1. Spirit Fanfics >
  2. Minha Salvação >
  3. Capítulo L - Pesadelo de olhos abertos

História Minha Salvação - Capítulo L - Pesadelo de olhos abertos


Escrita por: KimBabby

Notas do Autor


Oie meus amores! Como estão? Espero que bem ❤

Primeiro quero me desculpar pela demora do capítulo, semana passada não postei, mas o motivo para tal foi que o capítulo não estava pronto e também do jeito que eu queria. Eu preso muito a qualidade da escrita e do enredo, então só iria postar se eu ficasse satisfeita, e graças a Deus consegui >< Então espero que gostem, essa fase da fanfic tem muita bomba kkkk Então preparem o core ashashu

Enfim chega de enrolar, eu não revisei o capítulo, então qualquer erro ignorem. Boa leitura e até as notas finais ❤

Capítulo 50 - Capítulo L - Pesadelo de olhos abertos


Fanfic / Fanfiction Minha Salvação - Capítulo L - Pesadelo de olhos abertos

Eren sentia seu pulmões falharem pela falta de ar que começava a sentir. Sua cabeça parecia explodir, e as palavras que ouviu em bom som se repetiam em sua mente diversas vezes ao ponto de pensar que iria enlouquecer. Tinha que ser mentira, esse tempo todo então foi enganado? Levi o usou? Sabia quem era desde o início? Queria vingança por algo que seu pai fez? Foi ele quem contou onde estava para Kenny? Meu Deus eram tantas perguntas que rodavam sua cabeça, qual delas estava certa? Qual delas estava errada?

Tudo parecia tão confuso e tão inacreditável.

- Eu...não...entendo... - Sua voz parecia um ruído, e o esforço que fez para dizer aquelas palavras o machucou de maneiras indescritíveis - Era tudo mentira...

- Não! Não! Eren me ouve, não era mentira... - Falou rapidamente, vendo os orbes verdes marejados - Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha onze anos, e eu fui morar com o meu tio. Isso é verdade. Mas meu tio trabalhava para a máfia francesa, e eu só descobri depois de um tempo morando com ele. Ele era cruel e um completo psicopata, me obrigava a ser como ele, me chantageando dizendo que me mandaria para um orfanato, e acredite, eu cogitei em ir muitas vezes. Contudo, não vou ser hipócrita e falar que com o passar do tempo eu não gostei da pessoa que me tornei, porque eu gostei. Fiquei forte, e quando entrei na máfia me tornei poderoso e temido. Quanto mais tempo permanecia nela mais livre dele eu ficava. Chegou um ponto que eu era independente, e que finalmente podia sair de tudo aquilo, mas decidi ficar. Perdi pessoas por conta disso, e me arrependendo amargamente, mas ainda assim fiquei. - O moreno se encontrava em silêncio, ouvindo atentamente cada sílaba que o Ackerman dizia - Então conheci a Hanji logo em seguida.

- H-Hanji? - A surpresa era visível em sua expressão, arregalando os olhos minimamente. 

- Sim. Ela também era da organização, mas não como eu, ela rastreava informações, contas bancárias, códigos e senhas, tudo que você pode imaginar, mas ela não sujou as mãos de sangue em nenhum momento. Então, houve uma hora que notei que precisava sair da máfia, caso contrário ela seria minha destruição. Então fui até o Darius, ele comandava a organização, e ao ouvir meu pedido para sair ele concedeu minha liberdade, mas havia um preço a ser pago. Eu tive que fazer alguns últimos trabalhos para ele, que incluía matar algumas pessoas, e a última delas era seu pai. Grisha Jaeger. - Uma longa pause se fez presente, e o professor pensou que Eren o mandaria parar ou que começaria a lhe bater, mas nenhuma dessas se realizou. O jovem continuava parado, o olhando com o semblante neutro e impossível de se ler, e os olhos esverdeados fazia menção que fosse chorar, mas isso também não aconteceu - Eu não sabia de nada naquela época, não sabia que ele era seu pai e muito menos que ele tinha outro filho além do Zeke. Então eu fui até ele, mas era estranho porque seu pai não lutou, não fugiu, até parecia....

- Que aceitou a morte. - Completou com um nó na garganta.

- Sim. - Suspirou - Depois de o matar, fui embora da França definitivamente, e me mudei para a Suíça onde a Hanji já estava a alguns meses, já que para ela foi mais fácil de sair da máfia. Então foi quando te conheci... - Sua voz falhou um milésimo ao ver o rosto do mais novo em dor - Eu não planejei te encontrar, ou me vingar, seu pai ou seu irmão por mais horríveis que fossem não fizeram nada a mim. Também não entregaria você ao Zeke mesmo que soubesse da verdade, mas eu não sabia Eren e você precisa acreditar em mim. Quando tudo começou eu não fazia ideia de quem você era, mesmo com semelhanças físicas ou seu sotaque alemão, para mim era impossível você ter alguma ligação com o Grisha. Eu só soube uma semana antes de ir embora.

- Foi por isso que foi embora? Porque descobriu quem eu era e não aguentou a culpa de saber que assassinou meu pai? - Seu tom era ríspido e cortante, sua pose se transformou em defensiva, mas só estava com medo e magoado.

- Não, não foi por isso. - Suspirou - Meu tio me achou, queria se vingar por ter o deixado e quase tê-lo matado. Ele sabia sobre você, quem você era, ele tinha um álibi na escola. O Mike, se lembra dele? 

O mais novo não precisou ir muito além para se recordar do loiro, seu querido e amável professor de educação física que foi embora sem nenhuma explicação plausível no final do ano letivo. Achou estranho o professor ter sumido daquela forma, sem se despedir, mas ao pensar bem, depois que Mike foi embora e Levi, aquele ser desprezível que matou sua mãe foi a sua procura. E parecia saber exatamente os lugares onde frequentava, e só podia saber algo assim com alguém que estivesse próximo de si por um longo período. "Que filho da puta miserável...", apertou seus punhos com a fúria que começava a sentir pelo homem de nariz avantajado. 

- Ele que dava informações sobre você, e meu tio me fez crer que mataria você e seus amigos caso eu não fizesse o que ele pedisse. E eu senti tanto medo de te perder Eren, ou de ser culpado pela a morte dos seus amigos. Eu jamais me perdoaria, então eu tive que fazer o que ele queria...

- O que ele queria? - Sua voz saiu em um misto de receio com curiosidade, e temia pelo que ouviria a seguir.

- Ele... - Fechou os olhos pensando se deveria dizer, agora que havia ido tão longe, agora que estava diante de Eren, não poderia recuar - Ele pediu para eu ir até a França, e para matar duas pessoas. Eram pessoas que também trabalhavam para a organização, mas indiretamente. Eles eram Charlotte e Horácio Kristen...os pais do Jean.

A sensação foi de ter levado um tiro em seu peito, de terem arrancado seu coração e todo seu corpo parecia doer. Não podia ser real. Deu alguns passos para trás, batendo suas costas na parede e tudo ao redor estava turvo, o ar pareceu nulo naquele instante e desejou que fosse um pesadelo. Aquela semana tinha que ser um pesadelo. Primeiro Sasha e agora descobrirá que a pessoa que amava foi causadora do sofrimento de um dos seus amigos. Como tudo levou aquilo? Como não notou? Como pode ser tão cego?

- Eren? - Levi o chamou ao ver a expressão de terror se apossar no mais novo - Você precisa acreditar em mim, eu não tive escolha. Era eles ou você e seus amigos, eu não poderia deixar que nada de mal acontecesse a vocês. Não iria me perdoar jamais, eu tive que fazer isso pelo bem de vocês.

