1. Spirit Fanfics >
  2. Miss Americana and The Heartbreak Princess (SuperCorp) >
  3. Capítulo 9

História Miss Americana and The Heartbreak Princess (SuperCorp) - Capítulo 9


Escrita por: OnceLittleGlee e MySantos2016

Notas do Autor


Heeeeey, bom dia pessoal. Eu e My voltamos aqui para mais um capítulo incrível e, depois de eu chorar com o final da maldita série da Marvel, eu tinha que postar urgentemente esse cap pq isso aqui tá sendo a minha felicidade... E vai ser pra vocês também hehe 🤭🤭

Capítulo 10 - Capítulo 9


Duas semanas depois do sequestro 

Lena Luthor

Era tarde da noite e Lena se encontrava na cozinha, preparando um chá para si. Estava distraída, mergulhando o saquinho na xícara, quando sentiu dois braços fortes e conhecidos rodeando a cintura. Como de costume, a Luthor se assustou e deu um pulo no lugar, quase se queimando com a água quente.

— Kara, quando você vai perder esse costume de me assustar? — Ela questionou, ainda de costas e presa entre os braços da Zor-El.

— Você sabe que não faço por mal. — Justificou. Com delicadeza, Kara afastou os cabelos de Lena para o lado e beijou seu pescoço. 

Lena estremeceu com o contato e tombou sua cabeça para o lado, deixando a região mais exposta para Kara. A Zor-El girou Lena em seus braços, a deixou de frente para si e a prendeu contra a pia da cozinha. 

Kara beijou os lábios de Lena, guiou uma de suas mãos até a nuca da Luthor, aprofundando o beijo, enquanto a outra ficou na cintura. Suas línguas dançando em sincronia enquanto suas mãos exploravam seus corpos. Kara apertou a lateral do corpo de Lena por baixo da blusa que ela usava. Lena gemeu com a pressão do corpo de Kara contra o seu.

— V-vamos para o seu quarto, Kara, alguém pode entrar aqui. — Com um pouco de dificuldade, a morena falou.

— Vamos… — Confirmou. 

Para não perder tempo, Kara pegou Lena nos braços e usou de sua velocidade para chegar ao seu quarto.

Lena despertou ofegantes. Não era a primeira vez que ela sonhava com Kara, mas diferente das outras vezes, esse sonho foi menos "picante". O que ela agradeceu imensamente, pois a primeira coisa que ela viu foi Wanda já estava acordada e com um sorriso travesso direcionado a si.

— Vejo que alguém teve uma ótima noite de sono. — Zombou a mais nova. Lena agradeceu pelo quarto ainda estar um pouco escuro, uma vez que suas bochechas ficaram muito vermelhas. 

— Eu não acredito que você estava lendo minha mente, Banphrionsa. — A mais velha até tentou soar firme, mas foi impossível devido ao seu constrangimento.

— Me desculpe, mas não consegui evitar. — A jovem cobriu seus lábios com as mãos para tentar evitar a risada. — Pena que o sonho acabou bem na melhor parte. — Ironizou e logo depois caiu na gargalhada, o que acabou acordando Ava.

— Mas o que está acontecendo aqui? — Ainda confusa pelo sono, Ava sentou-se na cama e tentou entender que barulheira era aquela.

— Está vendo o que fez? Acabou acordando a Ava. — Lena brigou com a irmã, mas isso não iria mudar o foco da conversa.

— Sinto muito, Blondinka Mat', mas não pude me controlar. — Wanda também se sentou na cama.

— O que seria tão engraçado para tamanha gargalhada? — Inquiriu a loira.

— Não foi nada dema…

— Nem vem, Lena. — Wanda interrompeu a sua irmã. A mais jovem se virou para Ava. — A Lena estava sonhando com Kara e, se ela não tivesse acordado antes, o sonho ainda estaria rolando, só que no quarto de Kara. — Ava arregalou seus olhos em descrença e rapidamente se viu sem sono nenhum. Lena cobriu o rosto com as mãos. 

