Capítulo 22 – Planos Finais.
- Finalmente a cor voltou para sua cara – comentou Hinata ao lado da irmã.
- Eu devo estar um bagaço mesmo, pra você vir aqui zuar comigo – resmungou Hanabi na cama do hospital.
Hinata ria da careta que sua irmã fazia, mas a verdade é que ela estava incrivelmente aliviada, Hanabi finalmente estava recuperada e em 24 horas receberia alta, os esforços da equipe médica conseguiram curar todos os seus órgãos internos sem deixar sequelas.
- Como estão as coisas lá fora? – perguntou Hanabi.
- Muito tensas, se a informação que temos for correta o país do fogo sofrerá um ataque em 48 horas – explicou Hinata.
Hinata explicou para Hanabi tudo o que aconteceu depois daquele dia, explicou quem são os verdadeiros inimigos, o que anda acontecendo e tudo mais, também explicou para Hanabi quem foi a Hyuuga que quase a matara.
- Aquela mulher é doida, eu vi nos olhos dela – disse Hanabi – ela quase teve um orgasmo me torturando.
- Me poupe de detalhes assim – pedia Hinata meio constrangida – mas saiba que eu vou dar o troco pelo que ela lhe fez.
- Você vai lutar contra ela? – perguntou Hanabi surpresa.
- Sim, se eu a encontrar nesta guerra faço questão de derrota-la pessoalmente – respondeu Hinata séria – Tomoyo é a mancha negra do clã Hyuuga, cabe a mim limpa-la.
Hinata terminou de cortar uma maçã para Hanabi, ofertando a fruta Hinata levantou-se e saiu, disse que voltaria quando fosse a hora de Hanabi deixar o hospital.
Já em outra ala do hospital os iryounin se reuniam, com exceção dos que estavam realizando tratamento todos estavam lá, à frente deles estava Sakura como líder da divisão.
- Durante a guerra tudo pode acontecer, vocês precisam estar preparados para qualquer situação – explicava Sakura – agora vamos falar sobre a organização.
Sakura explicou que os ninjas médicos seriam divididos em dois grupos, os que lutariam na linha de frente e os que ficariam na retaguarda, os iryounin da linha de frente seriam especializados em tratamento de emergência, iriam dar os primeiros socorros com velocidade e estabilizar quem estivesse a beira da morte, para isso ela escolheu os que tinham o melhor controle de chakra.
Os que ficariam na retaguarda se especializariam em tratamento mais profundo, Sakura escolheu aqueles que tinham o maior volume de chakra e os ninjutsus que demoravam mais, para eles o importante não era ser veloz e sim curar completamente, assim os ninjas da linha de frente garantiriam que o paciente chegasse vivo aos que realmente fariam o trabalho pesado.
Depois das instruções Sakura dividiu os ninjas em times e explicou o posicionamento de todos eles, levou horas pra instrui-los completamente, ao final Sakura dispensou todos eles, mas ordenou que ficassem em prontidão, pois o inimigo não seguiria nenhum cronograma.
- Bom trabalho, Sakura-sensei – cumprimentou Chiyo entregando um relatório – e em qual posição eu vou participar?
- Você tem uma boa quantidade de chakra e é veloz no tratamento – disse Sakura – então eu decidi reserva-la, vou te colocar onde for mais necessário, de acordo com a situação.
Chiyo sentiu-se honrada com isso, durante anos ela estudou e praticou com afinco para se tornar uma excelente ninja médica, desde que fora escolhida por Sakura em pessoa, aquela que reconheceu seu potencial e lhe instruiu neste belo caminho.
- Sakura-sensei, como foi na última guerra? – perguntou Chiyo andando ao lado dela.
- Foi terrível, a cada minuto chegavam mais e mais feridos, e não conseguíamos salvar todos – dizia ela relembrando aqueles dias terríveis – mas dávamos o melhor de nós para manter vivos todos que podíamos.
- Será que essa guerra... vai ser tão terrível assim? – perguntou Chiyo preocupada.
- Eu lhe darei apenas um aviso, você verá coisas terríveis, verá gente morrendo e sofrendo – disse Sakura séria – se você hesitar ou se acovardar por isso vai custar a vida de alguém, seja a sua ou do seu paciente.
