Capitulo 104 – Início da turbulência.
(um mês depois)
O local era um salão enorme, dentro de um castelo em arquitetura tradicional japonesa, havia pilares com dragões de ouro talhados neles, um enorme tapete no centro do salão e um trono antigo, havia um homem com a cabeça enfaixada sentado no trono, ele não era nenhum rei, e este não era seu castelo, era simplesmente um castelo abandonado após seu lorde ter caído a muito tempo.
Nisso um total de 15 pessoas surgiram das sombras, essas pessoas divididas em três grupos aproximaram-se do trono e se ajoelharam, havia alguns jovens entre eles e todos pareciam diferentes entre si, na verdade eram de clãs diferentes e respondia a convocação enviada pelo imperador deste continente.
- É uma honra estar diante do guardião do nosso imperador – disse um dos que estavam mais a frente com a cabeça baixa.
- Levantem a cabeça, eu dou permissão – respondeu o homem sentado no trono – vocês estão aqui para cumprir uma missão, o sucesso representará a gloria pra seus respectivos clãs.
Os membros dos 3 grupos nada disseram mas era visível uma certa animação, estes clãs lutavam constantemente para provar seu valor ao imperador deste continente, e a possibilidade de cumprir uma missão em seu nome significaria a vitória, era a ascensão após séculos de esforço e sacrifícios.
- Vocês irão ao outro continente, sua missão é trazer a cabeça daquele conhecido como Uzumaki Naruto, o Rokudaime Hokage da vila da folha – anunciava o guardião – como vocês farão isso fica por sua conta, não nos importamos com qualquer outro resultado.
Não havia necessidade de dizer tudo isso, já fazia uma semana que os três clãs foram notificados da missão, os membros enviados eram aqueles que acreditava-se ter as melhores chances, embora vivessem em continentes diferentes eles sabiam o tamanho e o valor da presa que iriam caçar.
- Por favor Kanae-sama, confie esta missão ao clã Yomi – pedia aquele que representava tal clã – se formos nós traremos a cabeça do Hokage em uma semana.
- Como é? Acha que tem o direito de reivindicar algo!? – gritou o representante de outro clã.
- Nem o clã Yomi e nem o clã Oniwashu, serão os membros do clã Ogawa aqueles que triunfarão no final! – gritou o líder do terceiro clã.
Os três clãs estavam prestes a começar uma luta ali mesmo, mas aquele conhecido como Kanae se levantou do trono e liberou seu chakra, uma aura escura se espalhou pelo lugar fazendo parecer que todos eles foram engolidos pela escuridão, mesmo o clã Yomi conhecido como usuários das trevas temeram aquele poder.
- Se não estivéssemos tão divididos já teríamos conquistado o mundo a essa altura – dizia Kanae – eu realmente não ligo pro destino dos seus clãs, mas pelo bem do nosso lorde vocês deveriam considerar unir forças, se vocês obtiverem o resultado em conjunto eu intercederei pelos três a favor do nosso lorde!
A escuridão que envolvia todo o lugar retrocedeu de volta para Kanae, quando ela se foi os membros ali presentes viram que estavam em um lugar completamente diferente, não era mais o castelo conquistado, era o interior de uma caverna de onde se podia ver a luz do sol pela entrada.
- Como eu disse antes, não importa como vão fazer mas façam – ameaçou Kanae – se os três clãs falharem o nosso lorde ficará muito desapontado.
Os três clãs presentes entenderam o significado disso, dizer que o lorde ficaria desapontado significava o fim dos clãs, na melhor das hipóteses eles só perderiam os status, na pior das hipóteses todos os membros seriam exterminados, o termo “falhar não é uma opção” se tornava claro neste momento.
- Eu aguardarei os resultados, se não trouxerem a cabeça do Hokage é melhor nem voltarem – avisou Kanae.
Ele liberou aquela escuridão novamente, dessa vez cobrindo só a si mesmo numa esfera, quando a esfera se desfez ele não estava mais lá, já os três clãs deixavam a caverna e constataram que estavam numa montanha cercada por florestas.
- Então este é o país do fogo não é? O poder do Kanae-sama é assustador – dizia um dos presentes.
- Shika-sama, o que deseja fazer agora? – perguntou um membro do clã Ogawa.
- Vamos para Konoha, precisamos estudar a presa antes de captura-la – respondeu uma menina de 13 anos.
- Oh? Então essa é a sucessora do clã Ogawa? Que coragem trazerem a herdeira do líder com vocês – comentou um membro do clã Yomi – isso significa que se ela morrer aqui o clã Ogawa estará um passo mais perto do fim.
- Nem pense em encostar um dedo em Shika-sama! – ameaçou um garoto praticamente da mesma idade.
- Hunf! Vocês façam o que quiserem, nós temos nossos próprios planos – disse aquele que liderava o clã Oniwashu.
- Então os Onis têm cérebro pra planejar algo? Eu pensei que fossem puros músculos – provocou uma mulher do clã Yomi.
- Então aqueles que nunca nos venceram com esperteza podem reclamar disso? – rebateu o homem que tinha dois pequenos chifres na testa.
Os três clãs estavam dispostos a se enfrentarem lá mesmo, mas depois de se encararem por um tempo cada clã tomou uma direção diferente, eles nunca conseguiriam agir em conjunto e não iam conseguir fazer isso de maneira improvisada agora, só restava ver quem chegaria ao Hokage primeiro e conseguir sua cabeça para levar de volta.
