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História Minha Kryptonita - Capítulo Trinta e Seis


Escrita por: raavavive

Notas do Autor


Boa Leitura ;

Capítulo 36 - Capítulo Trinta e Seis


Você deve estar se perguntando, como alguém tão forte, capaz de pegar balas com a mão, voar nos céus e ser indestrutível pode se encontrar em uma situação de tanta vulnerabilidade, diante dos flashes enquanto minhas mãos tremulas seguravam a blusa aberta. Bem, tudo começou na entrevista, quando Cat Grant guardou seu gravador, disse que tudo ficaria bem e que no fundo sempre soube que havia algo em mim que a intrigava, que apenas estando na minha presença ela sentia-se como se estivesse de fato segura, isso me deixou mais nas nuvens do que quando estou voando, saber que alguém acreditava aquele ponto em você além de deixar aquela pressão em seus ombros também fazia com que se sentisse, de uma forma mais grosseira, um pilar de sustentação. Proteção, segurança era tudo que queria oferecer as pessoas de National City, a minha família que havia me abrigado quando não tinha mais nada, meus amigos. Então talvez eu estivesse tão focada nesse objetivo que simplesmente fechei os olhos para outras coisas, coisa que deveria ter prestado mais atenção desde o passado, quando encontrava Lena completamente destruída por passar horas exaustivas dentro de um laboratório, noites acordada a base de cafeina extrema, Rao! Quase conseguia ver suas mãos tremendo de ansiedade novamente, se parasse para olha-la como naquele momento, era quase como se o tempo houvesse congelado, lá estava ela, de frente para a cidade em sua varanda, bebendo o maldito café, seus olhos entregavam todo o cansaço que sentia, a preocupação com Tyler que estava no andar inferior acompanhado de outras crianças, ele e Ruby se davam tão bem, só ela sabia o quanto era bom ter amigos para atravessar aquela fase de adaptação e felizmente ele tinha. Mas agora, não é isso que realmente importava, porque se Lilian fizesse o que estava prestes a fazer, isso seria o de menos. Trocaria todos os meus poderes pela capacidade de voltar no tempo, mudar a minha realidade com um simples estalo de dedos. Então tudo se tornou um grande borrão, onde estaria Tyler? Estaria bem? E Lena? O que aconteceu com ela quando eu simplesmente não estava lá para protege-la? Depois de tudo que passamos, a distância, a auto sabotagem, o medo, o desespero. Será que estaria bem? Segura? Talvez Tyler estivesse com ela, Rao! Eu desejo com toda pouca força que me restava que ela estivesse com Tyler, que eles estivessem seguros.

-Sua entrevista vai sair amanhã na capa – Avisou Cat, pondo a xicara de café sobre a mesa, o gravador estava desligado e ela parecia orgulhosa da assistente, futuramente jornalista.

-Espero que tenha tudo que precisa – Disse antes de alçar voo da varanda.

-Kara – Cat a chamou, voltou a sorrir, e agora, a kryptoniana foi capaz de reconhecer o toque de orgulho –Eu nunca agradeci por ter me salvo naquele acidente de trem – Disse e Kara sentiu suas bochechas queimarem.

-Não tem necessidade senhora Grant – Afirmou –Só estava fazendo o que deveria fazer.

-Você é realmente uma heroína – Ela pensou que não poderia ficar ainda mais envergonhada do que já estava, mas Cat Grant estava determinada a provar que ela poderia ir além, tinha alguma coisa de errado naquela sua nova versão, não que ela fosse um monstro que não percebesse as coisas, só era diferente –A terra tem sorte de você ter caído aqui.

Kara usou sua visão de raio x para vasculhar toda a mulher a sua frente, nada, ela estava bem.

-Senhora Grant, você…

Ela não pode concluir sua sentença, ouviu uma explosão em um dos prédios no centro.

