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História Minha Melhor Amiga - Amarga Realidade


Escrita por: anafelissimo

Notas do Autor


Pessoal não sei se vocês repararam, mas os últimos três capítulos mostraram apenas o ponto de vista de Michael.
Nos próximos vamos conhecer o ponto de vista da Jennifer.
Os acontecimentos deste capitulo coincidem com período de tempo do Alegria de Cristal.

Capítulo 37 - Amarga Realidade


 Tedio foi esta a palavra que definiu a vida de Jennifer nos últimos anos, mesmo depois de ter passado por toda aquela crise e decidido não mais grudar e Michael para não sufoca-lo com tanta carência. Na verdade agora era ele que decidia quando a queria por perto as vezes mandava busca-la para passarem alguns dias juntos quando tinha estava trabalhando em outra cidade. Foi o que aconteceu durante as gravações de Thriller em Nova York enquanto faziam a seleção de elenco, Michael aproveitou este pequeno intervalo para passar dois dias com ela e matar a saudade. Os dois tiveram um dia divertido seguido apesar de não poderem sair da suíte seguido por uma noite romântica, estavam realmente com muita saudade depois de semanas sem se verem. Quando Jennifer acordou na manhã seguinte Michael já estava terminando de se vestir.

 -Bom dia. –Michael disse lhe dando um beijo.

 -Bom dia. Já vai sair tão cedo? –Perguntou se sentando na cama.

 -Eu preciso a equipe de maquiagem vai trabalhar na minha mascara. Tenho que estar presente. –Disse lhe dando um beijo despedida. –Ate de noite.

 -Tchau amor. –Depois que ele si Jennifer ligou para recepção. –Alo gostaria de pedir café da manhã para suíte 307.

 -Sim senhorita. –Respondeu o funcionário. Jennifer pensou em corrigi-lo, mas desistiu não tinha nenhuma senhora Jackson naquele quarto.

 -Obrigada. –Disse desligando.

 Por mais que tentasse se convencer de que estava tudo bem com sua vida Jennifer não estava feliz, sentia-se sozinha e inadequada como se fosse motivo de vergonha.  Era verdade que havia retornado os estudos inclusive tinha se divertido muito e feito amizades com seus colegas e professores, mas toda a alegria se converteu em angustia na ultima semana de aula. O que para os outros era o inicio de uma nova fase empolgante e cheia de desafios na vida profissional, para ela significava o fim de uma rotina divertida e agradável e o retorno ao lar. Tudo perdeu seu brilho depois que concluiu seu curso de moda que tinha feito sem qualquer intenção de exercer a profissão, mesmo este tendo sido seu sonho na adolescência.

 Sentia uma falta quase desesperada de ter uma função algo que fizesse se sentir viva especialmente depois que Phillip cresceu e Michael passou a viajar sem ela a trabalho. Se bem que não se podia chamar ficar trancada em um quarto de hotel esperando ou passear pelas lojas, enquanto ele se apresentava dava entrevistas ou fazia qualquer outra coisa de ter uma ocupação. A inercia e que vivia nos últimos tempos estava começando a incomodar ela se sentia cada vez mais inútil, seu animo parecia tê-la abandonado junto com sua autoestima que diminuía a cada dia. Sentia que precisava fazer algo da sua vida não precisava ser lucrativo, mas precisava fazer algo para sentir útil qualquer coisa que preenchesse seu tempo e ocupasse a cabeça. Pensava sobre isto enquanto tomava seu cappuccino sentada numa cafeteria esperando Pam chegar, estava tão absorvida nestes pensamentos que nem a viu se sentar na sua frente.

 -Oi Jenni. –Disse Pam ao se sentar.

 -Ah oi. –Jennifer respondeu ao acordar para a realidade. –Como vai?

 -Bem onde esta com a cabeça?

 -Só estava pensando em trabalhar alguma coisa.

 -Em que?

 -Era nisto que estava pensando ainda não sei. Caridade talvez.

 -Quer fazer bazares beneficentes como a maioria das mulheres ricas.

 -Não. –Respondeu com uma careta. –Eu nem conheço tanta gente da alta para organizar um evento desses. –Sem falar que ela não podia aparecer muito. -Quero fazer algo de útil não só ficar mandando dinheiro. Entende?

 -Espera acho que tenho uma solução. Lembra-se da minha prima Lola?

 -Aquela que trabalha com seguros?

 -Ela mesma há dois anos quando o traste do Josh fugiu com outra ela ficou arrasada não tinha dinheiro nem emprego. E tudo isto com três crianças para cuidar. –Explicou colocando sua xicara do lado. –Então ela procurou uma organização que ajuda mulher em situação de risco com apoio psicológico oportunidades de emprego o que precisarem. Você pode trabalhar como voluntaria lá.

 -Qual o nome desta organização?

 -Esposa Desativada. –Respondeu abrindo a bolsa. –Acho que tenho o endereço aqui.

