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História Mine - Aff, a Babi com um homem.


Escrita por: princesadelesbos

Notas do Autor


I feel good, I knew that I would now

demorei, mas voltei, galera! to de folga, por isso no meio da semana
desculpa pelo auê no último cap, fiz as contas erradas, e agora que ajeitei, ainda nessa fase, temos mais dois capítulos, acho.

olha galera, o que acontece nesse capítulo não é definitivo, pelo amor de Deus.
foi apenas algo que eu resolvi fazer, de última hora, como é a maioria das coisas que eu escrevo, é bom vocês saberem que eu não planejo

boa leitura, até lá embaixo!

Capítulo 46 - Aff, a Babi com um homem.


Pov Bárbara

[15h37] Nick: você é tão madura, puta que pariu. Eu nunca ia conseguir.

[15h37] Babi: ah Nick, não vale a pena, sabe? A gente tem que ter maturidade pra certas coisas mesmo

[15h37] Nick: tá, mas pra conhecer a atual da minha ex?

[15h38] Babi: ela não parece ser uma pessoa ruim. E tem mais, se eu não gostar dela, só preciso aguentar esse final de semana. Esqueceu?

[15h38] Nick: é, dá pra aguentar.

[15h39] Babi: eu não disse q não gostava dela.

[15h39] Nick: eu sei, mas sei lá, eu já odiaria um pouco a Júlia por me fazer passar por isso.

[15h40] Babi: acontece que eu amo demais a Júlia pra odiar ela por isso. E você é homem, homens são imaturos.

[15h40] Nick: fala com a minha mão

[15h40] Babi: não falei?

[15h41] Nick: Só seria melhor pra você se você não fosse tão otária pela Ju.

[15h41] Babi: já foi se foder hoje?

Pois é, a Júlia vai apresentar a Luana pro pessoal (a Tay, a Laura, eu e Marismin). Na verdade está fazendo isso agora, e evitando olhar pra mim. Não sei por que, mas acho que era porque eu estava analisando as duas e ela sabia disso.

Luana era completamente boba pela Júlia e eu percebi isso em menos de um minuto. Ela estava nas nuvens por estar com a minha loira, que provavelmente é a garota dos seus sonhos assim como foi (ainda é) dos meus. A diferença é que eu já tinha a Júlia quando percebi que ela era tudo o que eu sonhava. E a perdi, mas pula essa informação, vocês já sabem.

Notei também que elas ainda não tinham transado. Eu não sei o que pensar sobre essa informação, mas é uma informação que percebi no olhar. Não dou duas semanas pra transarem. Daqui a pouco tão se comendo.

A Júlia tem um olhar safado e é safada por natureza, do tipo que se você estiver de costas pra ela, pode ter certeza que ela está olhando pra sua bunda e pensando em muitas coisas. Quantas vezes já peguei a Júlia encarando alguma parte do meu corpo e completamente imersa em lembranças quando eu virei pra olhá-la? Não foram poucas.

A Luana estava de costas e a Júlia olhando pra sua bunda. Não distraída, e sim pensativa. Um olhar que dizia "quantas coisas eu não posso fazer com um rabo desses?", entre outras frases. Por isso eu percebi que elas não tinham transado.

Tá, mas qual a relevância disso?

Mostrar pra vocês que sim, desde que terminei com a Júlia, me sinto um pouco mal por conhecê-la tão bem. Puta que pariu, eu sei decifrar seus olhares! E de longe! Isso incomoda um pouco por que eu acabo percebendo coisas que, pelo bem de todos, devem passar despercebidas. Este olhar para o rabo da Luana foi uma delas.

"Ah pois, Bárbara, pare de olhar pra Júlia então."

Parece fácil mas não é não.

Desviei o olhar para a minha tela de bloqueio, uma foto minha com o Nicholas. Eu não acho se devia estampar nossa amizade assim, mas não devo nada a ninguém e a foto tá perfeita, é a gente na pedra dele, eu no fundo de biquíni sorrindo espontaneamente e ele sem camisa mostrando a língua, totalmente diferente da bicha enjoada que ele é. Ri por pensar nisso.

