"Eu adoro quando você
me chama de senhorita.
Eu queria poder fingir que não
precisava de você
Mas cada toque é tipo oh, la, la, la
É verdade, la, la, la
Oh, eu deveria estar fugindo
Oh, mas você me faz ir ao seu encontro"
(Shawn Mendes, Camila Cabello - Señorita)
Gwendolyn Hayes POV
Sentir sua boca em contato com a minha energizou meu corpo tão subitamente que o frio que antes eu sentia não era mais percebido pela minha pele. Sua língua percorria cada canto da minha boca. Seus lábios macios e carnudos me prendiam de tal forma, querendo que aquilo nunca tivesse fim, mas ele morde meu lábio inferior e finaliza. Assim que abro os olhos me deparo com ele, me olhando ainda em choque. Acho que ele deve estar surpreso por eu ter tomado a iniciativa. Mas só então me cai a ficha do que acabou de acontecer: eu beijei Shawn Mendes. Isso, de maneira alguma, deveria ter acontecido. Seu beijo deve ter cortado o efeito psicológico no qual eu estava, porque agora eu estou tão em choque quanto ele.
- Eu... eu... - gaguejo. Isso Gwendolyn, deixe na cara o quanto está nervosa
De repente ele sai da piscina e veste sua camisa que estava jogada sobre a grama e estende a mão para me ajudar a sair. Coloco meus pés sobre a pequena escada e consigo sair da água. Assim que saio, ele solta minha mão e caminha em direção ao interior da mansão. Acho que eu devo ter ficado uns 3 minutos do lado de fora ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer.
Quando entro na mansão vejo ele andando ansioso pela sala.
- Você... tá bem? - ele pergunta enquanto coçava a cabeça e me olhava de relance
- Sim... - respondo do mesma maneira sem jeito
- Certo - ele pega o celular sobre o sofá e vai até a porta, mas para no meio do caminho - Me avise quando o Hayes chegar - ele diz para a mesma mulher que me recepcionou quando cheguei, e assim sai
Permaneci parada aqui. É sério que foi só isso? Ele perguntou se eu estava bem e foi embora? Tenho certeza que esse beijo não foi nada pra ele, nada pra um nível Shawn. Me irrito e subo para o quarto de hóspedes.
Shawn Mendes POV
- Foda - se! eu quero isso pronto pra ontem - falo acendendo o baseado. Esses merdas são uns imprestáveis
- Mas o Johnson tinha dado a palavra dele... - Nathan insistia mas eu o corto
- Palavra de merda, isso sim - falo puto dando a partida na minha range rover.
Eu odeio que não cumpram com a palavra que foi dada, ainda mais quando isso envolve a mim.
- Relaxa, a carga vai ser entregue ainda nesse mês - Nathan se refere ao carregamento de cocaína que eu tinha encomendado com metade do valor total já pago e que até agora não tinha chegado nas minhas mãos.
- Dá um jeito nisso. Caso eu não receba a entrega dentro de um mês pode deixar que eu acabo com esse Johnson - desligo na cara dele e solto a fumaça da última tragada no meu beck. Minha mente vagava. Vagava nela.
O jeito como me encarou antes de cair na água, a maneira como me olhou depois que a resgatei, seus lábios, seu beijo... E porra, que beijo!
Era pra eu estar focado nesse lance do carregamento mas não consigo tirar ela da cabeça.
Nada que uma boa foda não resolva.
Dirijo em direção a boate. Não era tão longe, mas assim que vou me aproximando vejo a rua lotada de pessoas que esperavam na fila para entrar. Estaciono na minha vaga e saio do carro, passando pelo monte de pessoas.
Assim que liberam a passagem eu entro. As putas dançavam polidance nos postes de dança enquanto os clientes jogavam notas de dinheiro nos palcos. Daqui avisto a parte superior da minha boate onde ficava a área vip. Vou até lá e passo pelos seguranças vendo os moleques discutindo
- O que tá acontecendo aqui? - pergunto já pegando um copo de tequila da bandeija do garçom
- Esse cuzão não aguenta o trampo - Peter diz rindo, mas Nathan já tava puto
- Quer pagar pra ver? - Nathan respondeu
Joshua observava tudo enquanto tinha uma das vadias sentada no seu colo
- Estão apostando quem consegue comer mais putas essa noite - ele diz enquanto tinha seu pescoço sendo chupado pela outra.
