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História Miraculousa Paixão - Um igual diferente


Escrita por: SerenaCBlack

Notas do Autor


Yeah, a rotina me permitiu escrever mais um
Presente saído do forno, quentinho
Bjim e luz e boa noite, mozões!

Capítulo 4 - Um igual diferente


Fanfic / Fanfiction Miraculousa Paixão - Um igual diferente

Emilie tinha um sorriso quase medonho, por um momento Marinette pensou que ela soubesse de algo fora do conhecimento global, como se ela pressentisse algo extraordinário. Sabine convocou-as para a sala de estar, depois de todas checagens na cozinha, e enfim se dirigiu para junto dos rapazes. Marinette virou o rosto para encarar Alya, arrancando risadas descontroladas da morena, certamente estava com uma face muito apavorada para arrancar sua amiga da compostura.

Com o coração na mão, marchou para a sala, deixando que as mulheres mais velhas entrassem primeiro. Gabriel e Tom não se importaram tanto com a chegada das duas, mas os dois meninos Agreste seguiram as regras de etiqueta e se ergueram para cumprimenta as matriarcas com acenos de cabeça. Marinette já podia ver os fios de Adrien se movimentando na luz, por isso respirou fundo para se colocar às vistas de todos.

Caminhou devagar com os olhos presos em Gabriel Agreste, que seria o primeiro a ser cumprimentado. O homem carregava uma face orgulhosa ao abraça-la, a tinha como uma filha, e a tratava como tal. E depois Plagg entrou em seu campo de visão, sempre pirracento, dispensando doloridas cócegas na altura de suas costelas, os mais velhos não perceberam a troca de beliscões entre os dois. Por fim, era a vez dele, não conseguiu encara-lo nos olhos, sentia que coraria se o fizesse, por isso apenas sorriu minuciosa e se aproximou para um abraço inocente.

Adrien cheirava a talco e a pinheiro, a blusa tinha os dois primeiros botões abertos, a barba estava por fazer, os cabelos ainda úmidos pelo banho recente, e o peito rígido e inflado... Marinette se assustou com as próprias capacidades cognitivas por perceber tudo aquilo em apenas um abraço formal, por mais que desconfiasse ter sido enlaçada com uma força questionável demais para um simples cumprimento.

- Oi Marinette... - ele murmurou com um sorriso meia boca, baixo o bastante para que somente a moça o escutasse.

- Adrien. - respondeu com um aceno de cabeça, enquanto se afastavam.

- É bom ver você. - declarou animado, deixando os braços escorregarem da cintura dela para caírem pendurados ao lado do corpo. - Por um momento tive medo de que você tivesse se esquecido de mim... - confessou em um sussurro forçadamente secreto, risonho.

Marinette ergueu uma sobrancelha, os lábios comprimidos para não rir, decidiu que uma brincadeira seria ideal para quebrar o gelo, talvez assim ele não parecesse tão engessado. Por isso, improvisou uma faceta confusa e envergonhada, lutando contra os próprios pulmões para não soltar uma sonora gargalhada após notar o semblante assustado do rapaz. O loiro franziu o cenho, a cabeça agitada em desconcerto, completamente sem saber o que fazer.

- Er... Você... Não...?

Aquele foi o seu limite, o máximo que conseguiu se conter. Ela sorriu lentamente, até soltar uma risada nasal e controlada. - Eu que deveria ter feito essa pergunta, senhor 'Cidade Grande'. - falou divertida enquanto dispensava uma tapa amigável no ombro do velho companheiro de travessuras.

Adrien finalmente relaxou, soltando todo o ar do peito em uma risada aliviada. - Você continua a mesma peste de sempre! - disse aquilo antes mesmo que as assimilasse na mente, adquirindo uma pose mais contida logo em seguida. Afinal, ela não era mais a criança agitada de antes, poderia não ter sido o melhor comentário para um reencontro.