Foi um dia bem legal a gente lá na pedra e tomando banho, rimos muito. E eu nunca tive uma foto de biquíni, tirando aquelas tiradas na casa de praia da Júlia e que nunca foram postadas. Ah, só pra saberem mesmo, a mesma foto se encontra no perfil do WhatsApp dele porque simplesmente não tem foto melhor.

[15h45] Nick: Maturidade mandou lembranças.

[15h46] Babi: E eu mandei você se foder.

- E aquela pequena fofa ali é a Babi, vem cá Babi. – Júlia disse, tirando-me do meu pequeno devaneio e me fazendo sorrir leve ao pronunciar meu nome. Levantei das arquibancadas e desci até as duas.

- Oi Luana – falei, sorrindo inocente.

- Oi Babi. – ela disse e sorriu também. Foi melhor do que eu esperava, nada forçado, ou ela disfarçava muito bem, mas não parecia estar escondendo nada. Só um pouco de preocupação, mas nada a ver comigo. Não me via como ameaça.

Não sei se fico feliz ou chateada.

Mas, pelo clima legal, resolvi fazer uma brincadeirinha inocente pra avaliá-la, sem compromisso. Parei com o olhar fixo nos olhos dela depois de ver um pouco seu corpo, Onde não achei nenhuma imperfeição visível. Fiz o joguinho de não piscar e ela perdeu, claro.

- Eu não sabia que estávamos brincando! – se defende. Ok, mas eu ganhei. Luana vice até no jogo de piscar, zzzzzz

- Tem que saber. – eu disse. – Mas pelo menos ela não desviou o olhar.

- Você tem olhos vivos e grandes, gostei de olhar pra eles. – ela tentou dizer normalmente, mas ainda assim saiu com um quê de flerte. Estava indo muito bem, Mas descontei a pontuação dela por isso. Meus olhos são normais, porra, nem vem com essa.

- Júlia, eu quase passei ela no teste, apenas diminuirei a nota por esse quase flerte comigo.

- Mas eu não tava flertando! – Luana olha pra Ju quase em desespero, eu ri e Júlia também.

- Falou dos olhos, pra mim, é flerte sim. E dos bons. Por isso não baixei tanto a nota, ela sabe flertar sem ser brega e nem ridícula, nota 8,5. Vocês tem minha bênção. – o sorriso da Júlia naquele segundo foi tão lindo que eu nem sei o que falar. Ela é tão linda, puta merda.

- Então me dá um abraço. – abriu os braços pra mim e eu me joguei, abraçando seu pescoço. Ela me carregou do chão, eu só conseguia pensar – É tudo o que eu precisava, seu apoio.

- Eu sei, eu te amo muito. Pra sempre. – sua mão fez um carinho em minhas costas e meus olhos marejaram. Estava lembrando de quando ela me pediu em namoro, da nossa primeira vez e nos carinhos dela. Sinto como se sempre fosse ter esse tipo de lembrança quando ela me tocasse. Eu sou tão dela, que merda.

- Eu também, Babi. – um dia eu vou fazê-la engolir esse “eu também”.  – Pra sempre. – ela também tinha os olhos marejados quando me olhou. Enxugou minha lágrima solitária e sorriu pra mim. As atenções foram desviadas de nós duas quando a Tay falou alguma coisa.

- Sua filha da puta. – sussurrei. Ela riu baixinho. – Me responde direito.

- Te amo, vidoca. – li seus lábios. Agora sim.

Logo voltamos todas a conversar normalmente, e o novo casal bem entrosado e de mãos dadas sentadas lado a lado. Todas participavam ativamente da conversa, e logo surgiu uma ideia de sairmos juntas. Dessa, surgiu a de ir pra balada mais tarde, que foi da Luana. Eu não tava nem um pouquinho afim de ir, mas todas concordaram em comemorar o título junto à melhor jogadora do time perdedor, vulgo vice.

Ok, eu ia beber um pouco. Tinha tempo que não fazia esse tipo de coisa, e por vontade própria.

