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História Milagros - Zona segura de Alexandria


Escrita por: CabelosDeFogo

Capítulo 9 - Zona segura de Alexandria


— Bom...Não tem nenhuma infecção, então os antibióticos fizeram efeito._disse Denise sorrindo para o garoto._Amanhã você já pode tirar o curativo.

Tyler sorriu minimamente e soltou um baixo agradecimento.

— A propósito, me chamo Denise.

— Tyler._sorriu desviando o olhar para a mulher que olhava pela janela._E aquela é a Dulce.

Ao ouvir seu nome, Dulce desviou a atenção da rua e mudou rapidamente o semblante sério para um sorriso forçado.

— Me desculpe, eu só...fico impressionada em como é bonito esse lugar._mentiu caminhando até a porta._Muito obrigada, Denise. Até amanhã.

Assim que saíram da enfermaria e começaram à caminhar pela rua, ambos sentiram olhos em suas costas. Aquela sensação de alguém á observando causava um grande desconforto na latina.

— Estão, atrás de nós._sussurrou Tyler sem desviar o olhar da rua reta.

— Eu percebi._cochichou de volta._Ele estava esperando perto da enfermaria.

— Quem é?

— O cara do cabelo ridículo._ela respondeu e o mais novo assentiu.

— Ontem, quando eu e Nancy estavamos voltando da dispensa, o ruivo nos seguiu e ficou na esquina depois de entrarmos._o garoto a encarou rapidamente com o olhar preocupado._Esse lugar é um oásis,precisamos nos manter aqui.

— Eles só precisam confiar em nós. Quando perceberem que a gente não vai roubar nada, vão baixar a guarda.

 Tenho medo de que pensem que estamos planejando algo e ataquem antes que consigamos provar algo.

Tyler, sendo um garoto a cima do peso e tímido, sempre foi cheio de inseguranças, mesmo antes do fim do mundo, mas agora, após a morte de Peter, ele sentiu que devia se tornar mais forte. Esse crescimento, era perceptível para Dulce.

—.Se tentarem algo nós vamos revidar, mas apenas se tentarem._com o canto dos olhos, a mulher lançou um olhar doce._Não se preocupe. Vamos dar um jeito.

A mulher desviou a atenção do assunto quando viu Daryl entrando pelos portões. Ele deu um aceno de cabeça e ela retribuiu com um pequeno sorriso, de repente com mais pressa de chegar em casa.

Nos dois dias que esteve em Alexandria, Dulce apenas viu o caçador uma única vez antes do mesmo sair atrás de alguns suprimentos que ele teria deixado para trás. Mas mesmo nessas poucas vezes, a sensação estranha em seu ventre aparecia.

 A mulher pensava na possibilidade dele ter se afastado, ao ver a reação da comunidade com a chegada de seu grupo, ou o arqueiro estava apenas ocupado. Ela gostava de acreditar na segunda hipótese, mas a primeira também parecia crível.

Enquanto isso, Daryl ficou confuso com a reação de Dulce. Poderia ser sua mente inventando paranóias, mas sentiu o mesmo olhar inseguro e desconfiado, que ele pensou ter cortado após a noite no carro.

E que noite! O Dixon tinha gravado as imagens daquela noite na sua mente, e não queria que a dinâmica entre eles mudasse quando chegassem em Alexandria.

Voltando a atenção para rua em que a latina havia descido, os olhos azuis captaram Eudine seguindo o mesmo caminho.

Desconfiado, ele seguiu o "cientista", buscando o momento certo para aborda-lo.

— O que está fazendo?

Como o esperado, a voz rouca assustou Eudine, que parecia ter medo da própria sombra, entretanto, logo ele voltou para aquele seu rosto inexpressivo.

 Só estou fazendo o que Rick mandou.

— E o que ele mandou?

— Mandou ficarmos de olho no grupo novo.

Naquele momento, as peças na cabeça de Daryl começaram à se encaixar. Todo aquele desconforto em Dulce vinha da desconfiança de Rick. O motoqueiro nunca foi de duvidar das estratégias do ex-xerife, mas aquela situação o incomodava. Perturbava saber que aquilo poderia estar fazendo Dulce reviver seu trauma, quando ele a havia levado para Alexandria com o objetivo de protege-la.

...

— Daryl, não sei se podemos confiar neles...pelo menos não agora_suspirou Rick cansado._Depois do que aconteceu...a invasão dos lobos e todo aquele inferno...Não podemos abrir as portas cegamente.

Meggie e Gleen ouviam em silêncio a resposta de Rick. Talvez Daryl não tivesse escolhido o melhor momento para falar com o policial,mas o olhar desconfiado de Dulce o estava deixando desconfortável.

— Mas você também não pode espionar e perseguir eles.

O coreano e a mulher ficaram chocados com a resposta. Aquela era a primeira vez que Daryl discutiu uma ordem do Grimes.

— Eles mataram muita gente._respondeu o xerife, tentando se justificar._Quando perguntei quantas pessoa mataram, eles responderam mais de 10.

Rick só permitiu que eles entrassem por causa do bebê e por Tyler estar machucado.  Se o contexto fosse outro, o grupo do Tennessee teria ficado fora dos muros de Alexandria.

— Todos?_perguntou o ex-entregador entrando na conversa.

— Menos o garoto mais novo. Ele disse que não matou ninguém.

O arqueiro entendia a preocupação do líder, mas ele também sabia a quantidade de pessoas que seu grupo matou. Era quase hipócrita Rick ter esse pensamento.