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- Droga, por que não consigo usar aquele poder de novo? – perguntava-se Boruto se esforçando bastante – eu ainda me lembro como é a sensação, então por que não consigo!?
- Talvez você não esteja se concentrando direito – comentou Basara que aterrissava após fazer uma patrulha aérea – as sensações são diferentes quando você está em batalha ou treinando.
Boruto olhou para seu companheiro de time, Basara anteriormente tinha usada a pílula nº7 e absorvido um pouco do chakra do bijuu de 7 caudas, graças a isso ele desenvolvera uma armadura e um par de asas de inseto, era muito estranho acompanhar isso.
- Acho que você tem razão, mas se for assim é um saco! – reclamou Boruto – deu muito trabalho usar tudo naquela luta, preciso ser como meu pai e usar quando quiser!
Os dois deixaram o treinamento pra depois da pausa do almoço, ambos estavam em missão vigiando uma área mais afastada da vila, era uma típica missão rank-D mas que se fosse em épocas de guerras seria uma ou duas categorias maior, vigiar essas áreas era só pra afastar criminosos comuns que entravam ou saíam da vila por essas rotas.
- Está na hora de enviar um relatório – avisava Basara checando as horas.
- Hei Sarada, é hora de enviar o relatório! – gritou Boruto para Sarada que estava numa árvore.
- Não aceito ordens de gennins – respondeu ela com um olhar afiado.
Isso doeu no Boruto como uma kunai nas costas, uma semana após o exame chuunin Sarada foi promovida, já Boruto e Basara continuavam com o status de gennin, dos outros participantes de Konoha o único que foi promovido foi o Shikadai, mas diferente do Shikadai que não tinha interesse no cargo a Sarada adorava esfregar isso na cara do Boruto.
- Você ficou terrivelmente metida depois que foi promovida – reclamou Boruto.
- Ora calma, ela meio que tem esse direito – comentou Basara rindo sem graça.
- Para de puxar o saco dela, você não tem orgulho!? – reclamou Boruto – eu só não fui promovido porque o papai tinha que manter as aparências, senão com certeza...
- De quem é a culpa por perder na primeira luta? – provocou Sarada mais um pouco.
Basara teve que segurar o Boruto que queria avançar na Sarada, a Uchiha apenas riu um pouco e continuou deitada na árvore, agora que era uma chuunin ela só precisava supervisionar o trabalho dos colegas, era chato não ter uma missão empolgante mas era bom relaxar assim de vez em quando.
- “Eu também não consegui usar o poder que o papai falou” – pensava Sarada lembrando dos últimos dias – “não importa o quanto eu tente, aquele doujutsu não desperta”
Não é como se ela estivesse obcecada por poder, mas se ela tinha uma habilidade que superava seus limites ela gostaria de dominar esse poder, além disso havia a possibilidade de ser um doujutsu completamente novo, seu pai estava interessado em conhecer esse poder, e ela gostaria de dar a ele essa alegria.
- Tenho que considerar tudo o que aconteceu naquele dia, se eu conseguir reproduzir as situações posso despertar aquele poder de novo – dizia Sarada olhando pro céu.
- Ainda pensando no exame chuunin? – perguntou Basara.
- Só revisando alguns detalhes, pensando no que posso fazer para dominar meu doujutsu – respondeu ela.
- Talvez assim como o Boruto você só consiga em batalhas reais – comentou Basara – o seu corpo deve lembrar quando estiver lutando pra valer.
- Espero que não seja algo tão problemático assim – dizia ela.
- Falando em “problemático” o Shikadai também é chuunin agora – dizia Boruto suspirando – a vida definitivamente não é justa.
- Por atitudes como essa que alguns continuam gennins – provocou Sarada.
Enquanto Boruto rosnava Basara notou a aproximação de alguém, era Sasuke que chegava acompanhado de um chuunin que eles não conheciam, ao ver seu pai chegando Sarada imediatamente pulou da árvore e se juntou aos dois companheiros de time, Sasuke chegou com o chuunin e olhou ao redor, não havia qualquer razão para alarde.
- Uchiha Sarada, você foi designada para uma missão – disse Sasuke – este chuunin vai tomar seu lugar na tarefa de vigília, venha comigo.
Essa súbita substituição assustou aos três, somente em um caso de emergência que ela seria retirada da missão atual e substituída, Sarada não conseguia imaginar uma razão pra ela ser designada pra uma missão assim.
- Muito bem pessoal, comportem-se – pedia Sarada deixando o time.
- O que tá rolando? – perguntou Boruto olhando pra Sasuke.
- Não se preocupe com isso, apenas cuide da sua missão – respondeu Sasuke – vamos Sarada.
- Vamos passar no prédio Hokage? Ou precisamos nos equipar de acordo? – perguntou ela.
- Não, vamos direto pra estação de trem – respondeu ele – precisamos partir ainda hoje.
Essa pressa era muito estranha, Sarada foi instruída a não falar disso enquanto estivessem em Konoha, então ela o seguiu silenciosamente, Sakura que já sabia sobre a missão veio encontrar os dois na estação de trem, ela trouxe uma mochila pra cada um contendo roupas e outras necessidades, Sasuke agradeceu com um beijo fazendo Sarada corar divertida, depois da despedida os dois entraram no trem, este trem passaria pela vila da areia e depois seguiria pelo país da terra, seria uma viagem longa.
