História Miraculous: Secret Wars III - Hesitation And Fear

Adrien estava deitado na cama, olhando para uma foto de família no seu celular. O fato de que a sua mãe estava viva, não fazia querer pular e comemorar. Mas sim, se perguntar o porquê ela não podia estar viva na mesma linha do tempo que Gabriel. As coisas que seu pai tinha feito, não foram nem um pouco agradáveis, mas sentia falta dele. E de alguma forma, entendia ele. Por que não podia ter sua família reunida de uma vez por todas?

Quando soube que Gabriel guardava Emilie em uma câmara no porão, seu mundo desabou – pela segunda ou terceira vez – e ele não quis acreditar que o pai fora capaz de algo do tipo. Todavia, viu tudo bem diante dos seus olhos e a imagem de sua mãe na câmara, era algo que desejava esquecer. O loiro se perguntou aonde seu pai estava. Não conseguia imaginar nem que tentasse, que sua mãe pudesse fazer a mesma coisa. Mas então, onde Gabriel estava?

— Adrien! – Plagg chamou. O kwami estava assistindo televisão, ou melhor, indo de canal em canal, até que parou no noticiário.

— O que foi, Plagg? – o loiro colocou o travesseiro em cima do rosto. Se escutasse mais uma reclamação sobre o estoque de queijo que Plagg não tinha mais...

— Um akuma! – Adrien levantou na hora e mandou uma mensagem para Marinette.

— Plagg, claws out! – já transformado, Chat Noir correu até o centro da cidade, esperando que Alya, Nino, Chloé, Alix, Luka e os novos heróis também estivessem à caminho.

Agora ele colocaria todas a questões envolvendo os seus pais de lado, precisava se concentrar em deter o akuma. Ele não era Adrien Agreste no momento. Ele era Chat Noir, o herói da cidade.

***

— Como assim “Os Miraculous”? – foi Marinette que perguntou, mas Luka teria feito a mesma pergunta, se a garota não tivesse sido mais rápida. Por mais que quisessem uma solução rápida para as mudanças que estavam acontecendo, isso parecia uma pouco precipitado.

— Os Miraculous são a grande razão de tudo isso estar acontecendo. – Lady Noire mexeu os braços – Se vocês tirarem eles da equação, poderiam trazer um impacto menor que uma viagem no tempo, mas grande o suficiente para concentrar as adaptações da linha do tempo.

— Assim a linha do tempo se preocuparia com essa mudança e não com as pequenas mudanças sobre a vida de vocês. – Max complementou – Entenderam?

— Mais ou menos. – Luka respondeu, pois Marinette parecia paralisada em choque. – E o que faríamos para “tirar os Miraculous da equação”? Tipo, teríamos que destruí-los?

— Não, acho que não. Simplesmente não usá-los. – disse Lady Noire – Tomar essa decisão agora seria uma grande mudança, pois a linha do tempo está se moldando baseada na convicção atual de vocês, que é continuar usando os Miraculous.

— Então temos que decidir do nada que não vamos mais usá-los?

— Tipo isso. Então a linha do tempo seria obrigada a se readaptar. De novo.

— E como enfrentaríamos o Hawk Moth? – Lady Noire e Max trocaram olhares.

— Não chegamos tão longe na teoria, afinal, foram apenas algumas horas de estudos e anotações. – deu de ombros. Marinette permanecia calada, porém seus pensamentos estavam completamente agitados. – Mas tenho certeza que há uma solução. Vocês já fizeram isso antes, podem fazer de novo.

— Marinette? – Luka chamou. – O que você acha disso? – é claro que ela achava uma total loucura. O que seria de Paris sem o time de heróis? Como derrotariam Hawk Moth novamente, sendo que da primeira vez já havia sido um grande sufoco? Tudo bem que estavam mais experientes agora, mas estavam mais experientes em usar os seus poderes. Não poderiam fazer isso sem os Miraculous. Por outro lado, Lady Noire poderia estar certa. Foi o uso irresponsável dos Miraculous que causou isso.

A garota olhou para as anotações, que pouco entendia e para os demais presentes no quarto. Precisava de mais informações antes de tomar qualquer decisão.

— Acho que devemos pensar no assunto.

***

— Cadê a Ladybug? – Rena Rouge questionou quando ela, Carapace e Bunnix chegaram até o local aonde Simon Says estava atacando as pessoas com seu exército de zumbis. Ladybug e Chat Noir já tinham enfrentado o mágico akumatizado quando ele foi humilhado por Gabriel Agreste no programa de talentos da televisão, ao qual Nino também foi um dos participantes. Porém agora a situação era outra e ele parecia querer se vingar das pessoas presentes na praça, que riram quando sua demonstração de hipnose deu errado.

— Eu não sei. Já mandei mensagem para o celular e para o comunicador. – Chat Noir respondeu. Queen Bee tinha chegado um pouco antes e agora os heróis estavam escondidos no topo de um prédio, avaliando a situação e esperando os demais se juntarem a eles.

— Acha que ela pode ter sido pega?

— O Viperion também não atende. Devem estar juntos. – Adrien respondeu. Sabia que era mais fácil Marinette se distrair com algo bobo, do que ser pega por algum akuma. – Em breve eles estarão aqui.

— Foi mal pessoal, eu estava com alguns amigos e acabei demorando! – Roi Singe se juntou aos cinco heróis no esconderijo improvisado – Tentei falar com o Pegase, mas ele não me atende. – os outros trocaram olhares. Era muita coincidência, ou os três estavam juntos?

— O que faremos? – Carapace questionou o melhor amigo – Não sei se podemos esperar por muito tempo.

— Ele tem razão. – concordou Bunnix – Precisamos agir logo. Mas também temos um problema.

— Purificar o akuma. – Queen Bee concluiu. – Não podemos simplesmente retirar o akuma e correr o risco de ele se multiplicar. Precisamos da Ladybug. – Chloé estava certa e todos sabiam disso. Adrien se sentiu nervoso de verdade pela primeira vez naquela situação. Confiava fielmente no seu potencial como Chat Noir, mas precisava de sua parceira para as coisas darem certo.

— Então chefe, o que vamos fazer? – Roi Singe encarou Adrien, que percebeu que agora eles estavam o vendo como líder. Das outras vezes que liderou a equipe, ao menos sabia que Ladybug estava por perto e caso precisasse, logo ela estaria ao seu lado. Mas agora ele não tinha certeza sobre isso e estava começando a se preocupar com a sua namorada.

Chat Noir deu mais uma olhada na situação, o exército de Simon Says estava ficando maior e pelo que o vilão gritava, estavam indo tomar a prefeitura. Precisavam agir rápido. Em seguida, encarou as suas mãos e teve uma ideia. Não era o plano mais responsável possível, nem o mais seguro, principalmente porque não tinha nenhuma garantia que daria certo, mas mesmo assim era o que tinha. E no momento, precisava trabalhar com o que tinha, mesmo que fosse pouco.

— Eu acho que tenho um plano. – já era um começo.