Chiyo entendia bem disso, parte do treinamento que recebiam era psicológico, aprender a ser frio e racional na batalha para não entrar em desespero, para isso todos os novos iryounin eram expostos a um genjutsu que os obrigava a verem cenas terríveis de uma guerra (atualmente se usa o cenário da 4º guerra ninja), se de demonstrar enjoo o ninja já poderia ser reprovado.
- Eu não vou decepciona-la Sakura-sensei – disse Chiyo determinada.
- Eu sei que não, você é minha melhor discípula – disse Sakura sorrindo.
- Mas eu sou sua única discípula – disse Chiyo fazendo biquinho.
Sakura riu disso e pediu para a garota checar umas coisas, mais tarde ela teria uma reunião com o conselho da vila, precisava informar o progresso da sua divisão, enquanto ia pro seu escritório ela lembrava da última guerra, e torcia para que esta jamais chegasse a se comparar ao passado.
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- Você vai ter um colapso assim – disse Ino preocupada.
- Não tenho tempo pra um colapso, até isso vai ter que esperar – respondeu Shikamaru – eu ainda tenho mais 50 fichas pra memorizar ainda hoje.
Shikamaru tinha uma pilha de fichas à sua frente, elas continham informações dos inimigos conhecidos, precisava delas pra saber como cada um agiria, e se preparar pra eventualidades, não podia se dar ao luxo de ser surpreendido como foi da última vez.
- Eu já falei com este teimoso, mas ele não me escuta! – reclamou Temari – não adianta nada decorar tudo isso se você capotar à poucas horas da batalha!
Shikamaru sabia que elas estavam certas, já estava trabalhando a um dia inteiro sem parar, nem lembrava quando foi pra casa pela última vez, Temari cuidava do Shikadai mas ela também estava preocupada com o marido, suspirando Shikamaru decidiu fazer uma pausa.
- Como sua mulher eu estou mandando, vá pra casa e tome um banho! – ordenou Temari – depois durma nem que seja por 4 horas, se ousar levantar da cama antes eu te mato!
- Bem, pedindo gentilmente assim... – ele sorria mas estava mesmo cansado.
Shikamaru avisou a sua equipe que estava saindo, e com as garota ele foi pra casa, os três clãs ficavam bem próximos um do outro, por isso eles podiam fazer o caminho juntos.
- Lutamos juntos na aliança, mas é a primeira vez que estou vendo como Konoha se prepara – disse Temari – é bem diferente de Suna, agora entendo porque nunca conseguimos derrota-los.
- Não é como se Konoha fosse invencível, apenas tivemos bastante tempo para nos prepararmos – disse Shikamaru – na 3º guerra ninja as batalhas se arrastaram por uns 10 anos, todo mundo já estava esgotado.
No caminho pra casa Shikamaru imaginava o porquê de terem tanto tempo, era improvável que o inimigo precisasse de tanto para se preparar, eles já estavam fazendo isso a anos, ele sentia que isso era parte de algo maior, e enquanto imaginava as possibilidades levou um tapa na nunca dado por Temari.
- Você já está pensando demais de novo não é? – reclamou ela – pare de fritar os miolos, se algo imprevisto acontecer só precisamos nos adaptar e lutar!
- Tem razão, pensar demais antecipadamente limita nossas escolhas – disse ele – precisamos deixar um espaço para as surpresas, foi a surpresa do Kenta aparecer que estragou os planos deles.
Mas Shikamaru não queria contar com a sorte, tão logo se recuperasse iria refazer planos, e torcer para o inimigo não prever seus passos, mas com um veterano como Shurano do lado deles tudo era incerto, aquele homem já venceu mais batalhas do que Shikamaru sonhou em vencer, então o que ele precisaria fazer para vencer?
- Talvez eu deixe o Naruto à cargo das estratégias – comentou Shikamaru.
- O quê!? Você pirou de vez? – perguntou Temari – o Naruto é mais tapado que um gennin, ele mal sabe o que significa estratégia!
- Mais ou menos, ele já conseguiu me surpreender varias vezes – disse Shikamaru – talvez a falta de raciocínio logico dele seja bom pra ganhar do Shurano.
