1. Spirit Fanfics >
  2. Mine >
  3. O fim não é o fim, Júlia II.

História Mine - O fim não é o fim, Júlia II.


Escrita por: princesadelesbos

Notas do Autor


voltei galeraaa
enfim, quis trazer logo pra vocês esse capítulo com uma pá de feels mas ao mesmo tempo tão leve...
bem, foi assim que eu me senti escrevendo
galera, sabe Maroon 5? então, eu adoro, e com tantos anos de banda, pode reparar, eles tem uma música pra cada ocasião. Mesmo, pode checar. Existe uma música do Maroon 5 que serve pra o que você está fazendo ou o que está acontecendo, não importa o que. É como eu me sinto ouvindo.
Então, pra quem curtir, recomendo algumas músicas deles como fundo pro capítulo (porque escrevi ouvindo): Unkiss Me (V), Sunday Morning, Daylight, She Will Be Loved
e outra que eu descobri hoje numa playlist online que é: Nothing Lasts Forever, de letra totalmente destruidoooora e eu chorei
so, até lá embaixo!

Capítulo 43 - O fim não é o fim, Júlia II.


Pov Júlia

Aquele final de semana não era pra ter acabado tão rápido, mas assim foi. Voltamos pra casa quase sem engarrafamento, mas com a mesma zuera de sempre.

Claro que dessa vez eu não desenhei piroca na testa de ninguém, aprendi a lição.

E aqui estamos, três semanas depois. Como eu suspeitava, as coisas estavam monótonas com a Babi. E, por menos que eu quisesse, minha mente gritava pra ir atrás da Luana. Minha namorada não me pressionava, ela esperava o meu tempo. Cada atitude das duas me fazia sentir mal por as ter magoado de algum modo.

Vi que não tinha jeito, eu tinha que falar com a Lu. Contar pra ela o que acontece, e voltar a falar com ela, talvez. Mas ela estava meio que incomunicável, além de que morri de vergonha de ter ligado pra ela quando estava bêbada. Se bem que já faz tempo, então eu já deveria ter superado isso.

Só que ela tinha apagado meu número, então obviamente Lu não tá pra gracinha.

Hoje eu sentia que não dava mais pra dormir sem ter resolvido.

Eu ia falar com o Lucas, mas ele não apareceu na aula. Tem um tempinho que ele vem faltando bastante. Se a Lu falasse comigo, talvez eu soubesse o que se passa. E era só sobre ela que eu conseguia pensar no treino do time. Era um sexta sem jogo, daí tivemos treino. A Lu adora futebol, e entende tanto sobre...

- Júlia! Você quer sentar? – a treinadora grita, eu estava ofegante, fiz um positivo com a mão. – Então senta no banco, já que não vai fazer nada! Não acerta nem um passe! Vem logo pra cá! – porra, achei que era uma pausa, não que eu iria pro banco.

- Mas eu tava marcando direito, treinadora. – tentei me defender, mesmo sabendo que não ia dar certo.

- Não importa, você é uma das que melhor joga aqui, não uma das que melhor marca. Fica aí sentada pensando no que tá acontecendo pra jogar tão mal. – ela me dá um tapinha nas costas e a garrafinha de água com meu nome. Bebo e molho o rosto. Que porra, eu preciso me concentrar em jogar. – Liz, vem aqui. – ela chama a Lizandra, aquela mesma, que causou a greve de sexo da Babi. – Entra aí no lugar da Júlia. Vai logo. – ela assente e, antes de entrar, me lança um sorriso maldoso. Puta.

Não, eu não posso ficar sentada aqui. De jeito nenhum.

- Treinadora! – ela me encara, fico em pé ao seu lado. – Eu já estou melhor... – coço a nuca e ajeito o rabo de cavalo, imaginando estar todo desconjuntado.

- Tem certeza?

- Tenho. – respiro fundo.

- Vai jogar direito?

- Vou.

- Então entre no time reserva, e tente recuperar seu lugar no titular. – que saco.

- Sério, Lara?

- Respeito, é Treinadora Lara.

- Desculpe, Treinadora.

- E se você estivesse confiante, ia lá e fazia o que sempre faz pra pegar seu lugar de volta.

- Mas Treinadora, no reserva eu vou ficar desentrosada! – odeio quando tenho que jogar sozinha. No titular as meninas já me conheciam e já ficavam prontas pra receber passes ou pra passar a bola, eventualmente. As reservas que se virassem pra defender. Ok, agora parte do lado de cá, complica pra mim.