— Oh meu Deus, Lena "Certinha" Luthor estava sonhando safadeza com Kara? — Ava se juntou a Wanda e ambas começaram a zombar da morena, a qual, naquela altura, estava escondida embaixo das cobertas. — Eu já suspeitava dessas duas desde aquele dia que vocês foram até meu apartamento… Demoram mais do que o normal. — Continuou.

— Hey, não foi nada disso. — Lena protestou enquanto saía de baixo das cobertas.

— Qual é, Lena! Não precisa mentir para a gente, sabemos que você tem uma quedinha por Kara. — Ava falou.

— Está mais para um precipício. — Wanda disse sorrindo.

— Está bem, já chega! — Lena pulou da cama e ficou de pé, encarando as duas. — Eu admito, eu me sinto sim atraída por Kara. Ela é uma pessoa incrível e ainda por cima é linda, como não me sentir assim? Agora já chega, não irei deixar vocês zombarem de mim. — A morena saiu em direção ao banheiro e se trancou lá.

— Está sentindo esse cheiro, Wanda? — Ava perguntou com a voz um pouco elevada, para que Lena ouvisse.

— Sim, Aves, estou. Que cheiro é esse? — Wanda entrou na brincadeira.

— Cheiro de couro! — Ava gritou e depois as duas caíram na risada.

— Eu conheço uma palavra de seis letras que começa com "P" e explica bem essas coisas na cabeça de Lena, e não é piolho. Sabe qual é, Blondinka Mat'? — Wanda perguntou, ainda com a voz alterada. Lena revirava os olhos dentro do banheiro.

— Sei sim, Petit Russe. — Ava e Wanda trocaram olhares e depois gritaram juntas. — PAIXÃO! — A barriga das duas chegava a doer de tanto que elas riam.

— Duas crianças. — Lena disse quando saiu do banheiro. Pegou uma roupa para vestir e foi até a saída. — Vejo vocês depois, não tenho paciência agora. — Mais uma vez, as meninas se olharam e sorriram de Lena enquanto a morena revirou os olhos.

A Luthor abandonou o quarto e, como o destino amava brincar com sua cara, a primeira pessoa quem ela viu quando deixou o recinto foi justamente a pessoa que ela menos queria ver naquele momento. Kara.

— Hey, Miss Americana. — Kara foi até Lena e lhe cumprimentou com um beijo no rosto, o que resultou em uma Lena Luthor ruborizada. — Bom dia. Já tomou café da manhã?

— Bom dia, Kara. Ainda não, estava justamente indo até a cozinha.

— Então vem, vamos comer juntas. — Convidou sorrindo e, por alguns segundos, a morena se perdeu na curva de seus lábios.

— Oh, sim. Eu adoraria. 

Wanda Maximoff

Após a conversa (e zombaria) com Lena e Ava, Wanda assistiu Lena sair e, em seguida, Ava quem deixou o quarto. Ela quase seguiu a dupla, no entanto, uma dor próxima de seu útero fez Wanda querer desistir. Não só de se levantar, e sim de continuar a pensar ou respirar. Ela gemeu, sabendo tratar-se de sua bendita cólica mensal. A Maximoff quase esquecera sobre a data inicial de seu ciclo menstrual.

Mesmo não querendo, Wanda sabia que precisava erguer-se do colchão confortável, mas não para acompanhar Lena e Ava. E sim na necessidade de buscar um absorvente naquela mansão. Acontece que nenhuma das seis contavam com a dupla Luthor e a segurança de ambas viriam a morar com Kara, Sara e Natasha. Talvez Natasha tenha algum absorvente extra… Imaginou. 

Com muito esforço, ela moveu-se ao banheiro para se checar e tomar um bom banho. Ela imaginava que aliviaria a dor. Felizmente, a sua menstruação ainda não descera e tratava-se de uma cólica pré-menstrual. Ela ainda tinha um tempo de um dia para encontrar algo que a salvasse.

Wanda pensou sobre o banho ajudá-la. Mas, na verdade, a quentura da água apenas intensificou a sua melancolia. Ela ficava incrivelmente sentimental naquela época. Não apenas pela TPM, mas a sua magia intensificava os seus pensamentos ruins. E, no fim, lágrimas rebeldes misturaram-se com a água do banho contra a sua vontade. Wanda odiou-se.

