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História Milhões de Razões - Libertando-se da Dor


Escrita por: dragonqueenbr e Monteiro88

Notas do Autor


Mil perdões meus amores. Mas a correção atrasou mais que o normal, o dia de postagem continuará normal, um capítulo por semana. Espero que não ocorra mais imprevisto. Essa história já está finalizada e não iremos abondona-la de forma alguma. Obrigada pela preocupação e mensagens aparte.

꧁BOA LEITURA꧂

Capítulo 23 - Libertando-se da Dor


Fanfic / Fanfiction Milhões de Razões - Libertando-se da Dor

JON

Segunda/08:00 A.M

Estava suando em baixo da jaqueta de couro, dava voltas e mais voltas, até chegar no mesmo lugar. O hotel Castle Black. Era aí que Ashara estava hospedada. Eu não fazia  a mínima ideia do porque eu ter faltado no colégio, e muito menos como eu havia chegado até aqui. Não havia razões lógicas para isso.

Eu queria nunca mais ver seu rosto, queria nem mesmo lembrar o seu nome. Mas algo dentro de mim impedia que eu apenas esquecesse e deixasse isso para trás. As cartas, foram elas que tiraram meu sono e tranquilidade durante o fim de semana. A forma que ela se alto-punia nelas ou as marcas de suas lágrimas no papel envelhecido fizeram eu lembrar de mim mesmo. Como eu sonhava em recebe-las na infância. Senti o gosto amargo das memórias e das palavras do meu pai.

"Pare de escrever cartas para essa mulher, sua mãe não irá vim, NUNCA, ela me abondonou e abondonou você, pois ela não se IMPORTA. Ela nunca desejou criar laços ou manter contato, ela partiu porque quis."

Novamente respirei fundo e tentei controlar o tremor das minhas mãos. Meus ombros estava rígidos e minha cabeça doia excessivamente. Mas tomei a decisão final.  Eu ia embora, mas sua voz fez meus pés travarem.

Olhei para trás encarando o mar púrpura como uma flor do verão, triste e perdidos. Notei que havia uma sacola em suas mãos; com certeza algum alimento.

– É melhor nós subir, irá começar a chover logo.

Fechei os olhos tentando controlar minhas emoções e a segui. O elevador e os corredores era silenciosos, onde era possível ouvir apenas o sons do nossos passos. Quarto 410. Ela abriu a porta com a chave, logo dando espaço pra eu entrar. Por alguns segundo eu sorri ao ver que não era só eu que tinha problemas com organização.

– Perdões, ultimamente meus quartos representam bem a minha vida e minha mente, – Ela deu de ombros. – uma confusão.

Fiquei em silêncio, as palavras pareciam ter mordido dentro de mim. Eu queria sair daqui, desse pesadelo.

– Tive sorte de ter trazido dois sanduíches, são os melhores da região, mas muitos têm preconceito pelo Tormund não ter um estabelecimento e vender na rua com seu carinho. – Olhei para ela tentando entender como mulher que aparenta ser tão humilde e bondosa abandona o próprio filho e marido. Ashara se encolheu sobre meu olhar ficando ansiosa por alguma palavra minha. – Desculpa, eu costuma falar muito, principalmente quando eu não sei exatamente o que dizer.

Ela tirou os dois sanduíches da sacola, pegou uma faca e removeu as cascas, fechei os olhos ao perceber que até nisso éramos iguais. Como eu podia ser tão parecido com alguém que nunca convivi na vida?

Ela me deu prato que eu aceitei sentando na cama de casal, enquanto ela pegou um cadeira fazendo o mesmo, ficando de frente para mim o que tornava tudo pior.

– Você venho aqui para me escutar, não é mesmo? – Questinou balançando a perna nervosamente, parecia que não consiguia se manter quieta no lugar e isso estava me irritando. – ok, quero que saiba que nada do que eu falar irá apagar a dor que eu trouxe a você. Não quero um perdão, pois em toda a minha vida eu nunca fui merecedora disso. Minha história não é uma tentativa frustrada de uma segunda chance ou um pedido de desculpa. Mas acho que você tem que saber, e eu preciso falar.

Ela suspirou profundamente perdida em pensamentos antes perguntar;

– Posso começar?

