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História Miraculous season 2- Amor à prova - Amor à prova - parte 1


Escrita por: CrisAgreste

Notas do Autor


Boa tarde pessoas lindas! Então, me perdoem por demorar de novo afff. Tive alguns contratempos no mundo real e daí não pude me dedicar a fic... Mas estou retornando e esse capítulo precisei dividir porque é muita coisa para acontecer. Pelo título vcs sabem né? É um momento marcante na Fanfic. Prometo que não vou demorar para postar a continuação. Não me matem e não desistam de mim por favor! Beijocas e boa leitura

Capítulo 11 - Amor à prova - parte 1


Fanfic / Fanfiction Miraculous season 2- Amor à prova - Amor à prova - parte 1

Marinette subiu a bordo do barco/casa de sua amiga Juleika Couffaine, pontualmente às dezesseis horas. Ali aconteceria o primeiro encontro da banda que haviam formado exclusivamente para se apresentar no baile de encerramento do colégio. Alguns de seus amigos já estavam reunidos de forma descontraída, conversando sobre amenidades enquanto tomavam refrigerante em copos de plástico. Outros mais impacientes já estavam debruçados sobre instrumentos, caixas de som e cabos de energia. Aquela era uma enorme embarcação, moderna e muito bem equipada. A bagunça costumeira predominava no ambiente, mas Marinette já havia aprendido a ignorá-la depois de ter conhecido a excêntrica Senhora Couffaine.

Alya foi a primeira a notar sua presença e chamou

- Ei amiga!

Marinette caminhou pelo convés e se aproximou de onde a ruiva estava sentada com Rose e Milene.

- Oi meninas, tudo bem? Todos já chegaram?

Rose ajeitou o charmoso chapéu branco e rosa, levantando os imensos olhos azuis para Marinette.

- Já sim. Só estava faltando você e o Adrien. Cadê ele?

A desculpa já estava preparada, porém o bolo que Marinette tinha na garganta dificultou a fluidez das palavras

- Pois é... er... como de costume o pai dele o impediu de vir – aquilo não devia ser tão difícil de dizer, uma vez que não era totalmente mentira, mas o bolo estava difícil de engolir – ele teve um compromisso de última hora.

- Ah, mas que pena... – Rose lamentou

- O Adrien trabalha demais – Milene apontou

- Tudo bem. Essa é a primeira reunião e eu vou repassar a ele tudo que decidirmos aqui. Nas próximas ele vai se esforçar para estar conosco.

Alya, que permanecera em silêncio, olhou para a amiga com os olhos astutos de raposa, enquanto fingia ajeitar os óculos sobre o nariz. Obviamente ela não havia engolido nenhuma daquelas palavras, mas deixou passar. Haveria o tempo e o lugar certos para explicações mais tarde. Juleika subiu para o convés juntando-se a elas.

- Oi Marinette, que bom que chegou. E o Adrien?

- Teve um compromisso Ju, de última hora.

- Puxa, mas que azar!

- Pois é, nas próximas ele virá, com certeza – Com um leve desconforto, que foi percebido apenas pelo olhar sagaz de Alya, Marinette rapidamente mudou de assunto - E sua mãe, como ela está?

- Está ótima. Ela saiu cedo para resolver algumas coisas e disse que podíamos ficar à vontade para fazermos nossa reunião barulhenta. Então, agora que você chegou só falta o Luka subir pra gente começar. – Ela revirou os olhos e suspirou impaciente - Eu vou chama-lo...

- Não precisa maninha, eu já estou aqui.

Ele subiu a pequena escada para o convés e parou bem atrás da irmã que estava de frente para Marinette. Juleika revirou os olhos mais uma vez, de um jeito que só irmãos mais novos poderiam fazer quando queriam implicar com os mais velhos. Ainda assim seu sorriso era terno quando virou-se para o irmão.

- Até que enfim Luka! Você fica trancado naquele seu quarto quase o dia todo, grudado nessa guitarra.

