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História “Mino” do meu Condomínio - Capítulo Seis: Feliz aniversário, Chifuyu!


Escrita por: iSano e bajisaaan

Notas do Autor


Leiam as notas finais! Boa leitura a todos. (Capítulo não corrigido.)

Capítulo 7 - Capítulo Seis: Feliz aniversário, Chifuyu!


[ 19 de dezembro, Visão do Baji ]



 Hoje é aniversário do Chifuyu. Eu descobri indo no Facebook da dinda da prima dele que postou uma foto com a tia da irmã dele que postou uma foto com ele em 2014 dando feliz aniversário. 



 E eu, como um ótimo amigo, obviamente já comecei a preparar minha surpresa. Acordei de madrugada para preparar um bolo com um tutorial do site "Tudo Gostoso". Perguntei para o Takemichi para ter certeza de que era hoje, mas ele também não sabia. Segundo ele, Matsuno esconde o dia de seu aniversário por não gostar de comemorar. 



 Pensando nisso, eu não convidei ninguém para minha surpresa. Vai ser só eu e ele. 



 Peke J, o gatinho que eu e Chifuyu cuidamos, entrou pela minha sacada e escalou minha bancada da cozinha que estava com um bolinho enfeitado com morangos pronto. Ele tava bem feio, não vou negar. Meu forte não é na cozinha.



  Fiz carinho no gatinho preto. Peke J ia na minha casa e na de Chifuyu antes mesmo de nos conhecermos. Ele entra pelas janelas dos nossos quartos e nós dois alimentamos e deixamos ele dormir no lado de dentro. Quando descobrimos que tínhamos esse ponto em comum, fizemos um calendário pra alimentar ele. Um dia Chifuyu e um dia eu. Nós tínhamos nomes diferentes para ele, mas entramos em um acordo e decidimos chamar ele de Peke J.



 —  Você acha que ele vai gostar? Pensei em entrar escondido e colar esse cartaz aqui. — Tiro meu avental rosa claro e abro o cartaz que tava em cima da mesa. Ele tava cheio de corações e estrelinhas desenhado ao redor, um "Feliz Aniversário Chifuyu" escrito com canetinhas coloridas e um desenho de nos dois como gatinhos. O grande problema era que eu comprei só uma cartolina, mas escrevi "aniservário" sem querer. Tive que riscar as letras e escrever da forma certa em cima. 



 O gatinho bocejou. Considerei isso como um sim e enrolei o cartaz novamente. O dia já tinha amanhecido e eram sete e meia da manhã. Fui para o quarto e me arrumei para começar minha missão. 



 Tava lindo, gostoso e cheiroso para fazer a surpresa pro loirinho. Quando caminhei pra cozinha, não pude deixar de soltar um gritinho fino quando olhei para a bancada e vi o bolo com marcas de patinhas de gato. Peke J se deliciava com um morango.



—  Keisuke! — minha mãe falou em tom de reprovação de dentro do seu quarto.



—  Desculpa, mãe. 



Peguei Peke J no colo e tirei o morango preso na boca dele. Será que aquilo era saudável pro gatinho? Coloquei o cartaz debaixo do braço e agarrei o bolo destroçado com a mão que sobrava. Nada iria me abalar.



Sai de meu apartamento e andei em direção ao de Chifuyu. Dei três toquinhos fracos na porta. Combinei com a mãe de Chifuyu pelo zap e ela concordou em abrir a porta para mim de manhã. Ela abriu a porta com um sorriso meigo.



—   Bom dia, senhora Chifuyu! 



—  Bom dia, Keisuke! Meu nome  não é Chif... deixa pra lá. Pode ir lá no quarto dele. Ele tá dormindo ainda.



—  Obrigado. Vou guardar um pedaço de bolo pra você.



 No quarto, Chifuyu estava no quinto sono. Ele parecia um bebê dormindo, muito fofo. Peguei uma fita adesiva da escrivaninha dele e colei o cartaz na parede em frente a cama. 



— Vai lá, Pepe! Faz seu trabalho — sussurrei e soltei o gatinho em cima de Chifuyu. Na mesma hora, o gato começou a lamber o rosto do loiro.



—  Calma Ross Lynch, tá cedo pra isso.  —  Murmurou e virou para o lado.



Olhei desacreditado. 



Como assim ele sonha com o Ross Lynch?! Ele ta me traindo?? Vou ter que ficar loiro agora.



Respirei fundo para não ter uma crise de ciúmes e eu mesmo acordar ele. Joguei Peke J em cima dele novamente.



Dessa vez Peke J subiu em cima de sua cabeça e ficou amassando o pãozinho em seus cabelos.



—   Ross, faz cafuné ai mesmo.