- Não... - O jovem levantou o olhar para o Ackerman, e agora seu olhar possuía dor, tristeza, irá, medo, chateação e acima de tudo nojo

- Você fez por você...

- Eu...

- Você matou os pais do Jean! Como pode fazer isso? Como pode olhar nos olhos deles e lhes tirar a vida? Como você pode fazer isso? - Lágrimas desciam por suas bochechas, e em meio a elas seu coração se quebrava em mil pedaços - Você o fez sofrer. Ele não tem pais por sua causa. Você o machucou...

- Eren... - Deu um passo a frente, mas ao ver moreno se afastar, parou. Eren tinha medo de si? 

- Fica longe de mim! Esse tempo todo você sabia quem eu era, me fez de idiota! Eu... - Soltou uma risada triste e desanimada - Eu estava tão preocupada em lhe contar quem eu era, quando na verdade você já sabia de tudo. E eu com medo de você não me aceitar, por causa do meu passado, mas era você esse tempo todo! Eu odiei tanto meu pai, meu irmão por eles serem quem são, por machucarem pessoas inocentes e matarem pais e filhos, quando você é exatamente como eles... - Deixou escapar um soluço, não conseguia segurar. Era tanto para suportar. - Você é um monstro.

Para o professor foi um balde de água fria despejado em sua cabeça. Já ouviu essa palavras tantas vezes em sua vida de tantas pessoas diferentes, mas nenhuma delas surtiu efeito algum sobre si, mas era diferente, não era uma pessoa insignificante que dizia isso, era Eren, a pessoa que mais amou em toda sua existência. E a dor pesou em sua consciência.

- Como eu pude amar alguém assim? Alguém como meu pai, alguém que...é um assassino. - Balançou a cabeça, achando que acordaria daquele lugar, mas não...era real. 

- Eren, deixa eu explicar. - Uma lágrima desceu, e queria tanto poder tocar o outro e dizer que sentia muito.

- Explicar? Eu não quero saber mais nada...não ouse me pedir isso. Não depois de saber da verdade, não depois de você ter... - O moreno não terminou a frase, saindo correndo. Abriu a porta do apartamento com velocidade, seguindo para as escadas com lágrimas grossas molhando seu rosto e os pensamentos conturbados, querendo que aquela dor acabasse de uma vez. 

Dentro do apartamento Levi não reagiu ao ver o moreno correr, não possuía forças. Em uma onda de fúria pegou o vaso da mesa jogando na parede, gritando a pleno pulmões tudo que sentia, mas não era suficiente. Nada tiraria aquela dor insuportável. Colocou as mãos na cabeça, vendo as gotas de lágrimas caírem até o tapete da sala. "Eu o perdi para sempre...", tal frase era cravada em sua cabeça e em seu coração, fazendo o sentimento piorar ao ponto de pensar estar morrendo, e de fato desejou isso, pois havia machucado quem mais se importava. E se Eren se afastasse para sempre? Não poderia o culpar, não se perdoava pelo que fez à Jean, mas não podia deixar Kenny machucar ele ou seus amigos.

Caso não tivesse feito o que seu tio pediu, o que teria acontecido? O mesmo destino de Sasha? O mesmo de Isabel ou Farlan? O que deveria ter feito? Nada mais importava. Pois o presente era objetivo em lhe mostrar que qual das duas tivesse escolhido, as consequências chegariam mais cedo ou mais tarde.

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

Suas pernas corriam as ruas iluminadas pelas luzes dos postes não parando em nenhum momento, a chuva havia cessado, mas esse detalhe não lhe passava pela cabeça. Não queria pensar, não queria acreditar em nada daquilo. Tudo que viveu ao lado do Ackerman passava diante de seus olhos, e sentia vontade de gritar. Aquele homem ao qual passou os melhores dias da sua vida, que lhe ensinou a amar e confiar, que era dono das suas melhores lembranças era como seu pai? Tirou vidas de inocentes apenas por poder? Apenas  por satisfação? Se sentia traído, sujo, quebrado. Como isso foi acontecer? Como pode ser tão cego? Doía tanto. 

Era insuportável.

Em poucos minutos já havia chegado em frente à sua casa, entrando na residência sem se importar com o barulho da porta sendo fechada bruscamente. Não sabia se seus amigos se encontravam na sala, na cozinha ou nos quartos, talvez ainda não tivessem chegado levando em conta as luzes apagadas dos cômodos do primeiro andar, afinal passavam mais horas na faculdade nos últimos dias por conta de um evento que ocorreria em dois dias. Correu para as escadas, subindo os degraus apressadamente seguindo para o fundo do corredor onde seu quarto ficava, entrando no cômodo trancando a porta com a chave. E ao colar suas costas na superfície gélida e dura da madeira, deslizou lentamente até o chão, colocando a cabeça entre as mãos enquanto tentava a todo custo não derramar mais uma lágrima sequer. Era tão difícil cumprir isso. Pois queria chorar, gritar, xingar, quebrar alguma coisa só para ver se a dor diminuía, mas não adiantava, ela estava ali consigo. Fazendo-lhe sufocar com as próprias palavras.

Seus pensamentos vinham a milhão e começava a sentir dores de cabeça, era tanto para processar. Fitou o céu escuro sem nenhuma estrela aparente pela vidraça da sacada, sentindo a dor em seu peito aumentar. "Porquê Levi? Porquê?" apertou as unhas na mão querendo diminuir os sentimentos que explodiam dentro de si. A razão naquela hora não existia, somente a dor o esmagando. Levantou-se devagar, deitando-se na cama de qualquer jeito, abraçando seu travesseiro sentindo o cheiro do professor. Era impossível não pensar nele. Porque Levi sempre estaria em si e em todo lugar que estivesse, mesmo que fosse do outro lado do mundo ou daqui a anos, ele ainda seria o mesmo para si. Mas será que conseguia passar por cima de tudo que soube? Não se importava sobre seu pai, mas com o fato do Ackerman ter escondido tudo e ter feito o que fez com os pais do Jean? Não sabia se poderia o perdoar. Porém o que tirava seu sossego é que não tinha forças para o odiar, ou para o culpar.

Porquê? 

Claro...porque o amava e sempre se importaria com ele, até mesmo quando ele terminou consigo e foi embora ainda se preocupou, ainda se importou. Fechou os olhos deixando com que lágrimas silenciosas descessem por sua fase, abraçando mais o travesseiro e inalando o perfume refrescante do mais velho, dormindo profundamente em poucos minutos, contudo seus sonhos não seriam melhores do que a realidade.

Sonho/ Lembrança On

- Eren! EREN! - Seu braço foi puxado por Tyler que o empurrou para cima - Temos que sair daqui! 

Se ergueu rapidamente encontrando os orbes verdes escuros, que o fitavam preocupados. Voltou a correr agarrando a mão de Caroline com força para a fazer acompanhar a corrida, Christa segurava a de Amélia que possuía a perna machucada pela queda que tiveram ao serem jogados no chão por um dos capangas de Zeke.

- Gente...não consigo mais... - Amélia caiu em meio ao corredor escuro e sujo, sendo amparada pelos braços de Christa.

- Você tem que levantar, antes que eles cheguem de novo. - Christa colocou o braço da garota no pescoço para que esta levantasse. 

- Não dá... - Fez forçar com a perna para se equilibrar, mas falhou ao cair de novo.

- Amélia, você tem que levantar, por favor... - Caroline se abaixou segurando o rosto da menina - Não vamos sem você.