A ideia era engraçada, mas imprevisibilidade era a marca registrada do Naruto, então talvez ser imprevisível como ele fosse o segredo pra vencer.
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(horas mais tarde)
- Muito obrigado por terem vindo! – dizia Naruto genuinamente feliz.
À frente do Naruto estavam os reforços enviados por amigos, vieram de longe respondendo ao pedido de ajuda do Naruto, seus lideres ficaram mais do que felizes em enviar o que podiam.
- Shion-sama ainda não possui ninjas suficientes – dizia uma moça com trajes de sacerdotisa – mas nós, as sacerdotisas, podemos dar apoio com cura e proteção.
- No momento o país da neve está passando pro problemas internos – dizia um jounin da neve curvado – Koyuki-sama pede desculpas por enviar apenas 8 homens.
- Não tem problema, até mesmo um já é uma ajuda – respondeu Naruto.
Em sua frente havia 20 sacerdotisas, 8 ninjas da neve e 20 ninjas do país da lua, aos poucos chegavam ninjas de outras vilas menores, no total os reforços somavam 100 pessoas, podia parecer pouco diante de uma guerra, mas isso mostrava o quanto eles eram unidos e solidários.
- Eu vou providenciar um lugar para todos vocês, quando a hora chegar vamos dizer o que vocês devem fazer – dizia Naruto – e mais uma vez, obrigado por virem.
Naruto chamou alguns ajudantes, pedindo para alocar o pessoal que chegou ele deixou seus convidados a vontade, muito satisfeito com a ajuda que recebeu Naruto foi para seu escritório, um bunshin estava checando a papelada que não podia parar por causa da guerra.
- aiai, vou precisar de uma aspirina mais tarde – disse Naruto após desfazer o bunshin e absorver as informações.
- Sabe, é meio que trapaça usar o kage bunshin para fazer o trabalho – disse Shizune no escritório.
- Eu estou fazendo o trabalho não estou? Minha antecessora fugia do trabalho – disse ele sentando em sua poltrona – o que temos agora?
- O plano de evacuação já está pronto – disse ela mostrando os planos no papel – o Iruka-san ficou responsável por coordenar os gennins.
Naruto ficou surpreso de como até os gennins estavam bem organizados, os mais velhos liderariam os mais novos, e estes ajudariam na evacuação, o trabalho de cada time era checar os bairros um por um para verificar se ninguém ficou pra trás, para aqueles que já prestaram o exame chuunin ao menos uma vez havia outra tarefa, ir e vir levando mensagens dentro da vila, assim os ninjas mais graduados poderiam se concentrar em lutar.
- No passado, durante a 3º guerra ninja até os gennins eram mandados pro front de batalha – dizia Shizune triste – foi assim que o Nawaki-kun morreu.
- O irmão da vovó Tsunade que se parecia comigo? – disse ele – mas não se preocupe, os gennins vão participar, mas não serão sacrificados nessa guerra.
- Isso isso, você é um bom Hokage – disse Shizune passando a mão na cabeça dele.
- Você está me tratando como uma criança ou como um bichinho? – perguntou Naruto fazendo uma cara engraçada.
- Só estou lembrando de como você era quando te conheci – disse Shizune rindo.
Naruto suspirou derrotado, ao lembrar da infância até ele sentia um pouco de vergonha de como era, mas por outro lado ele era só orgulho hoje.
Naruto ia se levantar para ir a outro lugar, mas um chuunin entrou apressadamente em seu escritório, quando alguém fazia isso só podia significar problemas graves.
- Recebemos noticias da capital! – disse o homem ofegante – o daimyo sofreu um atentando, os conselheiros dele ordenaram que o Hokage vá para a capital imediatamente!
- O QUÊ!? – gritou Naruto.
O Hokage pegou sua capa e seu chapéu e saiu logo em seguida, mas não para a capital, ele foi para a sala onde tinha reuniões com o conselho, levou cerca de 15 minutos para que os seus três conselheiros chegassem.
- Já fomos informados – dizia Kakashi – você precisa partir para a capital.
- Nem ferrando que eu vou sair de Konoha agora! – disse Naruto irritado – depois de amanhã o exército da Rasetsu vai marchar para cá!