— Ah não, pra mim já deu. CHIFUYUUUU!!  —  Balancei o corpo dele.



Não demorou segundos e ele deu um pulo da cama, mas logo caiu duro nela novamente por causa da pressão.



—  Kei..suke?  O que é isso?  —  Olhou confuso para o cartaz, jurei ter visto ele ficar com as bochechas vermelhas.



— SURPRESAAAA!! Feliz aniversário, loirinho — Estendo o bolo para ele com o meu melhor sorriso no rosto.



—  Baji-san, caraca... Você… como você descobriu? Obrigada, você é literalmente a primeira pessoa a me dar parabéns.  —  Retribuiu com outro sorriso, colocando o bolo em seu colo.  —  Senta aqui do meu lado, vamos comer o bolo.



— Olha... eu não sou muito habilidoso na cozinha, sem contar que esse pestinha aí resolveu me sacanear, né Pepe? — Sento na cama e começo a brincar com o gato.



—  Tá tudo bem, o que importa é a sua intenção. E até que tá ótimo o bolo.  —  Disse comendo um pedaço.  —  Prova aqui, Keisuke!  —  Estendeu o pedaço que ele mordeu em direção a minha boca.



Pronto. To vivendo as fanfic de Jikook.



Meus olhos brilharam. Pude ver os fios loiros de Chifuyu voando com o vento e estrelas em nossa volta. Ai minha nossa senhora do Wattpad e Spirit Fanfics. É agora.





[ Visão do Chifuyu ]




 Baji abriu a boca, revelando seus dentes pontudinhos. Dou o bolo para ele, que sorri assim que termina de mastigar.



—  Nunca perguntei... qual é a dos dentes de vampiro? — falei comendo mais bolo.



—  Ah... minhas presas? São meu charme. Nasci com elas, acredita?! — ele exige os dentes em um sorriso e passa a língua por eles igual aqueles webdom do Tiktok seduzindo.



—  Achei que você ia no dentista pra poder fazer elas. Espera, SUA MÃE FEZ SEXO COM UM VAMPIRO?



—  O QUE!? TA DOIDO.  —  Levei um tapa na cabeça e quase derrubei o bolo. —  Eita, foi no impulso.



—  Esquisito. Você pode levar o bolo pra cozinha? Vou tomar um banho e trocar de roupa, me espera aqui no quarto mesmo.  —  Perguntei já dando o bolo para Baji, o qual só resmungou um “sim” e foi em direção a cozinha. Aproveitei a saida dele e fui para meu banho.



 Se há um ano atrás alguém me parasse na rua e me dissesse que eu estaria comemorando meu aniversário com um cabeludinho engraçado, e que ele foi a primeira pessoa a me dar parabéns antes mesmo do Takemichi, eu iria rir muito, ia me espocar de rir na rua. Mas bem, eu estou aqui, bem de baixo do meu chuveiro lavando meus lindos fios de ouro sedosos, para comemorar meu aniversário enquanto alguém me espera no meu quarto.


  Não to achando ruim, mas é uma coisa nova para mim.


 Normalmente Takemichi me dava parabéns por mensagem (quando ele não esquecia do meu aniversário) e trazia seus jogos aqui em casa para a gente jogar no Xbox. A gente passava o dia inteiro juntos. E o resto da semana também, mas não entrarei em detalhes.


 Mas espera, como que..o Keisuke descobriu meu aniversário?



 Desliguei o chuveiro e segui em direção ao meu quarto.



 —   Eu juro que se você der uma espiada pra trás enquanto eu estiver me trocando, eu te jogo dessa janela mesmo.  —  Falei com uma voz sinistra após sair do banheiro.



 Na verdade eu só não queria que ele me visse agora, eu tava parecendo a dona Florinda com essa toalha da moranguinho na cabeça, e uma da branca de neve pendurada na minha cintura.


O moreno ficou imóvel, acho que eu até vi uns respingos de suor cair no tapete. 



—  Posso me virar já?



—  NÃO! Digo, não. Nem achei minhas roupas ainda.



—  Coloca aquela que você usou quando foi passear no zoológico lá em 2019 perto do nat-  —  O tom de voz foi diminuindo cada vez mais que ele percebia a burrada que fez.  —  Coloca qualquer roupa ai.



—  Hm, tá.  —  As vezes a melhor opção é fingir que nunca escutou sabe? 



No final eu acabei colocando uma blusa preta e bermuda preta também. Coloquei uma meia e uma rasteirinha, tava calor até, mas por sorte aqui em casa tem ar condicionado.



—  Pode virar, você quer ir em algum lugar ou ficar aqui em casa?



—  Aonde você quiser ir pra mim vai estar bom.