E o barulho do disparo que ouviram pegou de raspão no braço de Eren que grunhiu de dor, mandando todos se abaixarem. Uma bomba de fumaça foi jogada e de repente o lugar estava coberto pela fumaça branca, impedindo a visão das crianças que gritavam pelos amigos em meio ao desespero e o medo. Eren ouviu dois disparos e em seguida um baque enorme, foi arremessado para uma das paredes batendo as costas com força no concreto sentindo os cortes recentes em suas costas arderem com o contato. Sua visão ficou turva e sua consciência começará a abandoná-lo e antes que apagasse completamente viu Zeke aparecer entre a fumaça com um sorriso gigantesco nos lábios, e os respingos de sangue marcando sua pele do rosto.

Sonho/ Lembrança Off

Acordou assustado, sentando-se na cama com a respiração ofegante. Olhou ao redor para ter certeza de que estava em casa, e não naquele lugar que tirou tanto de si. As batidas frenéticas do seu coração podiam ser ouvidos, e o suor que descia por sua testa mostrava o quanto aquela memória antiga havia lhe afetado. Ainda podia ouvir os disparos e a risada de Zeke em seu ouvido, ainda podia sentir as mãos dele lhe agarrando o pescoço, tentando lhe matar. "Porque ainda sonho com isso...", colocou a cabeça entre as pernas para que a sensação sumisse. 

Olhou para sua mesinha de cabeceira, onde um porta retrato com uma foto de todos juntos estava. Foi tirada a meses atrás, antes da volta do Ackerman. Fazia poucos dias depois da sua chegada na Austrália, e como recordação Sasha sugeriu que registrassem o momento, e assim a imagem foi tirada. Todos tinham cópias para colocarem em seus quartos e terem consigo a foto que marcava uma nova fase em suas vidas. 

Infelizmente Sasha não estaria mais nesses planos.

Voltou a deitar, contudo passou as horas tortuosas da madrugada fitando o teto e com pensamentos direcionados até o professor. O que faria? Não deixou o Ackerman se explicar, e agora só sabia metade da história. Precisava saber o resto, da última vez não o deixou falar e quase perdeu a chance de poderem recomeçar, e se estivesse perdendo algo? Sua curiosidade o comia vivo pela verdade, mas não conseguiu digerir tudo que ouvirá. Talvez sua reação não foi a melhor, mas também como poderia ser diferente? 

"Você é um monstro", recordou-se das palavras que saíram da sua boca, e que certamente machucaram o outro.

Ele era? Levi era um monstro? Se ele trabalhou na máfia havia matado pessoas inocentes, vítimas de pessoas cruéis como seu pai foi, e como seu irmão era. Nesse caso o professor seria como seu irmão? Não...se recusava a acreditar nisso. Em todo tempo que esteve ao lado do Ackerman este mostrou compaixão, amor, se importou com seus amigos e se importava com Hanji. Zeke nunca sentiu nenhum desses sentimentos, não se importou com Grisha quando este estava em vida e não se importava consigo. Seu irmão possuía muito sangue em mãos, mas e Levi? Quem era Levi Ackerman agora? Um assassino? Ou aquele que amou até então?

Não demorou para o som do despertador tocar, e forçou-se para se levantar da cama. Sabia que sua aparência se assemelhava à um zumbi, e por isso ao fitar seu reflexo no espelho decidiu tomar um banho de uma vez, para que o aspecto de cansaço diminuísse. Saiu em poucos minutos colocando uma roupa qualquer, e para ser sincero se pudesse ficaria o dia todo na cama. Seguiu até a cozinha, encontrando com Christa que comia torradas sentada na cadeira do balcão vestindo seu pijama cor de rosa com pantufas vermelhas nos pés.

- Bom dia. - Falou com a voz arrastada, indo para o outro lado do balcão.

- Bom dia, acordou cedo hoje...nossa, você está horrível. - Falou a loira divertida ao ver o jovem de frente e enxergar as olheiras visíveis.

- Valeu. - Ironizou, revirando os olhos se servindo de uma caneca de café puro.

- Não dormiu direito? Pensando no professor? - Sorriu de canto maliciosa, mas ao ver o semblante do moreno o sorriso sumiu dando lugar a preocupação - Nossa o que houve? Brigaram por acaso?

- Quem dera que fosse só isso. - Respondeu cansado, se encostando no armário.

- Então o que foi? - Quis saber - Vocês se desentenderam? Ciúmes? Pensei que tivesse ido até a casa dele ontem, mas o Connie falou que ouviu um barulho e deduziu que um de nós tivesse chegado. E como estávamos na faculdade até tarde, e a Annie e a Ymr foram até nós depois do trabalho junto com o Jean, eu pensei...

- Jean? Ele tinha ido embora junto comigo, quer dizer nos separamos depois de um certo momento no caminho, mas pensei que estivesse no quarto. - Falou com desconforto ao falar o nome do amigo, cortando a fala da loira que sorriu de canto.

- O Armin ligou para ele dizendo que ficaríamos um pouco mais do previsto na faculdade, você sabe por conta do evento que vai ter na segunda. Ele decidiu pegar o carro e nos esperar para irmos embora juntos. - Explicou calmamente - Mas não muda de assunto, levando isso em consideração o único que chegou ontem cedo demais foi você. O que aconteceu de fato? Discutiram ou não?

- Sim...não....eu não sei. - Eren disse derrotado, jogando a cabeça para trás - É complicado.

- Tudo que envolve vocês é complicado. - Retrucou brincalhona.

- Sim, mas dessa vez...é diferente. - Mordeu os lábios, pensando se deveria falar o que realmente aconteceu - Christa, o que você faria se soubesse que a Ymr sabe sobre você? - Questionou sem se aprofundar no assunto específico, fazendo Christa estreitar os olhos confusa com o assunto repentino.

- Como assim? - Levantou uma sobrancelha.

- Se ela virasse para você nesse instante e contasse que sabe quem você é de verdade, do seu passado, o que você faria? - Fitou a loira em expectativa. 

Precisava de um conselho. 

- Nada. - Sua resposta não tardou a vir e assim que Eren ouviu a olhou confuso - Olha, por mais que seja estranho essa sua questão, eu acho que se isso acontecesse ela teria um bom motivo para ter guardado essa informação de mim. Porque manter segredos sem ser para a proteção de quem amamos? Nossos amigos não sabem sobre nós, mas isso não significava que não confiamos neles para contar, significa que só queremos o proteger de algo que possa os prejudicar no futuro. Então levando em conta isso, se a Ymr escondesse algo desse tipo de mim eu ficaria chateada, mas creio que os motivos que a levaram fazer isso são maiores do que eu julgo ser. - Explicou neutra perante a pergunta - Mas, porque está falando isso agora? Suspeita que o Levi saiba? - Questionou atordoada.

- Não, mas...

- Aí está você! - A voz escandalosa de Annie fez Eren se calar imediatamente, mudando seu foco para o copo de café que segurava - Eu fui até seu quarto para te chutar caso não tivesse acordado ainda, mas você já está de pé. 

- Infelizmente. - Murmurou desânimo.

- Nossa que animo é esse? - Perguntou descontraída recebendo um olhar nada amigável de Eren.

Christa  saiu da cozinha dizendo ir acordar a namorada que provavelmente ainda estaria dormindo, deixando Annie a sós com Eren que não estava afim de conversar.

- Annie, eu já falei que estou bem... - Disse suspirando, sentando-se no sofá.

- Tem que ter um motivo para esse seu mau humor repentino. O Connie...