Marinette ainda não tivera a oportunidade de conhecer o irmão mais velho de Juleika. Ele havia se formado no ano anterior no colégio Françoise Dupont, portanto era um ano mais velho que todos eles. Não ficou surpresa com sua aparência incomum, meio gótico, meio punk. Combinava bem com o estilo da família Couffaine. Alto, magro, mas não franzino. A pele era clara e o rosto... deixou a garota sem fôlego por alguns segundos, estupefata com sua beleza extravagante. Os olhos azuis muito claros se destacavam na face de queixo afinado. Um rosto de anjo, pensou Marinette, emoldurado por cabelos escuros com mechas azuladas. A voz era profunda com um toque de veludo.

- É um privilégio poder se dedicar ao que gosta Ju. Portanto, não tenho do que reclamar.

Marinette sorriu concordando plenamente com ele. Ela também gostava de ficar horas em seu quarto em meio aos croquis. Subitamente ele se virou para Marinette e retribuiu o sorriso.  

- E você é...?

Com a surpresa ela corou e respondeu de forma hesitante

- Ma... ma.. Marinette DupainCheng. – Caramba! Aquele sorriso era de matar. Ela não gaguejava assim perto de um garoto desde Adrien Agreste.

- Muito prazer Mamamarinette! Eu sou o Luka, irmão da Juleika e seu mais novo guitarrista.

Ele lançou-lhe uma piscadela e ajeitou a guitarra nos ombros. Alya tossiu para disfarçar o riso ganhando um olhar de reprovação da amiga. Marinette se recuperou rapidamente da sua tola reação ao charme do garoto e estendeu a mão de maneira formal.

- O prazer é meu Luka.

Ele pareceu surpreso com sua súbita formalidade e sorriu mais uma vez de um modo condescendente, apertando sua mão.

- Acredite. O prazer é todo meu.

A tarde transcorreu agradável, apesar de Marinette não acreditar que aquilo fosse possível diante do seu estado de espírito. No entanto estar com os amigos havia lhe feito muito bem. As discussões e brincadeiras do grupo acabaram por distraí-la um pouco. Ao final da reunião eles já haviam combinado os dias de ensaio e escolhido parte do repertório. E obviamente haviam tocado algumas músicas. Marinette até se animou em fazer um dueto com Rose em uma das canções escolhidas que deixou a galera vibrando de entusiasmo. Luka também agradou o público com sua voz de veludo ao entoar outra canção mais potente, enquanto dedilhava magistralmente sua guitarra. Havia sido uma tarde produtiva e até divertida, porém Marinette não conseguia tirar Adrien dos pensamentos e vez ou outra seus olhos se desviavam para o teclado precipitadamente montado, no qual o namorado deveria estar tocando.
Sorriu imaginando que ele teria gostado da reunião e se divertido também. Com certeza teria se dado bem com Luka e os dois arrasariam tocando juntos. Lamentou que o namorado tivesse perdido aqueles momentos preciosos. Mas não tinha problema, decidiu, em breve ele estaria ali com eles. Assim ela esperava... Afinal, em algum momento as coisas voltariam ao normal, não voltariam?
Naquele exato momento, porém, enquanto mais lanches e refrigerantes eram servidos aos músicos esfomeados, Marinette se afastou. Recostando-se na balaustrada da popa do barco ancorado, os pensamentos distantes novamente. Esperaria só mais um tempinho ali e iria embora. Estava ansiosa para encontrar com Adrien e descobrir como havia sido a conversa dele com Gabriel, o que ele havia descoberto sobre os motivos para o designer ter se transformado no maior vilão de Paris... Sem contar que ainda precisavam dizer a verdade a Mestre Fu e aos seus amigos e companheiros de batalha. Marinette havia percebido perfeitamente que não enganara Alya com suas desculpas sobre o compromisso repentino de Adrien. A amiga ruiva era muito astuta e se não fosse pelo fato de que Nino a havia monopolizado ao final do ensaio, ela com certeza já estaria ali a seu lado tentando arrancar-lhe a verdade. E a verdade teria que vir à tona em breve. Então, ela tinha certeza, algumas coisas poderiam mudar. Isso a fez soltar um suspiro de pura resignação.

- Uma moeda pelos seus pensamentos.

