História Minha Madrinha de Faculdade - Chega de fingimento

- DJ o que aconteceu? - Perguntei, mas não obtive nenhuma resposta - Allyson? 


- Camila, sua mãe está lá em casa com o seu pai e falaram que precisam conversar com você urgentemente - falou e agora eu entendi o que havia ocorrido. Merda, minha mãe provavelmente devia estar desconfiada do nosso acordo que ainda faltava cerca de 2 meses para acabar.Senti meu corpo gelar imediatamente, e mesmo minhas amigas nem sonhando que eu havia aceitado essa palhaçada, elas estavam completamente preocupadas com o que poderia ser.

- Mila? O que esta rolando - Lorena me perguntou ainda sem saber o motivo do desespero 

- Lô, nosso lanche vai ter que ficar para outro dia - falei secamente e a vi ficando triste- Mas prometo te compensar - falei e a vi sorrir safada.

- Não se preocupe, estou aqui para o que precisar - disse e me abraçou

- Okay, chega disso - Dj falou, digamos que minha amiga odeia a Lorena - Vamos logo Camila

          Entrei no meu carro e o caminho até em casa nunca foi tão rápido, quando estava na esquina parei o meu carro e o desespero já tomava conta de mim. Formulei algumas  coisas na minha cabeça, como uma boa desculpa para não estar fazendo o que tinha combinado. Após alguns minutos parada ali, com o carro das meninas também parado, resolvi que mentir estava fora de cogitação, eu sou o que e não vou mais aceitar as imposições da minha mãe na minha vida, assim como Lucy havia me dito, juntei um bom dinheiro e já tinha condições por me virar um tempo, se algo ocorresse. Quando entrei em casa não havia barulho algum, o que deixava tudo ainda mais sinistro já que minha irmã era o barulho em pessoa.

- Camila - ouvi a voz da minha mãe e meu corpo gelou 

- Mamãe - falei tentando ser o mais amorosa possível, fui até ela e a abracei.

- Como está minha filha? A casa está muito linda - Mamãe falou, desde que tinha ganhado a casa de presente mudei completamente a decoração.

- Estou bem - falei e ela olhou diretamente para minhas olheiras, como se dissesse "SEI" - Que bom que gostou, tentei fazer tudo da melhor forma possível, mas onde está o papai e a sofia?

- Sua irmã - fez uma pausa - é um caso perdido, aquela lá não me obedece - fiquei sem entender, mas não perguntei nada - E seu pai está no banho. Mas nós duas precisamos conversar a sós. - falou e foi para o escritório sem nem esperar para que eu falasse algo. Apenas a segui com as pernas tremendo mais que vara verde. Ela se sentou, pensei que iria começar a falar, mas apenas ficou calada.

- Tudo bem mamãe, o que tem a falar? - perguntei 

- Camila, não vou fazer rodeios - fez uma pequena pausa- Você descumpriu o nosso acordo? O que tem na cabeça?

- Mãe - ela ia me interromper, mas não deixei - Só um minuto por favor, eu sempre fui muito subordinada as suas vontades e isso se deve principalmente ao respeito que  tenho a grande mulher que a senhora é, mas chega um ponto em que os filhos crescem e os pais tem que entender que eles seguem suas vidas da melhor forma que acharem. Eu aceitei aquele acordo para te fazer feliz, mesmo sabendo que aquilo me machucava todos os dias, mas eu tentei mãe. Chegou a um ponto que o próprio Austin, se tocou que não dava que tudo isso era um erro e ELE - disse dando enfase nessa parte - terminou comigo, e quer saber? Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. A senhora pode me tirar tudo, como já havia me ameaçado, mas eu não vou mais fingir ser "hetera"- falei fazendo aspas - Só para te agradar, mas eu só queria que a senhora me aceitasse e me amasse independente disso. - falei e percebi que já estava chorando.

- Camila, ser isso - falou com nojo - é o que te faz feliz? Ao ponto de te fazer perder a sua família?

- Ela não vai perder ninguém - meu pai entrou no escritório e veio me abraçar, e nesse momento esse abraço era tudo o que eu mais queria. - Nossa filha já fez muito  por você, e isso já basta. - Depois disso meu pai me retirou de lá e a partir dai começou uma discussão com a minha mãe que era possível de se ouvir por toda casa, com essa gritaria e toda confusão tive que explicar para as meninas o que havia acontecido e é claro que elas quiseram me matar no mesmo instante. Apesar de terem ficado  chateadas com a minha pequena omissão de alguns fatos, ficamos de bem rapidamente.

- Filha? - meu pai apareceu na sala acompanhado da minha mãe e da minha irmã que tinha virado uma pestinha, mas estavam com as suas malas - Nós já estamos indo embora - falou parecendo triste

- Mas já? pensei que ficariam alguns dias comigo - falei chateada, eu sentia falta da minha família

- De todo modo só poderíamos ficar essa noite - falou parecendo cansado - temos um reunião amanhã, então resolvi adiantar nossa ida - falou e o abracei - Qualquer coisa que você precisar nós vamos estar aqui, sua mãe é cabeça dura ,mas vai ficar tudo bem princesa. - falou e mesmo sem minha mãe ter dito nada pulei em cima dela a abraçando e chorando como um bebê.

- Mãe, eu te amo - falei e ela me abraçou de volta - eu preciso da senhora, não me abandone

- Eu prometo que vou tentar ser uma mãe melhor - falou e me deu um beijo na testa

- E você sua peste - falei abraçando minha irmã - Para de furar o pneu dos outros sua bandida mirim- falei e ela riu 

- Fica esperta se não eu furo o seu - disse querendo parecer a malandrinha.

- Eu mato você - falei e todos ali começamos a rir. 

        Quando meus pais foram embora, fiquei triste por ter tido a companhia deles por tão pouco tempo e ainda mais nessas circunstâncias, mas pela primeira vez desde que  tudo havia ocorrido com a minha mãe, eu me sentia aliviada. Eu não me preocupava mais em fingir ser quem eu não era e nem precisava surtar com a possível visita da minha família. Agora eu só precisava resolver os problemas do meu coração.