—  Certo, vamos comer primeiro e depois ir andar por ai, esse horário minha mãe já deve estar colocando o café da manhã na mesa. Falando nisso, como a Senhora Baji tá?



 —  Humm, ela tá bem até. Arrumou o costume de fazer caminhada e praticar algum esporte, agora ela vive com aquelas roupas de esporte em casa. Os meninos não podem ir lá, se não vão ficar querendo comer a minha mãe!  —  Choramingou



 —  Complicado, ainda bem que eu nunca precisei passar por isso.  —  Fiz uma cara de alívio para ele, e o puxei para ficar de costas na minha frente. — Vamos, não posso só sobreviver de bolo.



  Conduzi ele para a cozinha, minha mãe estava de frente para a pia terminando de fazer um misto quente.

 

—   Bom dia mãe, não tem problema de eu sair hoje, né?



—   Bom dia novamente Senhora Chifuyu.


—   Bom dia filho, Bom dia Keisuke. Claro que não tem, você tava precisando sair mesmo, tava mofando já no seu quarto. Não sei como Keisuke não morreu intoxicado com o fedor de lá.  —  Se sentou em uma das cadeiras, colocando o último misto quente no prato que estava centralizado.



—  Mãe, eu limpei meu quarto semana passada.



—  Keisuke, pode tirar os algodões do nariz, querido. Sabe, eu já tentei fazer de tudo para essa criatura ser organizada, mas parece que é de genética mesmo.



—   Que isso tia, lá tava cheiroso, tava com cheirinho de Chifuyu.



—   Então devia ta cheirando a carniça, ô senhor, salve essa pobre alma e a liberte.


  —   Gente, eu to aqui ainda. Eu limpei meu quarto recente. Enfim, Keisuke você conseguiu estudar para as provas? 



 —   É..não. Quer dizer, um pouco porém não é a mesma coisa estudar com ajuda.



—   Quando você tiver um tempo livre, eu te ajudo a estudar então. Mas vai ser pra valer mesmo, sem distrações nem nada. Entendido?



O moreno acenou com a cabeça, comendo um misto quente. O café da manhã foi muito tranquilo (e um pouco agitado), minha mãe ama receber visita de amigos meus então ela sempre fica empolgada e acaba fazendo parte das conversas, lembro que quando o Takemichi vinha com frequência aqui em casa ela ficava muito alegre, era nós tres o dia inteiro. Ela trata Takemichi como um filho, e é até bom porque os pais dele não são muito presentes, ela que fez o papel de Pai e Mãe puxando as orelhas dele quando precisava.



Enfim, agora estamos ajudando ela a lavar louça.



 —  Keisuke, já sabe o que quer fazer da vida?



—  Bom, quando pequeno eu queria seguir no caminho da delinquência, mas conforme eu fui crescendo eu ganhei um carinho enorme por animais, eu sempre dou comida e carinho para os gatos de rua que vão na varanda do meu quarto. Provavelmente se eu tiver uma oportunidade, eu quero abrir um PetShop no centro da cidade, talvez eu já tenha dois empregados lá, o Kazutora e o Ryusei.



—  Animais tendem a gostar de pessoas com alma pura, isso é lindo Keisuke, você vai ter muito sucesso nessa área.



—  Uhum, se eu pudesse cuidar de todos os animaizinhos de rua, eu cuidaria. Prontinho, os pratos estão todos secos.



—  Claro, claro. Meninos se vocês quiserem já podem saírem, não precisam me ajudar o dia inteiro. Aproveitem viu.  —  Deu uma piscadela, guardando os pratos.



Não consegui nem dar uma resposta, Keisuke gritou um “Valeu tia” e me puxou para fora do apartamento. 



—  Sem shopping dessa vez, capaz da gente trombar novamente com o cabelo de gambá e seu súdito fiel. Que tal um parque?



  —   Que romântico, ficar andando em círculos em um mato enquanto 50 tipos de mosquitos chupam seu sangue, curti a ideia viu.  —  Dei um joinha. 



—  Qual é, tem muitos lugares pra ir só que…



—   Não tem problema, eu tava brincando na parte do parque, mas a gente pode dar uma volta de moto pela cidade. MAS..somente se eu dirigir.



  — Claro, vamos sobe ai na moto que..Espera, e você sabe dirigir moto é? Dessa vez capaz de você atropelar uma velha.



—  Tive minhas épocas, só não tenho uma moto porque eu iria preocupar muito a minha mãe. 



Peguei a chave dos bolsos do moreno e sai correndo sem nem esperar alguma resposta vindo da parte dele.



Só escutei ele murmurando alto e uns passos atrás de mim. 



—   Sobe na moto que hoje o pai ta on.  —  Gritei, girando a chave na moto e já montando nela.