- Se esse é o problema, se entrose lá, o esquema tático é só um pouco diferente, e é um campeonato sério, se fosse um time de verdade, era isso que ia acontecer com você.

- Tá, tudo bem. Vou fazer um gol logo agora. – quando eu digo que vou fazer, eu faço. Só que eu temia não ter alguém pra me ajudar a chegar ao gol.

- Só quero ver se a Liz vai deixar você passar. – a treinadora riu. Riu? Ela me desafiou!

- Desde quando isso me impede? Hahaha – pisquei pra ela e entrei na porra do time reserva.
Entrei e joguei como se não houvesse amanhã, mentira, a Lizandra e a Marina (sim, a palmita) cortavam todas as minhas jogadas, tipo todas mesmo, a Lizandra mais na base da falta, acabei queimando meus dois joelhos nas quedas. Se eu estivesse afim de treta ela tava fodida. Mas chamei a Gabi depois de mais uma falta ridícula sofrida por mim. Pedi que ela desse um passe legal pra que eu chutasse.

O passe dela foi horrível. A intenção era boa, ela tentou passar em profundidade, mas eu estava a um passo de distância e não pensava que ela fosse fazer isso, então a bola acabou no pé da Lizandra. Na raiva, dei um carrinho exatamente na bola (a Lizandra caiu por consequência), que volta devagarzinho ao pé da Gabi. Era pra ser eu ali, porra!

- Chuta, Gabriela! – ela nem me olha, mas me obedece, pega embaixo da bola, que sobe e faz uma curva filha da puta e para no gol. Assisto tudo do chão, junto à Lizandra. Olho pra treinadora, que faz um positivo para Gabi. Entendi naquele momento que não levei mérito nenhum. Apesar de a Gabi ter estendido a mão pra me ajudar a levantar e agradecido pelo conselho.

Tentei muitas vezes fazer o gol depois, desisti depois de ver que se fosse derrubada mais uma vez, ia explodir e criar uma treta desnecessária, e que provavelmente me prejudicaria.

O treino demorou a acabar, mas acabou e acabou comigo. Morta, exausta. Só fiz pegar as tralhas e sair, despedi-me da treinadora quando passei, ela se despede dizendo a seguinte frase.

- Vai ter que ralar mais se quiser voltar, só digo isso. – não tive reação senão revirar os olhos – E vai fazer abdominais assim que chegar. – torturadora!

- Não!

- Vai sim. – saio dali após fingir que estava ok com tudo aquilo.

Tomei uma ducha rápida pra me livrar do suor e vesti as roupas que havia trazido. Saí antes de todo mundo, não me importei em secar cabelo e tal. Só penteei rapidamente e deixei molhado.

Eu ainda estava chateada, e com a Luana. Afinal, a culpa meio que é dela pela minha distração.

Ok, não é. Mas eu vou resolver isso é agora, ninguém merece ter que jogar na reserva por causa dessa besteira. Respirei fundo e decidi: ligarei.

Disco o número e espero chamar, sentada no carro.

- Alô?

- Luana?

- Fala, Júlia. Tá tudo bem? – ela rapidamente identificou que era eu, tomei isso como bom sinal. Sei lá se era.

- Não, não tá.

- O que...

- Você tá em casa?

- Tô, mas eu...

- Fica na porta que eu passo aí em menos de dez minutos.

- Mas o que... – desliguei e taquei o celular no banco do carona, arrastando o carro.

Foi bem estranho pra quem não se fala há tempos, mas porra, eu não aguento mais. Estava pronta pra resolver isso, agora. Ou achava que estava.

Quando cheguei, uma garota saía pela sua porta, seguida por ela. Ela dá um selinho na Luana, seguindo para o outro lado sem me notar. Sou tomada por uma raivinha e me sinto empenhada em descobrir quem é a moça. Ignoro e desço do carro, não tinha ido lá pra isso.

- Oi, bom te ver de novo. – ela diz, mas sua expressão não indica entusiasmo, e sim cansaço. Revirei os olhos. – Pedi pra respeitar meu espaço, Júlia.

- Deve ter pedido, mas eu quero conversar.

- Não deve ser tudo do jeito que você quer.

- A questão não é essa. – corto antes que ela discuta mais. – Eu vim ter uma conversa séria e franca com você.