Eu assenti sem dolongas, ainda anesteciado pelas suas palavras inicias. Minha cabeça tava girando e eu sentia a língua seca como uma lixa.

– Eu amava o seu pai. – declarou sem qualquer incerteza na voz ou no olhar, mas essas palavras eram tão contraditórias ao passado. – Ele foi o melhor homem que já conheci na minha vida. Éramos opostos. Ele a calmaria e eu a tempestade, seu pai nunca foi o problema, Jon. Sempre fui eu. Eu não me encaixava em sua vida totalmente estável, organizada e perfeita. –  falou com a voz falha, quase como se não tivesse forças para continuar a falar. Ela apertava a mão uma na outra continuamente num claro tom nervosismo e ansiedade, quase com um tique. – isso funciona pra muita gente, e eu respeito totalmente isso. Mas não comigo. Eu nunca soube fazer planos, mas a vida moderna se baseia praticamente nisso, né? Estudos, trabalho, casamento... Meus pais sabem bem disso. Eles queriam que eu seguisse as regras deles, a fé deles. E eu tentei. Mas eu apenas não me encaixava nisso. Família, religião, normas sociais... isso tudo se resume a segurança e conforto.  Mas para mim, parecia uma bela prisão dourada. Eu tentei fugir disso.

– Com as drogas? – Questionei friamente vendo ela travar, talvez pelo o meu conhecimento, ou apenas pela dor que a palavra causava. Assentiu baixando a cabeça envergonhada com as olhos carregados de lágrimas, enquanto mantia a língua no céu da boca, como se eu tivesse atingido o ponto mais sensível das suas memórias.

– Eu me sentia como uma colcha vazia e com uma extrema necessidade de preenche-la. – negou com a cabeça, parecendo se enojar das próprias palavras. – Um dia... um homem me ofereceu um saquinho com LSD dizendo que essa droga resolveria todas as minhas lutas internas. E meu desespero ganhou. Apenas isso. Eu ficava alucinada, e isso era uma sensação, indescritível, estar fora da realidade sentindo-se incapaz de pensar ou racionar, apenas vivendo num mundo criado da minha propria mente e que se dane a vida real. Mas então esse homem, Drogo, disse que essa droga estava em falta e me ofereceu algo que seria o início do fim para mim. Cocaína. LSD apesar de problemático não te deixa tão dependente como a cocaína, ela da uma sensação de poder, euforia, excitação, onipotência que você sempre procura mais e mais. Quando eu engravidei de você, eu não consigui aproveitar minha gravidez porque a abstinência me deixava maluca. – engolio um soluço antes de continuar, parecendo lhe faltar fôlego. –  Eddard tinha que me trancar em casa para eu não ir atrás de Drogo, pois essa era a única coisa que eu consiguia pensar. A depressão, tristeza, ansiedade, fraqueza e sensações ruins que eu sentia quando meu corpo eliminava a substância do organismo ficavam cada vez mais forte. Pensamentos de suicídio se tornaram frequentes. Quando eu tive você, pelo mais vergonhoso e doloroso que seja lhe dizer, eu fiquei feliz por poder voltar a saciar meu vício. Eu me tornei alguém destrutiva, que constantimente roubava dinheiro do meu próprio marido ou simplesmente algo de valor da minha própria casa para pagar as drogas. As brigas desgatava nós dois, eu sabia que estava errada, mesmo assim o rebatia, hostilizava e tentava sair por cima. Eu não sei como Eddard teve tanta paciência. Ele não me deixou te amamentar e era claro o porquê, mas eu apenas não queria aceitar e achava que ele estava me impedindo de ser mãe.

– E então você simplesmente foi embora?

– Eu sei que é difícil de entender, pois eu nem mesmo entendo.

– Eu entendo, eu adorava fugir da realidade, mas de outra formas. – afirmei fazendo seus olhos focarem no meu em total descrença. – Continue Ashara, por favor...

Ela assentiu, mas não antes de limpar o rímel borrado pelas lágrimas.