- Naruto, mesmo que você não goste o daimyo é o nosso lorde – explicou Tsunade – o Hokage não pode desobedecer usas ordens.
- Além disso pode ser útil que você esteja lá e não aqui – disse Shikamaru – isso pode ser exatamente o que o inimigo está planejando.
- Espere, se é isso o que o inimigo quer que eu faça por que devo fazer? – perguntou Naruto confuso.
- Se fosse eu planejando faria meus planos pensando na possibilidade de você não ir – disse Shikamaru – então não faz diferença de qualquer jeito, mas se você for vão usar o primeiro plano.
- E aí só precisamos imaginar o que eles pretendem fazer e contra-atacar – disse Kakashi – de qualquer jeito a capital é tão importante quanto Konoha, não pode ficar desprotegida.
Naruto praguejou essa situação, concordando com isso ele designou Tsunade para cuidar da vila, Shikamaru se responsabilizou em pensar num plano para lidar com a ausência dele, e Kakashi foi preparar uma escolta para Naruto, mesmo dizendo que não precisava.
- Ora vamos, todo kage anda com uma escolta – disse Kakashi rindo – além disso levar um reforço pode ser uma boa ideia, eu já vou chama-los.
Naruto aproveitou para ir pra casa, talvez não pudesse voltar antes da guerra começar, então precisaria ver sua família para partir tranquilo, após chegar em casa ele viu que Hinata tinha acabado de dar banho nas crianças, todos os três estavam só de toalha.
- Papai!! – gritaram as duas crianças correndo até ele.
- Ora ora, parece que eu perdi a melhor parte – disse ele se abaixando e abraçando os dois.
- Chegou mais cedo, ainda não tive tempo de preparar o jantar – disse Hinata satisfeita por vê-lo.
- Bem, eu não vou poder jantar, preciso ir para a capital – disse ele triste – o velho chato sofreu um atentado e me chamaram pra protegê-lo.
Naruto abraçou Hinata com os dois filhos quase grudados em suas pernas, a Hyuuga ficou chateada mas entendia a posição dele, Naruto gastou 10 minutos brincando com os filhos enquanto Hinata ia subir para se vestir, Naruto segurou a mão dela e lhe deu um beijo.
- Se tivéssemos tempo pra uma rapidinha... – dizia ele no ouvido dela.
- Naruto-kun... – Hinata se derreteu toda – vamos guardar isso pra depois da guerra, assim fazemos uma completa.
- Estarei ansioso por isso! – disse ele empolgado.
Naruto fez um bunshin quando os filhos não estavam olhando, ele deixou o bunshin brincando com os filhos por enquanto, não gostava de engana-los assim, mas precisava ao menos dar essa alegria a eles por enquanto.
Depois de arrumar suas coisas Naruto saiu de casa discretamente, ao chegar no portão da vila sua escolta já estava esperando por ele.
- Proteger o Hokage-sama, que honra! – dizia Lee empolgado.
- Não se preocupe Naruto, comigo aqui você não precisa nem lutar – dizia Tenten fazendo o sinal do ok.
- Parece que você pegou a empolgação do Lee – disse ele rindo – vamos indo?
O trio partiu rapidamente para a capital, no caminho Naruto fazia uma oração silenciosa, uma oração para que nada de terrível acontecesse na sua ausência, sua única certeza é que com o Sasuke em Konoha a vila estaria protegida.
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(manhã seguinte)
- O plano funcionou, Naruto deixou Konoha e está na capital agora – disse Genkyo.
- Então qual é o próximo passo? – perguntou Kagerou.
- Konoha está vigiando a fronteira com o país da chuva, eles esperam que o ataque comece lá – explicou Shurano – eles vão concentrar suas forças em todas as cidades que ficam nesse caminho, e vamos fazer o que eles esperam que façamos.
- Você quer dizer que devemos marchar daqui até lá num ataque direto? – perguntou Kamiki.
- Sim, a força principal do nosso exército vai marchar daqui em direção à capital – respondeu Shurano – precisamos manter a capital sob ameaça, assim o Hokage não vai poder sair de lá.
- Deixamos que eles soubessem de proposito quando seria o ataque – explicou Genkyo – eles vão mandar pelo menos metade dos seus ninjas para onde acham que vamos atacar.