A voz profunda de Luka Couffaine a arrancou dos devaneios. Ele era silencioso quando queria, pois ela sequer percebera sua aproximação. Virou-se para ele e sorriu sem humor. Percebeu que ele ainda aguardava sua resposta e falou sem muito entusiasmo

- Eu poderia dizer que eles não valem isso, mas estaria mentindo

Ele recostou-se na balaustrada a seu lado, mas de frente para o convés. A guitarra ainda estava em suas mãos

- Como eu imaginei. Seu rosto revela a intensidade dos seus pensamentos

Ela fez uma careta

- Acho que não me agrada ser assim tão óbvia

Ele riu

- Acredite, a transparência é uma qualidade.

Marinette não respondeu e ele dedilhou na guitarra. Notas graves e fortes compondo uma melodia triste que parecia fazer eco ao que se instalava no coração dela e transparecia em seu olhar.

- Você parece preocupada – ele comentou baixinho enquanto continuava a tocar

Marinette assentiu

- Estou com muita coisa na cabeça nesse momento

- Problemas?

- Alguns. -  Ela desviou o olhar do rio e o fitou - Mas quem não os tem não é?

Ele se perdeu por alguns segundos naquela imensidão azul que era os olhos dela.

- É verdade. Todos temos nossa cota de problemas e invariavelmente precisamos pensar a respeito a fim de encontrarmos a melhor solução. A boa notícia é que na vida tudo passa, inclusive as tempestades.

Marinette assentiu novamente, admirando a maturidade do novo amigo. Ele continuou tocando o instrumento, porém agora o som que produzia era suave e calmante. Os dois permaneceram algum tempo assim, em silêncio, apenas apreciando a canção. De repente Marinette percebeu que sentia-se melhor. Suspirou ao sentir uma ponta de esperança nascer no coração. Luka estava certo. Invariavelmente, em algum momento, as tempestades passavam.

- Como faz isso?

Ele pareceu confuso com a pergunta dela

- Como faço o que?

- Sua música... Ela... consegue tocar tão profundamente. É incrível!

Ele deu de ombros e sorriu um pouco embaraçado com aquele elogio

- Acho que me comunico melhor usando as melodias do que as palavras.

- Obrigada – Murmurou. De alguma forma não apenas as palavras, mas a música dele a haviam tranquilizado.

-  A seus serviços madame. -  Ele se curvou em agradecimento e ela riu, imediatamente lembrando-se do alter ego de seu namorado.

- Eu tenho que ir. Foi ótimo conhecer você Luka

- O mesmo digo eu Mari... – seus olhares se encontraram mais uma vez e Luka voltou a se sentir perdido naquelas profundezas. Ela lhe sorriu, acenou de longe para as amigas e rapidamente se foi. Ele ficou olhando ela ir, sem compreender porque sentiu aquele vazio dentro de si e ficou imaginando que problemas poderiam tomar a mente de uma jovem tão linda, doce e que parecia irradiar luz própria como Marinette Dupain Cheng.

 

***

 

- Onde você vai? – Adrien arqueou uma sobrancelha diante do tom exigente de Gabriel enquanto terminava de abotoar a camisa que havia escolhido para ir ao encontro da namorada. O homem parado na soleira da porta de seu quarto com olhar severo e postura autoritária lhe despertava os mais variados sentimentos. Mesmo após se acalmar e tomar algumas decisões importantes, Adrien não conseguira assimilar ainda tudo que havia lhe acontecido desde a noite de sexta, quando seu mundo familiar, já não muito estável, ruíra completamente diante da realidade amarga de que seu pai também era Hawk Moth, seu maior inimigo. No entanto, Adrien ficou surpreso que após todo choque e dor que sentira com a verdade, deixasse de sentir algo que sempre marcara seu relacionamento com o pai. Adrien havia deixado de sentir medo. Olhando-o através do espelho, respondeu calmamente, sem se intimidar.

- Eu preciso ver a Marinette.

Gabriel estreitou os olhos e adentrou no cômodo devagar, os braços para trás. Sua postura habitual, pensou Adrien, para começar um interrogatório.