Só pra provocar, cada vez que ele se aproximava da moto para subir na mesma, eu acelerava um pouco pra frente. Fiz isso até ele acertar uma pedra na minha cabeça, enfim, acontece.



—  Aí carai, ta louco ô cabeludo? Querendo me matar no meu próprio aniversário, onde já se viu, esse mundo está perdido mesmo.



—  Bora, bora que hoje eu to afim de aparecer no Datena.  —  Falou se segurando no apoio da moto. 


Era até engraçado, um cara que corre que nem um louco na pista, se segurando que nem um varapau no apoio. E olha que a moto tava ainda parada.


—       Não confia no meu taco? B-A-J-I-S-A-N?  


 —   Confiar é uma palavra muito forte, ok? Eu posso acreditar que você é capaz de pilotar a Beyoncé sem sofrer um acidente ou algo do tipo. 



—   Hum, pode ficar tranquilo, eu vou demorar pra sair daqui.



—  Ótimo. Assim dá tempo de eu me preparar mental-



Mentira. Eu arranquei a moto do meio-fio com tudo, acho que se ele não tivesse montado nas minhas costas provavelmente cairia para trás.



—  EEEEE VOCÊ ME PROMETEEU.  —  Gritou nos meus ouvidos, quase puxando meus cabelos.



—  Só pra ver se você tá esperto. 



—  Você sabe as regras e leis do trânsito?



—  Não, você sabe?



—  Não.



Ah, que ótimo.



—  Eu só sei o básico, pelo menos a regra do semáforo e da contramão eu sei. Se tiver mais que isso eu realmente não lembro.  —  Falei concentrado, parando em um semáforo.



Baji só assentiu com a cabeça, não falamos mais nada desde então. Não tínhamos um lugar fixo onde a gente iria ir, então eu acabei só indo com a moto por vários lugares e paisagens, até achar algum lugar bom, e foi o que aconteceu.



Estacionei a moto em um lugar perto da onde era nosso destino final. 



—   Não lembrava desse lugar, você vem sempre aqui?  —  Desceu da moto, arrumando seus fios que bagunçaram com o vento.



—  Takemichi me apresentou esse lugar, ele me disse que no segundo dia de amizade com o Mikey e o Draken, eles passaram o dia aqui.  —  Fui caminhando em direção a grama.



—  Bem que eu estava reconhecendo esse lugar, Shinichiro e o Mikey sempre estavam aqui direto. 



—  É tranquilo e adorável ficar aqui, sem falar que a vista é muito bonita.  —  Sentei na grama.  —  Quando eu e ele estávamos no nono ano, a gente chegava até a beirada do rio e ficava tacando pedras pra ver quantas quicadas dava.



—  Qual seu record?  —  Sentou do meu lado, encarando o rio.



—  Eu lembro de ter tacado uma pedra e ela ter quicado 12 vezes, mas provavelmente meu record é maior que isso.



—  Quer apostar então?  



—  Hã? Não preciso, eu sei que eu vou ganhar.  —  Mostrei a língua pra ele.



Em resposta, Baji levantou rapidamente e me jogou nos ombros dele, marchando em direção ao rio.



Parecia que ele nem fazia esforços para me carregar, era como se eu fosse um saco de batatas.



—  Oe, eu tenho pernas, sabia?  —  Protestei, mas só escutei uma risada como resposta.



—  Prontinho, estamos literalmente na barranca do rio. Agora ache as melhores pedras, e vamos apostar. 



Me colocou no chão com todo o cuidado do mundo e segurança.



—  Tem essas aqui do lado, nem preciso sair pra procurar.  —  Me abaixei, catando as pedrinhas. 



Metade eu coloquei nas mãos de Keisuke, o resto eu deixei do lado dos meus pés.



—  Qual vai ser sua aposta?  —  Encarei ele com uma feição curiosa.



—  Huhumm..Se eu ganhar, eu quero..Eu quero te levar mais tarde para um encontro.  



—  Certo, se eu ganhar eu quero que você corte seu cabelo no estilo sidecut.  —  Estendi minha mão para ele.



Acho que eu vi a alma dele sair do corpo, com receio ele apertou minha mão.



—  Você que vai cortar? caso você ganhe né. 



  —  Não, você que vai cortar sozinho. Eu só irei te auxiliar.  —  Dei um sorriso maléfico para o moreno.



  —  Você tá maldoso, Chifuyuuu!  —  Protestou emburrado. 



Peguei uma pedrinha e já me posicionei, faz anos que eu não brincava disso. 



Respirei fundo e mirei em algum lugar da água, usei toda a minha força e arremessei. 



 —  Droga, só seis quicadas.  —  Reclamei, virando o rosto em direção da ponte.