 Quando chegou ao prédio da organização Jennifer não sabia bem o que esperar, nunca tinha ouvido falar sobre a Esposa Desativa não sabia como trabalhavam ou como poderia ajudar. Ao entrar no local encontrou uma recepção muito simples com um pequeno balcão e cadeiras antigas nas quais mulheres de todas as idades esperavam para serem atendidas. Pode notar pelas roupas que nem todas elas eram de origem humilde pelo contrario algumas tinham itens tão caros quanto os seus realmente não era o que esperava encontrar num lugar como aquele. Independentes da roupa que usavam todas aquelas mulheres tinham algo em comum o mesmo brilho da ansiedade e expectativa no olhar, além de uma expressão de profunda frustação e revolta. Jennifer deu alguns passos tentando se acostumar com o ambiente ate que uma jovem se aproximou.

 -Posso ajuda-la?

 -Oi eu sou Jennifer Jackson. –Disse estendendo a mão que ela apertou. –Posso falar com a responsável?

 -Só um momento. –A moça saiu voltando pouco depois com uma mulher loira de aproximadamente cinquenta anos.

 -Samanta Thompson muito prazer. –Disse apertando sua mão.

  -Jennifer Jackson o prazer é meu.

 -A Carmen disse que você queria falar comigo.

 -Sim eu gostaria trabalhar como voluntaria.

 -Por favor, venha comigo.

 Samantha a levou ate sua sala nos fundos do prédio e lhe explicou todo processo de acolhimento e auxilio que a organização oferecia para as mulheres. Ela foi enfática quanto ao grau de comprometimento que todos os envolvidos com a organização precisam ter, provavelmente espera que Jennifer desistisse depois de ver que não se tratava de um passa tempo para socialites entediadas. Contou que as mulheres por eles atendidas eram viúvas ou divorciadas que dedicaram suas vidas por completo aos maridos e viram seu mundo desmoronar depois da perda destes. Também explicou que o trabalho de acompanhamento de algumas delas poderia requerer empatia e disponibilidade de tempo devido a casos graves de depressão com que lidavam. O suicídio era um problema grave e recorrente entre elas e ter alguém com quem conversar podia significar a diferença entre a vida e a morte para muitas. Era um processo transitório que consistia em ajuda-las a caminhar com as próprias pernas ao invés de carrega-las nos braços o que levava alguns meses dependendo do caso.

 -Por que é tão difícil para estas mulheres seguir em frente após a separação? –Jennifer perguntou.

 -A maioria delas sofre do Complexo de Cinderela.

 Depois que passou a trabalhar com a Esposa Desativada Jennifer começou a estudar sobre o Complexo de Cinderela, comprou livros e conversou com terapeutas para entender como ele funcionava. Dedicou seu tempo livre a compreender o que era este complexo que parecia paralisar a vida de tantas mulheres, pela primeira vez estava realmente se dedicando a um projeto. Dedicava-se ao máximo para ajudar com o trabalho da organização conversava com conhecidos em busca de colocação para as assistidas, inclusive havia contratado duas delas. Financiava cursos para outras e fazia visitas a aquelas que fossem idosas ou estivessem doentes para que não se sentissem sozinhas mesmo que isto significasse se aventurar em bairros distantes. Não se importava ela era realmente se divertia com aquelas visitas especialmente por não ter nada melhor para fazer com Michael viajando e Phillip na escola passava muito tempo sozinha.

 Só que a medida que se familiarizava com estas mulheres mais se identificava com elas, muitas delas tinham historias idênticas a sua. Era sempre a mesma historia uma juventude cheia de sonhos, o encontro com seu príncipe encantado, casamento, filhos, a felicidade de viver para lar um período feliz ate a tudo ir por agua a baixo. Qual não foi sua surpresa a se ver como criatura frágil e assustada incapaz de cuidar da própria vida, completamente dependente de um homem para sentir que tem algum valor como ser humano. Sim ela era uma daquelas mulheres só que não ainda não tinha sido desativada ainda, a questão era quanto tempo tinha ate ser trocada por outra de acordo com a media uns 20 anos no máximo. E depois?

 Foi esse “E depois?” que deixou perturbada sabia que não podia continuar levando a vida como estava, mas tinha medo de fazer algo a respeito e enfrentar o mundo lá fora. Sem saída acabou ficando deprimida especialmente quando achou aquele bendito filme, naquele momento sua autoconfiança se desfez por completo. Sua raiva durou pouco mais de um minuto nem ao menos tinha animo para brigar com Michael, apenas confirmou que não tinha sido nada demais para se sentir segura. Ela se esforçava ao máximo para manter as coisas exatamente como estavam por isto já não se preocupava em demonstrar seu ciúme preferia sufoca-lo no fundo da alma fingindo que estava tudo bem. Se a vida que levava era asfixiante com certeza também era cômoda e segura, gostava do conforto que Michael lhe oferecia de ter alguém para cuidar dela como todas as outras.

  

 


Notas Finais


Gente se alguém tiver duvidas sobre a personalidade da Jennifer ou a relação dos dois.
Podem e perguntar nos comentários ou através de mensagem estarei respondendo.
Atenção vou responder sobre eles não sobre o que vai acontecer na historia.


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