– Seu pai consiguiu arrumar uma clínica de reabilitação, ele iria me intentar pois com o consumo da cocaína, minha tolerância aumento excessivamente, o que fazia eu ingerir sempre doses maior pra ter um efeito satisfatório e obviamente meu corpo adoeceu. Eu não tinha fome e a insônia me pegava todas as noites me tornando praticamente uma morta-viva. O simples pensamento de passar pelo que eu passai na gravidez, da abstinência e depressão, fez eu tomar uma escolha trágica que poderei de fato me perdoar por isso. Mas eu aprendi a viver com meu erros e minhas decisões falhas. E isso foi o melhor, para você e para seu pai, vocês mereciam paz e realmente serem felizes. Vocês precisavam de alguém que realmente os fizesse bem e não que destruísse tudo como um terremoto.

– Eu nunca fui feliz depois disso, – minhas palavras foram como um chicote. – acredito que nem meu pai. Aprendemos a viver sem você, mas não posso afirmar se foi o melhor.

Ashara mordeu os lábios pelo efeito das minhas palavras, ela levantou para pegar um uísque, assim como meu pai fazia quando falava sobre ela.

– Eu fugi, abondonei tudo e todos. – declarou bebericando a bebida ácida. – Drogo me levou para sua casa, pois eu não tinha mais onde ir. Foi a pior decisão que tomei. Outros traficantes também ficavam lá constantimente. A maioria das vezes eu tava tão chapada que nem ao menos sentia quando Drogo me possuía a força, acordava às manhãs com tantos hematomas que parecia que eu tinha passado por uma batalha.

Paralisei. Apertei os punhos com suas palavras ate as unhas afundarem na carne, o simples pensamento do abuso e a dor de homem sobre uma mulher indefesa me deixava louco. Isso me lembrou de Dany. A sua dor dilacerou minha alma.

– Com o tempo, eles deixou seus amigos o qual ele apelidava de "companheiros de sangue" fazerem o mesmo. – Continuo a contar virando a bebida de um vez, permitindo as lágrimas caírem em abundância pelo seu rosto enquanto era incapaz de olhar para os meus olhos e focava num ponto da parede. – Eu tentava me convencer que era bom isso, que era bom ser desejada, que era prazeroso, mas tudo que consiguia sentir era dor e vergonha de mim mesma, pelo o que eu estava me submetendo por um pouco mais de pó. As doses era cada vez maiores para suportar as violações e me anesteciar de toda a dor. Até que um dia eu tive minha primeira overdose. Drogo estava traficando e eu estava sozinha, mas por alguma razão inexplicável o vizinho do lado foi reclamar  do barulho e me encontrou tendo convulsões e espumando pela boca. Mestre Aemon. Um senhor de idade que me fez ver a vida de uma forma diferente, e me ensinou muito. Eu não conhecia a mim mesma antes dele. Aemon me levou pro hospital o qual eu fiquei internada por dias, por alguma irônia do destino ele era um dos sócios de uma clínica de reabilitação, me fez prometer que eu tentaria ficar limpa e que eu daria uma chance ao programa. Ele denunciou Drogo, o qual eu soube que foi preso e felizmente eu nunca mais o vi. A desintoxicação foi o momento mais dificil da minha vida; vômitos, tremores, insônia, dores, mas Aemon sempre estava lá para me reerguer e apertar minha mão. As lembranças dos estupros vieram com mais força acabando com minha saúde mental, eu chorava, gritava, batia, tinha acessos de raiva, mesmo assim Aemon estava lá. Os grupos de apoio e ajuda psicóloga me ajudaram bastante a suportar a depressão.

– Nunca pensou em entrar em contato?

– Todos os dias na minha vida, mas seu pai deixou claro que me queria afastada de vocês. – Declarou limpando as lágrimas com o dorso da mão. – eu vi numa revista que Eddard Stark estava noivo de Catelyn Tully. Ele havia seguido em frente e com razão, eu não queria estragar isso. Senti que ela seria boa para vocês, diferente de mum. Ela parecia ser uma boa mulher, o tipo que sempre combinou com meu Ned. Que lhe daria a família que ele tanto desejava.

– Catelyn me desprezava. A vida inteira, tudo que ela consiguia ver em mim era você. Acho que você não contava com isso. – admiti sentindo as palavras amargar a boca. – Ela amava meu pai, ele também, mas não dá mesma forma, não da forma que ele ainda ama você. Para ele, você sempre seria seu único e verdadeiro amor.

Minhas palavras a perfuraram como adagas, profundas e dolorosas, consigui sentir sua dor. A confusão e a descrença tomavam seus olhos.