 —  Minha vez.  —  Falou com seu típico sorriso que mostra suas presinhas. 



Baji não sabia direito como que funcionava a brincadeira, ficou uns dois minutos tentando achar um jeito certo de fazer quicar mais vezes.



  —  Você tem que arremessar com força, e de um jeito que elas rodem no ar. Essa pedra aqui é boa, use ela.  —  Peguei a pedra que estava na mão dele e substitui pela qual eu achei no chão. 



O moreno assentiu com a cabeça e se preparou para arremessar a pedra.




 — WHOOOOAAA, CHIFUYUUU VOCÊ VIU? FOI QUINZE QUICADAS!!  —  Pulou em mim, me abraçando.




—  Eu vi, você pega jeito pelas coisas rapidamente.  —  Dei um sorriso, retribuindo o abraço.  —  Continue assim e talvez você ganhe, temos mais quatro partidas pela frente.



—  Ah é..  —  Se separou do abraço.



E assim foi nossa manhã e até um pouco da parte da tarde, eu não iria dar meu braço a torcer para o Baji ganhar. Seria uma competição justa, tanto ele quanto eu estávamos nos esforçando para ganhar a aposta.



Da segunda até a quarta partida, nós ficamos empatados. Era engraçado ver ele se desesperar por empatar comigo, ele começava a se movimentar pra disfarçar o nervosismo. 



—  Que vença o melhor.  —  Fiz um joinha com a mão.



Catei a pedra mais achatada que havia ali nas redondezas, me posicinei bem perto do rio, e com todas as minhas forças eu ataquei.



—  Dez..doze..quinze..dezessete..VINTE? MEU DEUS VINTE QUICADAS?  —  Baji começou a contar num tom suave, a cada quicada da pedra ele aumentava seu tom de voz.  —  Nossa, me fudi demais.



  —  Eu falei que era bom, mas eu confio em você.  —  Fiquei do lado dele.



Ele respirou fundo e pegou uma pedra, ele colocava toda sua força na pedrinha, parecia que ele (literalmente) dependia daquilo pra definir o resto de sua vida. Juro que eu escutei ele rezar uns 5 pai nossos, 3 aves marias e é, ele tacou.




E MEU DEUS.



Minha nossa senhora.




 —  TOMAAAAAAA, VINTE E UMA QUICADASSS, EU GANHEEEEII, OBRIGADA DEUS OBRIGADA. OBRIGADA UNIVERSO POR QUERER QUE ISSO ACONTEÇA.  —  Começou a comemorar gritando.



Ele fez umas dancinhas muito estranho, acho que ele esqueceu que eu ainda estou aqui. 



–  Então…final de tarde você me busca? 



—  Ah... —  Limpou a garganta. —  Pode ser, graças a Deus eu não vou ter que cortar meu cabelinho.  —  Suspirou aliviado.



—  De qualquer jeito você ficaria bonito, pra falar a real, eu nem queria ganhar essa aposta, joguei pra me divertir.  —  Sorri pra ele.  —  Foi encantador ver você se esforçar de verdade para algo.




—  É que…



—  Na proxima vez você não precisa apostar pra sair comigo, pode ter certeza que eu não irei recusar.












[ Visão do Baji ]



Liguei para Takemichi assim que cheguei em casa para me arrumar. Óbvio que eu precisava fazer uma call com um best pra ver se o look pro encontro romântico estaria aprovado. Kazutora foi minha primeira opção, mas ele estava ocupado. Arranjou um trabalho e agora mal tem tempo pra mim, hmpf.



— Muito arrumadinho. Tá parecendo o Jorge de Carrossel. — Meu amigo disse enquanto retocava seu cabelo loiro falsificado no outro lado da ligação de vídeo.



— TAKEMICHI! Acabou minhas roupas e você não gostou de nada!!



— Isso indica que o problema está em você e seu gosto terrível, não em mim. Sem contar que 15 opções de roupa foram com 15 camisas do Flamengo diferentes.



— Ok, ok. Onde vocês vão?



— Nós vamos dar um rolê na Carreta Furacão. 



O loiro começou a gargalhar.



— Esse é seu encontro romântico? Ele sequer sabe que isso é um encontro?



— Sim... um encontro entre amigos. Mas vou mudar isso. Acho que vou tentar beijar ele.



— Isso aí, miga. Você consegue. Acho que o terceiro look é bom pra essa ocasião.



O terceiro look era uma camisa branca larga, uma jaqueta e uma calça, ambas jeans claro. Até prendi meu cabelo em um coque com uns fios soltos. Normalmente eu só deixo ele natural, mas a ocasião era especial. Era hoje. Ia conquistar o coração desse novinho.