Já no trem Sasuke lembrou de dar o formulário da missão para Sarada assinar, ela pegou o papel e leu as instruções e detalhes, de acordo com as informações era uma missão de reconhecimento, busca e possível escolta, isso significava que eles estão indo procurar alguma coisa e se encontrarem trazer de volta pra Konoha, o fato dos detalhes não estarem especificados significava que era uma missão ultrassecreta.
- Aqui diz que é uma missão rank-B – comentou Sarada enquanto assinava o formulário.
- Algum problema? – perguntou Sasuke interessado.
- Não há um problema, é que normalmente você só cumpre missões rank A ou S – explicou ela – é um desperdício mobiliza-lo para cumprir uma missão rank-B, a menos que...
- Continue – sugeriu Sasuke.
- A menos que apesar da dificuldade ela seja uma situação única – continuou Sarada – algo que absolutamente não pode dar errado ou não ser completada.
- Você está certa, mesmo que não seja tão difícil essa missão tem uma importância única – respondeu Sasuke.
- Sendo assim, por que solicitaram especificamente por mim? – perguntou ela.
- Não é bem assim, fui eu quem decidiu trazer você comigo – respondeu ele – tanto pelo teor da missão como também por que queria aproveitar esse tempo.
Ele disse essas palavras sem encara-la diretamente, ele olhava pela janela o território do país do fogo que aos poucos ia mudando, Sarada ficou muito emocionada com isso, Sasuke raramente expressava o que sentia em palavras.
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- Parece que nossos amigos de Onogoro mandaram gente pra cá – comentou Shinai da juugetsu.
- Foi mais rápido do que imaginei – respondeu Sakamori – vamos esperar pra ver o que eles podem fazer.
- Mas você acha que essa gente do outro continente pode matar o Naruto? – perguntou Shinai – nem os maiores monstros deste mundo conseguiram.
- É claro que não, eu só preciso que eles gerem muita confusão – respondeu Sakamori se divertindo com a ideia – a fase final do meu projeto está próxima, apenas uma última peça é necessária.
Sakamori estava ansioso por isso, após uma década agindo e planejando ele estava perto de concluir seu maior sonho, a juugetsu iria por as mãos no Takamagahara e com isso dominar o mundo, pelo menos era isso o que a maioria dos membros desejava, os planos do Sakamori iam muito além disso.
- Fique de olho nos nossos convidados – pediu Sakamori – e se parecer que eles estão... com dificuldades de adaptação dê uma mãozinha a eles ok?
- Realmente é difícil se dar bem longe de casa – Shinai que era um pirata do país da água entendia bem disso – acho que tem um grupo que vai precisar de ajuda, os outros podem se virar sozinhos.
- Muito bem, eu vou deixar isso em suas mãos – pediu Sakamori.
Shinai se retirou e assim Sakamori ficou sozinho naquele salão, ele então passou pela entrada atrás do trono e subiu uma escadaria, ele chegou ao topo do grande castelo onde era a base da juugetsu, havia uma árvore que estendia suas raízes por todo o interior do castelo e suas folhas faziam sombra por toda a área.
- Sakamori-sama, fui informada que Uchiha Sasuke está se dirigindo para aquele lugar – disse Suugen que estava esperando por ele – e aparentemente ele levou sua filha Uchiha Sarada.
- Está tudo bem, já pegamos o que precisávamos de lá – respondeu Sakamori – claro que poderíamos ter pego muito mais, mas as coisas não saíram como esperado.
- Eu ainda posso ir lá pegar o resto – sugeriu ela.
- Não precisa, não quero colocar você na frente do Uchiha ainda – respondeu ele – precisamos conservar nossas forças, ao mesmo tempo em que os enfraquecemos.
- Fala do seu plano de usar o pessoal de Onogoro? Não sei o quanto isso vai afeta-los – dizia Suugen – mas se isso nos ajudar...
- Pode acreditar, novas oportunidades sempre surgem de eventos inesperados – respondeu ele – eu espero que algo muito interessante aconteça em breve.
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- Obrigado por nos receber – disse Sasuke cumprimentando Gaara.
- É um prazer, principalmente já que trouxe a sua filha – disse Gaara olhando pra Sarada.
- Muito obrigado pela consideração Godaime Kazekage – disse ela curvando-se.
- Você conseguiu se tornar chuunin, eu sugeri que pelo menos o Ouji fosse promovido – explicava Gaara – mas ele disse que só seria promovido se seus companheiros também fossem.
- Ele abriu mão da promoção? – perguntou Sarada surpresa.
- Sim, além disso ele disse que assim teria outra chance de participar do exame chuunin – Gaara parecia se divertir com a ideia – ele queria enfrentar novamente os adversários daquela vez.
- Típico de um idiota – responderam Sasuke e Sarada ao mesmo tempo e fazendo a mesma expressão.
Apesar de achar extremamente idiota Sarada ainda podia entender o desejo dele, naquele exame chuunin os gennins testaram e superaram seus limites, foi uma oportunidade que normalmente não se repete na vida, por isso ele estava ansioso pro próximo ano, Sarada até desejava um desafio digno pra saber o quanto ela evoluiu depois do exame chuunin.