- Contou que eu voltei cedo da casa do Levi ontem, é eu já ouvi isso hoje. - Sua voz era carregada de sarcasmo, mas não podia evitar. Era sua forma de lidar com a tonelada de problemas que surgirá de um dia para o outro.

- Eren.. - Colocou a mão no ombro do moreno, para que este a olhasse fitando os orbes azuis compreensivos - Vocês brigaram?

- A gente...

- Mano Annie você fala muito alto, sabia? - Jean apareceu na sala, atraindo a atenção de Eren que não pode esconder o semblante perante a presença do amigo.

Seu olhar era assustado e preocupado, e não passou despercebido por Jean e muito menos pela loira.

- Que foi? Tem pasta de dente na minha cara? - O jovem cruzou os braços fitando Eren com irritação.

- Melhor eu ir. - Levantou-se do sofá rapidamente seguindo até a porta.

- Mas ainda falta um tempo até o café abrir...

Ao ouvir a portar ser fechada se entreolharam, não entendiam o que tinha acabado de acontecer. Porque Eren estava agindo estranho? Porque olhou daquela maneira para Jean? O que aconteceu na casa do professor para começar a agir assim? 

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

O dono dos olhos cinzentos fitava o conteúdo do seu copo sem interesse, sua mente vagava em um mundo paralelo, não prestando atenção em nada ao seu redor. Suas olheiras da noite mal dormida mostravam o quão horrível as horas de sono foram, sentia sua cabeça latejar com o mais pequeno barulho. Sentia um vazio enorme em seu peito, depois que Eren saiu correndo do seu apartamento, permaneceu horas fitando a porta pedindo para que o jovem voltasse, mas isso não aconteceria. Havia estragado tudo. E isso estava lhe matando de dentro para fora, nada fazia mais sentido e sentia-se caindo de um penhasco sem apoio. Sabia que ao terminar de contar a verdade para o mais novo, não teria um abraço e um pedido de desculpas aceito, porém, a esperança que nutria em si acreditava que Eren poderia o perdoar, ou quem sabe o entender. Mas a verdade era dolorosa demais.

Mentiu para ele todo esse tempo, matou seu pai e os pais de seu amigo. A culpa o corroía, e possivelmente estava tirando sua sanidade. Eren não tinha que lhe perdoar, não merecia seu perdão. Merecia a rejeição, merecia o ódio e o rancor, merecia tudo que estava sentindo. 

Ouviu o barulho da porta sendo aberta, ouvindo passos calmos seguirem próximo a si.

- Levi, eu trouxe algo para você comer. - Hanji possuía a voz serena, fitando o rosto do menor que não demonstrava reação nenhuma.

- Não estou com fome. - Respondeu, não tirando os olhos do copo de Wisk que tinha em mãos.

- Mas você não comeu nada a tarde toda. - Falou preocupado, não obtendo resposta.

A mulher de óculos chegou em casa tarde da noite, pois queria deixar o Ackerman conversar com o moreno a sós, não sabia quanto tempo seria necessário, e exatamente por esse motivo que enrolou o máximo que pode. Contudo, ao abrir a porta encontrou a sala vazia e os livros que antes estavam em cima da mesa derrubados no chão, e um vaso decorativo quebrado em estilhaços pelo assoalho. Isso só podia significar uma coisa: A conversa acabou da pior maneira possível. Era claro que Eren não reagiria bem com a informação, ninguém em seu lugar teria uma boa reação, mas pensou que talvez pudesse ser diferente. Como ficaria Levi agora? Da última fez demorou tanto para o amigo seguir em frente, mas agora era mais difícil, pois perdeu o moreno pela segunda vez...e talvez definitivamente. Já se passavam das seis da noite, e o Ackerman continuava na mesma posição ao qual saiu minutos atrás. Imóvel. 

"Eu preciso fazer alguma coisa, não posso deixar isso acontecer, não agora, não depois de tudo que eles passaram para ficarem juntos...se tiver uma chance para que Eren leve em consideração entender os motivos que fizeram Levi resolver tudo daquela forma, eu vou fazê-lo ver e quem sabe compreender. Não posso ficar de braços cruzados, não dessa vez...". 

- Levi, eu vou sair rapidinho, tudo bem? - Perguntou com as chaves da porta do mãos.

Suspirou triste ao ser deixada no silêncio de novo, caminhando até a porta determinada com que o faria. Sabia que o moreno estava na cafeteria aquele horário, e era exatamente a onde iria. 

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

O jovem de olhos esverdeados se desculpava pela quinta vez com um dos clientes por ter errado o pedido do mesmo, fazendo uma tremenda confusão ao trocar o pedido de duas mesas. Entregou o doce certo dessa vez, voltando para o balcão envergonhado com sua falta de atenção.

- Eren! O que deu em você hoje? Está errando todos os pedidos! - Nicole o repreendeu irritada, já que tal erro não era o primeiro do dia

- Se continuar assim vai ser despedido.

- Sinto muito, hoje não é meu dia. - Suspirou colocando a bandeja em cima do balcão.

- Hum, o que houve? Brigou com o namorado? - Perguntou preocupada, afinal o comportamento esquecido do maior não era comum.

- Podemos dizer que sim. - Respondeu sem vontade.

Claro que para as pessoas a briga com o mais velho seria algo fútil e até infantil, já que julgavam como ciúmes de uma das partes ou qualquer outro pequeno problema irrelevante. Contudo, estava longe de ser só isso, era mais complicado do que qualquer um podia entender. E o pior disso tudo? É que não conseguia mais agir normalmente ao lado de Jean, toda vez que olhava para o amigo, mesmo que fosse por cinco segundos as palavras do Ackerman se repetiam em sua mente. Como um ciclo infinito, várias e várias vezes. Olhou para Jean de solasseio, desviando os orbes para o chão rapidamente, não conseguia o encarar...não depois de saber da verdade. 

Sentia-se culpado.

E as perguntas lhe tiravam a paz: E se Jean descobrisse a verdade? O que ele faria? Como seria sua reação? O que ele faria com Levi? Não queria pensar nisso, seu coração doía só de imaginar que talvez o amigo quisesse se vingar do Ackerman, o entregar para a polícia ou...o matar. Sentia-se pisando em vidros o dia todo, com medo de dizer algo errado e que fizesse seus amigos suspeitarem de alguma coisa.

- Eren? - A voz de Nicole lhe trouxe para a realidade.

- Sim? - Fitou-a.

- Tem alguém querendo falar com você. - Apontou para a porta.

O moreno olhou para a direção da entrada, vendo Hanji acenando para si com um sorriso discreto. Respirou fundo imaginando o motivo da mesma estar ali, e já se preparava para dar a desculpa que estava no horário de trabalho, mas Nicole disse que poderia ir falar com a mulher, contanto que fosse rápido para Elisa não notar sua falta. E contra gosto agradeceu a garota, pedindo para que conversassem do lado de fora do estabelecimento. Não queria chamar a atenção de Jean, Annie, Ymr ou Nicole para o que possivelmente falariam.

- Eu vou ser rápida para que não aja problemas para você. - Começou assim que pararam ao lado da vitrine - Eren eu acho que você sabe porque estou aqui, não sabe?

- Claro que sim, depois de ontem seria o mais óbvio a acontecer. Quem te mandou aqui? Foi ele? - Cruzou os braços encarando a mais velha.

- Não, ele nem sabe que estou aqui. Eu vim por vontade própria, sei que deve estar achando que eu e o Levi te enganamos, mas está errado. Nossa intenção jamais foi te machucar, ou alguns dos seus amigos, pelo contrário, foi de proteger vocês. Não sei até onde o Levi chegou a contar, mas o Kenny...