- E você o mesmo idiota! - devolveu instantaneamente, uma risada fazendo-a se contorcer sem dar um passo de onde estava.

Ok, talvez ela continuasse como a criança agitada de antes, mas naquele corpo escultural. - Certo, talvez eu não devesse ter sentido a sua falta tanto assim.

- Viu? Um grande idiota. - e a vitória foi de Marinette, que finalizou com uma ótima cara de supremacia, sobrancelha erguida e sorriso enviesado em desafio.

- Vamos apenas brindar e conviver civilizadamente. - o rapaz sugeriu ainda no meio de uma risada encantada, os olhos sem se desviar dos dela.

- Convite aceito.

Tim tim.

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Em muitos anos, jamais enfrentara um jantar tão tenso. Ela se postava como a mesma moleca esperta de antes, mas fazia uso de uma nova postura, pequenos gestos, de maturidade grandiosa. Era como ver as nuances de uma pureza dentro da encarnação do pecado, uma junção perigosa aquela. E Adrien se perguntava se estava diante de um anjo mal interpretado ou de simplesmente um anjo caído. Nas duas hipóteses, ele se via tentado a arriscar.

Só precisava ter certeza... Certeza de que ela era a moça da outra noite, a que esticou o pescoço lânguido para que ele a tocasse com os lábios. Era esse o motivo para encara-la tanto durante toda a refeição, tomando o cuidado de se desviar estrategicamente nos momentos em que corria o risco de ser flagrado. 

- Ora, Marinette não se incomoda de ajuda-lo! - Sabine falou alto, o efeito das taças de vinho começavam a anima-la.

Tom assentiu energicamente, enquanto Adrien fitava o próprio prato, envergonhado, por estar na berlinda do assunto mais uma vez. Não conseguiu evitar de mirar Plagg com os olhos em chamas, seu irmão se debatia em risos como se assistisse ao show de sua desgraça.

- Claro que não. - a voz de Marinette então o fez erguer o rosto, um tanto quanto assustado. - Ele pode trabalhar no mesmo turno que eu e Alya, assim podemos ter cuidado pra que ele não exploda o prédio. - brincou, para divertimento de todos, menos do rapaz em questão, que a fuzilou com o olhar.

- Ficarei feliz se explodir enquanto você estiver dentro. - devolveu ácido, as sobrancelhas para o alto em ironia, recebendo a língua dela como resposta.

- Continuam como cão e gato! - Emilie reclamou em um revirar de olhos, totalmente embargada.

- Certas coisas não mudam. - Plagg completou, ao que os demais assentiram.

Gabriel, que até então não tinha se pronunciado durante aquele tema, entrelaçou os dedos e se debruçou sobre a mesa para se fazer ouvir. - Bom, se ele for esperto, explodirá primeiro o haras, pra que não volte a trabalhar dois turnos com os peões depois que a padaria for para os ares.

Gargalhadas encheram a mesa, Plagg não escondia a bocarra repleta de dentes ao rir até ficar sem fôlego da provocação do pai. Marinette parecia a única que não entendia completamente aquela colocação, mas se viu acompanhando as risadas simplesmente pelo fato de não resistir às gaitadas de Platão. Nem mesmo Emilie conseguiu se manter séria, recebendo um olhar indignado do filho mais novo.

- Ouviu, não é, Adrien? - Tom falou enquanto enxugava algumas lágrimas dos olhos, estava vermelho ainda. - Siga o conselho do seu pai, assim demito você no exato momento em que eu ver aquela fazenda explodindo.

E mais algumas provocações vieram depois daquelas, tudo sempre bem acompanhado de vinho e de boas risadas, até que a voz de Marinette atraiu os interesses de todos.

- Então, quer dizer que Adrien virou um peão de fazenda?

Ele elaborou uma careta aborrecida, assentindo à contragosto, enquanto os demais respondiam verbalmente.