- Bom, eu não acredito que vou gostar disso.

- Isso não é problema meu. – ela sente a cortada. – Sim, eu também sei ser grossa e insensível. Você quem pediu.

- Tudo bem, Becker. Sobre o que veio conversar?

- Sobre você e eu, Sánchez.

- Júlia, pra que? – ela se exalta. – No que isso vai ajudar? Não preciso de você pra fazer papel de trouxa, sozinha já sou profissional nisso.

- Você quer escutar?

- Não. – ah para ô – Mas fala. Tô sendo otária de novo, mas fala.

- Você parece que não queria me ver nem pintada de ouro.

- É só por um tempo... – ela ainda tentar me enrolar com essa história me deixa chateada.

- Tá. Daí você sumiu, e tá me fazendo uma falta do caralho. Das suas mensagens de bom dia e boa noite ao seu sorriso pra mim, e aí, faço o que agora? – cruzei os braços e encarei-a. Ela imita o meu gesto e me encara de volta, não dando a mínima pro que acabei de falar.

- Você já fez algo. Você tá parada na minha porta, esqueceu?

- Não, mas já falei, a questão não é essa!

- Qual é?

- Eu acabei de dizer.

- Nada que eu não tenha escutado de você ainda. Fala uma novidade aí. Eu sinto falta de você, mas não vai rolar, meu bem estar parece mais importante. Quando partem meu coração, quem cata os pedaços sou eu, sozinha. Eu em primeiro lugar sempre.

- Egoísta. – deixo a palavra sair e minha razão junto.

- Espera, então você querer que eu me magoe pra estar perto de você enquanto você curte o mundo com a sua namorada não é egoísmo? Eu que sou egoísta?

- Não, sou eu. Mas não consigo ser diferente.

- Se você for, não vai ser mais egoísta pra mim.

- Mas eu não vou!

- Júlia, é sério.

- A gente vai ficar discutindo?

- Claro que sim porra, você tá na minha porta!

- Baixa o tom, beleza? Acalma os nervos que eu não vim pra isso.

- E pra que veio?

- Acabei de dizer!

- Eu não tô entendendo você. Você tem sua vida, suas amigas, sua escola, sua namorada... Me situe, o que você quer afinal? Do que você precisa que me envolve? – eu quero você, sua estúpida! Que mulher difícil! – Sério, me afastar de você seria a coisa mais fácil, não estuamos na mesma escola, não frequentamos lugares em comum e não moramos perto. Era pra ser simples!

Respirei fundo e me acalmei. Ela me secava com aqueles olhos cor de mel, esperando que eu dissesse algo.

- Lu. – peguei no braço dela, que já parecia menos nervosa depois de ter me examinado com os olhos. – Eu preciso saber o que sente por mim. Por favor.

- Eu sinto raiva. Porque você precisa parar com isso.

- Tudo bem, Luana. O que você sentia por mim antes de tudo isso, então.

- Você quer que eu me declare? Por quê?

- Se você quiser saber, eu falo primeiro. – ela arqueou a sobrancelha.

- Fala então. – ok, né.

- Você era minha amiga, e sempre tive um carinho especial por você. – ela revirou os olhos discretamente, talvez porque lembrava e muito um discurso de friendzone. – Desde a primeira vez que te vi, você não era uma simples garota, irmã de um cara que fez mal às minhas amigas. Você era diferente. Lembro de fazer as coisas durante o dia e pensar como seria se você estivesse lá. Por isso te mandava tanto snap. – ela riu um pouco, mas só um pouco. – Daí veio você gostando de alguém. Isso não me afetou muito, o que me deixou nervosa foram os seus olhos. Seu olhar pra mim mudou. E na verdade, não fiquei nervosa. Fiquei atraída. Quando eu olho nos seus olhos, eu quero te tocar... – ela dá um passo pra trás ao escutar isso.

- Júlia, eu...

- Por favor, eu ainda não terminei. – tentava me manter firme e não deixar o emocional dominar. Era complicado.

- Olha, eu não sei o que acontece com a gente, mas não dá pra continuar assim, tá errado.

- Eu sei! Mas eu não consigo parar... Me sinto tão mal por isso, é tão difícil. – sinto que vou chorar se continuar falando, daí me calo.

