1. Spirit Fanfics >
  2. Minha Lucy >
  3. Peculiar

História Minha Lucy - Peculiar


Escrita por: Ichionn

Notas do Autor


E aí galeraaa! Valeu todo mundo pelos favoritos e comentários. Vocês são demais! :D

Capítulo 4 - Peculiar


 

Minha Lucy ― escrito por Ichionn

Capítulo 03: Peculiar

 

         Estava ansioso para aparecer na casa de Lucy e exigir logo minhas garantias como vencedor da competição. No entanto é domingo e achei melhor deixa-la se recuperar primeiro. Esse tempo será bom para ela “engolir” a derrota e também se preparar psicologicamente, com certeza vai surtar quando souber o que quero. Apesar de acha-la sempre exagerada por pouca coisa, admito que isso vá um pouco além do aceitável sem chilique.

            Além disso, eu precisava resolver um pequeno dilema. Deixo meu almoço de lado e observo o exceed a minha frente.

            ― Happy. ― chamo-o.

            Ele mastigava um peixe, por isso só resmungou algo para eu prosseguir. 

            ― Você vai fazer aquilo por mim?

            O gato me olha, lembrando-se imediatamente do que havíamos combinado caso eu ganhasse a aposta. Eu me sentia desconfortável pedindo isso a ele, mas não seria algo permanente de qualquer forma. Na verdade Happy ficou até empolgado com a proposta, então devo estar me preocupando demais. Ele vai ficar bem.

            ― Aye! Pode contar comigo, Natsu! ― ele mostra o polegar, evidenciando que minha paranoia é desnecessária.

            ― Valeu! ― sorrio e volto a comer.

            Há um breve silêncio, percebo Happy transgredir de tranquilo para preocupado, até voltar a falar.

            ― Você acha que vai dar certo? ― refletiu. ― É um tiro no escuro, Lucy pode ficar brava e se afastar. Não sabemos como ela reagirá.

            E esse era meu maior medo. Se Lucy se afastar, não será apenas de mim. Happy também sofreria as consequências do meu egoísmo.

            ― Eu sei, é arriscado. ― assumo.

            Ser o melhor amigo de Lucy por anos não significa que eu saiba como ela se sente em relação a homens ou relacionamentos. Ela nunca falou sobre isso comigo, e eu agradeço muito por não ser confundido como o amigo gay ou totalmente descartável. Mas ainda com um conhecimento limitado nessa área, posso deduzir como são os hormônios de uma mulher aos 20 anos, e ainda virgem (isso eu definitivamente sabia).

            O risco de perder Lucy tentando despertar seu lado íntimo era gigantesco, mas eu me sentia preparado. Isso aconteceria uma hora ou outra na vida dela, e eu não ficaria nem um pouco contente se fosse com outro homem. Foda-se o quanto pareço possessivo.

            ― Confie em mim. Lucy vai ceder.

 

            O tédio quase se materializava na sala de estar. Happy cada vez mais frequentemente saia para encontrar Charle, então eu estou sozinho novamente, moldando objetos aleatórios com minhas chamas para passar o maldito tempo. Domingos são os piores. Claro que num passado recente eu estaria na casa da Lucy, conversando sobre alguma banalidade ou apenas a observando escrever seu livro. Ela realmente insistia nessa ideia de escritora e nunca me deixava ver sua obra, corava no mesmo instante e o chaveava dentro da escrivaninha, só por precaução.

            Exagerada, como sempre, mas aprendi a respeitar seu espaço.

            Eu provavelmente sou a última pessoa que ela esperaria ver hoje, porém meus pés estão coçando para ir àquela casa. Ela deve estar com um mal estar terrível, até onde eu sei é sua primeira vez embriagada e a primeira vez consegue ser bem mais desagradável que as futuras outras. Lucy deve estar realmente sofrendo, pobrezinha. Pode precisar de um amigo experiente nesse momento.

            Não consigo conter meu sorriso em imagina-la precisando de mim.

            Devo ir conferir?

            Minhas pernas não esperam pela resposta. Já estou trancando a porta e mentalizando o trajeto, primeiro até a guilda, depois até o apartamento da loira. Na melhor das hipóteses a encontraria debruçada na mesma mesa, no entanto quando chego à Fairy Tail não a vejo. Antes de partir ao segundo destino, vejo Mirajane e penso que pode saber seu paradeiro.