Genkyo pediu para Ken mostrar um mapa do país do fogo, nele estava traçada a rota que o exército iria fazer, Shurano explicou todos os planos que traçou e o que poderia acontecer de errado, no fim Kagerou e todos os representantes das vilas aliadas ficaram satisfeitos, com esse plano Konoha seria destruída em 24 horas de guerra.
- E quanto ao Uchiha Sasuke? Ele é tão forte quanto o Naruto – avisou Kamiki – com ele em Konoha não tem como destruir a vila.
- Não se preocupe com o Sasuke, vamos tira-lo da vila também – avisou Genkyo – e também temos planos para lidar com os outros kages que vão ajudar Konoha.
- Depois que Konoha for destruída podemos voltar nossas atenções para os outros países – dizia Kagerou empolgado – Amegakure vai absorver o país dos rios e parte do país do fogo.
Genkyo pediu licença e saiu da sala com seus homens, em apenas um dia o mundo mudaria radicalmente, estava tão ansioso que não sabia se poderia dormir hoje, mas seria muito bom descansar e por tudo em ordem, na torre que Kagerou reservou para ele os outros esperavam, os membros da Rasetsu e os nukenins libertados, todos eles estavam igualmente ansiosos, alguns só queriam acertar contas, outros se promoverem, alguns tinham um estranho senso de justiça, outros só estavam nessa pela diversão.
- Eu prometi a vocês que todos teriam seus desejos realizados – começou Genkyo – em 24 horas estaremos iniciando a primeira guerra desde a virada do mundo, e vocês farão parte disso.
- Nós nascemos para isso – comentou o nukenin da rocha Hazan.
- Os 5 kages fizeram seus movimentos, eles não esperam por isso, mas vamos pegar todos eles – dizia Genkyo – quando os 5 kages forem derrotados podemos reconstruir o mundo shinobi como nós quisermos.
Esse era o verdadeiro objetivo dessa guerra, não apenas trazer as guerras de volta, mas reformar o mundo ninja como um todo, se todos os 5 kages forem derrotados suas vilas entrarão em colapso rapidamente, as vilas menores irão aproveitar a chance, nações inteiras cairiam e outras renasceriam, tudo movido pela guerra.
Diferente do mundo de paz que visa o progresso a longo prazo, o objetivo da Rasetsu trazia resultado imediato para todos, mas não considerava nada a longo prazo, era um método que consumia os fracos e dava gloria aos mais fortes, e quem quisesse sobreviver precisava se tornar forte logo.
- Muito bem, temos um dia para assumirmos posições, espero que cada um cumpra seu papel – pedia Genkyo.
- Hei chefe, eu posso ir atrás da líder Hyuuga? – perguntava Tomoyo com empolgação.
- Depois que você fizer a sua parte – respondeu ele como se lidasse com uma criança – mas se eu fosse você não subestimaria a Hyuuga Hinata, ela evoluiu muito nos últimos anos.
- Pra mim basta que me paguem, mas é interessante uma era de guerras – comentou Inori – com guerras eu vou ter mais trabalho e mais dinheiro, e quanto a você Rouga?
O Inuzuka nada respondeu de imediato, o único motivo dele estar ali era seu senso de dever, Genkyo o incorporou em sua “matilha”, então como parte da matilha ele deveria caçar.
Os membros da Rasetsu começaram a sair aos poucos, alguns deles se espalhariam pelo país do fogo, outros iriam para outros países, mas cada um cumpriria um papel, o exército principal estava abrigado dentro de Amegakure, e nesse momento Kamiki reunia a sua facção, ela explicava o seu plano para eles e o que fazer durante a guerra.
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A medida que o tempo passava Konoha ficava mais alerta, sendo o último dia antes da guerra tudo estava programado para fechar ao meio-dia, os portões da vila já estavam fechados, ninguém entraria ou sairia da vila sem permissão, a segurança nos muros já estava dobrada, e patrulhas triplicadas nas ruas.
Por decisão do conselho Konoha só seria evacuada se o conflito chegasse a 20km da vila, o plano de evacuação já foi distribuído em todas as casas através de panfletos, o abrigo dentro do monte Hokage estava sendo preparado, água, comida e remédios estocados lá, o suficiente para a população inteira por dois dias.
