História Minha Ômega (Imagine Jennie) - ABO - Memórias

- Não acredito que está fazendo isso...- Jennie diz perdida e S/N se vira fechando os olhos.

- Eu não estou brincando Jennie, quero você fora daqui! - a ômega pura fala pegando as roupas de Jennie e jogando na cama.

- Olha o que você está fazendo, olha como está agindo, tudo por causa de um beijo! Um beijo que eu já disse que me arrependo do fundo do coração - Jennie fala segurando o braço de S/N, fazendo a mulher olhar em seu rosto - Pensa um pouco nisso, amor...não faz isso - 

S/N a olha com desdém e puxa seu braço das mãos de Jennie.

- Acha que eu vou continuar sendo idiota ? Estava na minha cara o tempo todo e eu fingi de cega, no carro dela, o cheiro dela, aquela porra de abraço! -

- Eu sei! Mas foi tudo um mal entendido, a gente tinha bebido, tenta me ouvir - Jennie implora voltando a chorar.

- Pega as suas coisas e vai embora, vai pra casa daquela alfa desgraçada, imagino que já deve saber onde é, era lá que você dava pra ela quan - 

A fala de S/N é cortada quando Jennie acerta um tapa forte em sua bochecha, virando o rosto da Park.

- Vai se foder, S/N - Jennie fala chorando - Você está cega de raiva, mas eu jamais dormi com ela - 

- Continua sendo uma vadia! - S/N fala com os olhos cheios de lágrimas e coração partido, sentindo uma dor gritante em seu peito em dizer aquelas palavras, Jennie a olha extremamente magoada e cobre seu rosto com as mãos, soluçando.

O peito da Park sobe e desce com rapidez, mas ela não se move, vendo Jennie soluçar em sua frente enquanto chora alto.

S/N engole seco e tenta controlar as lágrimas silenciosas que saem de seus olhos. Ela levanta sua mão para tocar os ombros de Jennie, agora extremamente arrependida das palavras.

- Me perdoa...- é o que a ômega pura fala antes de sair do quarto e deixar a Kim sozinha.

S/N entra no elevador e começa a chorar, ela agradece que ninguém está dentro, pelo menos teria um pouco de privacidade.

S/N pede um motorista e vai para o aeroporto, comprando uma passagem para a cidade de seus pais.

///

- Olha, eu sei que não quer ouvir isso agora, mas a S/N é uma grande filha da puta - 

- Ela está brava, Mino - Jennie diz dobrando sua roupa.

- A para! Ela nem sentou com você pra conversar, simplesmente surtou, tudo bem que é uma notícia meio foda, mas porra! Ela literalmente te botou pra fora de casa - o beta fala indignado - Eu no seu lugar que não perdoaria ela - 

- Eu sei que não é uma grande desculpa pela maneira como ela está agindo, mas eu até que entendo - Jennie fala se sentando na beirada da cama - Você não entende como funciona as coisas com S/N - 

- Agora vai defender ? Ridícula ela - 

- Não estou defendendo, foi horrível o que ela me disse e nem sei o que dizer sobre como estou me sentindo agora, mas S/N tem esse negócio de pura, lúpus, qualquer que seja o nome dentro dela, as vezes ela simplesmente perde o controle - 

- Ela que procure um médico pra se tratar então, mas dor de corna não tem remédio - Mino diz rindo mas para quando vê Jennie triste.

- Ela fazia tratamento, por conta desses ciclos - 

- Como assim ? - o beta pergunta se sentando ao lado da ômega.

- S/N tem essa coisa de instinto, que as vezes faz ela perder a razão, a primeira vez que eu vi isso acontecer foi na escola, vamos ser sinceros, ela pura ou não, ainda é uma ômega e mesmo assim jogou uma cadeira do outro lado da sala, acertando aquele ridículo, não é questão de força, é questão interna dela com a loba -

- Já teve outros episódios de raiva dela ? - 

- Ela nunca foi agressiva comigo, se é isso que quer saber e não é só com raiva, quando o gatinho dela foi atropelado, S/N surtou, ela ficou tão triste que passava mal, sua pressão ia lá nas alturas e enjôos, ela até tentava comer mas jogava tudo pra fora, ela emagreceu um absurdo em poucos dias, parecia que ela ia morrer junto com ele - 

- Olha tudo bem ser intenso, mas isso é demais - Mino diz assustado.