- Kenny? - Perguntou surpreso. "É mesmo nome de quem que veio atrás de mim antes...".

- Sim, é o nome do tio do Levi. Kenny Ackerman. Enfim, quando o Kenny apareceu, ele te ameaçou e você sabe muito bem que essas pessoas cumprem o que dizem e muito mais. - Falava tendo totalmente a atenção do mais novo - Ele disse que iria atrás de todos seus amigos, matar um por um e deixar você por último. O Kenny é perigoso, e o Levi só fez o que na época serviu para mantê-lo longe de vocês, era os pais do Jean ou vocês Eren. Você acha mesmo que o Levi não pensou mil vezes antes de aceitar isso? Claro que sim! Ele não tinha escolha, ou você acha que conseguiriam proteger todos do Kenny e do seu irmão? - Tal pergunta deixou o jovem sem resposta, suspirando tristemente - Ele entregaria sua localização e todo mundo que estivesse atrás de você viria com tudo para cima de quem você ama. Já vimos isso acontecer muitas vezes, e no final todos estariam mortos. Ele salvou vocês, você querendo admitir isso ou não, mas para isso ele teve que pagar um preço. Tirar duas vidas para alguém importante para você, nesses últimos anos você não estava ao lado dele, não viu o tanto que a dor e a culpa o levaram para o fundo do poço. Ele estava se destruindo Eren. E sabe o que ele falava quando eu dizia que ele cometeu um erro em fazer isso? Que faria tudo de novo para proteger você, porque lhe amava. - Tais palavras fizeram o moreno se surpreender minimamente, desviando os olhos por um curto período - E se você quiser culpar alguém deveria me culpar, pois eu que dei a localização deles para o Levi ir atrás. Então a culpa também é minha, e você deveria estar com raiva de mim. 

- Eu não vou culpar você Hanji, mas é que...não sei como encarar ele depois do que soube... - Falou sincero, passando as mais nos cabelos - Ou como encarar o Jean. Não sei como lidar com isso...

Hanji sorriu carinhosamente, pegando na mão do maior encarando os olhos verdes.

- Eu entendo, só estou pedindo para que você também entenda o lado dele. Não quero que você vai agora abraçá-lo, mas que ouça ele e se possível tente se colocar no lugar dele. Afinal, você mais do que ninguém sabe como é guardar segredos para proteger quem amamos. - Olhou para a vitrine onde podiam ver do lado interior Annie atendendo mesas junto com Jean, e Ymr - O Levi ama você mais do que qualquer coisa, e tudo que ele fez Eren foi pensando em você. Não houve um dia desde a nossa volta que ele não quis lhe contar, mas ele queria reconquistar sua confiança e depois veio o acidente da Sasha. - Seu semblante mudou para pesar, respirando fundo - Só de uma chance para ele, e para você. Ele vai ser uma das únicas pessoas que vai te entender completamente, entender como era sua vida no passado, afinal, ele passou por ela também. 

Eren pensou a respeito, concordando com a mulher de óculos que ficou satisfeita ao notar que pelo menos, o jovem pensaria sobre o que dissera. Se despediu, deixando o moreno reflexivo enquanto fitava o céu noturno que se fazia acima. Retornou para dentro da cafeteria, voltando ao trabalho com mais questões a se pensar, contudo agora tendo a consciência que dessa vez o erro tenha sido seu. Ao dar o horário, se voluntariou para que ficasse no café até a última hora, porém Ymr interviu dizendo que ela e Jean ficariam, sendo assim seguiu para casa acompanhado de Anne que não puxou assunto, notando que o amigo parecia estar pensativo e alheio ao que acontecia a sua volta.

Ao entrarem em casa em silêncio ouviram uma voz desconhecida na sala, se entreolharam não reconhecendo a pessoa em questão, foram em direção a sala e ao enxergarem o cômodo viram Connie sentado no sofá olhando para uma mulher de cabelos curtos castanhos, que falava com o rapaz mantendo um tom doce, ambos choravam ao falarem de Sasha. No canto da sala Christa, Mikasa e Armin assistiam a cena também emocionados com o que acontecia, deduziu então que a mulher fosse a mãe do amigo. "Mas ela não chegaria somente amanhã de manhã?", se perguntou passando a mão nos fios desalinhados. 

Ao término das palavras da mais velha, Connie abraçou-a com força deixando-se chorar no ombro da genitora, que após a surpresa inicial retribuiu o gesto com intensidade falando que tudo ficaria bem. 

Parado na porta presenciando aquela cena de amor entre mãe e filho, não pode evitar de se lembrar de sua amada mãe. Carla sempre estaria em seu coração, os ensinamentos da mulher ainda eram recorrentes em sua vida. Ela lhe deu amor, carinho, proteção e cuidado, e mesmo depois da tragédia que aconteceu, sempre guardaria isso dela. Houve tantas vezes que quis aquilo que Connie tinha, um abraço fraterno da mãe, ouvir palavras de consolo da mesma e se sentir protegido como a tempos não sentia. Pensou que nunca se sentiria assim de novo, que esses sentimentos lhe abandonaram com a morte dela, mas o universo o surpreendeu. Alguém lhe fez sentir isso novamente. Levi o fazia se sentir amado, cuidado e protegido, e muito mais, e novamente pensou nas palavras de Hanji horas atrás e de Christa.

Olhou para o lado encontrando os orbes dos amigos que sorriam de canto, e seu peito se aqueceu. Eles também o faziam sentir isso, eram sua família. Alguns minutos foram necessários para Connie e Rosalina se separarem mais calmos, e finalmente prestarem atenção em quem os assistia. 

- Obrigada por cuidarem do meu menino. - Agradeceu com um pequeno sorriso nos lábios róseos - Eu não posso dizer o quanto estou grata. 

- Não precisa agradecer Senhora Springer. Ele é nosso amigo. - Mikasa respondeu com um sorriso singelo - Nós o amamos e se importamos com ele.

- Mesmo assim, sou muito grata a vocês. - Virou-se para Connie acariciando a bochecha do mais novo - Meu amor, eu fiz uma reserva de dois vôos para a nossa casa amanhã a noite. Eu queria pedir para que você vinhe-se comigo.

- Mas...

- Não é definitivamente, só temporariamente. Acho que vai ser bom para você ficar um tempo longe, e a nossa casa sempre vai estar aberta para seus amigos. - Explicou calmamente - Não estou te obrigando a ir comigo, mas te pedindo.

- Mãe, eu não posso deixar meus amigos aqui, eu...

- Vai. - Eren interrompeu a fala de Connie que o encarou espantado - Nós queremos o melhor para você, e eu concordo com sua mãe. O melhor para você seria ficar um tempo longe...

- Não estamos de mandando embora, aqui sempre será sua casa e vamos sempre estar aqui para você. Se você quiser ficar tudo bem, mas se quiser ir também está tudo bem. - Armin completou a fala do moreno com seu típico tom compreensivo. 

- Verdade, sempre vamos ser amigos. Vamos poder te ligar todos os dias até você voltar. - Annie disse recebendo um sorriso pequeno do amigo.

- E podemos ir te visitar nas férias. - Mikasa se prontificou - Não vamos ficar chateados se quiser ir. Na verdade acho que será ótimo para você tomar novos ares.