- E posso saber porque vai vê-la? Algum motivo... especial?

Adrien esforçou-se para manter a estabilidade emocional. Não podia deixar que a raiva o dominasse e Gabriel percebesse quem na verdade era a sua Marinette. Ele não podia saber! Aquilo com certeza complicaria ainda mais as coisas. Lançou lhe um sorriso irônico

- Como porquê? É sábado a noite! Ela é minha namorada e está preocupada comigo. Tínhamos um encontro hoje à tarde com nossos amigos e eu não pude ir por razões óbvias. Agora preciso inventar uma boa desculpa pela minha falta e me redimir com ela.

Gabriel fitou o filho com seus olhos cinzentos indagadores. Sua expressão era desconfiada, mas havia algo mais que, espantou-se Adrien, parecia ser preocupação.

- Adrien, a Marinette...

- Deixe-a fora disso! – O modelo cortou de forma contundente. Ele sabia o que o pai estava pensando. Claro que era a dedução mais lógica que a namorada do Chat Noir fosse Lady Bug, portanto... Respirou fundo para se acalmar. O desespero não ajudaria em nada agora. Continuou com tranquilidade - Ela não tem nenhuma importância para você. Não tem nada a ver com... toda essa história.

- Se você diz... – Gabriel ainda tinha suas dúvidas. Marinette e Adrien tinham uma ligação muito forte, muito além de um simples namoro adolescente. Ele observava os dois e obviamente havia percebido a sintonia do casal, a parceria perfeita que havia deixado o designer surpreso e desconcertado no princípio. Aprendera a admirar e gostar da garota. Achava-a brilhante, com um talento nato para a alta costura. Mas além disso, Gabriel vira em Marinette muita força e inteligência, uma garota esperta e perspicaz. Após o choque de descobrir que Adrien era Chat Noir, foi quase instantâneo imaginar que Marinette devia ser sua Lady Bug.
Adrien sabia que o pai ainda não acreditava totalmente em suas palavras, mas precisava convencê-lo.

- Escute... pai – o termo saiu não sem muito esforço – Eu amo a Marinette. Ela é importante para mim e eu quero protege-la de tudo isso, mantê-la fora desse assunto – Em parte, era verdade, mas com certeza Adrien estaria morto se Marinette ouvisse aquilo – Não deixarei que ela se machuque, custe o que custar. Então deixe-a.fora.disso! – enfatizou cada palavra virando-se bruscamente na direção do pai

- Está bem. – Gabriel aquiesceu. Mas sua expressão cética permanecia – Com isso posso deduzir que ela não sabe a verdade sobre você?

Adrien fitou-o nos olhos e respondeu com toda firmeza que pode reunir

- Ela não sabe de nada.

Gabriel sustentou o olhar do filho

- Interessante. Marinette é uma garota muito esperta e... vocês praticamente não se desgrudam. Como conseguiu esconder seu segredo dela?

- Isso não é assunto seu. – Poucas vezes em sua vida havia enfrentado o pai ou sido desobediente ou demonstrado revolta pelo seu relacionamento distante, porém agora, confrontá-lo estava se tornando uma constante e Adrien percebeu o quanto Gabriel também estava contendo a própria fúria diante da atitude incomum do filho. Suspirou, estava cansado daquilo – Escute, eu farei o possível, o que puder para ajudar a mamãe. Você tem a minha palavra. Mas precisa confiar em mim. Antes de mais nada eu preciso ver a minha namorada e tranquilizá-la. Como você mesmo disse ela é esperta. Se eu não resolver isso vai desconfiar que tem algo errado acontecendo.

Os punhos de Gabriel estavam cerrados e o rosto meio afogueado devido a fúria contida. A reação de Adrien não estava sendo como ele esperava. Aquele rapaz frio e distante não se parecia em nada com seu filho. Porém ainda não conseguira tudo o que precisava para ajudar Amélie e ele tinha certeza de que conseguiria com ajuda de Adrien.

- Eu entendo filho. Vou esperar, mas lembre-se, não temos muito tempo.