 Nós sabemos o tipo de gente que sobrevive tanto tempo lá fora._terminou o policial.

— Mas nós também sobrevivemos por muitos meses lá fora._pela primeira vez a voz de Meggie soa na sala._Eles podem ser bons, Rick. Precisamos, pelo menos, dar a chance deles mostrarem quem são.

Com o Grimes ainda pensativo, Daryl adicionou:

— Eles são bons com armas e nós precisamos de mais lutadores.

Rick não entendia como o Dixon,com sua natureza desconfiada, confiava e defendia aquele grupo que ele nem conhecia. O que aquela garota havia feito com ele na estrada?

— Tudo bem, mas como vamos "dar essa chance"?

— Podemos fazer a mesma coisa que Deana fez quando chegamos aqui._propôs a mulher.

— Uma festa?_Daryl não conseguia imaginar Dulce confortável em uma festa.

 Não, uma conversa.

...

Sentada na mesa da casa, Dulce ninava Miguel, que estava cheirosinho depois de tomar seu primeiro banho em um chuveiro. Ela ainda estava surpresa com o fato de Alexandria ter água corrente.

— Esse cheirinho de bebê é tão gostoso.

A latina abriu um grande sorriso ao ver Mer sentando na cadeira ao seu lado.

 — Eu também gosto. Me trás paz.

O reencontro com seu grupo em Alexandria foi um dos poucos momentos de pura felicidade em meio a realidade horrivel, e a morena sentia que poderia chorar de emoção apenas por lembrar do abraço de Meredith.

E também de tristeza ao rever os olhos marejados quando contou que Evie e Ester não haviam sobrevivido.

 Esse lugar é estranho, você não acha? É como se o fim não tivesse chegado aqui...Como um pedacinho do antigo mundo dentro de paredes._Meredith dizia embasbacada._É estranho, estranhamente bom.

Dulce também concordava, aquele era um lugar bom, mas também havia um pouco de desconfiança rondando a sua mente, alimentada por toda aquela "perseguição".

— Você acha que é diferente de Culver Creek?_perguntou a mexicana.

— Eu vejo as mulheres com armas nos muros e, mesmo as que estão na cozinha ou na enfermaria, parecem bem._a de olhos verdes suspirou._Nem todo lugar, vai ser igual a Culver Creek, Dulce.

Dulce sabia que sua desconfiança não tinha base, porém, o inferno que viveu na antiga comunidade, trouxe traços irreversíveis para a personalidade da mulher.

— Se eles confiarem na gente,acho que podemos ficar.

— Sabe o Rick? O líder deles?_Dulce acenou com a cabeça._Ele fez algumas perguntas pra gente. Deve ser o sistema deles.

E vocês disseram a verdade?

—.Sim. Se quisermos a confiança deles precisamos ser sinceros sobre tudo, por que sinto que aquele homem pode reconhecer um mentiroso de longe._a líder riu com a frase.

Enquanto isso, na sala da casa,Nancy desfrutava da maciez do sofá, deitada junto com Kenan.

— Assim que pararem de pegar no nosso pé,eu vou procurar algum tipo de creme ou protetor solar...sei lá, para ajudar nas suas queimaduras._sorriu o rapaz e a médica o beijou com paixão.

Ali estava o Kenan atencioso que ela tanto amava!

Uma batida foi ouvida na porta e todos se levantaram em alerta, até mesmo Santiago,que estava no andar de cima, desceu correndo. Mas quem atendeu a porta foi Nancy.

— Ei._disse com um sorriso sem graça pra mulher na porta._Podemos ajudar com algo?

— Rick convidou vocês para comerem com a gente essa noite._sorriu Meggie._Carol fez macarrão.

Convite para o jantar? Macarrão? Fazia tanto tempo que Nancy não ouvia aquelas palavras que elas até soavam estranhas. Mas msmo com o estranhamento inicial, a ex médica abriu o sorriso mais simpático que conseguiu e assentiu. Voltou o rosto para dentro da casa e chamou o restante do grupo.

O caminho até a casa do líder de Alexandria foi em completo silêncio e Meggie percebeu o nervosismo no rosto dos novatos. Eles pareciam ser pessoas boas, apenas com pouca sorte.

Enquanto caminhavam, Dulce se perguntava quais eram as intenções por trás daquele convite, ainda pensando se o tal questionário e o jantar tinham algum tipo de ligação.

Quando chegaram ao destino, foram recebidos por uma parte do grupo original de Atalanta.

No momento em que Dulce viu Daryl, não conteve um pequeno sorriso, sentido aquele calor estranho tomar conta de seu corpo. O mesm aconteceu com o Dixon, que também relaxou suas feições assim que viu o leve levantar de lábios da mais jovem. Carol foi a única que percebeu a reação do amigo e sorriu para si mesma.

Um silêncio estranho tomou conta da sala, até que Carl o quebrou:

— Tyler._chamou incerto o menino com o chapéu de xerife._Eu tenho alguns gibis. Quer ver?

 Claro._respondeu o outro garoto com um sorriso sincero.

Rick ficou surpreso, e orgulhoso,com a tentativa de aproximação do filho. Era bom ver Carl quebrando a casca dura que havia adquirido naquele mundo, quando nem o próprio xerife conseguia.

 Bem...podem se sentar._pediu o Grimes mais velho, tentando ser o mais simpático possível.

Aquela seria uma conversa interessante.
 






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