E foi ai, que aquele sentimento dentro dela despertou, um instinto. O prédio inteiro estava desmoronando, Kara ajudou a manter o máximo que pode o prédio sustentado o suficiente para que os bombeiros tirassem o máximo de pessoas, ela ainda conseguia ouvir pessoas dentro do lugar, gritando por ajuda. Não havia bombeiros o suficiente e muito menos tempo, ela entrou no prédio, tirou algumas crianças lá de dentro, mas não houve tempo para tirar o restante das pessoas, o prédio desmoronou e as chamas apenas se tornaram mais intensas, ouviu os gritos desesperados das pessoas. Familiares que haviam deixado seus entes queridos para trás na pressa em salvar a própria vida a culpavam pela morte, a chamavam de assassina. Mas as coisas ainda poderiam piorar, sempre pioravam.

-Supergirl – Ela ouviu seu primo, pousou ao seu lado, diante do prédio, as chamas contidas pelos bombeiros ela estava em choque –Não foi sua culpa – Ele afirmou antes de toda a confusão realmente começar.

A aglomeração de pessoas parecia irada e Kara teve a sensação de estar sendo jogada dentro de um pesadelo, jogaram pedras, e qualquer coisa que tinha em mãos, gritavam assassina contra seu rosto. Ela não queria que aquilo tivesse acontecido.

-Precisamos ir embora…

Kal-El a puxou pelo ombro, mas Kara voltou para o momento em que estavam assistindo ao jogo de futebol, quando um homem estranho entrou no campo, o brilho verde em seu peito indicando perigo iminente. Sentia-se a mesma garotinha assustada de antes, quando o viu, Metallo caminhava em sua direção, empurrando pessoas. Novamente ela hesitava enquanto seu primo corria em direção ao perigo, precisou de toda sua força de vontade para poder mover seu corpo novamente, repetiu como um mantra a mesma sentença até finalmente encontrar coragem que precisava para ajudar seu primo, ela não era mais uma garotinha assutada, e traje que usava a garantia total imunidade a kryptonita enquanto estivesse nele. Kara entrou na frente do disparo, recebendo todo o impacto, salvando seu primo. As pessoas corriam para direção oposta gritando assustados, um dos bombeiros apontou a mangueira em direção a Metallo o afastando dos dois heróis. Ela ajudou Kal a ficar de pé, linhas verdes brilhavam em seu rosto, ele parecia exausto.

-É impressão minha ou ele está… está mais forte – Comentou Kal-El, Metallo atirou um carro contra o caminhão de bombeiros.

Kara apressou em segura-lo ainda no ar, e foi quando ele disparou no tanque, explodindo o automóvel que a kryptoniana segurava, ela caiu no chão, e Metallo não a poupou disparando novamente contra a mulher. Kal-El o atingiu, mas diferente de Kara ele não tinha uma proteção.

-Você vai ter uma surpresinha quando chegar em casa – Afirmou Metallo assim que Kara entrou na frente do homem de aço mais uma vez.

Ela sentiu em cada parte sua o calafrio pavoroso. Preocupação, medo, tudo se intensificando dentro de si, aquela sensação de mal pressentimento a rondando de uma forma cruel. Kara passou o braço do primo ao redor de seu pescoço e simplesmente fugiu quando toda a confusão acabou, Metallo parecia estar ali apenas para isso, dar um recado.

Assim que Kal-El estava bem em uma das macas do DEO, Kara voo em direção a sua nova casa. Tudo estava submerso no escuro e um silêncio assustador. Já vestida como Kara Danvers, bateu na porta da Arias, já havia usado sua visão de raio x para saber que Lena e Tyler não estariam ali.

-Sam sabe onde está a Lena e o Tyler? – Perguntou apreensiva, a voz carregada de aflição.

-Estavam em casa, acabei de jantar ai – Disse abraçando seu próprio corpo.

-Não, eles não estão – Aquela afirmação carregada de pânico assustou Sam.

                                   * * *

-Relaxe Kara, vamos encontra-los – Assegurou Alex, segundo as imagens das câmeras de segurança, os dois haviam sido levados por um dos lacaios de Lilian, um homem que gostava de se chamar de ciborgue Superman.

