— É a nossa música. — Mark sorriu e gentilmente segurou a mão macia do marido enquanto o guiava pelo enorme salão.
Não tardou para que encontrassem o lugar ideal para ambos; Lee envolveu o pescoço de Dong com os braços, permitindo que suas mãos descessem um pouco mais, acariciando com ternura o dorso sob aquele terno social que só servia para deixar Donghyuck ainda mais belo e irresistível.
— Você ainda se lembra? — perguntou enquanto permitia que Mark guiasse os seus passos conforme a música.
— E como eu poderia esquecer? — soltou uma risadinha baixa, sorrindo logo em seguida podendo mostrar seus caninos perfeitos e dentinhos perfeitamente alinhados. Lee nada fez, apenas sorriu e encostou a sua nuca no ombro do marido, permitindo todo aquele carinho.
— Eu amo você — pronunciou por fim e fechou os olhos, inalando o delicioso perfume que exalava de Mark.
Ficaram assim por um bom tempo, ou pelo menos, durante toda a música. Casados há quase três anos, não deixavam a relação esfriar tão facilmente. Ainda mais com os pequenos gestos apaixonantes de Donghyuck e sobretudo, ideias mirabolantes e românticas — às vezes nem tanto — de Mark. Como quando Lee decidiu levar Dong para um safari, na intenção de passarem uma tarde divertida, que resultou, no entanto, com ambos abraçados o tempo todo, já que Mark não parava de dar ênfase ao quão assustado e com medo estava.
— Muito gratificante ver os pombinhos assim, depois de toda aquela luta que eu tive para juntá-los — Jisung comentou com um sorriso no rosto. — Pensei que não veria vocês aqui hoje.
— É, nós também pensamos que não estaríamos aqui — Donghyuck afirmou se desfazendo do abraço aconchegante de Lee.
— Foi muito difícil achar alguém assim, tão em cima da hora. Sorte que o Sicheng está precisando de dinheiro. — afirmou um pouco aliviado.
— Sicheng? O vizinho bonito? — perguntou com um sorriso malicioso.
— Parece que ele saiu do café em Hongdae para se dedicar ao teatro. Não o culpo, é um rapaz esforçado e dedicado. — Lee falou orgulhoso do garoto que já tão novo, estava dando tudo pelo seu sonho.
— É uma pena — Park comentou com um tom de ironia na voz — Sabe, adorava ir lá.
— Mas você pode continuar indo mesmo assim. — Dong disse com o semblante confuso.
— Ah, mas é que agora não tem graça, entende? Não quando o que eu quero não está mais lá — afrouxou um pouco a gravata de Lee e fez um biquinho, saindo de perto do casal em seguida. Se entreolharam e Mark apenas fez um movimento com os ombros, declarando não entender o que se passava na mente de Jisung também.
— A única coisa que eu sei, é que já está na nossa hora, não? — Donghyuck acariciou a bochecha de Mark com seus polegares enquanto segurava o rosto do marido graciosamente.
— Aparentemente, sim. Como será que Dong se saiu? — perguntou um pouco preocupado com o garoto.
— Tenho certeza que não teve muito trabalho — distribuiu beijinhos em todo o rosto de Lee — Pelo menos eu espero que não.
— Eu também espero — um sorriso adorável enfeitava a face de Mark enquanto este segurava a mão de seu marido, ambos prontos para sair do grande salão e voltar para casa.
Se despediram brevemente de amigos e até mesmo familiares que ali estavam. Claro que queriam ficar mais tempo e aproveitar um pouco mais da festa, quem sabe até colocar o papo em dia com velhos amigos que já não viam há algum tempo; no entanto, não poderiam esquecer que, ainda tinham responsabilidades e deveres que deveriam ser cumpridos.
Em pouco tempo, já estavam novamente no apartamento. Cansados por conta do longo dia, afinal, não é todo dia que seus amigos casam. E nunca se sabe quando precisará chamar o seu vizinho para dar uma de babá todo improvisado, sem garantia de nada — exceto pelo dinheiro, já que Sicheng foi pago adiantadamente.