Pensamentos de culpa regressaram feito flashes. Culpa por Lex entender a sua magia, culpa por Natasha ter sofrido o tiro em seu braço. Culpa por toda a situação ruim. Apenas culpa.

Wande desligou o chuveiro, aparou as lágrimas e usou vestimentas confortáveis. Ela roubou uma das roupas de Ava, sabendo que caberia bem em seu corpo. Wanda sentiu que receberia reclamações da segurança por aquilo, porém ignorou a futura bronca e moveu-se na procura de Natasha, rezando para que a ruiva não notasse os seus olhos vermelhos. Natasha encontrava-se no seu quarto, vasculhando suas coisas. Ela acordara recentemente, checara o seu diário, iniciara uma nova canção e parou alguns minutos depois. Com Yelena em sua mente, ela não tinha inspiração.

Uma batida na sua porta vinda de Wanda fez Natasha erguer a cabeça. Ela permitiu que a morena entrasse e abriu um fraco sorriso quando Wanda apareceu. Mas algo chamou a sua atenção.

— Ei, Natasha, desculpe-me interromper, mas… — Wanda fitou o chão. — Você tem algum absorvente extra? — Ela corou, ao menos um pouco. E Natasha questionou a razão daquela vergonha. 

— Sim, claro. — Natasha levantou-se e pegou um pacote daquele item, entregando-lhe finalmente. Wanda agradeceu baixinho. — Malyshka, está tudo bem? — A Maximoff assustou-se com o questionamento repentino, encolhendo-se imediatamente. Ela apenas não esperava. Não por Natasha fitando-lhe como se a conhecesse há mais de duas semanas. Como se pudesse ler a sua alma e sentimentos. — Você estava… chorando?

— Não! — Respondeu numa exclamação, demonstrando exasperação. Natasha não recuou com o quase grito, entretanto ergueu uma de suas sobrancelhas ruivas, quase refutando em voz alta não acreditar em Wanda. — Eu não estava chorando, Natasha… Eu… — Tarde demais. Maldita TPM e maldito sentimentalismo. Malditos poderes e maldita cólica. Novas gotículas salgadas mancharam as suas bochechas e um soluço fugiu antes que Wanda pudesse impedir. — Sinto muito.

— Wanda, está tudo bem… — Natasha deu um passo à frente, não entendendo qual deveria ser a sua reação perante a caçula chorando. Uma verdade era; Natasha odiava vê-la naquele estado. O sofrimento não era digno de marcar a terna expressão daquela assustada bruxa. — Você pode me contar o que está te incomodando, certo? Apenas não chore, por favor. — Pediu Natasha, mantendo o espaço pessoal. Pessoas como Wanda não necessitavam de um contato forçado. E Natasha queria deixar-lhe confortável o suficiente para se abrir. 

— Não é nada, eu só… — Wanda gargalhou autodepreciativa, correndo seus dedos pelos olhos molhados. — Odeio isso. Eu odeio estar tão emocional ao ponto de me culpar por tudo. Por Lex não querer mais Lena em nossa antiga casa, por você ter tomado o tiro. Absolutamente tudo. — Aparar o choro não fora o bastante e Wanda sentiu-se uma criança pequena. — É bobo, você já me reclamou por isso e…

— Não é bobo, Malyshka. E sinto muito por ter te repreendido naquele dia, foi imbecil e eu estava com raiva pela Yelena. Sei que já pedi antes, mas me desculpo uma segunda vez. — Natasha mordeu os seus lábios finos, fixando as íris claras em Wanda. — Olha, eu sei que provavelmente isso não ficará na sua cabecinha teimosa, todavia — Natasha levantou os seus braços, hesitante, perguntando silenciosamente caso poderia tocá-la. Wanda consentiu vagarosamente, sentindo as mãos fortes, quentes e confortáveis da ex-espiã russa nos seus ombros. Wanda era mais alta que Natasha, então foi necessário abaixar um pouco sua mirada para fitar as orbes claras da ruiva. E ela poderia aterrar-se naquele mistério azul-esverdeado. — ninguém nunca te culpou por nada, Wanda. Nem eu ou Lena. Isso tudo, todo este inferno, somente tem um nome e sobrenome; Alexander Luthor. E ele cairá, okay? 