- Nathan não aguenta mais que três
Olho em volta e depois para eles. É, eu realmente precisava me distrair e esquecer o que tinha acontecido mais cedo.
- Quer saber, os dois vão perder, porque também vou participar
Gwendolyn Hayes POV
Dia seguinte
- Mesmo após a facilidade das confecções, as mulheres ainda eram privadas da modernidade, continuando a usar roupas sob medida. A partir desta dificuldade, surgiu a alta costura que produzia diferentes estilos por meio de estilistas que inventavam tendências. - finalizo e Dylan desliga os slides do telão.
As palmas soaram no auditório e senti um alívio gigantesco. Eu realmente odeio isso de falar em público. Descemos do palco e como fomos a última dupla a se apresentar, os alunos já começam a se levantar das cadeiras e irem embora. A senhorita Evans, nossa professora na matéria de H.I.M. (história da indumentária e moda) vem até nós
- Vocês foram ótimos, mas preciso que mandem o relatório do seminário por e-mail
- Consigo fazer isso ainda hoje - Dylan responde e a professora afirma, logo saindo do auditório também - Você foi ótima - ele diz se virando para mim
- Você também - sorrio
Dylan Torres é da minha turma na faculdade. Sempre fazemos os trabalhos juntos, já que ele parece ter um foco à minha altura. Sua mãe é dona da Emporium&Beauty, uma grande loja de roupas nos Estados Unidos. Ele está no Canadá fazendo intercâmbio já que seu pai também mora em Toronto. Confesso que no 1° semestre do curso tive um certo interesse em Dylan, mas com o tempo isso acabou já que percebi que ele me via só como amiga.
- Acho que finalmente vou conseguir uma boa nota - ele diz guardando o notebook na mochila
- Como se isso fosse impossível. Você é um dos melhores da turma, está sempre tirando "A" nas avaliações semestrais
- É, Mas nos últimos meses venho regredindo, meus pais não largam do meu pé. Dizem que nunca está bom para alguém que vai herdar os negócios da família um dia - começamos a caminhar para fora do auditório
- Relaxa, isso já aconteceu comigo. Quando decidi que iria cursar moda na faculdade meus pais não apoiaram. Disseram que queriam uma médica ou advogada na família e que estilista não era um emprego a minha altura - paramos no corredor e ele vira de frente para mim
- Isso é uma droga, mas vamos mudar de assunto. Tem algo marcado para sexta a noite?
- Bem, deixe eu conferir a minha agenda... - pego meu caderninho de anotações na bolsa e finjo checar as páginas o fazendo rir logo em seguida - Sorte sua, não tenho nenhum compromisso
- Que bom! Então... quer ir ao cinema? - ele está me chamando para um encontro?
- Isso por acaso é um encontro?
- Só se você quiser - ele responde arqueando a sobrancelha esperando uma resposta minha
- Certo - sorrio tímida
- Ok, te pego as sete - ele sorri aquele sorriso lindo e sai em seguida
Volto a andar pelo corredor, até sair do prédio de design. Adele e Eadlyn estavam me esperando encostadas no meu carro, já que eu havia prometido dar carona a elas hoje. Me aproximo das duas não escondendo o sorrisinho no rosto
- Iiih, lá vem. O que aconteceu? - Adele pergunta assim que nota minha expressão
- Ahn... não é nada demais, é que o Dylan acabou de me chamar para sair - falo simples enquanto dou a volta no carro e abro a porta vendo a boca dela se abre em um completo "O"
- O Dylan? Tipo, Dylan Torres da turma de moda? - pergunta ainda em choque e eu apenas afirmo
- Aproveita, ele é um tremendo gato - Eadlyn comenta. Nos falamos muito pouco depois daquele dia em que ela me assumiu que sabia de tudo. Estou evitando tocar no assunto, e me parece que ela também
- Mas então? Pra onde vão sair? Motel? - Adele pergunta assim que entramos e ela se senta no banco do carona enquanto Eadlyn se senta no banco de trás
- O que? É claro que não! Vamos pro cinema
- Cinema? Ahn... fofo, mas depois vão para o motel né?
