 2 - Capitulo 1


[ capitulo 1] 

1 de janeiro

Num belo inicio de ano. A aurora sobressai-se sobre as nuvens, iluminando com seus calorosos e dourados feixes de luz sobre a cidade grande de forma  costumeira. Nas ruas pode-se notar a mais variada concentração étnica de pessoas. O dia começava cedo, antes mesmo de clarear; passos apressados pela calcada, gritarias, sons de motores e a familiar poluição que enegrecia e entorpecia o sentido da grande multidão. As áreas verdes eram ocupadas geralmente por pessoas vendendo bugigangas, comódites entre outras coisas. Alguns praticavam exercícios nos instrumentos comunitários, outros apenas faziam uma caminhada contando as fofocas do dia a dia.

 

Mais afastado do cetro da cidade. Adornamentos de pobreza e opressão fazem-se cada vez mais presentes; casas de madeira e barro. Esgoto a céu aberto, lixos amontoados em montanhas e arvores curvadas de formas quase humanamente impossível, pode-se imaginar melhor descritas como aquelas dos típicos filmes de terror onde não tem folhas e produzem sons assustadoramente arrepiantes.

Crianças maltrapilhas brincavam, corriam e caiam sobre sujeiras e lama com dejetos humanos. Todo o lugar fedia. Idosos se sentavam a frente de suas casas com suas cadeiras de plástico brancas, aquela típicas de bares. Adolescentes e adultos capinavam o pequeno morro alguns metros a frente da chamada “comunidade” e as mulheres cuidavam de suas casas. Algumas estão carregando pequenos em seus colos, outras barrigas enormes e ainda mais outras com cicatrizes feias em seu corpo. Rostos desfigurados e expressão cansada e abatida faziam parte de todos do lugar.

Na casa mais a esquerda, brinca uma criança de pequeno porte de 12 anos. Ela esta brincando sozinha. Nenhuma criança ousa se aproximar dela, os adultos não deixam. Algumas vezes grupinhos de crianças se aproximam dela para apenas sussurrarem alto o suficiente para ela ouvir;

- ele e mesmo filho de uma bruxa?

E então eles riam e debocham do garoto. Alguns jogavam pequenas pedras e terra no garoto. Afinal, depois que sua mãe salvou a vida de um morador moribundo ela foi acusada de bruxaria pela igreja local e é obvio que em pleno século XXI com a ciência e tudo mais poderia ser comprovado à mentira das palavras. O problema e que nessas zonas pobres onde não há tecnologias. A religião e o misticismo dominavam.

Ele realmente não se importava. Sua mãe era uma medica que trabalhava o dia inteiro, apesar de ganhar pouco eles eram felizes.  Gostava de saber que sua mãe salvava a vida das pessoas. Ao contrario das outras famílias era só ele e sua mãe. Seu pai os abandonou quando viu onde sua namorada morava. Desde pequeno estudou no centro ao contrario das crianças que estavam na escola publica religiosa local.

A casa era de sua Avó. Ela morreu quando ele tinha 3 anos  e desde que se lembra ela sempre foi uma boa pessoa.  Após ser largada pelo namorado sua mãe ficou sem chão, mas graças a sua Avó ela conseguiu superar a situação e continuar estudando. Formou-se com honras e cursou faculdade de medicina sob a ajuda de sua mãe que trabalhou muito para ter dinheiro para pagar sua faculdade, não a deixando ter distrações e criar seu filho de forma correta. Infelizmente enquanto trabalhava ela sofreu um acidente como maquinário e acabou  falecendo.

Sua infância não foi tão fácil, querendo ou não teve que assumir responsabilidades cedo já que ficava sozinho a maior parte do tempo. Aprendeu a cozinhar, lavar e secar para ajudar sua mãe. Sempre foi muito inteligente e tirando boas notas. Enquanto crescia isolado dentro de casa costumava observar os garotos mais velhos brincando pela estrada esburacada. Notava o suor que caia pelos seus corpos repletos de músculos pelo trabalho braçal, suas expressões e suas vozes, às vezes entrando em estado de transe...

 

- presente -

- hey, estou aqui fora. Vem logo ou nos atrasamos! – disse a voz irritada do outro lado do telefone. Apenas sorri levemente, todo dia e assim. Mamãe não fica em casa muito tempo, no mínimo 2 ou 3 vezes por semana porque ela esta trabalhando pra conseguir um cargo melhor e assim ter mais dinheiro para conseguir uma casa mais no centro, mais perto do trabalho e da escola.

- ok – respondi rapidamente. Me levantando preguiçosamente e rumo ao banheiro esbarrando nas cômodas dentro do quarto e no corredor. Olhando de soslaio para o balcão na cozinha vejo uma pilha de pequenas torradas em formatos de animais com um bilhete, curiosos o pego e leio:

“ há torradas doces e salgadas, só tome cuidado. O alto consumo de glicose, sal e trigo podem fazer mal a saúde. Coma no máximo 5 ou 6  torradas durante o dia.

Cuide-se. Qualquer coisa só ligar.

Beijos mamãe.”

Sorrio para o bilhete enquanto a imagino falando comigo. Meu coração dói ver o quanto ela se esforça e por mais preguiçoso que seja, tento me esforçar ao máximo para vê-la feliz. Pego o bilhete e guardo na gaveta  abaixo do balcão junto com os outros. Pego uma torrada de formato de lobo de cor escura e dou uma mordida. E realmente gostoso, pena que não posso comer mais de 6 e misturar os dois.

 

Volto para o caminho rumo ao banheiro comendo minha torrada doce. O tempo vai passando enquanto me banho, primeiro uso o xampu no cabelo enquanto sabonete no rosto e resto do corpo, quando estou ensaboado escovo o dentes e depois repito o processo de forma inversa.  Passados algum tempo a buzina de um carro se faz mais pressente e meu celular na pia apitando direto, quase caindo de tantas mensagens e ligações. Terminando de banhar vou correndo para o quarto e procuro o uniforme no guarda-roupa, logo o achando já separado numa cabide.

 

O uniforme consiste em uma camisa gola polo branca e azul escuro com uma imagem de um mundo com diploma cercado de oliveiras no lado direto e uma calça jeans de qualquer. No caso escolhi uma totalmente preta.

Apressado, saio de casa correndo alcançando o carro prateado um pouco longe de casa devido a rua estreita. Entrando no carro recebo um olhar que se pudesse matar já estaria morto há muito tempo.

- desculpe pelo atraso Marc. E que a agua estava muito fria e foi difícil mudar a temperatura da agua com meus bracinhos, sabe – falo entendendo meus braços pra ele que suaviza seu olhar um pouco.

 

- nos conhecemos há muito tempo Mike e essas mentiras furadas não vão funcionar comigo. Por sua causa vamos chegar atrasado de novo – respondeu bufando enquanto manobrava para sair da comunidade.



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