Ficou combinado de nos encontrarmos mais tarde na casa da Júlia, onde passaríamos o resto do fim de semana. Fui embora dali de carona com a Marina, pra arrumar minhas coisas. Passar o fim de semana na Júlia era rotina, né. Eu não recusei, não tinha nada melhor pra fazer, e me arrependeria se dispensasse as meninas. E como vocês sabem, odeio me arrepender, da menor coisa.

Quando eu cheguei em casa, depois de fazer tudo o que tinha que fazer, enquanto tentava achar uma roupa decente o Nicholas me ligou.

- Oi, fala rápido que eu tô me arrumando.

- Vai sair?

- Isso é meio óbvio, pairulito.

- Hmmm, e vai pra onde, hot pocket?

- Vou sair com as meninas. Pra uma balada aí.

- Ain, posso ir? – fez sua melhor voz de bicha pidona.

- Só se você não for homem. Você é. Viado, mas é.

- Me respeita que eu não sou viado.

- Bicha fresca.

- Olha aqui...

- Nick, meu amorzinho, dá pra dizer logo por que ligou?

- Dá, alpinista de calçada. – revirei os olhos. – Vou sair também, e queria um help pra escolher uma roupa.

- Como eu vou escolher se eu não estou vendo as roupas?

- Aí é que tá, porque eu já te mandei as fotos e você não visualiza. Minhas mensagens estão chegando aí, e você está me ignorando.

- Ah, desculpa... Pera, vou olhar. Pronto. É pra escolher uma dessas duas camisas? – ouço um “aham”. – Vai com a de botões. A outra tá muito desarrumado.

- Desarrumado? É a minha camisa favorita!

- Por isso mesmo que tá surrada. É uma camisa linda, mas até eu já te vi várias vezes com ela. E eu falei desarrumado, mas nem sei pra onde você tá indo.

- Pra uma balada ou festa aí com uns conhecidos e planejo transar essa noite. – ri. – É sério, tô indo com esse propósito mesmo.

- Então não vá com essa camisa, ponto. Vá com a de botões.

- Não fica muito engomadinho?

- Não, só usar uma calça mais simples e a camisa pra fora. Arruma o cabelo daquele jeito que parece que tá desarrumado e pronto, as meninas vão cair matando.

- Haha, valeu pela dica. Ei, vocês vão pra uma GLS?

- Não, por quê?

- Porque eu acho que vamos pro mesmo lugar.

- Ih, será?

- Acho que sim, é a melhor que vai rolar esse final de semana. E vai uma galera enorme que eu conheço. Vai ter muita droga também, cuidado.

- Eu não me atraio por essas coisas.

- E você vai com suas amigas? – murmuro que sim. – Tipo, todas elas?

- Sim, Nick, o que tem?

- Vão ter que aguentar o assédio. Tenho certeza que em paz vocês não vão ficar.

- Acho que eu não vou ficar. Elas tem suas namoradas pra se pendurarem nos pescoços e mandarem os homens à merda, mas nem isso eu tenho. Nem vou me arrumar tanto pra ninguém me encher.

- Não não, vai se arrumar sim! Quero você bem linda e arrasando lá, pra pegar alguém mesmo.

- Nick, já falamos sobre isso, eu não quero e...

- Você só não pensou nisso. Pensa melhor enquanto se veste. É sua última festa aqui e acho que vai querer levar uma boa lembrança.

- O que, uma transa? Me poupe.

- Não necessariamente, mas pode ser. Não precisa transar pra ser memorável. Fica a dica. – revirei os olhos mil vezes nas últimas falas dele. – Babi, sou a favor de você vestir um vestido bem destruidor, um salto, batom vermelho e arrasar. – é claro e evidente que eu não vou fazer nada disso.

- Lá vem você ser viado...

- Te fode então, sua chata. Vou terminar de me aprontar. Tchau.

- Tchau Nick. Até mais tarde, eu acho.

- Até.

Achei um vestido azul com detalhes brancos meio escondido e lembrei que ele ficava ótimo no meu corpo. Separei-o junto com uma jaqueta de couro.

Simples, mas tava ótimo. Na verdade, eu tava bem gostosa...

Pov Júlia

Gente, essa noite vai ser uma maravilha.