            ― Mira, você viu a Lucy? ― pergunto, escorado no balcão que ela guardava os copos lustrados.

            ― Leo a levou para casa faz um tempo. ― ela sorri.

            Leo? O mulherengo? Isso não é bom.

            Num passado não muito distante éramos bons amigos, agora eu apenas o relevava. Era o espírito dela, afinal. Não havia o que fazer, exceto me imaginar cortando seu pau todas as vezes que trovava a minha loira. Pensar nesse desgraçado se aproveitando dela me fez andar tão depressa que os quarteirões reduziram a zero sem que eu percebesse.

            Subi as escadas, até três degraus por vez, e quando finalmente alcanço o quarto dela nem bato na porta. Não com as mãos, pelo menos. Olho em volta e não vejo nenhum sinal do espírito celestial tarado.

            Nem dela.

            Busco pela paciência que não tenho e sento na poltrona cor-de-rosa a espera do casalzinho. O relógio na parede marca recém quatorze horas, sinto que a espera será longa.

 

Lucy

 

            ― Como está se sentindo?

            ― Renovada. ― sorrio. ― Obrigada Leo.

            Bebo o último gole da água tônica que Loki me garantiu ser o melhor remédio contra ressaca. O gosto não era nem um pouco elogiável, entretanto realmente foi como tirar o mal com a mão. Arremesso a lata vazia no lixeiro da praça e, embora não esteja longe, eu erro.

            ― Você é péssima. ― ele graceja.

            ― Já tive dias melhores, dá um desconto.

            Eu estava sorrindo, mas na verdade eu me sentia péssima. Não por causa da ressaca. Fico realmente agradecida por Loki ter me ajudado essa manhã, ele tem sido muito paciente me convencendo a comer alguma coisa no almoço e uma ótima companhia à tarde. Mas não é como se eu esperasse por ele fazendo tudo isso.

            Cuidar de mim sempre foi... Tarefa do Natsu.

            Tudo bem que fomos adversários até algumas horas atrás, mas ele realmente não se preocupou nada comigo?

            Sabia que minha expressão já havia murchado novamente. Leo tentou me animar o dia todo, porém sempre que eu me lembrava do Dragneel tudo ia por água abaixo. Ele havia notado minha frustração e com certeza já sabia o motivo dela, então por mais que eu tentasse fingir outro sorriso agora, não funcionaria. De qualquer forma, ele preferiu não tocar no assunto e eu o agradeço mentalmente. Desabafar seria o ideal no momento, mas eu não estava afim. Minha cabeça pesava e processava muito lentamente também, um súbito bocejo me faz perceber que virar a noite competindo e apagar por meras três horas são ótimas combinações para esgotar uma pessoa.

            Apreciamos o dia mais um pouco, em silêncio. É uma tarde quente, mas o vento é gostoso. Aqui os aromas das flores se misturam, o parque de Magnolia têm muitas. Observo as árvores de cerejeira, e então me lembro de adoecer bem no dia do meu primeiro festival do desabrochar das Sakuras. Natsu arrancou uma delas só para que eu pudesse ver da minha janela. Desde aquele tempo, ele nunca deixou de me surpreender.

            Uma voz me puxa do devaneio.

            ― Você precisa descansar Lucy. Eu te acompanho até em casa.

            Essa pequena volta ao passado me trouxe mais sono ainda, então apenas assenti e segurei sua mão estendida. Levanto com um leve puxão, o que me faz pensar que se fosse aquele infame de cabelo cor-de-rosa me chamaria de gorda depois disso. São meus seios, já cansei de explicar.

            O Sol já estava se pondo quando finalmente chegamos. Subimos as escadas e quando avistamos minha porta arrombada Loki imediatamente entrou com acumulada luz nos punhos, sem antes verificar de quem se tratava aquela magia familiar. Eu por outro lado, identifiquei junto de uma pontada esperançosa.

            Ele se preocupou?

            Entrei depois e lá estava Natsu, assentado na minha poltrona. Quase não consigo reprimir um sorriso, mas então lembro que ele me abandonou esta manhã. E também tem a minha porta arrebentada.

            ― Eu realmente quero uma luta com você, Loki. ― Natsu diz sério, seu rosto encoberto pela pouca iluminação do entardecer. ― Mas tenho um assunto mais importante agora.

            O Salamandra ergue o rosto, olhando diretamente para mim.