— Okay… — Wanda sussurrou. 

— Você precisa de um abraço agora ou…? — Natasha não era a melhor em abraços. Os dois primeiros - e únicos - Wanda quem iniciara. Porém, percebendo que a Maximoff apreciaria tal ação reconfortante, a Romanoff ofereceu. Wanda estava emaranhada ao refutar um “sim”, que Natasha não hesitou em abrigá-la confortavelmente contra os seus braços. Natasha a guiou ao colchão e, sentando-se, ela fez a maior sentar-se também, ainda no abraço. — Você não merece metade do que passou, Malyshka. Lex somente perdeu a oportunidade de ter uma das melhores irmãs possíveis. 

— Sabe, você também não merece metade do que passou, Nat. — Murmurou contra o peito da Romanoff, transparecendo sinceridade. Natasha riu. 

— Não vamos comentar sobre mim… — Quando Natasha distanciou-se, ela inclinou-se para plantar um beijo na testa de Wanda. A Maximoff fechou as pálpebras com aquilo. — Ei, eu tentei escrever há poucos minutos e não me dei muito bem nisso… Quer ser a minha co-autora agora e me auxiliar?

— Eu adoraria, Nat… 

Ava Sharpe

— Aves, eu gostaria de perguntar algo… — Ava escutou Sara questionar enquanto desenhava círculos na areia do quintal. Ela ergueu a sua cabeça, apenas um pouco, para fitá-la, nunca parando os seus movimentos na terra. Naquela segunda semana desde o sequestro, Ava e Sara tornaram-se as mais próximas possíveis. Ainda existia implicância vinda de Sara e, em alguns momentos, Ava poderia acertar um tapa forte na Lance. Mas elas aprenderam a adorar aqueles instantes juntas. 

— Diga, Sah. — Havia uma evolução. Ava passou a chamá-la por apelidos há alguns dias (dois especificamente). 

— Avise-me se eu for invasiva ou caso você não queira responder… — Sara girou o seu corpo para mirá-la fixamente. — Estou curiosa sobre a sua vida. Você diz que Wanda e Lena são a sua única família… Algo aconteceu com a sua verdadeira? — Ava não imaginara que, de todos os questionamentos, aquele seria o principal. Ela não tinha problemas em falar de seus familiares, do que houve, porém não pensou naquela curiosidade específica. 

— Huh, minha mãe sempre foi uma mãe solteira. Meu pai desapareceu após o meu nascimento e ela cuidou de mim até a sua morte. — Ava comentava melancolicamente. — Ela faleceu durante a notícia do meu primeiro emprego na casa Luthor, cuidando de Lena e Wanda. Eu quase não tive forças para exercer o meu trabalho, mas eu fui, independente de minha perda. Eu sei que minha mãe jamais admitiria a minha desistência por ela. — Ava teve o seu rosto preenchido com um fraco sorriso. — E eu conheci Wanda e Lena, que também perderam as suas mães. E criamos uma família, elas se tornaram a minha família.  

— Eu sinto muito… — Sussurrou Sara.

— Não sinta, Sah. — Tranquilizou Ava. 

— Sabe, eu tenho mais de 100 anos e ainda posso me lembrar de minha mãe… — Sara suspirou, brincando com as suas mãos. — Ela era estressada em metade do tempo e vivia reclamando-me pelo meu jeito. Mas, quando a noite caía e estávamos bravas uma com a outra, ela entrava em meu quarto, beijava a minha cabeça e contava-me uma história famosa de sua infância… O rebelde Canário Branco. — Sara riu suavemente. — Ela passou a chamar-me de Canário Branco quando eu viciei em ouvir aquele conto toda vez antes de dormir. 

— É fofo. — Ava lambeu os lábios. — E combina contigo… Petit Canari. — O apelido escapuliu de sua boca, adorando como ele soou. Sara franziu o cenho.

— Começou com os apelidos, Ypérochos Ílios? — Divertiu-se Sara.

— Apenas seguindo o que você iniciou desde a primeira vez que me viu. — Piscou Ava.