[ . . . ]









Busquei Chifuyu na casa dele e fomos para o ponto de partida da carreta com minha moto. Chegando lá, os bonecos ainda não tinham aparecido, só estavam pessoas entregando os ingresssos e entrando na carreta. 



— A fila é ali. Vamos, Baji-san. — Chifuyu pegou minha mão e entramos na fila. 




Ai. Meu. Deus.




Ele ainda estava segurando! Eu devia soltar? Deveria apertar? OMG. O que eu faço?



— BAAAAAJIIIIIII 



O grito em nossos ouvidos foi tão alto que automaticamente soltamos as mãos. Eu reconhecia aquela voz. Takemichi.



Me virei pensando que veria apenas aquele loiro safado no qual revelei o local onde estaria, mas foi mil vezes pior. Ou melhor, quatro vezes.



Takemichi, Hina, Emma, Draken e Mikey estavam parados atrás de nós na fila.



— ...Gente... uau, que surpresa. — forço um sorriso e encaro fixamente Takemichi com um olhar de "te mato antes de 00h"



— Olha... Eu só chamei a Hina. Sabe? 4 é par? — Takemichi tentou e justificar baixinho.



— Eu obviamente chamei a Emma, né? Não dá pra sair com um monte de macho burrinho sem uma companhia boa. — Hina sorriu. Fã ou hater?



— E eu chamei o Drakenzinho, né! Meu tchutchuco não pode ficar de fora. — Emma abraçou Draken de lado.



— E eu não podia deixar o meu tchutchuco de fora — Draken aponta pro Mikey, que acena.



— Hahaha. Como adoro vocês! 



Me virei para Chifuyu de novo. Que estava acenando para todos com uma cara de preocupado.



— Juro que nenhum deles sabem que é seu aniversário. — disse para o loiro, que fez uma cara de pensativo.



— Tudo bem, Keisuke. Não tem problema, quanto mais gente melhor, né?



A resposta era não. Queria que fosse só a gente. Nós dois e mais umas 30 pessoas e 6 bonecos cabeçudos que dançam.



Mas tudo bem. Engoli seco e tomei coragem para o que viria quando entrasse naquela carreta com aqueles idiotas. Pelo menos Kazutora não estava ali.



— BICHA, o que cê tá fazendo aqui? — Kazutora brota do chão ao meu lado, me arrancando um grito fino. 



— EU QUE O DIGA!! Quem desses idiotas te convidou??? O Mikey? Esse ciclo nunca vai acabar? — comecei a gritar e me descabelar, Kazutora fez uma cara de duvida e apontou para sua roupa.



Ele vestia uma roupa de homem aranha e segurava a máscara em suas mãos.



— Ah não, Kazutora. Esse é o job que você arranjou? — Takemichi fala com tristeza na voz. O cabeça de banana assente e é aí que a ficha de todos na roda caí. 



Começamos a rir freneticamente de Kazutora, que repetia a frase "Muito engraçado, haha, vocês também gostariam de ser o homem aranha no off que eu sei"



Entrando na carreta, todos sentaram em duplas. Takemichi ficou no colo da Hina pra que Emma sentasse com eles e Draken e Mikey ficassem juntos no banco de trás. Fiz questão de pegar um assento longe desses podres para mim e Matsuno. 



— Ufa. Enfim a sós. — disse sorrindo para ele, que retribui com um sorrisinho fraco.



— É. Esse Kazutora viu...



— Nem me diga... — um silêncio constrangedor se instaurou no local. Senti que era a hora de por os 5 passos para o primeiro beijo que vi no WikiHow.



Precisava segurar a mão dele romanticamente e me aproximar.



Não seria difícil, né? Já tinhamos dado as mãos antes.



Respira fundo. Essa é tua Baji Keisuke.



Quando minha mão estava há poucos centímetros de distância, ouço outro grito.



— KEISUKEEEEEE



— Ah vai a merda! O que foi? — virei para a direção do grito e vejo Kazutora com a roupa completa de homem aranha e uma outra fantasia nos braços. Parecia o Pateta.



— Amigão do peito. Irmão de outro ventre. Companheiro pra todas as horas.



— O que você quer, sua pulga?



— O cara que faz o Pateta não pode vir hoje e precisamos de 6 pessoas. O chefe já tá brabo com a gente e pode descontar do salário de todo mundo.



— Não. — respondi seco.



— BAAAJI!!! Nem fiz o convite ainda! Por que não? O papel combina tanto com você.



— Kazutora, não vou ser o Pateta. Não vou me submeter a esta humilhação. — Principalmente na frente do amor da minha vida, completei mentalmente.



— Amigo, por favor. Eu fico te devendo essa. Pode me pedir qualquer coisa.



Ter o Kazutora na palma da sua mão era tentador.