            ― Mande-o embora. ― diz autoritário.

              Por que ele estava tão bravo? Eu sou a única com direito a isso.

            ― Lucy? ― Leo pedia por uma ordem.

            A não ser que eu mandasse, nenhum espírito me deixaria sozinha com alguém hostil. Mesmo se esse alguém for Natsu. Ele estava realmente assustador, mas ainda era a pessoa que eu mais confiava no mundo.

            ― Tudo bem, pode ir Leo.

            O leão leva um tempo para aceitar minha exigência. Ambos trocavam olhares ameaçadores, e se permanecessem no mesmo ambiente por mais um minuto sequer, a situação sairia do controle e o edifício inteiro acabaria em pó. Para meu alívio mental e financeiro, Loki finalmente nos deixa a sós.

            ― O que estava fazendo com ele?

            Abro a boca repetidas vezes, indecisa sobre o que responder. Penso um pouco, e então decido que agora era uma boa hora pra desentalar o que vinha me chateando o dia todo.

            ― Ele estava me ajudando. Porque diferente de alguém, ele percebeu que eu não estava nada bem essa manhã. ― ralho.

            Engrandecer Loki era como insulta-lo.    Isso bastou para deixa-lo ainda mais raivoso, conforme meu exato objetivo. Eu sabia que provocar Natsu era um erro, mas estava tão magoada que não me importei. Na realidade, não é como se eu esperasse alguma violência física, ele jamais seria capaz disso. Meu medo é de perder nossa amizade.

            ― Você sabe desde que hora eu estou aqui Heartfilia? ― levantou exaltado.

            Por um momento oscilei. Se ele estava me esperando, significa que não é totalmente culpado. Entretanto, o fato continuava amargo para mim.

            ― Não, mas claramente Leo chegou primeiro.

            Natsu se aproxima em passos lentos. Internamente estou em pânico, mas meu orgulho não deixa transparecer. Talvez não seja a melhor escolha, afinal da última vez que tentei parecer indiferente ele mostrou um lado bem peculiar e intrigante. Apesar de constrangedor pensar nisso, poderia até dizer que aquilo foi... excitante.

            ― Há formas mais seguras de me deixar puto, Lucy, se é essa a sua intenção.    

            Falou mais calmo do que eu gostaria. Ao que tudo indica, este falso tom ameno representa perigo.

            ― Formas seguras? Como, por exemplo, dizer que você tem sido um péssimo amigo?

            Eu gostaria de poder controlar minha língua.

            Natsu avança sobre mim e me empurra até a parede, prendendo meus pulsos nela. Seu corpo prensava o meu tão firme que meus seios transbordaram devido o peitoral rijo os achatando. Sua visão, inclusive, estava nesse volume.      O Dragneel peculiar e intrigante reaparece, sorrindo malicioso. Esse maldito sorrisinho surtia um efeito bambo em mim.

            ― É porque, talvez, ― ele me olha de cima. ― eu queira ser algo a mais.

            Um intenso arrepio percorre minha espinha. Minha boca se abriu num perfeito “o”, por onde escapa um arfar. Meu ventre formiga de um jeito estranho, e não quer parar. Por que minhas pernas tremem tanto?

            ― O que me diz Lucy?

            Minha cabeça tá um caos. De todas as respostas, eu só consigo pensar na mais ingênua.

            ― Vo-você não está falando sério.

            ― Está me pedindo para provar?

            ― Não! ― disparo.

            Por algum motivo fico imprecisa quanto minha própria negação. Talvez eu quisesse. Talvez eu devesse parar de acha-lo incapaz de me levar para cama qualquer dia desses. Não sei. Só o que eu podia concluir desse contexto todo era que o Dragneel possuía um misterioso potencial para bagunçar meu psicológico.      

            ― Tudo bem. ― ele me solta, mas não se afasta. ― Teremos bastante tempo para isso.

            ― Do que está falando?

            ― Ah, é mesmo. Eu ainda não disse o que quero.

            E eu havia esquecido completamente dessa droga de competição!

            ― Estou ouvindo.

            Engulo seco quando seu olhar perverso recai sobre mim.

            ― Por um mês você será minha mulher, Heartfilia.


Notas Finais


Água tônica realmente cura ressaca.
Previsível demais o pedido do Natsu?
Deixem um comentário pra eu dormir feliz <3
Até maisss!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...