— Você vai me contar o que isso significa? Eu sou boa em grego, não em francês. — Sara quase implorou pela confirmação. Ava zombou, ela não deveria. Era uma vingança ao nível comparado com a ansiedade que Sara a fez passar. No entanto, Ava estava longe de ser uma mulher maldosa. E vingativa.

— Pequeno Canário. — Respondeu simplesmente, dando de ombros. Sara fingiu indignação.

— Eu não sou pequena, Sharpe. — Resmungou a imortal.

— Não, Sah… Você é menor que isso. — Ela não evitou a gargalhada quando Sara foi presenteada pelos seus lábios entreabertos em incredulidade. — Estou brincando, estou brincando… Mas não muito, Lance. 

— Sabe, às vezes, você supera o meu nível de chatice. — Sara comentou. Foi a vez de Ava de fingir ser afetada pelo comentário. 

— Sara Lance, entenda, eu jamais serei capaz de superar esse seu patamar. — Ava negava com a cabeça. Sara tentou manter seriedade, porém a risada cobriu o recinto. E Ava a acompanhou naquele som adorável. 

— Falando sério agora, eu gostei disso… Desse apelido. — Sara mudara o seu tom de voz. Ele passou a ser fofo, carinhoso e gentil. E Ava sentiu aquilo correndo por toda a localidade. — Obrigada, Aves. É significante, extremamente significante para mim. — Sara transpareceu sinceridade. Ava acenou positivamente, não precisando de mais palavras para dizer. O clima se tornou agradável e os minutos de silêncio cobriram ambas as mulheres. Não fora um silêncio completamente incômodo. Na verdade, era ao contrário. Ava adorava a sensação. — Outra pergunta… 

— Diga, Sara. — Incentivou-lhe. 

— Quando tudo isso acabar, Lex cair e nós pudermos sair sem nenhum remorso ou medo de sermos pegas, eu poderia te levar a um encontro? — Ava arregalou os olhos claros, endireitando a sua postura para olhar Sara corretamente. A menor não parecia envergonhada, todavia suas bochechas pulsavam em vermelho. 

— Você quer me levar a um… — Ava engasgou pelo nervosismo.

— Ava, eu gostei de você e gostei de nossa pequena química. Seria um prazer não levar isso ao casual e tentar uma abordagem diferente. Não sou do tipo romântica, eu nunca me interessei em ser. Mas posso tentar… Se isso me garantir um encontro contigo, eu adoraria tentar. — Sara dizia tudo sem gaguejar na sua certeza. E a mentira passava longe das orbes azuladas e calmas como um mar em sua maré baixa. 

— Céus, você me pegou desprevenida. — Ava brincou, quebrando o contato entre ambos os olhares, encarando o chão, onde era enfeitado pelos círculos de Ava. Sara engoliu em seco. Pela primeira vez, temeu uma rejeição inesperada. Uma onda de culpa e auto irritação por ter falado tudo rápido demais. Ava não gostaria de sair com ela, de sair com alguém como ela. E Sara jamais negaria compreender as razões da Sharpe por não querer. — ...mas sim. Eu adoraria, Petit Canari. Eu adoraria ser levada a um encontro contigo. — Ava finalmente deu a sua resposta sobre o assunto, regressando a mirá-la. Sara estava estarrecida.

— O que? — Murmurou Sara.

— Você não me ouviu? Está em outro mundo, Lance? — Ironizou. — Eu gostaria de ir a um restaurante contigo com todas as cafonices de um encontro perfeito. E, então, poderemos deixar rolar… 

— Sim… — Sara pareceu recobrar consciência do momento, a felicidade sendo a única emoção atual. — Poderemos deixar rolar…. 

Lena Luthor

O céu estava realmente incrível naquela noite. Após o jantar, Lena foi até o quintal para tomar um ar fresco, respirou fundo e levantou a cabeça. Quando abriu os olhos, se deparou com muitas estrelas e uma lua crescente linda. Por estarem em uma área longe do centro da cidade, longe de toda aquela poluição visual, era possível ver o céu nitidamente.