No monte Hokage, sentado sobre a face de Hashirama, Sasuke observava a vila, ele escolheu este lugar para ter a perspectiva do fundador da vila, Sasuke também imaginava como teria sido Konoha hoje se fosse Madara o shodaime Hokage.
- Acho que Konoha não teria durado tanto – disse ele pra si mesmo.
- Por quê? – perguntou Sakura surgindo do lado dele.
- Sakura? Já terminou seus afazeres? – perguntou Sasuke surpreso por vê-la.
- Sim, toda a divisão médica está pronta – respondeu ela – mas sobre o quê você está falando?
- Estava apenas pensando, os Hokage anteriores construíram estes monumentos para observar a vila – dizia Sasuke – claro que era algo simbólico, mas sentado aqui eu sinto a vontade deles na pedra.
Sakura riu disso deixando Sasuke constrangido, ele não costumava ser emotivo, ainda mais em situações tensas, mas agora cá estava ele pensando no passado da vila.
- Tsunade-sama me disse para dormir bem essa noite, e é o que pretendo fazer – disse Sakura – vamos pegar a Sarada na casa dos meus pais, e jantar todos juntos hoje.
- É uma boa ideia – disse ele – se o Naruto estivesse aqui chamaríamos ele também.
- Uma festa antes da guerra? Que tal deixar pra depois da guerra? – perguntou ela – reunir a turma, falar sobre nossas lutas, comemorar a vitória...
Sakura foi na frente, precisava comprar algumas coisas antes que as lojas fechassem, depois do meio-dia a vila entraria em alerta total, Sasuke foi para outra área de Konoha, onde vários times estavam se reunindo, aparentemente eles fariam simulações de batalha, para testarem suas reações, Sasuke acabou se juntando a eles.
Por toda Konoha os ninjas fazia os últimos preparativos, uma coisa que Naruto determinou e Tsunade manteve, todos os ninjas livres deveriam descansar esta noite, para isso a equipe que faria a segurança de noite já descansava agora, era importante que todos tivessem um tempo com suas famílias.
Em casa Sakura terminava de preparar o jantar, passou horas fazendo-o, pois queria fazer algo bem gostoso para sua família, para isso seguiu a receita passo a passo sem modificar nem mesmo uma linha, ficou na frente do fogão o tempo todo e cronometrou cada etapa, não tinha como dar errado.
- Isso, tenho certeza que está perfeito! – disse Sakura após provar um pouco – finalmente eu fiz um curry decente!
Sakura estava transbordando de felicidade, ao seu lado Sarada com 6 anos a ajudava um pouco, as duas terminavam de preparar a sala de jantar e a pequena fazia um lanchinho.
- Quando o papai vai voltar? – perguntou Sarada.
- Daqui a pouco minha filha, hoje vamos todos comer juntos – respondeu Sakura satisfeita.
Era algo comum para eles, quase nunca os dois estavam em casa ao mesmo tempo, na maior parte do tempo ou um ou outro cuidava de Sarada, mas quase sempre era a Sakura, ela passava mais tempo na vila, enquanto que Sasuke saía constantemente em missões, ele era o único em Konoha que cumpria missões rank S sozinho, apesar de isso trazer muito dinheiro para a família tornava a relação familiar complicada.
A campainha tocou indicando que alguém estava na porta, Sakura alegremente foi abri-la, Sasuke muitas vezes perdia a chave de casa, enquanto ela atendia à porta Sarada colocava os pratos na mesa, quando Sakura abriu a porta viu um ninja que não conhecia.
- hun... pois não? – perguntou ela.
- Desculpe incomodar a essa hora, você é a Uchiha Sakura não é? – perguntou ele.
Imediatamente um sinal de alerta passou pela mente dela, não havia um só ninja em Konoha que não a conhecia, perguntar isso era totalmente redundante, quando ela estava levantando a guarda para revidar viu algo que a surpreendeu, os olhos vermelhos surgiram.