– Que tipo de ser humano culpa uma criança pelos crimes dos pais? – havia raiva  e desdém na sua voz, notei que aparentemente ela achava que Catelyn havia sido uma mãe perfeita para mim. Para os meus irmãos, sim. Eu não tive a mesma chance, não importava o quanto eu desejava isso. Não importava o quanto eu tentava impressiona-la, nada era o suficiente. Eu sempre seria o filho de Ashara Dayne.

– Por que você aceitou o dinheiro para se manter afastada?

Ela olhou para mim, parecendo voltar a realidade que estava. 

– Essa foi a maior razão por eu ter sumido to mapa, eu nunca concordei com esse termo e ele me machucou profudamente, mas eu entendia seu pai. – fechou os olhos tristemente. – O que eu fiz a vocês, abandona-lo e fugir para longe, é algo imperdoável. Mestre Aemon ficou muito debilitado com a idade avançada, ele teve lombalgia por a existência de um tumor. O médico indigou uma cirurgia e preço era absurdo, não so dela como de todo tratamento. Ele precisava tratar uma deformidade grave para evitar disfunção cardiorrespiratória, o alinhamento da coluna demanda a utilização de parafusos, ganchos, hastes e enxertos ósseos muito específicos. Como esses instrumentos não são produzidos em massa, o preço do procedimento cresce exponencialmente à medida que aumenta a necessidade de serem implantadas mais peças. Elas são quase artesanais, para cada ossinho existe um modelo específico. Ele não tinha condições e eu era incapaz de deixá-lo partir tão cedo, ainda precisava dele, assim como ele precisava de mim. Foi com isso que usei todo o dinheiro que seu pai me mandava todo esse tempo.

Não pude evitar de rir da suas palavras, deixando Ashara claramente confusa.  Ainda estava descrente de suas palavras, toda sua história me fez ver que ela era oposto do monstro que eu e meu pai havia criado na minha mente. Era muito mais fácil odia-la quando eu nunca havia visto seus olhos onde era refletido sua honestidade. À dezessete anos eu acreditei que ela tinha ido embora por minha causa, mas a verdade era muito pior e mais destrutiva.

– Qual graça? – ela inquiriu também rindo da minha reação.

– Você, Ashara Dayne. Você. Onde você está morando agora? – perguntei desejando saber muito mais, havia tantas perguntas e questionamentos presos dentro de mim que eu me sentia ansioso.

– Essos, Braavos... Eu e Aemon decidimos fugir um pouco de Westeros. Deixando tudo para trás. Conhecer culturas, línguas comidas novas e diferentes, foi o que me fez conhecer uma parte desconhecida de mim mesma. – Ashara sorrio um pouco ao notar meu interesse. Tudo que consiguia pensar era em Dany e como ela compartilhava desse mesmo pensamento. Seu sonho, como eu queria conhecer além do Mar Estreito com ela do meu lado. – Encontrei pessoas com os mesmo pensamentos que eu meu. Que também não se encaixava nessa sociedade patriarcal.

– Por que você decidiu voltar agora?

Ela mordeu os lábios parecendo novamente estar envergonhada.

– Não sei, Jon. Eu te devo muito, principalmente a verdade. Notei que não queria morrer antes de olhar nos olhos do meu único filho, antes de conhecê-lo. Queria as repostas das perguntas que fiz a vida toda sobre você.

Olhei para ela lembrando que esse era meu único desejo quando criança, durante o tempo eu havia criado tantos diálogos para hostiliza-la, para tentar causar um 1% da dor que ela causou em mim. Mas agora, tudo que eu sentia era alívio. Como se tivessem tirado um peso dos meus ombros.

– As responderei.

– Jon?

– Sim, Ashara?

– Posso te abraçar?

Eu sorri com sua pergunta.

– Não. Você causou um furacão na minha vida, ainda preciso digerir tudo isso.

– Eu teria falado o mesmo no seu lugar.