- Foi um pouco antes de entrarmos na faculdade, o pai dela procurou tratamento pra ela, já que ele é o único que sabe o que é viver na pele o que ela vive, acho que a maior diferença é que um lúpus provavelmente quebra uma porta se ficar com raiva, já S/N fica doente, não foi só com o gato, quando eu sofri aquele acidente na faculdade, S/N teve que ir pro hospital junto comigo e ela nem estava no carro, depois eu fui descobrir que circulou um boato que eu tinha morrido, ela ficou internada por dois dias, os médicos tentando abaixar a febre dela - 

- Jennie... você sabe que isso é um pouco porque ela não é marcada não é ? -

- Eu sei...e ela também sabe, por isso deve tá puta da vida também, já tem alguns meses que a gente já vinha se estranhando, o cio dela anda vindo totalmente desregulado e isso acaba com ela, eu descobri que é por conta da loba dela - 

- Olha Jennie, okay tá, ela não é uma grande filha da puta, só está sendo agora, ela é realmente uma pessoa legal quando a gente pega mais intimidade, mas não acha que ela vem com uma carga muito grande ? - Jennie olha para o amigo pensativa.

- Se conhecesse S/N, da maneira como eu conheço, você saberia a resposta - 

///

- Oi mãe - S/N diz entrando na cozinha, sua mãe se surpreende e quase derruba a jarra de suco.

- Meu Deus, S/N...quase me mata do coração - a mulher fala respirando aliviado - Como veio parar aqui ? - ela fala colocando a jarra sobre o balcão e indo em direção a filha.

- Mãe...e-eu - S/N mal consegue falar e já começa a chorar, sua mãe não entende nada, mas mesmo assim abraça a filha.

- Calma amor, calma...- Mei fala enquanto afaga os cabelos da mais nova, que se encolhe em seus braços, parecendo tão indefesa que aperta o coração da senhora.

- A senhora estava certa mãe, a Jennie... ela, ela ficou com uma alfa - a menina diz e volta a chorar alto, Mei olha para os lados sem saber o que falar, por isso só abraça a filha.

...

- Me conte agora, o que aconteceu ? - 

As duas Park, estavam no quarto de S/N, a mais jovem tinha uma xícara de chá na mão, sentada em sua cama, sua mãe ao seu lado.

- Foi a maior vergonha da minha vida, me sinto tão humilhada - S/N fala revirando os olhos - Era nosso aniversário de namoro, oito anos mãe, faz oito anos que estamos juntas, eu ia pedir ela em casamento...- 

- S/N...- Mei fala empática e coloca a mão sobre o ombro da mais nova e faz um carinho.

- Na mesma hora que eu fui fazer o pedido, ela me disse...ela olhou pra mim e disse que tinha ficado com outra pessoa - a ômega pura então prende os lábios para não chorar - Eu estava com a caixinha de alianças na minha mão e ela me diz que ficou com outra pessoa...tem humilhação maior que essa ? - a ômega abaixa a cabeça e começa a chorar, sua mãe tira a xícara de sua mão e a abraça.

- Sinto muito amor...- Mei diz e S/N se agarra em sua mãe.

- A Jennie mãe, é a Jennie...como ela teve coragem de fazer isso comigo ? - a mais nova pergunta tentando controlar sua respiração.

- S/N, se acalme, vai passar você vai ver - 

- Não, eu não quero mais olhar na cara dela, acabou...- 

Mei fecha os olhos e respira fundo, ainda sentindo em seu braços o aperto de S/N, no fundo a mais velha estava era preocupada, tinha medo do que essa traição de Jennie poderia causar em sua filha.

Após algum tempo, S/N pegou no sono e acabou adormecendo, quando acordou ela não quis se alimentar e era isso que seus pais temiam.

Mei tentava arrumar um jeito de distrair sua filha, que não desgrudava dela um minuto sequer, talvez por instinto ou simplesmente por ser sua mãe, mas S/N parecia um filhote manhoso, a todo momento querendo ficar junto da mais velha, mesmo que fosse apenas para as duas ficarem em silêncio.