Connie parou para pensar na proposta, e notou que tinham razão. Aquela casa não lhe fazia bem, não no atual momento. Queria um dia poder voltar e sorrir com as lembranças que ela guardava, mas agora ela só lhe trazia sofrimento. Decidiu por fim ir com sua mãe, que não escondeu a felicidade por saber que teria de novo o filho consigo. Ymr e Jean chegaram em certa altura, percebendo o clima mais leve que fazia dentro da residência que até então era carregada de tristeza. Conheceram Rosalina, recebendo a notícia de que Connie voltaria para a antiga casa nos Estados Unidos, mas o amigo os tranquilizou dizendo que seria só por um curto período. Todos apoiaram sua decisão, e pediram uma pizza para comemorar, as horas se passaram entre conversas e risos, até de Connie, que não sorria daquela maneira desde a morte da noiva. Contudo Eren teve que se esforçar para não mostrar sua real situação, camuflando a agonia que crescia dentro de si com sorrisos.

Eren dispensou a maratona de filmes que queriam fazer, alegando estar cansado e não era mentira. Se sentia exausto fisicamente e psicologicamente, só queria deitar e dormir. Uma parte de si estava aliviada e feliz por Connie, mas a outra ainda se encontra em um mar de confusões, e acreditava que não conseguiria esconder por muito tempo seu estado lastimável na frente dos amigos, e o pior de tudo era Jean. Não conseguia o olhar diretamente ou falar com ele, temia que o outro percebesse como estava o evitando e fugindo de sua companhia, mas não conseguia agir normalmente. Seus pensamentos eram ocupados quase cem por cento por um par de olhos cinzas que eram capazes de destabilizar suas emoções, e lhe faziam questionar tudo.

E meio a eles, uma lembrança antiga, quase esquecida lhe voltou a mente:

Lembrança On

- Mamãe... - A criança de porte pequeno olhava a mulher de cabelos castanhos com seus orbes verdes sitiantes curiosos e amedrontados, segurando a mão da genitora com força.

- Que foi meu pequeno? Está com medo do escuro? - Perguntou com um sorriso carinhoso, beijando a testa do mais novo que acenou em concordância - Não precisa ter medo, não vou sair do seu lado.

- Promete? - Perguntou receoso, sentindo os dedos finos da mãe lhe afagarem os cabelos.

- Prometo. Vou estar com você para sempre, nunca vou te abandonar. Sabe porque? - Eren negou com a cabeça, vendo o sorriso da mulher crescer - Porquê eu amo você, e quando amamos alguém a protegemos de tudo. Não deixamos ninguém a machucar, e fazemos o possível para a manter a salvo. E sabe isso pode soar até egoísta, mas o amor vem das formas mais inexplicáveis. Faz a gente fazer sacrifícios, e prezar o bem estar dessa pessoa mais do que o nosso próprio. Nós faz querer lutar, viver e perdoar, nós faz ter coragem até quando não há mais.

- Então eu vou proteger você mamãe, não vou deixar ninguém te machucar. - Sentou-se na cama, abraçando a mulher com seus pequenos e frágeis braços - Vou ser corajoso.

- Eu sei que vai meu pequeno... - Beijou o pescoço da criança que soltou uma risada contagiosa - Ich liebe dich, Eren... (Eu amo você, Eren).

- Ich liebe dich auch, Mama. (Eu também amo você mamãe) - Afundou o rosto no ombro da genitora, sentindo o perfume de rosas que sempre o faria se recordar da mesma.

Lembrança Off 

Acordou com barulhos no primeiro andar, e viu no relógio de cabeceira os ponteiros marcarem dez da manhã. Não notou quando pegou no sono, tendo como última memória a lembrança de sua mãe, não era muito de relembrar coisas do passado, mas aquela conversa em especifico com Carla se encaixava exatamente no agora. Até onde está disposto a ir por quem ama? Até onde valia a pena se entregar? E agora encarando os fatos de frente, Levi fez o que sua mãe uma vez lhe disse. Para o proteger o Ackerman fez algo que o destruiu por dentro, guardando esse segredo por anos, vivendo com a culpa o corroendo por dentro, e se mantendo forte por si. Levi fiz isso por amor, mesmo lhe custando algo, mesmo lhe machucando, ele fez. Para salvar seus amigos, e se não fosse por ele nenhum deles poderia estar vivo hoje. 

Hanji tinha razão. 

Christa tinha razão. 

E sua mãe também tinha razão.

Passou o dia todo com esse fio de pensamento, Connie iria embora a noite e por essa razão tiraram o dia para se despedir do amigo. Rosalina era uma mulher simpática e simples, contando que chegou um dia antes para fazer uma surpresa para o filho, o que resultou em algo bom. Ficaram a tarde contando as histórias do colégio para a mais velha, que soltava risadas com os jovens e via como o filho nunca esteve sozinho durante esses anos. Ao se aproximar da noite, ajudaram Connie a fazer as malas entre conversas e agradecimentos, e notavam como o mesmo já se encontrava um pouco melhor só com a presença da mãe. Se despediram do amigo depois de algumas horas, lhe desejando melhoras e Connie garantiu que ligaria todos os dias. Estavam felizes pelo mesmo estar com a mãe, nada poderia ser comparado com o carinho materno, o conforto que ela passava para Connie poderia o fazer se sentir pronto para começar a superar aos poucos. E quem sabe em um futuro não muito distante, se abrir para a vida e recomeçar.

Jean, Armin, Mikasa, Ymr e Christa foram se recolher nos quartos, deixando Eren na sala com Annie ao seu lado, as pernas da loiras estavam em cima do colo do moreno que não prestava atenção alguma ao filme que passava na tela. 

- Eren? Eren? - Annie se irritou jogando uma pipoca no maior que a fitou confuso - Você está dormindo com os olhos abertos, por acaso? 

- Desculpa. - Pediu suspirando.

- Você está muito distraído esses últimos dias, e você ainda não me contou o motivo da Hanji ter ido no café ontem. Tem a ver com sua briga com o general? - Quis saber.

- Podemos se dizer que sim. - Respondeu desanimado.

- O que ele fez dessa vez? - O tom acusatório da amiga fez o moreno levantar uma sobrancelha.

- Ele não fez nada Annie, creio que dessa vez a culpa recaia mais sobre mim do que nele. - Voltou a olhar para a televisão, se perguntando se o Ackerman estaria dormindo aquele horário, ou se estaria igual a si, se afogando na própria consciência.

- Então só fale com ele. Liga para ele. - Aconselhou.

- São três da manhã Annie? Ninguém além de nos está acordado. - Disse sentindo um soco leve da loira - Amanhã de manhã ligo pra ele...

"E vou vou contar pra ele meu lado da história também", acrescentou em pensamento.

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

"Eu só espero que ele possa me entender, que consiga ver a verdade por trás das minhas palavras...", pensava ao terminar de vestir sua jaqueta preta, fitando seu reflexo no grande espelho do quarto. Já havia escurecido, o relógio em seu pulso direito marcava oito da noite, indicando que deveria sair de casa logo.

Seu final de semana decorreu drasticamente, passou a maior parte do tempo em seu quarto, perdido em meio às suas inseguranças e receios. Pensou várias vezes se deveria ir atrás de Eren, mas se xingava ao ver que talvez complicaria mais as coisas. Talvez o moreno precisasse de um tempo para pensar sobre o que disse, afinal, jogou diversas informações sobre ele. Porém, o alívio que pensou que sentiria ao contar a verdade não veio, não teve um segundo de sossego nesses dois dias. Se questionando se deveria fazer as malas e ir embora de vez da vida do moreno, se deveria ir tentar conversar com o mesmo mais uma vez, ou se devesse dar um tempo a ele. 

