Pov. Zlatan Ibrahimovic:
- Tudo bem, mas não se empolgue. Tudo continuará igual. – ela fala.
Suspiro.
Eu sabia que ela não iria facilitar, mas estava sendo difícil lidar com a sua resistência.
- Vamos passar na casa da Helena para buscar os meninos e podemos almoçar no bistrô perto da nossa casa. – sugiro enquanto andamos até o carro.
- Da sua casa. – ela corrige.
- Nossa, nós escolhemos juntos, decoramos juntos, vivemos dias maravilhosos juntos nela, então ela é nossa. – rebato.
Ela revira os olhos.
Entramos no carro e eu começo a fazer o percurso para ir buscar os meninos.
- Já tem algum nome em mente? – pergunto a ela.
Ela sorri a passa a mão na barriga.
- Eu gostei muito do nome Aurora. – ela fala.
- É um nome bonito... qual o significado? – pergunto.
- Aquela que se assemelha ao nascer do sol, amanhecer e em latim significa ouro. – ela fala.
- O mesmo significado do meu nome em bósnio. – falo.
Ela ri.
- É, eu sei. – ela fala.
- Eu gostei desse nome. – comento.
- Eu também. Ela é o meu sol, o meu recomeçar, o meu tesouro. Acho que não irei encontrar um nome mais representativo que esse. – ela fala e olha pela janela.
Aproveito a tranquilidade do transito e toco na barriga dela e de imediato sinto Aurora chutar.
- Você já reconhece o papai? – pergunto falando com voz de bebê.
Ouço o riso de Joana.
- Você está falando com voz de bebê? – ela pergunta rindo.
- Eu estou me comunicando com a minha filha. – digo como se fosse obvio.
- Eu nunca vi você fazendo voz de bebê. – ela fala.
- Porque eu estou fazendo exclusivamente para a Aurora.
- E os meninos?
- Eles não gostavam muito, então eu deixei de fazer logo... além do mais ela será mais delicada. – digo.
- Não mesmo, ela acabou de chutar bem forte. Isso é um sinal. – ela fala.
Dou risada.
- Se ela puxar a você...
- Como se você fosse um doce de pessoa. – ela rebate.
Nada de brigas.
- Então será Aurora? – mudo de assunto.
- Sim, eu gostei, você gostou e ela também, já que ficou quieta.
- Só irei esperar ela nascer para tatuar o nome dela e a data de nascimento no código Ibrahimovic. – comento.
- Eu também vou querer ir ao tatuador... vou tatuar o nome dela. – ela fala.
- Você vai se tatuar? – pergunto incrédulo.
- Sim, eu irei.
Ela tatuada... Wow.
Ficamos em silencio até chegarmos a casa de Helena. Os meninos olham pela janela e quando nos veem eles saem em disparado de casa. Eles já vão abrindo a porta do carro e entrando.
- Pai! – eles falam ao mesmo tempo.
Me viro para trás para fazer um toque com eles e depois vejo eles beijarem a bochecha de Joana.
- Sabem quem já tem nome? – Joana cantarola.
- Qual, qual? – eles perguntam curiosos.
- Aurora. – Joana fala rindo.
- Eu gostei. – Max fala.
- Era para ser uma letra perto da nossa, mas eu gostei. – Vin fala.
Dou risada.
Vin e suas ideias.
- Vamos para onde? – Max pergunta quando dou a partida.
- Vamos almoçar num bistrô. – respondo.
- E depois? Nós vamos ao jogo do Paris? – Vin pergunta.
- Vamos. – confirmo.
- Você também vai, não é Joana? – Max pergunta.
- Eu? Hum... eu acho que vou para casa... – ela fala.
- Ah... então eu não quero ir mais. – Vin fala.
- Vamos Joana, por favor. – Max pede.
Isso meninos, trabalhem junto com o pai de vocês.
- Tá... tudo bem, eu vou. – Joana acaba aceitando ir.
Isso!
Quando chegamos ao bistrô todas as atenções foram voltadas para a família Ibrahimovic. Toda a imprensa dava como certa a nossa separação e essa aparição em família deixou as pessoas dali surpresas.
- Eu quero batata frita. – Vin diz assim que nos sentamos.
- Assim não vai ser jogador de futebol. – falo.
- Eu não quero ser jogador de futebol, eu quero ser fisioterapeuta igual a Joana. – ele rebate.
Joana olha para ele surpresa.
- Se Vin for comer batata eu também quero. – Max fala.
- Onde está o desejo de vocês de se tornarem jogadores iguais a mim? – pergunto a eles.
- Eu também só estou jogando por diversão, eu quero lutar Taekwondo. – Max fala.
Pronto, minhas chances de ver os meus filhos carregando o meu sobrenome pela Europa acabaram de ser exterminadas.
- Quando vocês desistiram do futebol? – Pergunto abismado.
- Zlatan, criança muda de profissão a cada minuto. – Joana fala calma.
- Eu só gosto de brincar de ser jogador. – Vin fala.
- E eu gosto mais de artes marciais. – Max completa.
- Aurora que vai ser jogadora. – Joana brinca.
- Já pensou? Vai ser maneiro. – Vin fala.
- Olha as gírias a mesa Vincent. – reprimo ele.
Joana revira os olhos.
- Imagina ela ganhando o premio de melhor jogadora do mundo. – Max fala pegando na barriga de Joana.
- Ela parece ter gostado da ideia. – Joana fala e eu vejo sua barriga se mexer.
A minha garotinha jogando futebol? Pode ser.
- Pelo menos alguém vai defende-la dos garotos. – digo jogando o guardanapo em Max.
- Vou mesmo. – ele concorda.
- Sem machismo, ela irá saber se defender... assim como eu. – Joana interfere na minha ideia de formar uma gang defensora.
Pedimos filé com fritas para todos, já que Joana disse que Aurora ficou com vontade e eu também acabei me deixando render pelo delicioso filé que era especialidade da casa.
Depois de comermos e nos deliciarmos com uma bomba de chocolate, nós fomos para o estádio. O jogo do Paris havia sido adiantado, por questões de segurança, já que um anônimo tinha feito uma ameaça.
No estádio, uma grande quantidade de seguranças poderia ser vista e provavelmente o estádio não iria lotar como sempre. Nos acomodamos nos assentos do camarote e com havíamos chegado mais cedo, iriamos ter que esperar algum tempo.
Joana estava entretida com os meninos, brincava, ria e eu observava tudo. O quanto ela estava mais bonita e mais feliz aqui em Paris. Ver toda essa cena me fez perceber o grande erro que eu cometi ao ir para a Inglaterra.
Uns quarenta minutos depois Max já havia se entediado e estava encostado em Joana, Vin jogava sem parar no meu celular e nada iria desconcentrar ele e Joana olhava para o nada.
Chego mais perto dela e falo.
- Podemos conversar antes da minha partida?
Não iria impor nada, tudo iria ser do jeito dela.
- O que nós temos para conversar? – ela pergunta baixo e olha para mim.
- Por favor... me dê a oportunidade de me explicar. Agora de cabeça fria. – peço.
Ela fecha os olhos por alguns instantes e suspira.
- Eu não quero brigar... – a interrompo.
- Nem eu.
Ela fica me encarando por alguns segundos.
- Tudo bem, mas terá que ser na sua casa porque minha mãe chegou hoje de madrugada. – ela fala.
- Nossa casa. Tudo bem. – aceito as condições dela.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.