Depois de falar com Gaara os dois Uchiha foram pra um hotel em Sunagakure, o trem que levaria ao país da terra só partiria amanhã cedo, era lá que estava o destino deles, por isso Sarada ficava cada hora mais ansiosa pra saber qual era a verdadeira missão.
- Você pode relaxar, se quiser pode visitar a vila – sugeriu Sasuke – nossa missão não é do tipo que coloca tudo em risco, mesmo que se por acaso não conseguimos completa-la isso não vai afetar em nada Konoha.
- Basicamente você está dizendo que a missão é importante, e ao mesmo tempo não é – dizia ela suspirando – eu não sei como agir assim.
- Pense nisso como seu primeiro desafio como chuunin – respondeu ele – você deve ser mais independente agora, e isso significa que você mesma deve decidir como agir.
De forma resumida Sasuke estava dizendo pra Sarada pensar por si mesma, diferente de um gennin ela podia tomar decisões em campo, agir conforme seu julgamento e se responsabilizar por suas decisões, assim como ela tinha mais liberdade isso significa também mais responsabilidades.
Seguindo a sugestão do seu pai Sarada decidiu visitar Sunagakure, ela já esteve nesta vila antes mas não teve chance de fazer turismo, pegando seus papeis de visitante ela deixou o hotel, Sunagakure era bem diferente de Konoha, esta vila ainda preservava sua arquitetura tradicional e tinha um ar de antiguidade, mas fora das ruas a vila já estava avançando rapidamente, ela soube que uma das áreas mais importante era o campo de cultivo de alimentos e a praça arborizada, coisa que não existia antes da 4º guerra ninja.
- Mas como eles fazem pra lidar com toda essa areia? – perguntava-se Sarada tirando areia da roupa – está em todo lugar!
- Nós temos a divisão de limpeza pra isso – disse alguém atrás dela – todos os dias varremos 10 toneladas de areia das ruas.
Sarada virou-se e viu o trio de gennins que participou do exame chuunin, por terem falado deles à poucas horas foi até estranho encontra-los agora, enquanto dois deles pareciam tratar Sarada como visitante a garota do time parecia com raiva, por isso Sarada questionou se tinha algum problema.
- Você já esqueceu? Devolva o jutsu que roubou de mim! – reclamou Koura apontando o dedo pra ela.
- Roubei de você?... ah sim, os fios de chakra? – confirmou Sarada – eu não roubei, eu só copiei.
- Dá na mesma! Essa técnica é tradicional e única de Sunagakure, você não tem o direito de usa-la! – continuou Koura brava.
- Sua reclamação não tem sentido, eu entendo que todos os ninjas prezam seus hijutsu – explicava Sarada tranquila e séria – mas é uma pratica comum obter as técnicas de outras vilas, nós até mesmo negociamos algumas com vocês em troca de favores.
- Argh! Essa garota me irrita! – reclamou Koura – quase tanto quanto o Nara!
- Ela ainda não se conformou em perder pro Shikadai – comentou Shuu.
- Ora, eu perdi pra Sarada e não estou com raiva dela – comentou Ouji.
- Isso porque você é um idiota – disseram os outros dois do time.
- hahahahah falando em idiota, como vão os outros dois? – perguntou Ouji.
- Ainda estão em Konoha, eu vim em missão com o meu pai – gabou-se ela – afinal eu sou chuunin agora.
- Oh! Então você foi promovida? Parabéns! – elogiou Ouji – Gaara-sama sugeriu à Kazekage-sama que me promovesse, mas eu decidi deixar pra depois.
- Porque você é um idiota – disseram os outros dois novamente.
- Ora não digam isso, vamos nos tornar chuunins juntos da próxima vez – dizia Ouji animado – além disso o próximo exame chuunin será aqui em Suna, não é mais legal vencer em casa?
- Ao menos nisso concordamos – comentou Koura.
Sarada compreendia bem o orgulho que isso dava, após se recuperar ela foi cumprimentada e elogiada por todos, praticamente todos em Konoha consideraram que ela venceu o exame chuunin, mesmo que as formalidades lhe fossem negadas o titulo de chuunin foi o reconhecimento a essa façanha.
Sarada então pediu para conhecer Suna, os três iriam atuar como guias turísticos, não era nada demais mas ajudava a conhecer melhor esta vila que tem uma história tão antiga, tanto como antigos inimigos e também como os maiores aliados.
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Depois de passar a noite em Sunagakure Sasuke e Sarada seguiram viagem para o país da terra, enquanto viajavam no trem eles notavam o terreno predominantemente rochoso, agricultura era difícil até um tempo atrás e havia pouco espaço pra construir cidades grandes, mas depois da guerra a ciência se desenvolveu e novos métodos de agricultura foram criados, os ninjutsus foram usados pra criar mais espaços abertos e agora grandes cidades floresciam nestas terras, o principal recurso deste país naturalmente é a mineração, havia minas de joias e metais por toda parte, e os ninjas que antes eram usados em guerras agora protegiam estas minas, o que tornou a atividade muito mais segura.
- Que clima quente – comentou Sarada enquanto andava ao lado do pai.
- Aqui é seco o ano todo, mas pelo menos não é desértico igual ao país do vento – respondeu Sasuke – além disso há florestas de árvores coníferas, as vilas e cidades ficam perto delas.