- Não, não chora. Por favor, não chora. – isso é lei. Quando a pessoa diz “não chore”, você vai chorar em 99% das vezes. – Dói em mim te ver chorar. Para, por favor. – ela me abraça e eu agradeço aos céus mentalmente por isso.

- Eu não sei o que fazer, eu quero ficar com você... – me agarro a ela e choro mais.

- Júlia, eu não preciso que você faça isso. – claro, ela não queria ser a responsável por destruir meu relacionamento, era boa demais pra isso.

- Eu sei, é por isso que me culpo mais. Porque quero, mesmo que você não.

- Bem, eu sempre vou querer. Ia voltar pra você de qualquer jeito. Sofrendo ou não, ia querer você por perto. Mesmo que só pra checar se estava tudo bem. 

- Mas doeu muito quando você me ignorou, não faz mais isso.

- Certo, não faço. Só preciso que você esteja bem. – ela segurou meu queixo e me fez olhar em seus olhos.  Só o Senhor sabe o quanto eu queria beijá-la naquele momento.

- Fica comigo e não vai mais.

- Não vou. Estou aqui, Marrentinha. Pra o que precisar. – abracei-a mais forte no segundo que a ouvi pronunciar o apelido. Ela beijou minha testa e me apertou em seus braços com carinho. Seu cheiro era bom, me deixava satisfeita de algum modo.

Não sei quanto tempo ficamos na mesma posição, mas a julgar pela quantidade de suspiros, não foi pouco.

[...]

Depois que fui embora da casa da Luana, eu dirigi até o parque. Já era noite, mas não era tarde. E pessoas passeiam pelo parque à noite, vi muitos casais.

Sentei num banquinho, tão triste. Tomar decisões é foda. Sempre algo será perdido. Eu penso na Luana e a quero comigo. Mas daí eu penso na Babi e como ela foi meu mundo e como isso mudou. Talvez as brigas nos desgastaram, talvez as diferenças.

Mesmo assim, eu não queria magoar a minha nerd. Mas já fiz a escolha, não é?

Sinto um formigar na bochecha e noto uma lágrima. Merda, eu não vou chorar na rua. Júlia II, mantenha o controle! Porra.  Já tinha falado com a Luana, o que eu precisava agora era falar com a Bárbara.

Dali, deveria ir à casa dela.

Pov Bárbara

Cansada do jeito que eu estou, nem sei o que ainda faço acordada.

- Cheguei. – diz meu pai entrando.

- Boa noite, pai. – ele faz o ritual de sempre, tira a boina do uniforme, senta na poltrona, desamarra e folga os cadarços e tira os coturnos dos pés. Tão metódico e sem graça como é sempre.

- Como foi seu dia, filhota?

- Normal, é sexta.

- Estranhei você em casa. Achei que tivesse novidades pra mim. – já aprendi que com “novidades” ele quer ouvir “terminei com a Júlia”.

- É, hoje é uma sexta diferente das outras sextas. – hoje foi um dia tão merda. Sei lá por que, mas eu não estava muito bem internamente, e a Júlia estava fora de órbita. Já acho que a gente devia terminar, mesmo. Aconteceu que, acabou não ficando legal pra nenhuma das duas. Eu só não queria, porque tínhamos lutado várias vezes contra as diferenças e superado as brigas. Parar agora seria meio que anular as tentativas.

Só que já tava na hora de parar. Com a cabeça da Júlia em outro lugar sempre, o que nos restava era o sexo e a consideração que temos uma pela outra, o amor. Ele sempre existiu e sempre existirá. Porque sem o amor, nem amizade sobra.

Agora tire o sexo.

Sem o sexo, só a amizade sobra.

Isso aí, Brasil. Estamos esse tempo aí sem transar.

“Ah, mas sexo não é tudo, vocês não começaram fazendo sexo e mimimi” Verdade, mas sexo não só tem a ver com prazer. Entre namorados, ele está mais ligado à intimidade do casal. Parar com o sexo significa distância. E se há distância entre nós e moramos na mesma cidade, é sinal de que conceitos precisam ser revistos. E se sabemos o que está errado e não tem como mudar, terminar é a solução.

“Ah, mas você não vai sofrer?” Vou, mas do jeito que estamos, prefiro que ela não esteja mais comigo e esteja sorrindo. Antes longe de mim e bem, do que perto e infeliz. Sofrer eu vou mesmo é quando for embora.

O que me leva a outra questão...