— Já disse que não.



— Vaiiii!



— Não.



— Vamos, Kei!



— Não vou e ponto final.






[ . . . ] 





— Por que essa fantasia coça tanto? — Ajeitei a cabeça enorme de Pateta.



Eu fui.



— Pois é, pelo menos você não usa uma roupinha apertadinha. — Kazutora falou enquanto se alongava.



Estávamos dentro de um camarim apertado. Eu e mais 5 caras fantasiados. Todos alongavam e ajeitavam suas fantasias.



— O que eu faço quando sair lá fora?



— Meu mano, só sente a música e dance — O Bananinha diz



Aonde eu me meti. É o fim do meu encontro e da minha dignidade 



Não que eu ainda tenha muita, mas poxa.



— Vamo lá, pessoal. Vocês entram em... — um cara todo de preto que parecia um staff ou algo assim fala — ...3... 2... 1!!



Todos começaram a sair e a dançar enquanto uma música alta tocava. Segui o baile e comecei a lançar o passinho do romano ao som de "Judas". O fofão estava dando piruetas. Todos vibravam e tiravam fotos. 



A carreta começou a andar, alguns dos meus companheiros se penduraram na carreta, enquanto e e outros corríamos junto com ela animando o público. 



Não dava pra enxergar nada naquela fantasia, só via as luzes na carreta e as seguia.



O som era abafado, mas mesmo assim, uns minutos depois escutei um baque e uma comoção do público. Todos pareciam em choque.



Ajeitei a cabeça de Pateta pra enxergar melhor e vi um corpinho magrelo largado no chão mais a frente da carreta. Alguém tinha sido atropelado, mas por sorte a carreta era tão devagar que o baque só foi suficiente pra alavancar ele para frente.



Me aproximei de Kazutora e o Fofão, que cochichavam entre si.



— É um caminhão gigantesco, com música alta, cheio de luz piscando e com um bando de boneco ambulante dançando. Como ele foi atropelado? — Kazutora disse para o amigo.



— Só sei que isso aqui vai parar no Twitter — O Fofão aponta pras fotos que havia tirado do menino estatalado.



— Que isso, gente! Ninguém vai ajudar ele?



Todos me olharam com cara de tédio. Pude até ver meus amigos observando a gente e o acidente lá de cima da carreta.



— Ai minha santa mamãe. Sobrou pra mim. — falo e sigo em direção ao corpo.



Era um loiro que não parecia ser falso igual dos meus amigos. Ele usava um roupinha estranha de príncipe. Parecia de outro universo.



— Meu deus! Você tá bem? Vou ligar pra alguém te ajudar. — Peguei o celular do menino que estava do lado de uma sacola com um Coca-Cola. 



Deslizo nos contatos e sorteio um tal de "Branquelo Cara de Cu (Killua)". Pareciam ter intimidade. Liguei e coloquei em viva-voz.



— Alô? Você é o tal do "branquelo cara de cu"? Seu amigo loirinho acabou de ser atropelado pela Carreta Furacão e precisa de ajuda!



— O Kurapika, esse viado? Bem feito pra ele. Tô jogando Genshin, ele que lute. Pede autógrafo pro homem aranha pra mim. — O menino que atendeu desliga na minha cara. Abusado. Aparentemente não é só a cara dele que é um cu, mas a empatia também. E outra, Kurapika? Que nome é esse, gente. Esse aí deve sofrer bullying.




— Ah, vagabundo! Liga pra um que tá escrito "psicopata corcunda" que ele vem. — escuto o loiro atropelado murmurar do chão. 




Procuro o contato e ligo. Mal dá um toque e ele já atende.




— Alô? Aqui é o Pateta da Carreta Furacão. O seu amigo loirinho foi atrop...




— CALMA MEU AMOR, TO INDO MEU AMOR, VOU CUIDAR DO MEU AMOR




— Mas eu nem disse ond-




— Che... uff... guei... — Um homem alto pra caralho com cabelo marrom espetado e um óculos redondo brotou de repente ao nosso lado. Caralho, que brisa é essa. 




Quando eu penso que o dia não pode ficar mais estranho, ele só vai piorando. Eu só queria dar uma bitoquinha no Chifuyu. 




Acudimos o loiro e finalmente terminamos a volta na cidade com a carreta. No fim, tirei a fantasia no camarim minúsculo e todo o meu look estava arruinado. Havia soado horrores dentro daquele Pateta. Meu cabelo tava só o sebo. 




Kazutora realmente estava me devendo uma. Quando eu e Kazutora saímos do camarim, nossos amigos estavam nos esperando na porta. Fizeram uma chuva de aplausos e assobios para a gente. 