O senhor Park não sabia muito bem o que fazer, ela se preocupava com o fato de que a menina mal tinha se alimentado desde que tinha chegado.

Após três dias na casa dos pais, S/N começou a ter febre, não era tão alta, mas mesmo assim algo que devia ser controlado.

- Precisa comer, minha filha - Mei diz olhando para S/N, que tinha a cabeça abaixada olhando para o prato na sua frente - Pelo menos um pouco - 

- Eu realmente não estou com fome - a ômega pura murmurou - Eu já vou subir, com licença - S/N se curva e se retira da mesa, subindo até seu quarto.

Ela respira fundo quando sente uma leve tontura, resolve andar um pouco pelo quarto para ver se passa.

S/N começa a reparar que o quarto não mudou praticamente nada desde que era adolescente, com diferença das cores, que ela tinha trocado quando estava de férias da faculdade. A ômega pura andou até a janela e olhou a vista do jardim dos seus pais, quando ela desviou os olhos para o lado, observou na parede uma mão, S/N sentiu seu corpo estremecer quando viu aquilo, trazendo memórias daquele dia.

...

- Você está fazendo errado, é de cima pra baixo, desse jeito assim ó - Jennie diz pegando o rolo de tinta e passando na parede.

- Qual o problema pintar para os lados ? - S/N pergunta fazendo um bico em seus lábios enquanto olha a namorada.

- Porque fica mais bonito, do jeito que você tá fazendo deixa marcas - 

- A que bobeira... é só pintar, não tem diferença - 

- É claro que tem, olha o lado que você pintou e olha o meu - 

A Park olha para o seu canto e vê seu trabalho e não enxerga nenhum problema, mas quando olha para o se Jennie, vê que parece trabalho de um profissional.

- A mas você anda com o povo de artes, você sabe os truques dessas coisas, eu não - S/N fala cruzando os braços e Jennie da risada - Tá rindo do que palhaça ? - 

- Dessa sua cara de invejosa, aceita que eu tô certa - Jennie fala sorrindo confiante.

- Nunca Jennie Kim! Agora fica aí com seu lado e me deixa - 

- Aceita que eu tô certa e eu te ajudo - Jennie fala e S/N revira os olhos - Tá horrível esse seu lado, o quarto vai ficar feio -

- O quarto é meu mulher! E outra, não sei por que inventou essa história, tudo culpa sua -

- Amor, a outra cor era muito feia, toda vez que eu vinha aqui tinha vontade de arrancar meus olhos - 

- Mas a gente nem vai mais ficar aqui, estamos quase nos formando Jennie, vamos vim aqui quando der - S/N fala pegando o rolo e passando na vertical - Tá satisfeita ? -

- Passa direito - Jennie diz se aproximando e passando seu rolo no lado de S/N.

- Sai fora, olha aí, agora sim ficou desigual, você estragou meu lado - 

- Nossa você é chata - Jennie diz rindo e pega um pincel e passa na cara de S/N, que estava muito concentrada olhando para parede.

- Filha da...por que fez isso ? - 

- Essa cor combina com seus olhos - Jennie diz sorrindo travessa, S/N franze o cenho e coloca a mão na tinta e coloca na parede, no lado de Jennie.

- Porra S/N, já estava quase seco - Jennie fala irritada e também coloca a mão na tinta, mas S/N segura seus braços - Me solta! -

- Quem é a chata agora ? - S/N diz dando risada e Jennie se solta uma mão e passa no rosto da Park, S/N a solta e fica boquiaberta - Você não fez isso...- a ômega pura fala entre dentes e Jennie da risada.

- Espera! Vamos parar, estou com fome se formos fazer essa ceninha clichê não vamos terminar hoje, vamos fazer uma aposta - Jennie diz e S/N a olha desconfiada - Quem terminar primeiro pode escolher qualquer coisa - 

- Que tipo de coisa ? - S/N pergunta interessada.

- Não sei, mas qualquer coisa, o que acha ? - 

- Vai encher meu saco sobre vertical e horizontal ? - 

- Não - Jennie fala rindo.

- Tá, aceito - S/N fala e as duas começam a pintar a parede, com brincadeiras e provocações.