- Pai.

- Sim? – ele, que já estava subindo, volta.

- Quando eu viajo?

- No último dia de aula. – ok, faltavam pouco mais de dois meses. A minha empolgação para essa viagem começava a surgir. Ah, era um sonho, não é? Não vou fazer lá o que planejava antes, mas mesmo assim não deixa de ser uma realização.

- E por que com tanta pressa?

- Pra que demorar?

- Eu pergunto por que não depois. Por que não mais perto de quando começam as aulas lá.

- Você precisa fazer a prova.

- Não dá pra fazer a prova e voltar pra esperar o resultado?  Não dá pra fazer a prova aqui?

- Bárbara, você não vai me persuadir pra ficar mais tempo aqui. Fique feliz por eu ter deixado você escolher outro curso. – ah sim, eu enchi tanto que ele deixou que eu escolhesse outra área pra cursar. Só que eu simplesmente não tinha outro lugar pra onde ir. Dentro da faculdade, eu não queria nada. Mas tudo bem, não troquei de curso ainda e nem pretendo. No primeiro vacilo dele eu tranco a faculdade.

- Eu só queria mais um tempinho pra, sei lá, fazer algumas coisas.

- Não. A primeira e única vez que deixei você um pouco livre, você me apareceu lésbica. – “você me apareceu lésbica.” Preciso comentar? – Não vai acontecer de novo.

Eu já falei, primeiro vacilo dele e eu tranco a faculdade. Nada me fará mudar de ideia. Não vou ser médica. E acabou. Vou ser feliz, isso sim.

- Tá, tudo bem então. – só vou pagar de boa filha até ir. Lá, ele não vai me controlar como pensa. Não vai.

Meu celular toca, e é a Júlia.

- Fala Vida.

- Tô chegando aí.

- Nossa, por quê?

- Conversar contigo. Você sabe. – vrááá

Eu sabia mesmo.

- Ok, te espero então. – desligo e respiro fundo. Eu que achava que meus dias com o título de namorada estavam contados, na verdade eram as horas que estavam contadas. Surpresas da vida.

Ela chegou vinte minutos depois daquilo. Subimos pro quarto, fechei a porta e olhei pra ela, que tomava coragem. Fiquei calada e fazendo cara de nada. Júlia me puxa pela cintura, segura minha nuca com a outra mão e me beija. Não entendo nada, absolutamente nada.

Mas ela beija tão bem, socorro. Dei pra ela naquele beijo. Fazer o que? Ela me deixou excitada.

- Seus lábios são uma das melhores coisas que já tive a chance de provar. – ela diz contra a minha boca assim que o beijo acaba. Não deixo de pensar que foi tão bom por ser o último que daríamos por muito tempo. – Acho que você toda. – suspiro, ignorando o fato que meu corpo fervia por dentro.

- Digo o mesmo de você. – a gente se separa, sento na cama e bato no lugar ao meu lado. Ela também senta.

- Você sabe que eu te amo. – ela diz, séria.

- Eu sei sim. E você sabe que eu quero que você seja feliz. – digo com um sorrisinho de lado, ela sorriu também.

- Sabe, odeio você ser tão espertinha.

- Não odeia não.

- É verdade. – ela suspira – Babi, eu nunca quis fazer isso com você. Digo, gostar de mais alguém que não fosse você.

- Situação bem chata, mas acontece. Não mandamos no coração. – se eu mandasse no meu coração, seria hétero até hoje e perderia tanta coisa boa...

- Se eu pudesse fazer diferente, faria. Mas não consegui. Queria muito continuar com você, só que... – ela se cala, sem saber, talvez, “como dizer isso sem me magoar”.

- Não tá dando muito certo, né? – Júlia me olha como “pera, você também acha?” Fala sério.

- Sei lá... Acho que não. Por que a gente não continua como no início?

- Mudamos. Amadurecemos, talvez. Não tenho uma explicação pra isso, de fato.

- Logo você, que tem uma explicação pra tudo? – ri.

- Nem tudo tem uma explicação. Aprendi isso estando com você. – acariciei o rosto dela. – Você continua sendo uma das pessoas mais importantes pra mim nesse mundo.

- Você também, não pense que não. A gente só tá fechando esse ciclo aqui, o nosso namoro. Antes que, sei lá, dê algum problema.

- Você é uma fofa. Mas eu tenho algo pra te contar, antes disso de fechar o ciclo e tal.