E não demorou muito até avistarem uma, após uma caminhada de duas horas ele cruzaram a distância entre a estação e a floresta, o local que eles visitariam ficava do outro lado da floresta, próxima ao rio que abastecia a região, Sarada notou que de vez em quando alguém parecia estar observando-os, mas Sasuke disse que provavelmente eram os ninjas deste país, eles patrulhavam e protegiam as florestas pra evitar extração ilegal.
- Agora que estamos aqui vamos falar sobre a missão – dizia Sasuke.
- Ah! Sim senhor! – respondeu Sarada de forma profissional.
- Estamos indo encontrar o cliente, nossa missão é encontra-lo e ouvir a informação que ele tem a nos passar – dizia Sasuke – dependendo da informação podemos ter que escolta-lo de volta pra Konoha, ou então mata-lo.
Sarada ficou surpresa com esses detalhes, ela não conseguia imaginar uma situação onde o próprio cliente poderia ser o alvo, além disso ela também não conseguia imaginar como a informação poderia fazer dele um protegido ou um inimigo, já que Sasuke não deu mais detalhes ela imaginava que o resto teria que aprender por conta própria.
- Missões de assassinato não ficam por conta da ANBU? – perguntou Sarada.
- Normalmente sim, quando o assunto envolve a própria vila ou a pedido de um cliente – respondeu Sasuke – mas em certos casos não é necessário enviar gente especializada, apenas faça o que eu digo, você não vai precisar fazer nada por enquanto.
Os dois atravessaram a floresta e chegaram a uma vila de pequeno porte, apesar de ser pequena e afastada de grandes cidades esta vila era bem bonita e organizada, havia varias casas de alvenaria e até uma mansão que só podia ser de quem governava a vila, enquanto andavam pelas ruas os dois eram observados pelos moradores, eles pareciam nervosos com a presença de ninjas aqui, ainda mais ninjas de outro país, esse clima continuou até que ambos chegaram a uma casa em estilo tradicional mas de pequeno porte, Sasuke bateu na porta e logo ouviu a voz de alguém.
- Somos os ninjas de Konoha solicitados – disse Sasuke assim que uma mulher abriu a porta.
- Oh... eu rezava para que não viessem – disse ela com um olhar triste – por favor entre, estávamos esperando.
Sarada ainda não conseguia entender o que estava acontecendo, as palavras da mulher deixavam claro que eles não eram bem-vindos, mas ao mesmo tempo foram eles que chamaram, a cada nova informação essa missão ficava mais estranha, principalmente depois que chegaram a uma sala onde um velho e um garoto estavam sentados diante de um altar em honra a algum morto.
- Você deve ser Uchiha Terui – disse Sasuke para o velho sentado no tatame.
- Uchiha!? – perguntou Sarada surpresa.
- Correto, sou Uchiha Terui – respondeu o velho ativando o sharingan para provar – e aquele é o meu neto, Naoki.
Sarada estava completamente perdida nessa história, ela nunca ouviu falar de nenhum Uchiha Terui e muito menos vivendo fora do país do fogo, além disso havia um neto ali presente, Sarada se perguntava se a mulher que sentara no canto da sala era uma Uchiha também, mas sem coragem pra perguntar ou falar algo ela apenas ficou olhando pro seu pai.
- Quando recebemos seu e-mail eu não sabia se levava a sério ou ficava preocupado, por isso tive que vir checar pessoalmente – dizia Sasuke – mais um sobrevivente do clã Uchiha, como se já não bastasse aquele Uchiha Okojo.
- Que nome nostálgico, embora eu não fazia ideia de que ele ainda estava vivo – respondeu Terui – quando eu deixei a vila você nem tinha nascido, por isso seu irmão não soube que eu existia.
- Eu gostaria que explicasse sua história, do início – pediu Sasuke.
O velho suspirou e pediu que os dois sentassem para ouvir a história, a mulher que estava no canto levantou para preparar algo pra todos beberem, e assim o velho começou a sua história.
Terui tinha 20 anos quando deixou Konoha, na verdade ele estava em missão para o clã Uchiha, sua missão era se infiltrar no país da terra e estabelecer uma residência e uma falsa vida lá, tudo com o proposito de espionar as ações dos ninjas de Iwagakure, e agir imediatamente caso fosse necessário, na verdade o clã Uchiha tinha um espião assim em cada país, todos vivendo vidas duplas.
- Eu vim para este país fingindo ser um refugiado da 3º guerra ninja, me estabeleci e procurei me enturmar com o povo que estava construindo uma vila para os refugiados – explicava Terui – não demorou muito até que eu me apaixonasse por uma bela moça que também era refugiada, mesmo que o clã proibisse relacionamentos com pessoas de fora.
- Para proteger o sharingan, assim como o clã Hyuuga fazia – dizia Sasuke lembrando das regras.
- Nós nos apaixonamos e começamos a viver juntos, eu tentava conciliar minha missão com minha nova vida – explicava Terui – por isso peguei o trabalho de ser vendedor, assim eu poderia ouvir muitas histórias e me infiltrar na casa dos clientes quando preciso, por muita sorte tudo estava indo bem.
