Eu acordei antes de Peter e já dei um sorriso enorme só por ver ele abraçado a mim. Apesar de querer muito me manter na cama, eu tinha que levantar. Me levantei com dificuldade para não incomodar o sono dele e depois de fazer minhas higienes eu fui dar alguns telefonemas.
- Bom dia minha querida e linda amiga. – digo quando Leticia atende.
Ela ri.
- Isso é o que eu ganho por aturar esses chatos, sozinha, durante uma semana inteira? – ela pergunta.
- Ao fim do mês você irá adorar ter aturado eles. – digo a ele rindo.
- Espero mesmo. – ela diz.
- Está tudo correndo bem? – pergunto.
- Depende do que você quer saber. – ela diz.
- Ai na empresa, como está? – pergunto.
- Está indo muito bem, depois do reforço na segurança e das palavras duras da presidente, está todo mundo “pianinho”. – ela diz.
- Hum... ótimo. E você? – pergunto.
- O que eu tenho a ver com isso? – ela questiona.
Reviro os olhos.
- Você sabe muito bem. – digo.
Ela suspira.
- Conversei com Gerard e ele foi incompreensivo. – ela diz.
- Explique-se melhor. – peço.
- Nós ficamos o período das minhas férias e para ele já é o suficiente para que ele se ache no direito de exigir coisas. – ele diz.
- Hum... que coisas ele exigiu? – questiono curiosa.
- Ele fala sobre relacionamento sério, me quer mais próxima dele e tantas coisas... – ela diz.
Sei o que está passando na cabeça dela. Assim como eu, ela também já teve uma desilusão amorosa, na verdade várias.
- Talvez esse seja um sinal de que ele é o cara certo. – comento.
Ela solta o ar pela boca.
- O cara certo não estaria colocando pressão. – ela rebate.
- Bom... eu não tenho mais o que dizer, tudo está em suas mãos. – digo.
- Nossa, você me dá cada conselho... – ela diz irônica.
Dou risada.
- Então segura essa: “amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido”.
Ela ri.
- Não foi você quem me aconselhou, foi Vinicius de Moraes. – ela diz.
- Então vou sintetizar. Ele faz questão de você e isso é um ótimo sinal. Não estou te aconselhando a largar tudo, mais seja paciente com ele... se confesse porque deixar subentendido não ajuda em nada, pelo contrario irá apenas desgastar tudo. – digo.
- Irei pensar sobre isso. – ela diz.
Conversamos mais um pouco até sermos interrompidas pela voz de Peter me chamando.
- Preciso ir, até breve. – digo e desligo.
Pov. Mats Hummels:
Se encontrar Joana já seria difícil, imagina encontrar ela com uma criança. Karl liberou a entrada do filho adotivo dela no vestiário e ver ele me fez pensar muito, ainda mais por ele ter sido simpático com todos mais se isso já era doloroso de ver, imagina ver ela agarrada a Bastian. O termino da minha noite só não foi pior, porque Cathy não estava em casa. Eu não queria ter que mentir para ela e foi um alivio ela ter ido para Dortmund para uma abertura de uma loja.
No treino, Bastian ratificou o convite a todos e por mais que eu não quisesse ir, eu confirmei presença. Muitos dos rapazes levariam suas esposas, namoradas enquanto eu iria sozinho.
Quando estacionei o carro na porta da casa de Bastian já haviam vários outros carros parados. Eu encostei minha cabeça no volante e respirei fundo. Enquanto fazia isso, alguém bateu no vidro do meu carro, ao olhar dei de cara com Thomas.
Saio do carro e vejo ele cruzar os braços.
- Se quer manter as aparecias, é melhor mudar essa cara. – Thomas fala.
Ele sabia de tudo, ele era o único que do time que sabia sobre nós e sempre manteve segredo.
- Está tão na cara? – pergunto.