- Eu sei. Obrigado. – o loiro murmurou uma despedida e passando pelo pai alcançou o corredor em direção à saída. Enquanto descia às escadas pode ouvir a voz de Gabriel num tom que aos seus ouvidos pareceu pesaroso. 

- Mande lembranças minhas à Marinette.

 

***

 

Adrien estacionou sua motocicleta em frente a padaria dos Dupain Cheng. Demorou-se um pouco mais removendo o capacete e a jaqueta de couro. Sabia que Marinette devia estar esperando por ele, ansiosa pelas novidades. Aquilo não seria nada fácil. Era terrível não estar no controle da situação e não saber como as coisas seriam entre eles a partir daquela noite. Mas estava ciente de que não havia outro caminho a percorrer além daquele. Durante o trajeto até ali Adrien ficara pensando em como conduzir aquela conversa com Marinette. Como convencê-la, como faze-la entender... Depois sentiu-se tolo porque Marinette o conhecia muito bem, sabia o quanto sua mãe era importante para ele. Ela o apoiaria com certeza. Mas bem no fundo do seu coração ele não conseguia se livrar daquele desconfortável temor de que não era tão simples assim. Atravessou a calçada e entrou pela porta principal da padaria. Avistou Tom Dupain retirando a última fornada de croissants do dia.

- Boa noite Tom.

- Ei Adrien, como vai filho? Vamos entrando – deixando a bandeja no balcão, Tom apressou-se a apertar com firmeza a mão do modelo. Percebeu que o jovem tinha um olhar fatigado e imaginou que como de costume ele estava trabalhando demais. – Dia cheio?

Adrien não pode evitar um sorriso embaraçado

- Você nem imagina quanto, mas estou bem sim e vocês como estão? -  Ele queria pular as amenidades, mas seria grosseiro de sua parte. Assim, cruzou os braços e apoiou o quadril no balcão sentindo o delicioso aroma dos croissants recém-saídos do forno  

- Está tudo bem. Mas como sempre, bastante trabalho. - ele fez um gesto largo englobando os pães e doces que havia acabado de preparar e ainda seriam embalados e devidamente entregues aos últimos clientes daquele dia - Porém, não podemos reclamar disso não é? – Ele deu sua risada estrondosa e virando para a pequena porta que dava para a casa gritou – Sabine! Avise Marinette que Adrien chegou. - virando-se para Adrien novamente confidenciou - ela parecia ansiosa pela sua chegada.

Não se passou nem um minuto e Sabine surgiu na soleira da porta

- Oi querido. Vai jantar conosco?

Adrien sorriu para a mãe de Marinette de forma espontânea e aceitando seu abraço, beijou-a no rosto com carinho. Ela sempre lhe trazia conforto com sua presença doce e tranquila, que o fazia se lembrar da própria mãe. Desde que começara a namorar Marinette, Sabine Cheng havia definitivamente ganhado um lugar especial no coração do loiro. Algumas vezes Adrien passava horas na cozinha conversando com ela, ouvindo as histórias da sua cultura oriental. Ele a admirava entre outras coisas, por ser uma mulher forte, mas também bondosa e gentil. Marinette havia herdado muito da personalidade da mãe.

- Olá Sabine. Desta vez não, obrigado.

Ela o fitou com seu olhar acinzentado tranquilo, mas muito sagaz

- Você está bem Adrien? Parece um pouco abatido.

Assim como acontecia com Marinette, Adrien tinha dificuldades em esconder seus sentimentos daquele olhar, por isso achou mais seguro desviar os olhos quando respondeu

- Está tudo bem sim. É que... foi um longo dia

Em um gesto extremamente maternal ela ajeitou seus cabelos bagunçados pelo uso do capacete e sorriu com afeto.

- Eu compreendo. Tem certeza de que não está com fome? Fiz torta de salmão com espinafre.

Ele riu e pensou que provavelmente seria assim que sua mãe tentaria convencê-lo a comer 

- Aposto que está maravilhosa como sempre. Mas realmente não estou com fome.

- Então você poderia tentar convencer sua namorada a comer um pouco. Ela mal almoçou e agora já avisou que não quer jantar

Adrien imaginou que Marinette não passaria o dia melhor do que ele e lamentou por isso.