Xxx

DAENERYS

09:10 A.M

Eu olhei para o papel onde estava o telefone da clínica de reabilitação para alcoolismo, eu havia ligado na esperança de convencer meu pai a fazer o tratamento. Eu não aguentava mais, não havia mais forças para suportar todas as palavras e agressividade que eu era submetida, assim como meus irmãos. As vezes pensava em pegar os meninos e ir embora, alugar uma casa onde viveríamos em paz, mas sempre o rosto da minha mãe aparecia para espantar esse pensamento. Eu havia feito uma promessa. Tinha que fazer o necessário para tentar salva-lo de si mesmo. O doutor Doran Martell havia explicado que a clínica faz parte de um projeto social que atende pessoas que não pode pagar o tratamento, o que era perfeito.

Era num lugar isolado e tranquilo quase fora da cidade, onde não havia julgamentos  ou desigualdade. Inúmeras pessoas conseguiram se recuperar do vício e apesar de ser uma luta eterna, viviam normalmente. Era tudo que eu queria para meu pai. Quando o sinal  tocou olhei em volta novamente sentindo-me preocupa por não encontrar Jon, minha mãos pareciam formigar para eu mandar uma mensagem ou fazer uma ligação. A ansiedade fazia meu estômago se revirar enquanto o coração se apertava entre as costelas. Eu sentia que ele estava passando por alguma  coisa.

– Dany, posso falar com você? – Questinou a professora Obarah, assenti para Marg pra nos deixar a sós, já que todos haviam se retirado. Sentei na cadeira de frente para ela desejando saber logo suas intenções. – Eu vi que está meio alheia nos últimos dias, além de ter faltado quase uma semana.

– Eu estava doente professora. – menti da forma mais descarada possível, logo me encolhendo ao perceber que ela não havia se convencido.

– Eu sei do vídeo, Dany. Assim como sei da sua relação com o garoto Stark.

– Então sabe na humilhação que eu fui submetida, acho que não precisamos falar mais sobre nada. – dei de ombros com indiferença realmente não querendo discutir minha vida pessoal com Obarah Sand.

– Você tem um talento fora do comum, Dany. Uma criatividade que vai muito além do nivel desse colégio, você é tipo de pessoa quem galerias e empresas lutariam para ter sobre seus tetos, pois você se destaca de tudo que aquilo é comum e repetitivo. O mundo já é comum o suficiente, não acha?

Engoli em seco pensativa, com certeza não era essas palavras que eu estava esperando ouvir.

– Eu ficaria realmente muito triste de vê-la  se alto sabotar por alguém que não merece isso. – Continuo a falar me queimando com os olhos castanhos. – Alguém como você ganharia um bolsa facilmente, provavelmente uma oportunidade única  em outro continente. Acredite quando eu digo, não há nada mais importante que sua carreira, pois um dia você pode acordar e aquela pessoa que diz ama-la pode não estar mais ao seu lado, diferente de sua profissão que sera eterna. Faça aquilo que ame Daenerys Targaryen. Você nasceu para a grandeza, e para nada menos do que isso.

– Obrigada, professora.

Obarah segurou minhas mãos com simpatia, fazendo eu novamente encara-la.

– Não coloque tudo a perder, eu prometo a você que quando essa fase passar... você não lembrará de nada além do seu sucesso.

Mordi os lábios pensando se eu seria capaz de um dia esquecer Jon; não. Isso era impossível, ele sempre estaria marcado na minha mente como um fantasma. Apenas isso. Assenti me retirando, respirei fundo e fui a procura de Margaery e Missi com a mente a mil.

Ah Jon... Não te-lo ao meu lado em minhas conquista faz que tudo perca a cor e significado. Mas não é isso que dizem? o dever é a morte do amor.

Quando sentei na mesa para o lanche saboroso que eu havia feito de manhã, Margaery apareceu com a barriga grande o sufiente para marcar o uniforme por baixo. Ela chamava atenção de tudo e todos, o que deixava tudo pior e seus nervos a flor da pele.

Val e Missandei também apareceram, sentando ao meu lado, Robb como bom cavalheiro trouxe o prato de Marg. Seu cuidado com ela nos últimos estavam sendo extremos, o que me deixava feliz pelo seu amadurecimento.

– Ficaram sabendo da melhor? – Questiono Val com um sorriso vencedor no rosto, fazendo todos nós negar com a cabeça.

– Ramsay e Ygritte foram enfim expulsos, foi descoberto muita merda as quais eles estavam relacionados, principalmente drogas.

– Nada mais que justo. – Marg afirmou com indiferença.