— Chegamos! — Mark gritou um pouco desengonçado, por não saber muito bem como agir, provocando algumas risadas no marido.
— Como foi a festa? Ah, ele está dormindo como um anjinho! Não foi difícil, pra falar a verdade.
— Foi muito bom, eu me senti como quando estava no ensino médio, toda aquela energia adolescente, festas e afins.
— Realmente se trata de uma energia muito boa — Dong sorriu desajeitado após falar.
— Acho que nós demoramos um pouco mais do que o esperado — Lee olhou para o relógio de pulso, para verificar o horário. Mas de qualquer forma, Mark e Donghyuck sabiam que não estavam atrasados e nem adiantados, somente queriam pagar uma quantia maior, porque de fato, Sicheng merecia — Por favor, deixe-me pagar a mais pelo atraso.
— Não é necessário, senhor Lee — afirmou com voz trêmula — Como eu já disse, não tive trabalhos com o pequeno. E eu nem sabia que havia um horário, não se preocupe! — insistiu.
— Nós insistimos, Sicheng. Apenas aceite, já que fez um grande favor para nós. Estamos realmente agradecidos — sorriu e em questão de segundos, tirou uma boa quantia da carteira que, para si, não faria muita falta.
— E isso é tudo, muito obrigado pela ajuda, espero que possamos contar com você mais vezes! — Mark empurrou Dong para fora de casa antes que ele pudesse dizer algo ou até mesmo recusar o dinheiro.
Donghyuck trancou a porta cuidadosamente, pois não queria acordar Chenle, que dormia tranquilamente em seu quartinho especial. No entanto, ao contrário de Lee que foi diretamente para o quarto de casal, seguiu o caminho até o quarto do filho. Sorriu e sentiu seu coração aquecido ao ver o pequeno dormindo tão serenamente. Aproximou-se cautelosamente, podendo admirar cada vez mais aquela graciosidade. Se curvou com cuidado, para dar um beijinho no rostinho adorável de Chenle; e assim o fez, com o máximo de delicadeza possível, pois não pretendia acordá-lo tão cedo.
— Não pensei que me deixaria sozinho no quarto — Lee sussurrou e abraçou o marido por trás, enquanto também observava o pequeno que naquele momento parecia tão frágil, implorando por mimos e carinhos.
— Pensei que já tinha se acostumado.
Lentamente, Mark se aproximou de Chenle, também depositando um beijinho delicado no rosto tão macio e fofo. Ousou um pouco mais, fazendo um certo carinho em seus cabelos. Se afastou também com cuidado e foi cauteloso para não fazer movimentos bruscos ou algum som que pudesse acordar o pequeno.
— Agora sim nós podemos ir — Donghyuck sorriu e ambos saíram do quarto do filho. Em questão de segundos, Mark já havia se jogado na cama ao lado de Lee, os dois estavam cansados até demais. Só queriam dormir e nem mesmo precisavam de despertador, já que o megafone Chenle fazia questão de acordá-los logo pela manhã.
— Obrigado por hoje, amor. — Mark disse baixinho em um quase sussurro, para que somente o marido pudesse escutar.
— Eu sou grato por todos os dias da minha vida que passo ao seu lado, Lee. — sorriu graciosamente, em seguida se sentando na cama, enquanto o marido fazia o mesmo. Mark sorriu também, agradecendo mentalmente por ter encontrado o amor da sua vida; por mais que não acreditasse nisso antes, Donghyuck mudou completamente a sua visão sobre paixão.
Se olharam intensamente por alguns segundos e ali puderam perceber que todo aquele amor jamais iria desvanecer-se, nem mesmo com o tempo. Parecia somente com mais um clichê de novela, mas quer saber? Que seja.