Foi rápido e súbito demais, ela viu o sharingan inimigo e logo em seguida se viu numa espécie de caverna, a sua frente uma besta disforme como se fosse uma carcaça de algum animal, a fera disforme a agarrou e arrancou todos os seus membros um por um enquanto Sakura gritava em agonia.
No mundo físico Sakura estava com o olhar vidrado e os lábios tremendo, sem força nos membros ela ia despencando no chão quando o homem a segurou.
- Opa, cair de cara no chão não ia ser nada bom – disse Okojo colocando Sakura sentada numa cadeira – com sua licença.
Depois de colocar Sakura sentada na cadeira Okojo tranquilamente entrou na casa dela, Sarada esperava na sala de jantar quando viu o homem desconhecido, como Okojo usava um uniforme roubado não despertou suspeitas da esperta menina.
- Olha só, você é mais fofinha do que imaginei – disse Okojo – seu nome é Uchiha... Sarada não é?
- Quem é você? – perguntou Sarada olhando-o de cima a baixo.
- Eu? Meu nome é Uchiha Okojo, não se preocupe, eu sou da família – dizia ele – bom, mais ou menos isso.
Ele olhou em volta, viu a mesa toda pronta para um jantar em família, uma panela cheia de algo que cheirava bem, a pequena toda arrumada e Sakura também bem vestida, isso não se parecia com uma família Uchiha.
- Ah desculpe, eu interrompi o jantar de vocês não é? – dizia ele – escute um pouco Sarada-chan, a sua mãe precisou sair urgente pra cuidar de um assunto ok?
- Mas o papai vai chegar daqui a pouco, e vamos jantar todos juntos! – dizia ela fazendo cara de choro.
- É uma pena, mas ela não teve muita escolha, sabe como é não é? – continuou ele – muito bem, quando seu pai chegar dê isso aqui pra ele, não vá esquecer ok?
Okojo entregou uma carta fechada para Sarada, a menina mesmo contrariada disse que entregaria, Okojo então passou a mão na cabeça dela e riu da cara de irritação que ela fez.
- Até qualquer dia, e cuide-se! – disse ele saindo.
Como Sarada estava na sala da jantar não o viu partindo e levando sua mãe no ombro, Sakura estava num estado de semiconsciência e gemeu os nomes do seu marido e filha, e assim Okojo sumiu no meio da noite.
Meia-hora depois Sasuke chegou em casa, percebeu que a porta não estava trancada, mas não se importou com isso, entrando ele anunciou sua chegada e sua filha veio correndo recebê-lo.
- Desculpe pela demora, me enrolei um pouco – ele tinha exagerado um pouco nas simulações e alguns ninjas foram pra enfermaria receber uns curativos – cadê a mamãe?
- A mamãe saiu! – reclamou Sarada com a cara emburrada.
Sasuke achou isso estranho, ele tinha acabado de vir do hospital e sabia que ela não estava lá, Sasuke perguntou para Sarada e a menina explicou que alguém veio chama-la, que também tinha deixado uma carta, ela foi para a mesinha onde tinha deixado a carta e entregou ao pai.
Sasuke abriu o envelope e começou a ler a carta, a cada linha lida ele ficava mais tenso, no final da carta Sasuke já tremia de ódio, o sharingan se manifestou na forma total e uma aura negra o envolvia, Sarada assustou-se com isso.
- Papai? – perguntou ela segurando a perna da calça dele.
- hun? Ah sim, me desculpe por assusta-la – disse Sasuke forçando um sorriso – a mamãe preparou o jantar não é? Vamos comê-lo antes que esfrie.
Sasuke dobrou a carta e a colocou dentro da jaqueta, fingindo que tudo estava normal ele sentou-se na mesa e deixou Sarada servi-lo, a menina aprendia tudo muito rápido, repetindo o que via sua mãe fazendo, ela terminou de servir o curry para seu pai e depois colocou o seu no prato, Sasuke achou muito engraçado como ela parecia adulta.
- Isso aqui está muito gostoso – disse ele com um elogio sincero.
Se pudesse ele já teria saído atrás de Sakura, mas havia algo que o impedia de fazer isso, de qualquer jeito ele teria essa noite com sua filha, e amanhã caçaria o desgraçado que levou sua esposa, por baixo da mesa a mão dele tremia de ódio.
Continua.
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