Terui escondia muitos detalhes do próprio clã, ele não falou que acabou casando com uma mulher e inesperadamente tendo um filho com ela, ele sabia que se o clã Uchiha descobrisse ela seria morta e o filho na melhor das hipóteses seria levado para dentro do clã, por isso ele manteve seu bom trabalho pra que nunca precisasse prestar contas ao clã, constantemente dando informações sobre os movimentos no país da terra.
- Mas 5 anos depois do meu filho nascer a kyuubi atacou Konoha – relatava ele – eu soube disso uma semana após o incidente, eu voltei para a vila para me informar da situação e saber o que o clã Uchiha planejava fazer sobre isso.
- Você soube que eles estavam sendo suspeitos de coordenar o ataque da kyuubi? – perguntou Sasuke.
- Sim, eu soube disso, e soube também que havia um enorme descontentamento dentro do clã Uchiha – respondeu ele – eu senti na hora o que isso estava se tornando, por isso inventei desculpas pra voltar pra minha missão, na verdade eu queria ficar o mais longe possível do clã.
- Você tomou a decisão certa, se tivesse ficado teria sido morto com os outros – disse Sasuke.
- Sim, anos depois o clã me enviava mensagens para que eu ficasse de olho em Iwagakure, além disso havia mais uma coisa – continuava ele – eles exigiam meu posicionamento sobre o golpe de estado que o clã planejava, eu fiquei abismado com isso, eu sabia que estavam cavando a própria cova.
- Você chegou a dar uma resposta? – perguntou Sasuke.
- Não, antes disso eles foram exterminados, exatamente como eu previ – respondeu ele – mas o que eu nunca pude imaginar é que um Uchiha faria isso, Uchiha Itachi.
Até agora Sarada ouvia tudo calada, ela conhecia a história por trás do massacre Uchiha, ainda que quase ninguém soubesse a verdadeira história ou as razões por trás disso, ela sabia que seu tio Itachi massacrou todos no clã para evitar uma tragédia ainda maior, ele sacrificou dezenas de vidas para salvar milhares, talvez milhões.
- Quando eu soube da noticia fui dominado por duas emoções, a primeira foi de lamento e sofrimento – confessou Terui – mas ao mesmo tempo eu fiquei aliviado, eu não estaria mais preso pelo clã, não haveria o risco deles descobrirem minha vida secreta, eu finalmente poderia viver em paz exatamente como o mercador que eu estava me tornando.
- Bom, não posso culpa-lo por isso, também experimentei as mesmas contradições – revelou Sasuke – o clã Uchiha estava fardado a encontrar este destino, mesmo que eu tenha seguindo um caminho para vinga-lo eu sabia disso.
Terui obteve muita pouca informação sobre o assunto depois disso, ele soube que houve um sobrevivente e que tinha sido justamente o irmão mais novo do Itachi, anos mais tarde ele soube que Sasuke tinha fugido de Konoha pra se vingar do Itachi, até aí parecia algo que eventualmente aconteceria.
As informações que ele ouviu depois é que foram estranhas, ele ouviu que Sasuke matara Itachi mas não voltou para Konoha, ele se uniu a uma organização que estava espalhando o caos pelo continente com suas ações, inclusive que Sasuke se declarara inimigo de Konoha.
Também ouviu que o verdadeiro inimigo por trás da akatsuki era Uchiha Madara, ele jamais chegou a conhecer Madara mas seu avô lutara ao lado dele durante a unificação de Konoha, era impensável que aquele homem ainda estivesse vivo, e mais ainda que ele quase destruiu o mundo.
- Eu pedi esse encontro especialmente para conhece-lo Sasuke – dizia Terui – eu gostaria de ouvir de você tudo o que realmente aconteceu ao clã Uchiha, sabendo do objetivo deles eu consigo imaginar agora o objetivo do Itachi, mas eu esperava que você confirmasse para mim.
- Deve ser exatamente o que pensa, Itachi matou o clã Uchiha para proteger Konoha – respondeu Sasuke – ele abriu mão de tudo para proteger o ideal que Konoha representava, eu tive a chance de ouvir pessoalmente dele em seus momentos finais.
- Que bom, pelo menos não foi em vão – dizia Terui mais satisfeito – minha consciência pesava quando eu pensava na morte dos meus familiares e eu aqui escondido.
- A verdade sobre o clã Uchiha foi apagada da história, poucos sabem sobre isso – respondeu Sasuke – mas nosso Hokage fez um memorial a eles, podemos dizer que descansam em paz agora.
- E aos poucos o clã Uchiha renasce com uma nova geração – ele disse isso olhando pra Sarada.
O olhar dele para Sarada era como o de um avô reencontrando uma netinha, ela até ficou um pouco ruborizada com isso, ela que esteve apenas ouvindo finalmente fora citada e lembrada de que estava ali.
- Eu assisti o exame chuunin, foi assim que eu soube que uma nova geração de Uchiha nascera – confessou Terui – meu filho e meu neto não carregam o sobrenome do clã, mas ver você lutando com o brasão do nosso clã me fez chorar de emoção.
- Sim, meu sogro realmente chorou enquanto assistia a televisão – disse a mulher trazendo um pouco de chá e biscoitos.
- Diga minha jovem, você é feliz em Konoha? – perguntou ele.
- Hã? Ah... sim eu creio que sim – disse ela pensando em sua vida – as vezes algumas pessoas me enchiam o saco por ser Uchiha, mas no geral eu tenho bons amigos e sou feliz.