- Adele! - chamo sua atenção e Eadlyn ri - ele não é esse tipo de cara no qual você está acostumada a sair
- Ah é? E qual seria esse tipo que você se refere? - colocamos o cinto e eu dou a partida
- Do tipo que leva a garota para um bar, fica bêbado e depois a leva para a cama
- Em primeiro lugar, eu nunca iria para um bar, a não ser o bar de uma boate ou festa, em segundo, não sou uma menina fácil como pensam - ela diz e eu e Eadlyn caímos na gargalhada.
- Olha, te garanto que isso não é uma coisa fácil de se acreditar - Eadlyn fala.
Continuamos a discutir sobre o assunto o caminho inteiro. Como a casa de Adele era a mais próxima da faculdade, entreguei ela primeiro. Assim que ela sai do carro, parto para a casa de Eadlyn.
Logo de primeira o silêncio se instalou, mas é quebrado por ela
- Está sabendo que o Bieber está procurando por vingança pelos garotos? - Ela pergunta
- Sim, ele está atrás de mim e da minha mãe - respondo
- Isso é uma merda, mas não se preocupe, já passei pelo o mesmo, e os meninos vão dar um jeito
- Já?
- Sim, quando os meninos passaram do Bieber na liderança ele reagiu logo de cara, e adivinhe quem foi a presa?
- Nossa, mas o que ele fez?
- Encontrei o carro da minha mãe totalmente tomado por chamas, e junto tinha um bilhete avisando do que se tratava. Não preciso nem dizer como fiquei na época. Mas tudo deu certo e ele não conseguiu tocar um dedo sequer na minha família - Vou parando o carro devagar na frente de sua casa - Ja disse e vou repetir, eu tô aqui com você, então se precisar de mim é só chamar
- Obrigada - respondo olhando para ela pelo retrovisor
Eadlyn sorri e sai do carro. Dou a partida no mesmo em direção a minha casa. Minha mãe recebeu alta hoje cedo, mas como eu estava em aula e não podia faltar devido a apresentação, Peter ficou com ela. Ele ainda deve estar lá e como sei que ele precisa trabalhar, tento chegar o mais rápido possível em casa.
- Merda! - exclamo quando estou a cinco quadras de casa e só agora me lembrei do remédio da minha mãe que eu deveria já ter comprado. Meu irmão me mandou a foto da receita médica e disse que de maneira alguma eu deveria esquecer. E bem, eu esqueci.
Viro na próxima direita para fazer o retorno. Havia uma farmácia a três ruas daqui, então não demoro muito para chegar nela.
Paro o carro ao lado do estabelecimento e desço. Assim que entro, vou em direção às prateleiras, procurar uma pomada para os machucados de seu rosto. Pego e vou em direção ao balcão.
- Oi, você teria esses dois analgésicos?
- Um momento que eu vou conferir - o farmacêutico diz e entra em uma portinha atrás do balcão
Estou sozinha aqui. Me parece que o movimento aqui não é muito bom. Pego meu celular e vejo duas chamadas perdidas de Peter. É, acho que ele realmente precisa resolver algumas coisas referentes ao trabalho. Ouço a porta da frente ser aberta e um homem de cabeça baixa com um gorro preto entra, o que me faz estranhar pois a temperatura não está assim tão baixa.
- Pronto - O farmacêutico volta com duas embalagens nas mãos
- Certo, quanto fica?
- vinte e dois dólares - ele diz enquanto eu já abro a bolsa procurando o dinheiro - E o senhor? Precisa de ajuda? - ele pergunta se referindo ao outro sujeito que estava no corredor dos produtos de higiene virado de costas
O homem não diz nada, então só coloco o dinheiro sobre o balcão pegando os medicamentos que agora já estavam dentro de uma sacola.
Me virei para sair mas entrei em choque quando vi o homem que antes havia entrado agora destravando a arma e apontando para mim e o atendente
- Passa a grana do caixa, VAI! - Ele diz gritando a última parte e o cara que havia me atendido começa a pegar as notas que estavam dentro de uma gaveta - E você passa o celular - ele aponta a arma para mim. Já ia entregar o celular para ele quando a porta da farmácia é aberta novamente.
Olho rápido para ver quem era e me surpreendo. O que Shawn faz aqui?
Ele pega algo na cintura e logo vejo que era uma arma. Meu corpo gela assim que o vejo aponta-la para o assaltante.
Alguma coisa me diz que alguma merda iria acontecer, mas não era isso que me intrigava, e sim o fato dele estar ali, no exato momento em que eu precisava. É como se ele estivesse aqui, pronto para me defender de qualquer coisa.
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