A última opção ganhou, graças aos conselhos de Hanji que não lhe deixava decair no negativismo ou no desespero. A mulher disse mais de uma vez que o melhor seria dar espaço para o jovem, e deixá-lo decidir por si só o que fazer dali em diante. Todavia, não era fácil, tinha medo de Eren chegar em si e falar que não o queria mais por perto, que não o entendia e que preferisse que fosse embora. Caso isso acontecesse não saberia o que fazer, doía só de pensar em perdê-lo, de não poder mais tê-lo nos braços, tais idéias lhe tiravam a paz. Contudo, mas primeiras horas da manhã se arrumava para ir trabalhar a contra gosto. Resolveu ir por insistência de Hanji, que aconselhara a seguir com a rotina devidamente e não jogar tudo pelos ares como faria antigamente. Por essa razão que ao receber uma ligação antes de sair de casa lhe causou espanto, de início pensou que algo tivesse acontecido com o Eren ou com um dos seus amigos, mas após a surpresa inicial atendeu a chamada ouvindo do outro lado a voz que fazia seu coração acelerar.

Flash Back On 

- Levi? - Chamou novamente o professor ao ter o silêncio como resposta.

- Sim, estou aqui. Aconteceu alguma coisa? - Falou prontamente, ao temer que algo de ruim tivesse ocorrido - Você está bem? Armin e os outros estão bem?

- Estamos bem, não se preocupe. Estou ligando porque... - Por breves momentos nada fora ouvido do outro lado da linha, e já se prepara para chamar o mais novo quando voltou a ouvir a voz do moreno - Eu queria ter te ligado antes, mas não consegui. - Admitiu honesto - Enfim, esses dias me fizeram pensar e quero me encontrar com você para conversarmos de novo, com mais calma.

- Sim, claro. Você quer vir aqui ou...

- Eu sei que você tem que trabalhar daqui a alguns minutos, e eu também. Eu queria te pedir para que você fosse no evento da faculdade que hoje vai ter junto com a Hanji. A Annie já falou com ela presumo, mas gostaria que você fosse também, faram uma homenagem para a Sasha e eu quero apoiar a Mikasa, o Armin e a Christa hoje. De qualquer modo poderíamos conversar depois do evento ou durante, mas se não quiser...

- Não. Eu quero. - Cortou a fala do jovem, não querendo desperdiçar aquela oportunidade - Eu vou ao evento.

- Tudo bem, eu te encontro lá. A Hanji sabe o horário. - Explicou sumariamente - Então te vejo mais tarde.

- Eren! - Chamou o nome do jovem, pedindo para que o outro não tivesse desligado ainda.

- Sim? - O tom de receio se fez, e suspirou baixinho.

- Obrigado. - Agradeceu, e sabia que Eren entenderia o que aquele "obrigado" significava.

Se despediram rapidamente, encerrando a ligação agora tendo um pouco de alívio, mas com o medo ainda presente.

Flash Back Off

"E se ele quiser terminar tudo? E disser que tudo acabou entre nós? E se..." não se permitiu concluir a linha de pensamentos destrutíveis, se repreendendo mentalmente por estar sabotando a si próprio. Era verdade que temia que talvez a conversa com Eren poderia ser a última que teriam, mas precisa tentar novamente. Não fugiria mais disso. 

Ouviu batidas na porta, e ao fitar a entrada do quarto viu a mulher de óculos adentrar no cômodo com um sorriso ligeiro nos lábios. 

- Já são oito horas, o evento deve ter começado. - Falou sentando-se na cama, olhando para o Ackerman - Ainda quer ir? 

- Quero. Não posso mais adiar isso, tenho que conversar com ele. - Virou-se para a amiga que assentiu - Só tenho medo de o perder, de chegar lá e ouvir ele dizer não quer mais estar comigo, ou que prefere que eu vá embora.

- Eu não posso garantir que ele não diga uma dessas alternativas, mas posso garantir que ele te ama. 

- E por isso devo ser confiante? - Ironizou respirando o ar profundamente. 

- Não, mas sim esperançoso. Ele ama você, e tenho certeza que por essa razão ele tomara a decisão certa. - Hanji se levantou da cama, colocando a mão no ombro do menor - Nada vai guiá-lo melhor do que o amor que ele sente por você. 

- Só não quero perdê-lo...

- E não vai, você fez a coisa certa em contar a verdade. Por isso não se culpa mais, o que você fez com os pais do Jean o protegeu, e não só ele mais todos que ele ama. O Eren sabe disso Levi, só tem medo em reconhecer isso. Ele sabe que você faria tudo para salvá-lo, mas infelizmente nem sempre é fácil fazer isso.

- Espero que você tenha razão. - Suspirou sorrindo de canto para a mulher, que o apressou para irem para a faculdade. 

E mesmo com o medo do rumo da conversa que poderia seguir com Eren, entrou no carro desejando que aquele encontro que teriam, não fosse o último.

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤ 

O prédio da faculdade possuía grandes proporções, o campus da universidade era extenso e com vários outros prédios. A arquitetura era moderna, e conservada, trazendo uma boa estética ao lugar. O evento aconteceria no salão principal do campos, onde um palco ficava posicionado ao fundo onde dali a alguns minutos os estudantes fariam suas apresentações sobre sua profissão. Era um evento realizado todos os anos na faculdade, onde quatro alunos de cada curso eram escolhidos para darem jus à profissão que decidiram se formar, servindo como incentivo para o público de fora caso quisessem ingressar na universidade futuramente.

Esse ano Christa, Mikasa e Armin foram escolhidos para esse prestígio, a asiática pertencia a mesma sala que Armin e Connie que também foi convidado para apresentar aquele ano, contudo os acontecimentos recentes afastaram o amigo da universidade, impossibilitando que cumprisse tal obrigação. Já Christa fazia advocacia, e era a melhor aluna da sua classe, o que a fez ser escolhida entre vários outros estudantes.

Eren, Annie, Ymr e Jean estavam orgulhosos dos amigos que estavam no último ano dos cursos, tirando Christa que ainda tinha um ano seguinte inteiro pela frente. 

- Eren, você viu o Jean? - Armin correu até Eren que se encontrava encostado em uma parede lendo no celular a última mensagem de Hanji, que avisou que ela e Levi já haviam saído de casa e logo estariam na faculdade.

- Não. Porque? - Guardou o aparelho fitando o loiro que suspirou.

- Eu esqueci uma coisa da minha apresentação na minha sala, era para eu ter pegado mais cedo, mas o Jean veio aqui e a gente se distraiu um pouco com...

- Acho que já entendi. - Interrompeu o loiro ao passar cenas em sua cabeça dos amigos juntos, lhe causando arrepios.

- Enfim, minha apresentação é daqui a sete minutos e eu preciso ajudar os outros a ajeitar o palco ainda, estamos atrasados. Eramos para ter começado já. Primeiro vamos ter as apresentações, e por último a homenagem para a Sasha.  - Explicou sorrindo tristemente ao falar o nome da amiga - A minha apresentação vai ser a primeira, e eu tô sem tempo e...

- Não se preocupa. Eu pego pra você. - Acalmou o amigo que agradeceu a ajuda, explicando em que andar sua sala ficava e o que exatamente teria que pegar - Você esqueceu o Pen drive com o vídeo que vocês fizeram? Como esqueceu isso? - Perguntou inconformado. 

- Eren...

- Está bem, estou indo. Só acho que o Jean anda te distraindo demais. - Provocou recebendo um olhar homicida do menor - Se vir o Levi....

- Digo que você foi buscar algo pra mim, agora vai e não demora. - Apontou para o corredor, virando as costas seguindo para o palco. 