- Você perdeu, terminei - Jennie fala soltando o rolo de tinta e sorrindo maliciosa, S/N bufa e solta seu rolo também.

- Não vou te comprar aquela bolsa, ainda não tenho dinheiro - S/N fala e Jennie revira os olhos - E não vou pedir pros meus pais! -

- Não decidi ainda - Jennie fala pensativa, batendo seu dedo em seu queixo - Mas a gente disse qualquer coisa, uma bolsa é uma coisa - 

- Jennie, é mais fácil eu te dar meu sobrenome do que aquela bolsa - S/N fala e paralisa quando presta atenção no que disse - E-eu quis dizer...- 

- Você está vermelha - Jennie diz dando risada e apontando o dedo na cara da namorada - Isso é um pedido de casamento, que feio, sem bolsa e sem anel - a Kim diz e S/N fica mais vermelha ainda - Aí que gracinha - Jennie fala se aproximando e abraçando a ômega pura.

- Era uma maneira de falar - S/N retruca colocando seus braços na cintura da cintura da outra ômega.

- Sei, mas sabe muito bem que vai ser o meu nome que você vai usar quando casarmos - Jennie fala dando um selinho na menina.

- Nem sob o meu cadáver, Park é muito mais bonito, imagina nosso filhos, um bando de -

- Parquinhos ? - Jennie fala dando risada e S/N revira os olhos e puxa Jennie de encontro a cama e fica por cima do seu corpo com Jennie ainda dando risada - Parquinhos...- 

- Para de graça - S/N fala séria, mas começa a rir ouvindo a risada gostosa da namorada.

- Já sei! - Jennie fala de repente e sorri maliciosa - Você perdeu a aposta, esse é o meu prêmio, quando casarmos, você usará o sobrenome Kim - 

- Jennie não! Meu pai me mata - 

- Você perdeu, aceita, Kim S/N, minha esposa - Jennie diz sorrindo e entrelaça seus dedos nos dá namorada - Futura senhora Kim - ela diz e S/N revira os olhos, mas também sorri - Fechado ? -

- Vou pensar no seu caso - S/N diz e se abaixa para beijar a namorada, a verdade era que ela faria qualquer que Jennie pedisse, sem nem precisar de uma aposta.

///

Jennie terminava de arrumar suas roupas, dobrando e colocando na mala, cada peça era uma facada no peito da ômega, que se xingava por ter feito uma besteira tão grande quanto essa de ter ficado com Lalisa Manoban.

A alfa era linda e Jennie não podia negar que se sentia muito atraída por ela, a ômega se perguntava até onde teria ido se estivesse um pouco mais rendida aos encantos da Manoban e isso a destruía por dentro.

S/N não era perfeita, mas desde que se conheceram, sempre foram honestas uma com a outra, mesmo que isso magoasse, mas agora...ela sabia que S/N estava mais chateada por ela ter mentido do que propriamente ter ficado com Lisa, S/N poderia ficar assim irritada com o beijo, mas tentaria entender, as duas já tinham tido essa conversa desde que começaram a namorar, que sempre falariam quando houvesse atração por alguém de outra casta.

Jennie começou a mexer na gaveta de meias quando viu uma pequena caixa vermelha, ela estranhou aquilo e pegou a caixa.

- Será que era meu presente ? - 

A Kim se sentou na cama e ficou em dúvida se abria ou não, a curiosidade venceu e Jennie se arrependeu no mesmo instante.

O anel de diamantes e duas alianças douradas estavam dentro da pequena caixa.

Jennie sentiu seu coração parar por alguns segundos e seu corpo tremer.

- Ela...S/N ia me pedir em casamento ? - a ômega sussura e sente seu estômago se contrair, Jennie pega o anel com sua mão tremendo e o coloca no dedo, nem dez segundos se passaram e a ômega caiu no choro - Eu não acredito nisso...- ela murmurou sentindo seu coração novamente partido, agora ela entendia toda a raiva que a Park estava sentindo.

Jennie agora se sentia a pior pessoa do mundo, agarrando a caixinha em seu peito, Jennie se deitou na cama, enquanto chorava alto, sabendo que talvez nunca mais teria S/N de volta