Ela não percebeu que já tinha alguém na parte de trás da casa quando ela chegou. Kara estava no lado oposto ao seu, terminando de montar uma barraca.

— Hey, Lena! — Kara a chamou, ainda agachada. Só quando ouviu seu nome ser gritado que a Luthor se deu conta da presença da outra alí. 

— Kara! — A morena sorriu e foi em direção a Zor-El. Lena estranhou a barraca, arqueando uma das sobrancelhas. — Vai acampar aqui? 

— Sim. O céu está realmente lindo hoje e o clima agradável, então pensei em aproveitar aqui fora. — Explicou com um sorriso dominando seus lábios.

— É uma ótima ideia. — Lena comentou. E Kara teve outra ideia. Ficou de pé e parou diante de Lena.

— Por que não fica e me faz companhia? A barraca é grande o suficiente para nós duas. — Depois de deixar a entender que ambas dormiriam juntas, tanto Kara quanto Lena adquiriram tons avermelhados em seus rostos.

— Eu adoraria, Súile Gorma. — O rosto de Kara se iluminou com a resposta de Lena. Iriam passar a noite juntas. — Só vou até meu quarto pegar algumas coisas e já volto, tudo bem?

— Oh, sim, claro. Eu também preciso pegar algumas coisas no meu e na cozinha. Nos encontramos aqui em meia hora. 

As duas entraram na casa juntas, mas, enquanto Kara ia na cozinha, Lena moveu-se ao local designado. Ava e Wanda estavam conversando, então não falou com nenhuma das duas. Somente separou um conjunto de moletons para vestir e foi até o banheiro para tomar um banho. 

Ava e Wanda se entreolharam, mas não disseram nada. Minutos depois, Lena saiu do banheiro, usando as roupas que tinha separado, passou um pouco do perfume apanhado na casa de Ava e pegou o seu cobertor e travesseiro. Quando estava prestes a sair, acreditando que não iria precisar explicar onde estava indo, Ava quebrou o silêncio.

— Não vai dormir aqui? — Inquiriu confusa.

— É… Não, irei dormir no quintal hoje. — Explicou com o rosto corado. Ava e Wanda ficaram emaranhadas.

— Por que no quintal? — Foi a vez da Wanda perguntar.

— Bem, é que o céu está tão lindo hoje. — Tentou não falar que não iria estar sozinha.

— Você vai congelar lá fora, Lena. — Ava ficou preocupada de Lena acabar pegando um resfriado ou algo pior.

— Não se preocupem, a Kara já montou a barraca. — Ao se dar conta do que falou, tapou a boca rapidamente. Mas as meninas adquiriram um sorriso malicioso.

— Hum… Vocês já estão dormindo juntas? Que avanço. — Zombou a mais jovem.

— Não é nada disso, nós só vamos acampar. — Justificou.

— É assim que chamam agora? — A Sharpe brincou.

— Argh! Hoje vocês estão demais! — Lena abriu a porta e saiu.

— Usem camisinha! — Wanda gritou e depois se juntou a Ava em coro de gargalhadas.

Lena deixou a casa e caminhou em direção a barraca. Kara já estava lá, terminando de arrumar algumas coisas. Dentro da barraca, tinha um colchão de dormir forrando o chão, algumas almofadas, um abajur a bateria, uma garrafa com chocolate quente e alguns biscoitos. O teto da barraca era transparente, assim daria pra ver o céu e as estrelas mesmo de dentro. 

— Nossa, você caprichou aqui. Às vezes esqueço que você tem super velocidade. — Lena disse ao entrar. Reparou que Kara também trocou de roupa, usava uma calça moletom e uma camiseta branca com um top por baixo.

— Minha velocidade é bem útil. — Disse sorrindo. — Vem, senta aqui. — Bateu no espaço vazio ao seu lado. E a morena assim fez, deixando seu travesseiro e cobertor ao lado.

— Você costuma fazer isso sempre… Acampar, no caso? — Lena, após alguns segundos, quebrou o silêncio confortável.

— Não tanto quanto gostaria. Gosto de olhar para o céu à noite, ver as estrelas e a lua, me lembro de Krypton. — Explicou. Kara se deitou e ficou olhando para cima, além do teto da barraca. Lena mirou o rosto tranquilo de Kara durante alguns segundos e, quando voltou à realidade, desligou o abajur e deitou-se também.