- Que bom, eu ocasionalmente ouvia sobre como Konoha crescera e mudara, um lugar ideal para crianças crescerem em paz – dizia Terui – nesse caso eu não tenho arrependimentos em mandar minha família morar lá.
- Eu já disse que não vou! Eu vou ficar com o senhor vovô! – gritou o menino chorando.
- Isso é impossível Naoki, afinal hoje é meu ultimo dia de vida – disse o senhor com um tom tranquilo – eu pedi que Uchiha Sasuke viesse para me fazer este favor.
- Espere, isso significa que... – Sarada olhava pro seu pai que estava impassível.
- Sim minha jovem, eu pedi que Uchiha Sasuke tirasse a minha vida – respondeu o outro.
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- Primeiro vamos usar este lugar de base – disse um homem alto de cabelo branco – depois vamos nos preparar para a missão: conseguir a cabeça do Uzumaki Naruto.
Os 5 membros do clã Oniwashu se apossaram de uma fazenda numa região afastada do país do fogo, após assassinarem os moradores eles se instalaram no lugar, todos os 5 tinham pequenos chifres na testa como se fossem os Onis da mitologia, mas talvez a mitologia tenha sido inspirada neles.
- Raigin-sama, eu não queria dizer isso, mas atacar Konoha... – um deles parecia preocupado.
- Eu sei, por mais que sejamos a elite do clã não conseguiríamos – respondeu o tal Raigin – talvez se tivesse uns 30 de nós...
- Ainda assim precisamos fazer alguma coisa rápido, conhecendo o clã Yomi eles vão se infiltrar em Konoha – dizia a mulher mais velha do time – com um pouco de sorte eles poderiam atacar o Hokage de surpresa e mata-lo, ainda mais se aquele cara está entre eles.
- É um pouco vergonhoso, mas nosso clã não é especializado em táticas furtivas – confessava o homem mais velho do time – sempre fomos contratados para as missões de destruição.
- Não adianta lamentar isso agora, clã Yomi e Ogawa não podem sair na nossa frente! – disse Raigin – quem ataca primeiro leva a vantagem, precisamos ser os primeiros a agir antes que as tentativas dos outros nos prejudiquem.
- Uau, vocês vão mesmo de cabeça nisso não é? – disse alguém aparecendo no canto.
Todos os 5 membros do clã se prepararam pra lutar, aos poucos um homem de cabelo longo e azul-escuro aparecia no canto da sala, este clã era habilidoso em sentir presenças mas não notou que alguém se infiltrara entre eles.
- Quem é você!? – questionou Raigin.
- Calma, meu nome é Shinai e não sou um inimigo – dizia ele com as mãos levemente erguidas – eu na verdade poderia dizer que sou aliado de vocês.
- Alguém que também quer o Hokage morto e pensa em nos usar? – perguntou Raigin.
- Ora, essa conclusão foi surpreendentemente rápida para vocês – Shinai ficou até surpreso.
- Você já sabia sobre nós e veio direto até aqui, é obvio o que você quer – disse Raigin.
- Então vamos fazer um acordo: eu dou uma mão no seu plano e vocês matam o Hokage por nós – dizia Shinai – eu conheço o truque certo para tira-lo da segurança da vila da folha.
- Oh? Vamos ouvir seu plano então – disse Raigin.
- Nossa, é tão fácil de negociar com vocês – disse Shinai mostrando um sorriso amigável – acho que podemos nos dar bem assim.
- Eu confio em meus instintos, e eles me dizem que você é uma cobra traiçoeira – respondeu Raigin – e como ambos estamos cientes disso você nem sequer está tentando me enganar, está apenas manipulando a situação ao seu favor.
- Como eu disse, podemos nos dar muito bem – disse Shinai com um olhar mais afiado.
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- Eu sinto muito pela sua perda – disse Sarada sincera ao lado do garoto.
- Por que isso aconteceu? Por que!? – dizia o menino revoltado batendo a mão no chão.
Os dois estavam diante de um tumulo recente, na lapide só constava o nome, a data de nascimento e de morte da pessoa, aquele era o pai de Naoki, morto há 8 dias por pessoas desconhecidas, pelo menos foi essa a história que ela ouviu do velho Uchiha.
- Os homens que mataram o meu marido, você sabe quem são? – perguntou a senhora mãe do menino.
- Aparentemente é uma organização terrorista chamada juugetsu, eles vieram pra pegar os olhos do seu marido – respondia Sarada – os olhos de um Uchiha contém muito poder, são extremamente valiosos.
Sarada ouviu a historia toda revoltada por dentro, 8 dias atrás homens misteriosos atacaram o filho do senhor Terui, ele já havia despertado o sharingan anos antes mas não era treinado como ninja, facilmente foi morto e teve os olhos roubados, Terui que viu os momentos finais do filho atacou com fúria e conseguiu afastar os inimigos antes que estes matassem seu neto também, foi aí que ele solicitou à Konoha que enviasse Uchiha Sasuke.
Enquanto esperavam a chegada do Sasuke Terui contou sua historia para sua nora e seu neto, ele explicou quem ele realmente era e o sangue que corria em suas veias, a mulher não aceitou que esse segredo tivesse sido mantido, acusou-o de ser o responsável pela morte do seu marido, Terui não negou que era sua culpa, ele ficou dividido entre voltar para Konoha após a guerra e permanecer escondido, sabendo que foi um Uchiha a causa da guerra ele temia que ao se revelar sofresse represálias.