- Voltou como um cão atropelado depois de passar a tarde com os caras. - Plagg comentou antes de jogar um pedaço de cenoura na boca, recebendo um breve soco do caçula.

Marinette não conseguiu conter o semblante de dó, estava realmente reconhecendo um certo cansaço nele. - Imagino que tenha detestado.

- Não foi nada demais. - murmurou carrancudo, remexendo nos legumes do próprio prato.

A moça riu baixinho, percebia que ele continuava o mesmo brutamontes orgulhoso, teimoso demais para admitir as próprias fraquezas. Quando crianças, ao se meterem em confusão, geralmente por causa das ideias dela, Adrien costumava comprar brigas até mesmo com os meninos muito maiores que ele. Os resultados quase sempre terminavam com o loirinho Agreste de olho roxo e com a garotinha Dupain arrastando-o para casa.

E, depois dali, não demorou muito para que o jantar fosse encerrado. A sobremesa fez Adrien salivar, nunca mais comera a torta de amora da tia Sabine, então ficou realmente agradecido por ter sido homenageado naquela noite. Gabriel foi o primeiro a se levantar, falando sobre como estava cansado e satisfeito, e toda aquela ladainha sobre acordar cedo no dia seguinte por causa do trabalho.

Emilie seguiu o marido, ganhando os passos de Sabine como acompanhamento. Os donos da casa faziam questão de acompanhar as visitas até a porta. Os mais jovens ficaram para trás, Adrien e Plagg traziam Marinette entre eles, os braços enlaçados como se formassem um trio de dança.

- É bom ver vocês, mas só de vez em quando. - ela brincou, a cabeça apoiada ao ombro de Plagg, que revirou os olhos. - Ah, e tenho algo a lhe dizer. - falou séria, fitando o moreno. - Não perturbe a Tikki hoje, ela precisa estudar para o seminário de amanhã e eu sou a dupla dela.

- Você não manda em mim! - Platão retrucou com um sorriso desdenhoso.

- Não, mas a sua mãe sim. - ameaçou com as pálpebras cerradas, rindo diante do semblante derrotado dele, depois virou a cabeça para mirar o loiro ao seu lado direito. - E você, me apareça amanhã às 14 horas na padaria do centro, espero que lembre onde fica.

- E a senhorita quer que eu leve também o seu cacetete, sargento? - Adrien provocou, rindo logo em seguida com Plagg.

Marinette fingiu estar em uma breve gargalhada muda, depois fechou a cara e se aproximou do rosto dele. - Devo lembra-lo de que vou ser a sua chefe. - sussurrou perpicaz, o pé ágil carimbando o sapato do vizinho.

- Marinette! É um Armani! - o loiro reclamou ao ver a mancha no couro brilhante, ao que os outros dois se entreolharam risonhos, até que a moça mais uma vez se fez ouvir em sua costumeira acidez.

- Então sugiro que compre botas novas, seus Armani não durarão um dia nessa fazenda.

Adrien suspirou, sim, agora entendia o que os peões do cercado queriam dizer quando a julgaram como um problema. A filha de Tom Dupain era realmente um enorme problema, ironicamente talvez a melhor alternativa para entreter o filho problemático de Gabriel Agreste.

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Estava à caminho da cama quando Gabriel abriu a porta do quarto. Os dois homens permaneceram um bom tempo imersos em silêncio, apenas se encaravam, como se procurassem palavras para uma comunicação saudável. Infelizmente, não encontraram nem mesmo uma sílaba.

- Amanhã, bem cedo, você e Nino deixarão o rebanho no pasto, e não se atrase porque o garoto tem que ir para a faculdade logo depois.

- O quê?! - estava praticamente sendo ordenado, como se não fosse nada além de um cadete dentro de um quartel.

- Não achou que o bem bom da padaria te livraria da fazenda, achou? - Gabriel carregava a sombra de um sorriso, isso fez Adrien cerrar os punhos. - Vai precisar de muito mais do que uns croissants pra me provar que merece voltar para a faculdade.