— Que show lendário. Nunca vou me esquecer desse dia — Takemichi fala




— Nem me diga — Mikey completa sorrindo. — O loiro atropelado foi o clímax! 




— Fala isso pra minha perna quebrada — O tal do Kurapika responde. Levei até um susto ao ouvir sua voz. Não tinha percebido, mas ele e o altão estavam ali do lado também. Chamamos uma ambulância para Kurapika, e ele estava recebendo os tratamentos necessários. Perto deles estava Chifuyu. 




— Tá melhor aí, Kurapika? — digo me aproximando.




— Eu te conheço? — o príncipe falso pergunta com uma cara de dúvida.



— Ah... Sou o Pateta. Mas me chama de Baji, por favor. Quero enterrar todas as memórias de Pateta.



— Aahhh!! Obrigada pela ajuda. — Kurapika sorri simpático para mim, mas logo sua visão é tampada por um terno. Não só um terno, era o homem alto entrando no meu campo de visão.



— Cof cof! E eu sou o Leorio. Namorado do Kurapika.



— Não é não. — Kurapika fala entediado.



— Futuro namorado do Kurapika. Por que você tá se engraçando pra minha loira? 



— Mané se engraçando. Já tenho minha loira. — Aponto para Chifuyu. O meu loiro e Kurapika se entreolharam e começaram a nos olhar com uma cara de cu.



— Pois a minha loira é bem melhor que a sua.



— Pode sonhar. Meu Chifuyu é bem melhor, ok?



— Ah é? Então vamos fazer uma batalha de loiras!




— Eles lutam até a morte? — pergunto 



— NÃO! — Chifuyu e Kurapika falam juntos em um tom de raiva.



— Ok, já sei. — Leorio se aproxima e sussurra no meu ouvido — Vamos pedir eles em namoro, o que receber um sim, ganha a aposta. 



— Fechado! — aperto sua mão e nos viramos para os loiros.



Limpo a garganta e respiro fundo. Chifuyu nunca falaria sim, mas meu ego foi mexido, então aceitei a aposta. 



— Chifuyu... — seguro a mão do garoto, que levanta uma sobrancelha em dúvida.



Leorio segue meus passos e segura a mão de Kurapika.



— Quer namorar comigo? — Eu e Leorio falamos ao mesmo tempo.



Kurapika e Chifuyu caem na gargalhada juntos. Ficam rindo durante uns 5 minutos sem parar enquanto conversam entre eles sobre o quanto somos idiotas. 



— Tá. Trégua? — Me viro para Leorio e estendo minha mão.



— Trégua. — Ele aperta e sorrimos.




[ . . . ]




Estávamos apenas eu e Chifuyu andando do estacionamento do nosso condomínio, onde deixei minha moto, até o nosso prédio. Deixaria Chifuyu na porta de sua casa e depois iria pra minha. 



—  Desculpa se seu aniversário não saiu muito como o planejado... Realmente queria que você tivesse um bom dia. — digo baixo enquanto andamos



— Cê tá me zoando? Foi o dia mais engraçado dos últimos tempos. Te ver dançar de Pateta foi incrível. Sem contar aquela hora do pedido de namoro. Eu e Kurapika tínhamos apostado um pouco antes de você sair do camarim que vocês dois fariam algo ridículo assim. E nós estávamos certos!! — Chifuyu diz sorrindo. Não consigo evitar de sorrir também. A alegria dele é contagiante. 



— Sério? Você gostou mesmo? Bom, o pedido foi uma forma de provar que aceito desafios, ok? Sei que você NUNCA namoraria comigo. — Chegamos na porta da sua casa quando disse isso. Chifuyu pega sua chave e começa a destrancar.



— Sabe... Foi legal como você ajudou o Kurapika quando ninguém nem cogitou a ideia. — Ele se vira para mim — Você é uma ótima pessoa, Baji-san. 




E então ele chega perto do meu rosto, coloca as mãos no meu ombro e me dá um beijo na bochecha.




Mal consegui digerir o que tinha acabado de acontecer e Chifuyu já havia se virado novamente, abrido sua porta e entrado. Ainda de costas, ele limpa a garganta.




— E nunca diga nunca. 




E a porta se fecha.









Notas Finais


o comeback das lendas vindo, a gente ta fazendo speedrun pra postar os capítulos antes desse ano acabar. E eu não lembro se foi avisado no capítulo, mas a gente resolveu fazer um Crossover com uma outra fanfic que a gente escreve (De HunterxHunter), que sinceramente, até hoje a gente fica rindo. Se puderem dar uma lidinha pra entender, é a Família da pesada (o capitulo que é a carreta furacão)

Vamos tentar postar mais 2 capítulos esse ano, ou talvez mais 1, enfim. Obrigado por lerem até aqui <3


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