- Conta. – respirei fundo.

- Desculpa não ter te falado antes, achei que seria bom pra nós aproveitar o tempo juntas, mas... Eu deveria ter contado. Enfim, eu vou embora daqui. No último dia de aula.

Pov Júlia

Peraí, como assim?

Não acredito que ela fez isso comigo!

- Como assim vai embora?

- Vou embora, vou morar no sul. Fazer faculdade...

- Não pode fazer aqui?

- Não mais. Era tipo um sonho meu que deixei pra trás, e que mal lembrava. Mas meu pai vai realiza-lo à força. Situações e pessoas como você me fizeram deixar de querer ir. Bem, eu vou.

- Desde quando sabia disso?

- Foi bem quando nossas brigas começaram.

- Bárbara, eu tô me sentindo traída. Como assim você sabia que a gente não ia durar?

- Não era isso, é o meu pai tentando nos separar. Ele usou uma vontade minha pra tentar nos separar, e teria me mandado pra lá assim que falei que estava com você. Só não fez isso porque viu que me prejudicaria no colégio. A gente tava brigando, eu não ia sair com algo como isso do nada. Além de que eu acreditava na possibilidade de tirar essa ideia da mente dele. Mas não consegui nada.

- Vidoca, como você me sai com uma dessas bem quando vamos terminar?

- Eu não sei, só... Desculpa.

- É por isso que você tá tão compreensiva com a minha decisão?

- Não, nosso término é mútuo.

- Claro que é por isso!

- Não é. Porque nada, eu repito, nada te garante que eu não volto pra lutar por você. Eu estaria disposta a lutar por você, agora mesmo. Mas não posso, porque só te causaria dor, e mesmo que eu conseguisse seu coração de volta, eu estaria indo, ou seja, dor pra você de novo. E eu prezo pela sua felicidade, quero só seu bem. Se a sua felicidade está na Luana, por que eu te prenderia? Não, deixo você ir. – a pessoa que for ficar com a Babi, esse sortudo(a), se magoá-la, eu caço até no inferno. Sério, olha a atitude dessa mulher.

Eu namorei uma menina, a Babi. Eu tô terminando com uma mulher, a Bárbara. Dá pra sentir a maturidade só em olhar pra ela. Em oito meses juntas, ela fisicamente é a mesma, mas seu interior mudou tanto...

- Olha, a Luana não tava tentando me tirar de você. – tive que dizer.

- Eu sei, é você quem quer ir. É você quem está indo. Mas, se você parar pra analisar, verá que ela te tirou de mim, e num vacilo meu.

- Na verdade, não foi só um vacilo, Bárbara.

- É, tudo bem, minha culpa. Sou madura o suficiente pra aguentar as consequências. – ela segura a minha mão e olha com carinho a aliança ali. – Você pode tirar, se quiser. – diz.

- A aliança?

- Aham.

- Não... Ainda não.

- Por que não?

- Porque, apesar de tudo, amei o que tivemos juntas. – isso parecia tudo, menos um término de namoro.

Mas, não vou mentir, melhor desse jeito do que do estilo treta épica que tem puxão de cabelo e lágrimas, mais lágrimas e mais lágrimas. Ah, chora as pitangas em casa mesmo. A Babi, do jeito que ela é, nem chorar vai.

Que dia louco!

- Vou te falar uma coisa, de verdade. Eu vou embora. Vocês, depois de um tempo, vão me esquecer completamente, e eu de vocês. – tentei dizer que não, mas ela me impediu. – Daí vou voltar, e quando você me encontrar de novo... - já imagino ela voltando bem quando eu achar que estiver feliz com alguém, pra vir e virar meu mundo todo de cabeça pra baixo.

- Não vai dar o que preste.

- Pode ter certeza. O fim não é o fim, Júlia II. – sorri com isso, a minha mais nova ex seria a melhor delas.

Não podia ser diferente, até porque não tive namoro melhor do que esse. Nem término.

Sabe o que a gente fez depois? Deitamos na cama e relembramos momentos que tivemos, e rimos juntas.

Dormi lá. 


Notas Finais


and she will be loved... ai meu core minhas meninas aaaaaaah <///////3

gente, o que são mais de 800 comentários em Mine? Caramba, muito obrigada mesmo!

eu tô sofrendo, então não vou me prolongar
até semana que vem! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...