"Eu falei que esse namoro deles era algo ruim...Tsh...cadê o idiota do Jean? A Annie disse que iria esperar o namorado/ficante dela na porta e até agora não voltou...", pensava bufando subindo as escadas até o terceiro andar. O corredor não estava iluminado pelas luzes, causando uma sensação desconfortante no moreno que sentia estar sendo vigiado, o que o fez olhar várias vezes para trás, se certificando que estava sozinho. "Minha paranoia não tem limites, agora acho que alguém está me seguindo...", revirou os orbes verdes parando em frente à porta número vinte. 

Abriu a mesma, entrando na grande sala de aula. "Ele disse que a carteira dele é a da terceira fileira, primeira mesa...nerd...", foi direto para a correta, reconhecendo a mochila do loiro procurando nos bolsos, achando o Pen drive. "Até que não foi tão difícil, preciso ser rápido...", fechou a mochila voltando para a entrada, encostando a porta e assim que se virou para a frente levou um susto com a figura parada a poucos metros de si, deixando o Pen drive cair da sua mão.

- Meu Deus... - Exclamou assustado, colocando a mão no peito.

- Desculpe-me, não quis assustar. - A pessoa se aproximou com um sorriso envergonhado, levantando as mãos.

- Tudo bem, só me pegou desprevenido. - Seu coração batia freneticamente, abaixando para pegar o Pen drive, voltando a encarar o rapaz em questão.

Mesmo com o possível escuro, reparou em seus traços fortes, cabelos loiros curtos e olhos verdes que destacavam sua aparência. 

- Eu estava procurando uma amiga minha, ela veio por aqui, mas acabamos nos perdendo. - Explicou sumariamente, fazendo o moreno levantar uma sobrancelha.

"Mas aqui está escuro e não tem nada. Ele estuda aqui por acaso? Porque seus traços me são familiar...", pensava internamente

- Se qualquer forma me perdoe ter te assustado. - Voltou a pedir educado.

- Eu já disse que tudo bem. - Ressaltou sua resposta, não se sentindo bem sobre os olhos do outro. "Porque me sinto assim, parece que o já vi em algum lugar..." - Bom, eu preciso descer.

- Claro, eu vou junto já que é o mesmo caminho e possivelmente não vou encontrar minha amiga aqui. - O rapaz de estatura um pouco maior que a sua falou, e contra vontade concordou.

Caminharam ao lado um do outro em silêncio por breve segundos, e a cada passo que dava o moreno sentisse mal na presença do jovem. Uma sensação ruim aflorava em seu ser, e questionava se era coisa da sua cabeça ou se aquela pessoa ao seu lado não era alguém conhecido. Talvez o tinha visto de relance com alguns dos seus amigos, mas isso não justificava o mal estar que estava a sentir ao ter o outro próximo a si, e tudo agravou ao sentir os orbes verdes em sua direção.

- Você estuda aqui? - O jovem que até então não sabia o nome perguntou casualmente, fazendo o nervosismo crescer.

- Não. Eu vim acompanhar alguns amigos que estudam aqui. - Falou, não encarando o garoto em nenhum momento.

- Eu também, a garota que estou saindo me chamou. Desculpe minha intromissão, mas acho que já ouvi te vi em algum lugar. 

Sua fala fez Eren diminuir os passos, engolindo em seco.

- Eu trabalho aqui perto, deve ter ido ao café que trabalho. Ele é bem famoso por essa região. - Sorriu amarelo, querendo chegar logo ao primeiro andar.

- Deve ser...eu sinto muito pela sua amiga Sasha. - Eren olhou rapidamente surpreso para o maior - A garota que eu saio é amiga dela. - "Amiga dela? Será que ela era da sala da Sasha? " - Mas se me permite dizer, achei estranho todo aquele acidente que relataram na televisão. 

- Como assim? - Perguntou confuso, não se sentindo bem com o rumo repentino da conversa com o desconhecido.

- Disseram que foi um assalto, mas não roubaram nada no fim das contas. Não acha estranho? 

- Eu... - Desviou os orbes para o chão, sentindo-se sufocado - Eu não parei para pensar nisso ainda.

- Pois deveria, sabe é muito estranho. Justo no restaurante que vocês estavam, no andar em que vocês estavam...é muita coincidência. - O rapaz falava naturalmente, como se tal assunto não fosse prejudicial.

- S-Sim, mas era um restaurante muito famoso então é normal que tentem assaltar. - Argumentou desconfortável.

- Talvez, mas se quer saber a minha opinião... - O jovem parou de andar, mudando seu semblante drasticamente - Eu me arrependo de não ter colocado mais bombas, foi um desperdício de tempo e explosivos.

Ao ouvir as palavras do loiro, Eren parou abruptamente de andar, sua respiração ficou errática e suas mãos começaram a suar. "O que ele quer dizer com isso?", pensou virando-se para o outro, sentindo o ar diminuir ao ver que os orbes do mesmo agora estavam diferentes e sua fase era coberta de ironia e divertimento.

- O que...quer dizer com...

- Você continua o mesmo. - O garoto interrompeu Eren, que juntou as sobrancelhas, não compreendo o que o loiro dissera - O mesmo Eren Jaeger, traidor e fingindo inocência.

- Quem... - Eren apertou os punhos - Quem é você?

- Não se lembra de mim? Estou chateado. Como pode esquecer do seu amigo? - O maior deu um passo a frente fazendo o moreno recuar dois - A única pessoa que te ajudou a suportar aquela inferno quando você perdeu sua preciosa mamãe. Não se lembra? - Mais um passo - Quando nos conhecemos tivemos um papo fascinante sobre as famílias que perdemos por conta dos nossos pais imbecis. - Outro passo - Lembra? Você estava tão triste e frágil, dava até pena...

E subitamente, as lembranças vieram como socos em seu estômago. 

"Não chore. Suas lágrimas não vão mudar nada.

Quem...quem é você? Não me machuca...por favor..."

- Não... - Sua voz saiu quebrada.

"Não vou te machucar. Meu nome é Tyler e o seu? 

Sou Eren..."

- Não pode ser... - Distanciou dois passos.

"Eren! EREN! Temos que sair daqui! 

Se ergueu rapidamente encontrando os orbes verdes escuros, que o fitavam preocupados"

- Não é possível... - Olhou para o loiro que abriu um sorriso cruel - Você...você estava morto... - Seu corpo começou a tremer e sua voz saia trêmula.

Era um pesadelo. Tinha que ser.

- Para seu azar, ainda estou vivo. - O loiro tirou das costas uma faca, fitando o moreno como se fosse um predador que arregalou os olhos ao ver o objeto cortante - Mas não se preocupe, logo logo quem estará a sete palmos da terra...será você.


Notas Finais


E aí meus amores? Esse final foi bem avenida Brasil kkkkk Estão surpresos? Espero que sim kkkkk Calma que vou explicar a aparição do Tyler e o que realmente aconteceu no passado do Eren com ele. Relaxem kkkk Só digo que esses capítulos que vão seguir não vão ser fáceis prós nossos babys aí aí kkkk Comentem suas opiniões, pois amo ler cada comentário ❤

Vou agradecer os favoritos, visualizações, e comentários ❤ Muito obrigada pelo apoio que estão dando a história, fiquei muito feliz com os comentários do capítulo passado ^^ Valeu pelos elogios e por estarem aqui toda semana :3 Não se preocupem que o próximo não irá demorar, é que esse capitulo realmente deu um trabalhinho pra finalizar kkkk

Enfim obrigada a quem leu até aqui, vejo vocês nos comentários ❤ Beijos de unicórnio e até 😚😚


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...