Tudo que eu pude sentir foi alívio pelos dois pagar pelo mal que causaram a tantos. Talvez ter um ano perdido e tento que rebetir, eles aprendesse que ações tem consequências.

      Xxx

21:00 P.M

– Pai, essa semana encontrei uma ótima clínica de reabilitação para pessoas com alcoolismo. – Disse após servir o marcarão, minhas palavras o fez jogar o prato no chão violência fazendo eu contar mentalmente para não enlouquecer – Por que fez isso, porra? – indaguei ao notar que o molho havia manchado minha roupa.

– Acho que eu sou alcoólatra, garota inútil? Não estou doente, eu para onde e quando eu quero. Não irá me trancafiar num lugar  de loucos.

– Não é lugar de loucos, e sim um recomeço. Os primeiros estágios do vício é a negação, pai. – O senhor estar doente, está destruindo essa família e eu não ficarei mais quieta em relação a isso. Você não vê?

– Como ousa falar assim comigo? Eu sempre disse para sua mãe o quão errado estava a forma que ela te criava. Sempre com mimos e desculpa.

– Tudo que eu menos tive na minha pai, é mordomias e mimos. – Declarei num tom ríspido e cortante. Estava cansada de ficar em silêncio e falar da minha mãe desencatiava uma fúria irracional. Pode me agredir, xingar ou expulsar; mas essa a triste realidade. O senhor está doente e eu quero ajuda-lo.

– Não precisa de ajuda sua vadia. E essa é última vez que você toca nesse assunto, Daenerys.

Suspirei fundo contento minha raiva e nervosismo, eu tinha que convencê-o, pois  na proxima vez que eu vê-lo, ele pode não estar só em coma alcoólico, como morto.

– Você é uma pessoa desprezível, pai.

Xxx

JON

22:00 P.M

Sai do meu quarto descendo a escadaria com alguns desenhos da Dany em minhas mãos, os detalhes e realismo me faziam questionar como alguém podia ter tanto talento dentro de si. Alguns eram de histórias fantasiosas os quais eram os que eu mais amava; como esse onde eu estava na época medieval com um casaco de peles e uma espada em mãos, onde o cabo tinha a cabeça de um lobo branco enquanto fantasma mantia-se impetuoso ao meu lado. Eu não podia deixar tanto criatividade e talento escondido do mundo, esse era mínimo que eu podia fazer por Dany depois de tudo.

– Ainda acordado filho? – Questinou meu pai sem tirar os olhos do notebook o qual trabalhava arduamente, mesmo após ter acabado de chegar da empresa e nem mesmo ter tirado o terno.

– Quero falar com o senhor. – Declarei seriamente, ele olhou para mim com os olhos carregados de cansaço e exaustão. Parou de escrever e bateu a tela do notebook.

– Isso tem algo relecionado com o fato da minha esposa nem ter olhado no meu rosto quando eu cheguei.

– Eu fui ver Ashara Dayne hoje. – afirmei vendo seu corpo paralisar enquanto ele prendeu a respiração por meros segundos.

– Com qual direito ela se atreveu a aparecer?!

– Nenhum. Mas ela quis me ver e eu quis vê-la para entender o que se passava na sua mente. – acenei com cabeça. – precisava disso para tirar todo ódio e rancor irracional que eu carreguei todos esses anos.

– Ela é uma viciada e sumiu por anos, como esse ódio e rancor pode ser irracional? – bateu a tela do notebook e se levantou para olhar diretamente nos meus olhos.

– irracional pois isso não muda nada do nosso passado, pai. Eu conheci Ashara Dayne. – Aproximei apoiando-me na mesa. – Uma pessoa sobre tudo humana, com muitas falhas e erros, mesmo assim, humana. Ela está limpa a seis anos.

Minhas palavras pareceram atingi-lo como um punho, meu pai fechou os olhos e eu notei como ele tentava controlar a respiração exasperada. Não duvidaria que ele daria um soco em mim.

– Então... o que ela estava fazendo com o dinheiro que eu mandava?

– Pagando a cirurgia do homem que a tirou do buraco os quais a droga tinha levado-a, que sobre tudo ficou ao seu na sua jornada árdua de vencer o vício. Mestre Aemon, um senhor de idade que teve problemas na coluna e agora vive bem graças ao tratamento qual ela pagou usando o dinheiro. Seu dinheiro pai, salvou a vida um homem, e não afundou a mulher que você amava mais ainda nas drogas. Tire o peso que eu sei que você carrega nos ombros.