A ansiedade era simplesmente demais para ficar parada, varria os céus da cidade, realizando alguns regastes pelo caminho, as pessoas não poderiam simplesmente parar enquanto ela tentava encontrar sua família? Estava tão angustiada que tinha medo de que seu coração simplesmente explodisse no peito.

-Soube o que aconteceu – Ela estava tão concentrada no barulho da cidade, das pessoas que se quer notou a presença de seu primo ao seu lado –Sinto muito Kara.

-Eu vou encontrá-los – Afirmou, porque estava disposta a qualquer coisa para que isso acontecesse.

Ela aterriçou em um dos prédios da cidade, o vento batendo forte em seu rosto. Seu primo tocou seu ombro comovido pela preocupação, no entanto, não podia fechar seus olhos para noite passada.

-Kara, aquele incendio no prédio causado por Metallo, foi apenas uma distração – Disse Kal-El.

-Não importa, eu não posso perdê-los de novo…

-Eu só não quero que você caia em uma armadilha de Lilian.

-Kal-El você não faz ideia do que essa mulher fez comigo no passado – Afirmou Kara, as imagens ainda nítidas em sua mente, Rao, que Tyler estivesse bem.

-Eu sei, e por saber disso que me preocupo ainda mais com você, ela pode usar sua família contra você, e tenho medo do que ela possa fazer…

-E você acha que eu não tenho?! – Exclamou Kara cedendo ao seu pavor –Rao! Ela é um monstro Kal-El e está com a minha família.

Kal-El respirou fundo, olharam ao mesmo tempo em direção ao cais, um helicóptero da CatCo havia sido atingido, rodopiando pelo ar, houve uma explosão em um dos navios. Os dois se separaram, e enquanto Kal-El continha o fogo, Kara ajudava o piloto em seu pouso de emergência. O homem de aço foi atingido por um disparo de kryptonita. Mas não dessa vez, Kara não o deixaria escapar, Metallo estava tão distraído com seu inimigo no chão, que ignorou completamente o que vinha do céu, confusa com a raiva e preocupação que sentia, Metallo foi jogado no chão e Kara retirou com as mãos, mesmo queimando, mesmo a machucando a pedra de kryptonita de seu peito, a apertou entre os dedos até se tornar poeira.

-Onde Lilian está? – Perguntou e tudo que recebeu foi o riso de escárnio.

Ele estava quase desligando, mas demorou o tempo suficiente para sentir o punho amaçando seu rosto metálico, várias e várias vezes, até finalmente apagar. Kal-El puxou a prima pelos ombros.

-Não é assim que você vai traze-los de volta – Afirmou Clark.

-Estou tão cansada Kal-El – Confessou quase desesperada – Cansada das pessoas serem cruéis, de usarem outras para conseguir o que querem, não dando a mínima para quem machuca, estou tão cansada de me sentir vulnerável…

-Eu entendo Kara, de verdade, mas não podemos perder a cabeça agora, ou esperança de que um dia isso mude… eles só precisam de um pouco de fé, e isso que carregamos – Apontou para o símbolo no peito da heroína – Juntos somos mais fortes, e vamos trazer a sua família de volta.

                                   * * *

Ela foi empurrada para dentro da sala, contragosto ficou frente a frente com sua mãe. Não era mais a criança assustada de antes, iludida que um dia eles fossem enxergá-la como uma deles, que todos aqueles boatos sobre a insanidade de sua família não passassem disso. Lena ajeitou sua roupa, praticamente foi arrancada de sua casa, então seus trajes não era os mais formais, e fracamente ela pouco se importava, a última vez que viu seu filho ele brigava contra um homem de metal, mas não tinha experiencia e seus poderes ainda não haviam sido totalmente desenvolvidos. Lilian sorriu ao ver Lena pela primeira vez depois de tantos anos, mas notava-se que a força que fazia para mantê-lo.