- Quando você cruza com ela, até um cego é capaz de ver. Ela está lá dentro, com o filho dela e é melhor você se preparar para isso. – ele me aconselha.
Filho dela...
- A família de Bastian está e eles estão adorando ela. – ele comenta.
Ótimo.
- Estou te avisando para quando você entrar, não fazer uma cara de surpresa ou pior, demonstrar ciúmes na frente de todos. – ele diz.
- Obrigado. – digo.
- Entre, sorria e não se aproxime dela. – ele pede.
- Vai ser meio impossível. – digo rindo da desgraça eminente.
- Você conseguiu até hoje, por que não daria continuidade? – ele me questiona.
Essa doeu.
- Vamos entrar antes que eu desista. – digo.
Eu e Thomas entramos e assim que me vê Bastian vem me cumprimentar.
- Demorou em cara? Tive que mandar o Thomas ir atrás de você. – Bastian fala.
- Eu estava fazendo algumas coisas... – minto.
- E Cathy? – ele questiona.
- Está em Dortmund. – digo.
Nos juntamos com os outros caras e o papo rola solto. Rafinha trouxe pandeiro e outros instrumentos brasileiros que eu não me recordo o nome e com a ajuda de Douglas Costa e de um Manu desritmado, eles estavam fazendo a festa.
Fiquei curioso para saber onde as mulheres estavam e inventei de ir ao banheiro.
Como havíamos entrado pela lateral da casa, nós não vimos as mulheres na cozinha.
- Olá... – digo ao entrar na cozinha.
Todas me dão atenção e respondem alegremente. Todas menos Joana, que solta um frio “Olá”.
- Desculpem atrapalhar, eu vou ao banheiro. – digo e passo por elas.
- Mats e Cathy? – Nina pergunta.
Vejo Lisa e Anna revirarem os olhos.
Minha mulher não era querida pela maioria das wags mais Lisa e Anna não faziam questão de esconder isso.
- Ela está em Dortmund a trabalho. – explico e sigo para o banheiro.
Faço hora no banheiro e depois volto para junto dos caras.
Lahm tomou conta da churrasqueira juntamente com Xabi, Bastian tentava ensinar Lewan a dançar e as crianças corriam pelo quintal.
Todos estavam se divertindo, até que Peter caiu e começou a chorar. Eu já ia me prontificar a ajudar ele, quando Bastian fez isso na minha frente.
- Fica na sua. – Thomas pede.
Volto a me ajeitar na cadeira, mais não consigo deixar de observar a situação. Bastian pegou ele no colo e levou ele para dentro.
- Ele não é nada seu, pare com isso. – Thomas me alerta.
- Mais poderia ser... – digo.
- Poderia, mais não é. – Thomas me corrige.
Peter deve ter praticamente a mesma idade que o meu filho teria e isso me liga a ele de alguma forma.
Depois de um tempo Bastian volta com Peter nas costas e o pequeno já sorria. Ele volta a brincar com as outras crianças e quando Bastian vem para perto de nós seu pai solta.
- Eu acho que agora vai. – o patriarca diz.
Todos riem e eu forço um riso.
- Pelo andar da carruagem parece que você está certo pai... acho que dessa vez ele sobe no altar. – Tobias entra na onda.
Qual a necessidade de estarmos discutindo esse assunto?
Bastian ria da situação.
- Ela é uma mulher maravilhosa, de gênio forte, mais isso a torna encantadora. – Bastian comenta.
Sem nem ao menos perceber, meus punhos estavam cerrados.
- Ela é a namorada dele, pare de agir como se ela fosse sua. – Thomas diz baixo para mim.
Ajeito minha postura e puxo um assunto sobre férias. Foi uma péssima ideia, já que Bastian falou de Viena e do quanto foi ótimo os dias dele por lá. Graças a Deus Thomas mudou o rumo da conversa para futebol e eu pude relaxar um pouco.
A conversa estava tão boa que eu não percebi que Bastian havia sumido. Ah não.
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