Eu não lembro da última vez que vi meu pai chorar, mas uma lágrima solitária desceu por sua bochecha e me fez ver o amor que ele ainda carregava dentro de si, mesmo que tentasse de todas as formas negar.

– Ela está bem? – perguntou sendo incapaz de olhar para meus olhos. – Ainda tem o mesmo brilho do olhar?

Assenti com a cabeça.

– Os traumas e dores a moldaram, assim como nós. Acredito eu de um forma diferente a qual você lembra.

– Ela está morando aqui em Winterfell?

– Braavos.

Ele bufou e deu um meio sorriso parecendo lembrar de algo.

– Sempre foi seu desejo ir para além do Mar Estreito. – Falou num suspiro deprimente. – Ashara é como um lobo, livre, você pode tentar acorrentar e adestra-lo, mas ele nunca mudará sua natureza. Seu sonho era viajar pelo mundo e conhecer mais o que apenas essa cidade tinha a oferecer.

– De acordo com ela – declarei e finalmente ele olhou nos meus olhos, as íris perdidas em meio ao oceano lágrimas que preenchiam seu olhar. – ela irá pagar cada centavo do dinheiro que você mandou. Ela agradeceu imensalmente tudo que você fez por ela.

– Eu a deixei... pensei o pior. A ignorei, e a afastei sem menos saber os seus reais motivos, pois era mais fácil. Casei rapidamente desejando lhe da uma mãe.

– Ela não vê dessa forma, e se culpa todos os dias pela dor que ela causou em nós. As únicas coisas que a trás felicidade é vê que você seguiu em frente. – tirei o cartão do bolso e coloquei sobre a mesa.  – Onde ela estara instalada por alguns dias. Se também quiser escutar o que ela tem a dizer, Ashara pediu para eu não  falar nada para você. Mas não acho justo.

– Não posso encontra-la. – afirmou com veemência devolvendo o cartão para mim. – O amor é a morte do dever, meu filho. Eu seria capaz de largar tudo por ela, e realmente não posso.

– Entendo.

abaixei a cabeça colocando novamente o cartão no meu bolso.

–Mas alguma coisa, meu filho?

– Sim.

Coloquei os desenhos de Dany na mesa, os quais meu pai olhou com curiosidade e surpressa.

– São extraordinários. – disse por fim passando os dedos sobre o papel.

– Sei que ama galerias e exposições de arte, inclusive é amigo de um dos homens mais renomado nesse quesito. Jorah Mormont. Achar que ele poderia expor?

– Ela é realmente muito talentosa, possui traços e detalhes únicos, muitos procuram pessoas assim para desenhar suas imaginações dando uma ideia ao telespectador em meio às páginas dos livros. – olhou para mim devolvendo os desenhos. – irei falar com Jorah, ele com certeza irá querer falar com ela pessoalmente e ver se ela está no nível de suas exposições.

– Obrigada pai.

– Você gosta realmente dessa garota, não é mesmo?

– Eu coloquei tudo a perder, não estamos mais juntos.

– Você a ama.

– Sim.

– Foi uma afirmação, meu filho. – deu um meio sorriso. – Não cometa os mesmo erros que eu, Jon. Corra atrás e faça tudo para corrigi-los, pois logo será tarde demais.

– Já é tarde demais.

– Tem certeza disso?Eu não tinha uma resposta para essa questão, então apenas fiquei em silêncio enquanto minha mente viajava a uma imensidão violeta, as quais eu estava tão familiarizado. Sim, era tarde.


Notas Finais


Continente de Essos é um lugar original da saga de Gelo e Fogo, assim como Braavos e o Mar Estreito.

Sei que muitos não queria que Ashara tivesse nem mesmo uma chance de uma conversa, mas essa história já estava sendo construída desde do primeiro capítulo. Ela é bem pesada e trágica, mostrando até onde o vício pode nos levar. Sim, ela cometeu inúmeros erros, mas a humanidade é assim, o importante é o que fazemos em seguida. Jon precisava disso, mais do que tudo. Ele se libertou dessas algemas que foi posta nele desde da infância, os traumas e a dor.

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