- Está bem. Vou ver o que posso fazer

- Adrien! – Marinette veio correndo do interior da casa e lançou-se nos braços do namorado

- Oi meu amor. – beijou-a suavemente na têmpora e nos lábios - Sua mãe disse que você não jantou

Ela revirou os olhos

- É que... eu lanchei na casa da Ju

- Lanche não enche barriga por muito tempo querida. – lembrou Sabine

- Vamos para a cozinha. Te faço companhia enquanto você come e me conta tudo o que aconteceu na reunião da banda

Tom riu diante da manobra nada sutil de Adrien. Com certeza ele a faria comer.

- Esse garoto consegue convencer a Marinette a fazer qualquer coisa – comentou com a esposa ao vê-los entrarem para a casa de mãos dadas. Sabine parecia absorta em pensamentos e o olhar fixo no casal – Tudo bem Sabine?

- Hã... sim, claro. Você não achou o Adrien um pouco cabisbaixo? Parecia cansado e preocupado.

- Ele trabalha demais Sabine. Muito novo, com muitas responsabilidades e pouca liberdade para si mesmo. – Franziu a testa e todo o humor havia deixado seus olhos – Nunca pensei que fosse dizer isso mas, nossa filha é o melhor remédio pra ele.

Sabine assentiu

- Espero que esteja certo querido.

  

Assim que entraram na cozinha Adrien e Marinette voltaram a se abraçar com mais intimidade agora que estavam a sós. Adrien a beijou profundamente e segurando a massa sedosa de cabelos em uma das mãos arrebatou a boca de Marinette.

- Estava louco para encontrar você, sentir seu perfume princesa – sussurrou enquanto mergulhava o rosto no pescoço delgado

- Eu também estava. – Afastou-se um pouco para olhá-lo nos olhos. Viu sem dificuldade a fadiga, falta de sono, a tristeza - Você está bem?

Ele assentiu. Deu-lhe mais um beijo suave e tomou-lhe as mãos nas suas

- Foi uma longa manhã. Tantas coisas me foram reveladas Mari, você não acreditaria... Eu mesmo só pude acreditar quando vi com meus próprios olhos...

- O que houve Adrien?

- Vou te contar. Mas não aqui. A propósito, onde está a Tikki?

- Eu a deixei no quarto comendo cookies, ela também está esgotada, você sabe, ela sente falta do Plagg

- Eu sei. – uma nuvem de tristeza nublou os olhos esmeralda - Estou evitando pensar nele para não me sentir pior. Acho que nunca me senti tão sozinho naquela mansão como agora.

Marinette tocou seu rosto com carinho e manteve as mãos pousadas nele

- Você vai recuperá-lo Adrien

Adrien esperava que ela estivesse certa. Sorriu amarelo deixando o assunto de lado. Segurou os pulsos da garota cuja as mãos ainda estavam em seu rosto

- Por favor Mari, coma alguma coisa.

Marinette o soltou, virando-se para a janela da cozinha admirando a bela paisagem do parque sob a luz difusa do entardecer.

- Eu ainda estou cheia por causa do lanche na casa da Ju. Na verdade não comi muita coisa, mas não tenho nenhum apetite, o dia todo senti uma reviravolta no estomago.

- Está bem, sei exatamente como se sente. Mas pelo menos me deixe te preparar um sanduiche e podemos subir para o seu quarto. Assim sua mãe vai ficar mais tranquila.

Ela suspirou e virou-se pra ele novamente

- Tudo bem.

- Enquanto isso me conte como foi com a banda. -  Ele pediu já com as mãos ocupadas separando os ingredientes para o sanduiche. Ele já estava familiarizado com a cozinha de sua casa. Desde que começaram a namorar haviam passado longas tardes ali, servindo de cobaias para as novas invenções de seu pai para a padaria ou simplesmente fazendo cookies e macarrons para uma sessão de cinema em casa. Lembrou-se da primeira vez que Adrien pisara em sua cozinha. Parecia que havia se passado um século desde aquela época. Ainda eram apenas amigos e sequer imaginavam tudo que aconteceria e o que lhes seria revelado não muito tempo depois.Tinham um trabalho da escola e precisavam preparar tortas de maças e profiteroles. Um sorriso nostálgico surgiu nos lábios de Marinette. Eles quase se beijaram pela primeira vez naquele dia em meio a muita massa e farinha.