E o baque da porta chegou aos seus ouvidos antes mesmo que elaborasse uma resposta à altura. Então, tudo que lhe restou fazer foi rebaixar a cabeça e suspirar longamente em busca de paciência.

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Foi como Gabriel quis. Pouco antes do amanhecer, Adrien já se encontrava se pé, devidamente equipado para cavalgar, saindo silencioso da casa e seguindo para os estábulos. Franziu o cenho ao avistar uma moto às portas da casa dos cavalos, reconhecia a cor daquela lataria de algum lugar, e adentrou ainda curioso. Encontrou Nino ainda sonolento lá dentro, próximo aos montes de feno, vestindo o mesmo cavalo vermelho do dia anterior com a sela.

- Bom dia... - cumprimentou rouco, procurando um cavalo qualquer para a tarefa.

Nino se sobressaltou, ainda tinha os olhos inchados, e fitou o recém-chegado com uma faceta um tanto quanto assustada. - B... Bom dia, Ad... André. - Adrien franziu o cenho para aquela tensão, aquele rapaz não parecia o peão animado do outro dia.

- Algum problema? - indagou desconfiado, recebendo uma negação com a cabeça como resposta.

Preferiu então adotar a hipótese de aquilo ser apenas uma esquisitice matinal, e se pôs a preparar uma égua para o trabalho. Equipou o animal e o montou, saindo na frente, estranhando a postura do outro, que deveria ser o guia. Nino parou ao seu lado, do lado de fora dos estábulos, com até mesmo o cavalo mais quieto que ele.

- Está... Pronto? - o moreno indagou, ainda nervoso, sem conseguir parar as mãos em um ponto fixo das rédeas, deixando o próprio animal agitado.

Adrien enrugou a testa mais uma vez, impaciente. - Afinal, o que há de errado com você? - quis saber, sem esconder a irritação. - Vamos, desembucha!

Nino fitou as próprias mãos, depois o encarou, e, por fim encarou o horizonte. Contorcia o rosto como se sentisse dor, e observou o loiro com um semblante arrependido, até que fechou as pálpebras.

- Cara... - começou, e ajeitou os óculos para foca-lo melhor. - Você é o filho revoltado do patrão Gabriel?

O loiro arregalou os olhos, perguntava-se como aquele peão teria chegado àquela conclusão, estava simplesmente surpreso. Um pigarro o fez aterriçar, percebeu que o moreno ainda esperava por uma resposta. Cabisbaixo, assentiu.

- Roger contou, não foi? - era tão óbvio.

- Não, meu tio nunca me conta dos segredos dele. - aquela resposta o fez erguer o rosto, confuso. - A minha namorada me contou que o filho mais novo do patrão estava de volta e que o pai dele o fez trabalhar com os peões ontem... Eu só liguei os pontos. - e começou a trotar, tomando o caminho dos pastos.

Adrien coçou a nuca, passando a acompanha-lo. - E como a sua namorada...?

- Bom, você não deve conhece-la... Mas conhece a amiga que contou a ela sobre isso. - o comentário o alertou de algo.

O loiro sentiu o queixo cair com a descoberta, estava finalmente raciocinando. É claro, a moto... A vira ontem à noite, na casa de Marinette.

- A sua namorada é a Alya? - lembrava vagamente dela na infância, ela frequentava a casa de Marinette vez por outra quando a mãe dela a levava, mas ele foi embora antes que os Dupain acolhessem as Césaire naquele lar.

Nino o fitou por cima do ombro, chocado. - Como você...?

- Eu só liguei os pontos... - respondeu em um balançar de ombros.


Notas Finais


E o mesmo de sempre, quérydos
Bjão pra quem acompanha, um obg pra quem chegou até aqui e um até a próxima!
Cheiro!


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