-Você cresceu – Disse pondo seus óculos de grau sobre a mesa.

-Bela observação, é o que o tempo faz com as pessoas – Retrucou Lena –E a propósito, ele não fez bem a você – A provocou e Lilian apenas ignorou a petulância na voz da Luthor mais nova.

-Eu sabia que ficando longe de você, perderia o pouco de educação lhe restava – Replicou Lilian e aproximou das janelas.

-Onde está meu filho?

-É assim que estão chamando ele? – Lilian não fez questão de esconder o tom zombeteiro, Lena acabava sempre sendo previsível – Você é tão carente de atenção Lena, aquilo não passa da junção de dois DNAs, ele não é se quer um ser humano…

-Está enganada – Lena tentou se aproximar da mãe, mas foi mantida no lugar pelo homem atrás dela – O que fez com ele?

-Não se preocupe, ele voltou para o lugar dele – Com a iluminação da janela, ela o viu, no cubículo em que foi gerado, preso como se não passasse de um animal em exposição, ela sentiu seu coração mergulhar em um horror diferente de tudo que já havia sentido – Mas já que parece tão disposta a fazer qualquer coisa para tirá-lo dali, você já sabe o que tem que fazer.

-Eu não vou trabalhar para você.

-Bem, então nesse caso…

Quando o grito dele chegou aos seus ouvidos, ela teve força para empurrar o homem que a segurava, correr para janela desesperada, quando a corrente de eletricidade atravessava seu corpo, ela podia ver claramente os ossos dele.

                                   * * *

Não adiantava, ela havia procurado por cada minúsculo lugar de National City, era como se os dois houvessem desaparecido, não tinha rastros para seguir, apenas a certeza de que eles foram levados. Alex até tentou segui-los pelas câmeras de segurança, mas não adiantou.

-Ainda sem notícias – Avisou Alex voltando para sala.

Ruby estava adormecida no colo da mãe, todo o apartamento estava envolvido em uma aura sombria de pura tristeza. Superman continuava as buscas, mesmo sem esperança, por que aquelas coisas continuavam acontecendo? Ela se perguntava enquanto girava em seu dedo a aliança falsa de um casamento falso. Lembrou-se das palavras de um comentário de Grant pouco antes da entrevista começar: “o casamento pode ser apenas para aparência, mas não significa que você não desejasse que fosse verdade”. Tinha um fundo enorme de verdade ali, em cada palavra. Estava aflita sem saber por onde começar. Alex sentou-se ao seu lado quase ao mesmo momento em que o celular da irmã tocou, desanimada ela atendeu sem olhar no visor. E levantou-se assustando Alex e acordando Ruby.

-Lilian – Alex correu para rastrear a ligação.

-Vamos pular a parte insignificante de ameaças e ir direto ao assunto, escute que irá fazer…

                                   * * *

As ondas de flashes banhavam seu corpo, suas mãos tremiam em nervosismo. Ela olhou para trás e viu seu primo assentindo lentamente com a cabeça, demorou um tempo, mas acabou cedendo a vontade da prima, afinal, era a sua escolha. Os jornalistas se aglomeraram como se fossem um bando de animais selvagens em busca da mesma presa.

-Vocês todos me conhecer por Kara Danvers – Disse e sentiu repentinamente sua garganta seca, apertou suas mãos de forma nervosa e viu o olhar caridoso de Cat Grant – Há alguns anos atrás… o-o-o meu planeta foi destruído – Ouviu o murmuro curioso dos repórteres, todo mundo sabia que em National City haviam alienígenas – Eu era apenas uma criança, fui enviada aqui para cuidar do meu primo, mas quando cheguei a terra, ele já havia se transformado no que hoje, vocês conhecem como… Superman – Os jornalistas correram jogando perguntas sobre Kara, mas ela os ignorou – Meu nome é Kara Zor-El, e eu sou a Supergirl – Kara desabotoou a blusa que usava, uma blusa de Lena.


Notas Finais


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