- Quanta mulher gostosa! – falei com todas reunidas. Uma mais linda que a outra, a Lu estava com uma roupa que cobria suas belíssimas pernas mas ainda assim maravilhosa, a Tay parecia uma cantora teen, a Laura e seu famosíssimo batom vermelho e seu irreconhecível decote, a Yasmin de saia longa e a Marina de roupa curta. A Babi merece uma frase só dela, porque sua roupa parecia simples, mas estava um pedacinho de perfeição. Linda... – Todas vão dar uma voltinha pra mim.

- Se fecha, Júlia. – diz a palmita, cortando o meu barato. – Vamos logo...

- Tá com pressa por quê? Sua mulher tá bem do seu lado. – falei. Ela abraça a Yasmin pela cintura, só que a pequena quer ouvir o que ela vai responder, e a encara.

- Quanto mais cedo a gente for, mais cedo a gente volta. – diz a Babi, dando de ombros. Todas concordaram. Chamamos o táxi.

[...]

Como eu disse, estava sendo ótimo. Todas nós juntas, se divertindo, rindo, dançando e (algumas) bebendo. É, a Yasmin desistiu de beber depois de dois shots de tequila. Disse que não queria mais e não bebeu mais.

Foram muito boas aquelas horas com elas, exceto pelos homens tentando a todo momento pegar uma de nós. Bárbara, a única solteira do grupo, dispensava-os com um sorriso, e eu não estava gostando disso. Homens são insistentes, não se dispensa com um sorriso que eles pensam que é glicose anal. Mas ninguém encostou a boca na dela, graças a Deus.

Quer dizer, eu não vi. Neste momento eu estava bêbada, fiquei encostada a uma parede com meu copo na mão, me sentindo... sei lá como eu tava me sentindo, não lembro.

A Luana tava se acabando, se rebolando toda lá no meio da pista e atraindo todas as atenções. Ela sempre dança assim, por isso não me preocupei. Eu estava bêbada, mas tenho certeza que ela estava mais. A música era eletrônica e muito alta. Eu mal conseguia ouvir meus pensamentos ou pensar algo muito diferente da letra da música que tocava, quando tinha letra.

A Babi veio em minha direção, sorrindo. Acho que sorri de volta.

- Vai ficar aí parada segurando esse copo?

- Senti vontade de pensar. – falei. – Mas não consigo com todo esse barulho.

- Quer sair daqui?

- Olha, Babi, você tá mais gostosa do que antes, mas transar contigo vai me colocar em problema...

- Não idiota, sair pra tomar um pouco de ar, você parece acabada.

- Eu tô bêbada, e com sono. – ela me puxou pra o desconhecido e quando me dei conta, estava sentada num sofá bem confortável com ela ao meu lado. Na verdade eu tinha fechado os olhos enquanto ela me puxava. – Por que me trouxe pra cá?

- Achei melhor você sentar. Me dá esse copo aqui. – tomou meu copo antes que eu reclamasse.

- Pode levar, não quero mais.

- É, já chega. – olho pra ela, agora tomando meu drink.

- Oxe, você tomou?

- Aham. Tá muito forte, esse.

- Você cansou de dançar ou só quis ficar perto de mim?

- Um pouco dos dois, eu nunca fui a maior fã de dançar. – ela ajeita meus cabelos. Eu estava um pouco suada, e isso me incomodava. – Como tá você e a Lu agora?

- Bem, ué. Ela só tá dançando ali. Parece que tá chamando macho, mas longe disso. – ela riu. – E você com... tudo isso?

- Eu estou ótima, Júlia. Já sinto saudades de você, mas estou bem.

- Vidoca, eu nunca te disse isso, mas não sei como vou me virar aqui sem você.

- Vai aprender, Ju.

- Mas Vidoca...

- Por favor, não me chama assim.

- Por quê?

- Não estamos mais juntas, Júlia.

- Deixa eu te dizer uma coisa. 

- Diz.

- Não, chega mais perto. – naquele momento eu notei que estávamos sentadas num lugar que a música era um pouco mais baixa. Ela se aproximou, segurei sua nuca e falei próximo ao seu ouvido. – Eu nunca vou te esquecer, você é minha eterna Vidoca.

- Júlia... – ela nega com a cabeça.