- Marinette? – Adrien a chamou trazendo-a de volta ao presente – Em que planeta você estava?

Ela suspirou e o fitou

- Neste mesmo, porém em outro tempo. – abanou a mão como para espantar o passado da mente – Desculpe, o que você dizia?

- Tudo bem, me conte sobre a banda.

Achando que ele precisava de um pouco de distração Marinette contou-lhe todos os detalhes sobre o encontro na casa dos Coufainne. Logo Adrien se juntou a ela na mesa da cozinha e enquanto ela beliscava o sanduiche acompanhado de uma soda, Adrien preferiu café.

- Quer dizer que esse tal Luka é bom na guitarra mesmo?

- Eu achei – Marinette respondeu dando de ombros – E canta muito bem

Adrien arqueou uma sobrancelha

-  Múltiplos talentos então... Devo me preocupar com isso?

Ela riu da careta que ele fez

- Não seja bobo! Afinal, você também é um multitalento.

- Queria ter o suficiente para resolver todos os meus problemas.

Querendo apagar aquele olhar de tristeza ela pegou na mão dele sobre a mesa

- Não fique assim Adrien. - Lembrou-se das palavras de Luka naquela tarde - Tudo na vida passa não é? Até as coisas ruins.

Ele levou a mão dela aos lábios. O olhar sério

- Foi bom esse interlúdio Mari, mas acho que precisamos conversar sobre as coisas ruins que agora temos nas mãos.

Ela engoliu seco e assentiu. De repente queria adiar aquela conversa, fugir para não enfrentar aquilo. Mas não era nenhuma covarde e Adrien precisava dela.

Eles subiram para o quarto de Marinette em silêncio. Adrien sentou-se no divã e puxou-a para um abraço apertado. O rosto mergulhado na seda preta que eram os cabelos dela. Ele também queria poder evitar aquela conversa, mas não podia. Ficou por mais alguns poucos minutos inalando o perfume de Marinette, sentindo a maciez na pele do seu pescoço. Por fim deixou que seus lábios vagassem pelo rosto dela até alcançarem os lábios macios onde depositou os seus com suavidade. Ele queria prolongar aquela sensação de tê-la nos braços, de sentir a umidade daqueles lábios. O beijo se aprofundou fazendo Marinette arfar.

- Adrien, estamos nos... distraindo

- Eu sei – suspirou e encostou sua testa na dela – É difícil para mim Mari e eu... ainda estou perplexo com tudo – E com medo de te perder, acrescentou para si mesmo.

- Está tudo bem Adrien, estou aqui, vamos resolver juntos.

- Sim, preciso de você Mari, porque não sei como poderei suportar tudo que ainda está por vir.

Marinette também tinha medo. Essa insegurança de Adrien não era muito normal, mas nas atuais circunstâncias parecia justificável.

-  Me conte.

Ele respirou profundamente procurando as palavras certas. Deixou que as mãos segurassem as dela novamente e afastou ligeiramente o rosto para que pudesse encará-la.

- A primeira coisa que você deve saber é que tudo isso tem a ver com uma pessoa muito importante para mim.

- Está falando do seu pai? – Marinette perguntou e ficou confusa quando Adrien balançou a cabeça em negação. – Quem então?

- Minha mãe. Ela não desapareceu Marinette. Ela... ainda está na mansão Agreste

- O que? -  os olhos azuis se arregalaram. Amélie... a mãe de Adrien estava viva! Ela levantou uma das mãos com a palma virada para o loiro - Espera Adrien! É melhor me contar desde o princípio.

E foi o que ele fez. Contou tudo à Marinette, sem esconder nenhum detalhe.

 


Notas Finais


Não fiquem bravos, nervosos, ansiosos etc... Em breve trago a continuação. Beijocas e me contem suas teoriaaaasss!!!
Até o próximo!


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