— Como era viver em Krypton? — Perguntou realmente interessada. Ela viu quando o rosto de Kara se iluminou.

— Era incrível, Lee. Meu pai era cientista, eu costumava passar horas com ele no seu laboratório e também fazia viagens com ele. — Kara se permitiu viajar em suas memórias. — Minha mãe era uma espécie de juíza em Krypton. Por mais que ela sempre estivesse ocupada, ela conseguia tempo para brincar comigo e contar histórias de dormir. Ela e minha tia Astra me ensinaram sobre as estrelas. — As lembranças felizes do passado lhe faziam sorrir sem nem perceber. — Ah, não sei se você sabe, mas, em Krypton, nós não tínhamos um sol amarelo como aqui na Terra. — Os olhos de Lena se abriram em surpresa.

— Sério? — Kara achou graça do espanto da outra

— Sim. Lá, tínhamos o Sol Vermelho, o qual também era nosso deus… O nome dele era Rao. Nós orávamos para ele todos os dias e agradecíamos por suas bênçãos. — Por mais que fosse triste lembrar de tudo aquilo que perdeu, Kara sentia-se feliz em compartilhar um pouco de sua história com Lena. 

— Nossa, Kara, isso é realmente incrível. Me conta mais, por favor. — Lena pediu realmente curiosa em saber mais e Kara amou ver o entusiasmo no rosto dela.

Então Kara começou a explicar sobre o planeta onde nasceu e viveu até seus treze anos. Contou sobre fauna, flora, política, cultura, religião e muitos outros temas. Também acabou revelando para Lena algumas de suas traquinagens de infância.

Lena ficou fascinada com tudo e encantada com aquela versão de Kara. E ela aproveitou  para também revelar partes de seus passado a Kara e de como nem sempre foi uma pessoa tranquila. Elas sorriram e se divertiram bastante com as histórias uma da outra. As horas passavam como se fossem minutos e elas só se deram conta daquilo quando o dia começou a amanhecer. 

— Nossa, Kara, o dia já está clareando. — Lena comentou, se virando e ficando de frente à loira.

— Passamos a noite toda conversando e nem vimos o tempo passar. — Kara sorriu e encarou o rosto de Lena. — Conversar com você é sempre tão bom, Lee. Não só isso, a sua companhia é sempre maravilhosa. — Lena ficou um pouco sem graça pelos dizeres da outra. 

— Eu também gosto de passar um tempo com você, Súile Gorma

Kara apoiou a cabeça em um dos braços e ficou analisando o rosto de Lena daquele ângulo enquanto a morena sentia seu coração acelerar. Ambas perderam-se nos olhos uma da outra, verdes nos azuis e azuis nos verdes. Kara desviou sua atenção das íris de Lena e mirou seus lábios entreabertos. 

Estava louca para sentir o sabor da boca da Luthor há dias, mas tinha medo de estragar a amizade das duas, que ainda estava se desenvolvendo. Mas como resistir quando tinha aqueles lábios tão convidativos na sua frente? Que se dane! Não resistindo mais, Kara cortou a distância que as separava e cobriu a boca da morena com sua. Deixaria para lidar com as consequências de suas ações depois. Para sua surpresa, ou não, Lena retribuiu o beijo, abrindo mais seus lábios para dar passagem à língua de Kara. 

Os lábios de Kara eram tão macios e, pelos deuses, como era bom ser beijada por ela. A loira passou a mão na cintura de Lena e apertou aquela região, a Luthor sentiu uma corrente elétrica passar pelo seu corpo e suspirou entre o beijo. 

Lena queria que o tempo parasse naquele momento, que elas não tivessem que se preocupar com nada que não fosse aquele instante. Era a primeira vez em muito tempo onde Lena se sentia realmente viva e Kara não estava nada diferente.


Notas Finais


ENCONTRO MARCADO E BEIJOS ACONTECENDO

GRITO, BERRO AAAAAAAAAAAA

EU TÔ SURTANDO REAL


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...