- Naoki, você deveria preparar suas coisas – pedia a mãe – nós partiremos assim que...
- Por que você está aceitando isso!? Ele vai matar o vovô! – gritou o menino revoltado.
- Eu não estou aceitando nada disso! Ele é meu querido sogro que cuidou de mim todos esses anos! – respondeu ela – mas há coisas que são inevitáveis!
Enquanto os dois discutiam lá fora o velho Terui tossia do lado de dentro, após isso ele bebeu um remédio pra passar a crise, aos poucos sua situação piorava, e os médicos só confirmaram sua situação.
- Você tem certeza? Temos ótimos médicos em Konoha – dizia Sasuke vendo-o se recuperar – com o devido tempo...
- Tempo é o que não me resta, eu só tenho mais 3 meses de vida, 4 meses na melhor hipótese – respondia ele sem remorso – eu expliquei à minha família, mas nenhum deles aceita isso, Naoki principalmente depois que perdeu o pai.
- E você quer abreviar sua morte, poderia nos acompanhar até Konoha, ficar com sua família nos momentos finais – sugeriu Sasuke.
- Obrigado, mas no fundo eu sou meio covarde, a perspectiva de sofrer mais a cada dia me deixa nervoso – ele sorriu meio sem graça ao dizer isso – e principalmente, se o Naoki ficar assistindo a minha morte chegando ele pode ficar ainda pior.
Ele se referia ao fato do seu neto ter despertado o sharingan, aconteceu quando ele viu o pai ser morto diante dos seus olhos, atualmente o sharingan dele estava no nível 1 com apenas uma tomoe, mas se a dor em seu coração aumentasse ele poderia acabar aumentando o nível, o maior medo do Terui é que o menino despertasse o mangekyou sharingan.
- Eu despertei o meu mangekyou quando minha esposa morreu 20 anos atrás, eu nunca o usei em batalha – dizia Terui – mesmo assim isso acabou comigo, essa doença que eu tenho é resultado disso, você sabia?
- Sim, depois da guerra eu aprendi mais sobre o sharingan – respondeu ele – entre aqueles que despertam o mangekyou sharingan existe uma pequena chance do corpo adoecer, uma doença praticamente impossível de curar, meu irmão acabou contraindo essa doença.
- Estes olhos nos tiram tudo, literalmente – dizia Terui lembrando tudo que perdeu por causa deles – tiram nossa felicidade, nossa saúde, nossa visão, nossa família...
- Não será mais assim, não mais de agora em diante – afirmou Sasuke – esta nova geração não vai ter tudo tirado deles, eu não deixarei.
- Eu acredito em você, por isso quero ajudar como eu puder – afirmou o outro – quando eu morrer dê meus olhos a alguém que possa usa-los, se os olhos do meu filho serão usados para o mal eu quero que os meus protejam o futuro do meu neto.
- Vou garantir isso também – respondeu Sasuke que compreendia o desejo dele.
- Então eu gostaria de me despedir da minha família – disse ele levantando-se.
Sasuke levantou também e saiu, ao ver a nora e o neto ele transmitiu a vontade do Terui para ambos, mesmo chorando os dois entraram na casa para conversar com ele uma última vez, e Sasuke aguardava do lado de fora com sua filha.
- Você me trouxe junto para me mostrar essa realidade? – perguntou Sarada.
- Sim, e também para conhecer outro Uchiha que não fosse eu – respondeu ele – de agora em diante Naoki viverá em Konoha, eu espero que vocês possam se dar bem.
- Vai depender apenas dele, acho que ele não vai aceitar isso – respondeu Sarada.
A despedida levou meia-hora, depois disso tanto a nora como o neto deixaram a casa com lagrimas nos olhos, a mulher então pediu para que Sasuke entrasse, ela o acompanhou até o quarto do seu sogro onde ele esperava, a historia que seria contada pra todos na vila é que ele morreu dormindo, Sasuke usaria o poder do rinengan pra extrair sua alma e manda-lo pro outro mundo sem dor, depois disso extrairia os olhos para serem levados com eles pra Konoha.
Enquanto isso do lado de fora Naoki foi até uma árvore que estava no jardim, essa árvore tinha sido plantada pelo seu avô quando ele casou e mudou com sua esposa para esta casa, desde então ela vinha crescendo e finalmente ficara adulta.
- Eu não posso dizer que sei pelo que você está passando – disse Sarada aproximando-se dele – mas eu entendo um pouco esse sentimento de rejeição, eu nunca perdi alguém importante pra mim, mas consigo imaginar como se sente.
- Cale a boca! Você não faz ideia de como me sinto! – gritou ele se virando e mostrando o sharingan ativo – eles levaram meu pai e agora vocês vão levar o meu avô! Eu odeio todos vocês!!
O menino com o sharingan ativo tentou socar Sarada no rosto, mesmo sem ativar seu sharingan ela facilmente bloqueou o soco dele segurando sua mão, o menino tremia de raiva e de tristeza, e suas emoções estavam explodindo, enquanto isso alguém escondido nas sombras observava a casa e se divertia com o que estava vendo.
Continua.
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