- Sério Bárbara, eu te amo. Então não peça pra que eu não te chame pelo apelido que eu te dei.

- Para de me falar essas coisas. Você não tá passando bem.

- O que você quer que eu faça? Uma parte minha enorme vai embora com você, não me priva mais. Queria poder te dar um beijo e... – ela me afasta.

- Pronto, começou a falar merda. Olha aqui, você não vai mais encostar em álcool hoje.

- Como quiser. – fiquei um pouco quieta e olhei em volta. As outras meninas, exceto o casal Marismin e a Luana, haviam visto que estávamos conversando, e perto demais. Deitei minha cabeça no ombro da Bárbara, ela mexeu no meu cabelo.

- A gatinha tá sozinha? – uma voz grossa se faz ouvir. Um garoto fica agachado na frente da Babi e eu levanto a cabeça, me perguntando que porra é aquela. Ele sorria todo bobão.

- Não... Nicholas! – ela percebe que conhece ele, que sorri, levantando. Assim que ele fica em pé ela levanta e choca o corpo com o dele, num abraço bem forte. – Achei que não ia mesmo te encontrar... Adorei a camisa! – ela diz, muito alegrinha. Camisa xadrez de manga longa ridícula, a que o garoto usava.

- Te achei nesse lugar gigante, finalmente. – reviro os olhos, eles começam a conversar, e só consigo ouvir a Babi rindo.

- Babi. – chamo por ela, ela vira ainda com o sorriso que ele colocou em seu rosto e senta rapidamente, segurando a mão do garoto. – Me diz as horas? – ela ri e assente, sabendo que só fiz aquilo pra interromper mesmo. Pega o celular, e quando a tela se acende, consigo ver o rosto de um garoto. Na verdade, do mesmo babaca que tá parado bem aqui na frente, segurando a mão dela com cara de cu.

O que eu tô perdendo?

Olho novamente e vejo a Babi no fundo da foto. Não era "comprometedora", mas só pelo fato desse cabeção estar na tela de bloqueio dela, já me tira do sério. Que merda, isso não ter o direito de dizer nada só porque sou ex. Ela não devia estar envolvida com um garoto que interrompe nossa conversa. Não tô nem aí que não estávamos conversando, ele interrompeu.

Bárbara me percebeu olhando pra foto, e negou com a cabeça.

- Deixa pra lá, Babi. – falei antes que ela dissesse algo.

- Você está sendo infantil, Júlia. Ele é meu...

- Tá, relaxa. E que horas são? – me distraí com a foto e não notei as horas.

- Quase meia-noite.

- Obrigada, pode ir se quiser.

- Vamos, quero te contar uma coisa, Babi. – ele diz. Contar uma coisa, ele quer é enfiar a língua na boca dela.

- O que?

- Vem que eu te conto.

- Fica bem sozinha, Ju? – assenti. – Chama a Luana pra te fazer companhia. – olhei pra ela e nada disse, neguei com a cabeça quando ela saiu ainda segurando a mão do tal Nicholas.

Ainda pude ver os dois conversando um pouco sérios, sim, eu fiquei olhando. Mas desisti quando o vi puxar o lábio inferior dela, com os dentes.

Aff, a Bárbara com um homem.

Pov Bárbara

Não acreditei que a Júlia estava com ciúmes, já que eu sempre fui a ciumenta da relação. Acho que eu só não atiçava o ciúme dela como ela atiçava o meu.

Eu tinha bebido, mas ainda tinha parte considerável da minha lucidez. Apesar de ter ficado um pouco safada. Não estava conseguindo dispensar os homens curta e grossa. Sempre saía um sorrisinho. Eu gostaria de beijar tais bocas, mas não ia ficar com mais de um na frente das minhas amigas só porque sou a única solteira e achei aqueles lábios bonitos.

Álcool nunca me fez bem, psicologicamente falando. Sempre dá alguma merda quando eu bebo. A última vez que eu tomei porre, batizaram minha bebida e até alucinar eu alucinei, vocês conhecem a história. Toda vez que eu lembro disso, mando um foda-se mental pro Jeferson. Sou tão grata por ele nunca ter me procurado. Talvez porque coloquei-o no lugar certo.