Aproximaram-se aos poucos, assim como haviam feito no primeiro beijo, que aconteceu durante uma sessão de filmes; o que também parece de maneira intensa com um clichê, mas isso definitivamente não tinha importância alguma para ambos. Os lábios foram selados com ternura, mas logo transformou-se em um beijo audacioso, fazendo com que automaticamente, Mark envolvesse o marido em um quase abraço, para aprofundar o contato. Dong apenas seguiu o calor do momento, ainda sentindo borboletas em seu estômago, como se fosse a primeira vez.
Se separaram somente para que Lee pudesse beijar e experimentar cada pedacinho do marido. Distribuiu beijinhos no pescoço e em toda aquela região. Sempre amaram esses momentos mais românticos e menos avassaladores e isso não mudou nem mesmo quando a família aumentou.
Donghyuck por sua vez, avançou contra os lábios de Mark, querendo sentir novamente o sabor de morango que só ele possuía. Queria explorar cada partezinha da boca alheia, se permitindo soltar suspiros abafados durante o beijo.
— Eu já disse hoje que amo você? — Lee perguntou após se afastarem e recuperarem o fôlego contido.
— Sim, você já disse isso hoje. E eu quero escutar isso amanhã, depois e depois, e durante toda a minha vida — deu risada e encheu o marido de selinhos rápidos.
— Eu gosto de sentir a sua boca na minha, assim — Donghyuck comentou por acaso.
— Assim como? — Mark perguntou se aproximando novamente.
— Assim — o marido respondeu com um selar demorado, podendo sentir novamente aquele sabor inigualável. Por fim, se abraçaram e Donghyuck encostou a sua cabeça no peito de Lee.
— Durma bem, amor. — Mark sussurrou baixinho enquanto acarinhava a nuca de Dong, querendo fazê-lo dormir.
E em questão de segundos, ambos já estavam dormindo abraçados de forma desajeitada. Mas sempre foram esses singelos momentos que mantinham a relação acessa. E enquanto eles tivessem isso, nada mais poderia separá-los.
Já no outro dia, logo pela madrugada, um choro agudo ecoou por todo o apartamento, tirando o sono dos papais.
— Amor, o Chenle acordou — Lee balançou Donghyuck de forma desengonçada, tentando acordar o marido.
— É a sua vez, espertinho. Em todas as outras vezes, eu que tive que ir. É o turno do papai Mark agora — retrucou ainda com os olhos fechados por conta do sono.
— Certo, está bem. Eu irei agora. Mas saiba que revezaremos, então a próxima vez é sua! — falou após se levantar, ainda cansado pela noite anterior.
Mark caminhou um tanto quanto sonolento até o quarto do filho. Estava com a visão um pouco embaçada e jurava que poderia acabar dormindo em pé a qualquer momento. Ao entrar no cômodo, se aproximou lentamente.
— Ei, está tudo bem agora. O papai está aqui — disse baixinho, enquanto fazia carinho na nuca do pequeno — Não precisa ter medo — depositou com ternura um beijinho na testa de Chenle.
Lee nunca foi o melhor pai do mundo e sempre soube que Donghyuck se sairia melhor nessa função, atuando mais como uma mãe coruja mesmo. No entanto, sempre tentou o seu melhor — por mais que muitas vezes não tenha conseguido acalmar o pequeno.
Enquanto isso, do quarto, Dong se sentia orgulhoso pois mais uma vez, o marido havia conseguido. Nunca foi muito fácil para ambos, mas isso também nunca os impediu de tentar. Principalmente o Lee, que teve mais dificuldade para se acostumar com a ideia de ser pai.
Alguns minutos depois, Mark voltou para o quarto e se deitou cuidadosamente, visando não acordar Donghyuck.
— Eu estou acordado. Você fez bem, estou orgulhoso.
— Você sabe, cuidar de pessoas e especialmente crianças, não é a minha especialidade.
— Sim, eu sei. E você sabe, talvez essa seja a minha especialidade — sorriu feito bobo e puxou o marido para si, abraçando-o com cuidado como se fosse a sua criança que precisava de carinho e cuidados. Depositou um beijinho no ombro de Lee e voltou a fechar os olhos.
— Essa é a sua especialidade, Donghyuck.
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