- Você está deslumbrante nessa roupa, puta merda. – o Nick quase enrola no "deslumbrante". Alterado, por que não estou surpresa? Eu também estava, né.

- Não sou a mais bonita desse lugar.

- Por dentro, é sim.

- Por fora, tô longe. Tem meninas aqui que só de olhar sinto vontade de pegar. Isso não sou eu, é o álcool falando.

- Hahaha, digo o mesmo.

- Dos homens daqui?

- É.

- Você é tão viado...

- Sou mais macho do que imagina. – ele cruza os braços e assume uma pose de desafio.

- Te acho sexy. – nem perguntem. Nick ri, e volta a segurar minha mão. Eu estava encostada de lado numa parede, assim como ele. Brincou com meus dedos.

- Bárbara, lembra quando a gente se conheceu? – assinto. – Eu quis tanto te beijar quanto eu quero agora. – wow, eu com certeza não esperava por isso.

- E é muito? – seus olhos foram pra minha boca e eu percebi que era muito sim.

- Você nem imagina... – ele se aproxima e toca minha cintura com os dedos sem desfazer o contato visual, pra em seguida segurá-la com as duas mãos. Pisquei demoradamente, sentindo pela primeira vez em muito tempo, mãos masculinas me tocarem. Suspirei com o aperto na minha cintura.

Aquilo estava bem forte entre nós dois.

- Nicholas, eu... – ele para e presta atenção. – Eu não sei que porra te dizer. – ele agora aproxima o rosto do meu. Nossos narizes se encostam, sinto sua respiração controlada se misturar com a minha. – Mas a gente não pode se beijar... – ele não liga pra o que eu disse, e aproveitando que soltei o ar, puxa meu lábio inferior entre os dentes. Achei que fosse continuar, mas não.

- Por que não podemos? Eu quero, você também. É só um beijo.

- Você está sentindo isso? – ele parece confuso. – Isso aqui entre nós. Não parece magnético? – ele assente. – Você já me soltou, e eu não consigo sair daqui. Como um ímã, estou presa. – era sério, estávamos com as testas coladas, mas as mãos ao lado do corpo. Quem olhasse, pensaria duas coisas, ou bêbados, ou apaixonados.
Apaixonados, não estávamos.

- Se a gente se beijar, não vai ser só um beijo. – ele conclui, e eu concordo. Mas sua mão toca meu rosto.

- Vão ser vários. Podem não ser só beijos... – sua expressão se divide entre pensativo e animado. Eu estava dizendo, em outras palavras, que acabaríamos transando se começássemos a nos beijar. Era porque eu não confiava no meu juízo com bebida.

- Isso te preocupa tanto?

- Vamos dividir um apartamento. Com que cara eu vou te olhar depois?

Ele me dá um selinho. Sua mão escorrega pra minha nuca, e seus lábios quentes se mexem sobre os meus, me deixando agoniada. Empurro-o, desviando da mente qualquer pensamento sobre o que acaba de acontecer.

- Olha, você me disse uma vez que era eternamente grata à Júlia porque ela te ensinou a aproveitar o agora e viver momentos intensos. – arregalei os olhos, ele realmente escutava quando eu falava da Júlia? Achava que fosse como conversar com um legume, porque ele nunca opinava. – E não, eu não ligo pra o que você fala da Júlia. Por acaso peguei essa parte. E queria te perguntar: não aprendeu a lição?

- Não acredito que guardou essa informação pra usar contra mim num momento como esse.

- Não foi a intenção. –ele tem uma mente parecida com a minha, só que um pouco mais aberta. Eu não gosto de mudanças drásticas, o Nicholas adora o fato de que tudo muda o tempo todo. Porém, temos linhas de raciocínio e visões de mundo até bastante próximas. – Me diz, Bárbara... Você aprendeu a lição ou não?

- Sim. Eu aprendi, Pairulito. – ele sorriu malicioso.

- Muito bem, Hot Pocket. – sorri de lado e ele também. – Então vai aproveitar o momento, Bárbara?

- Vou, Nicholas.

Eu não tô ligando pra mais nada. Amanhã me preocupo, se eu lembrar.

 



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