História Missão Diplomática - Capítulo Único

— Eles são tão fofinhos! — ela sussurrou para ele, olhos brilhando com empolgação e mãos provavelmente ansiosas em arrebatar as criaturinhas e abraçá-las.

— Não diga isso em voz alta. Duvido que eles gostem, — ele a avisou, lembrando do que acontecera na última vez que alguém chamara um rato narniano da Mais Nobre Ordem do Leão de fofinho.

— Que pena. — Sua empolgação diminuiu consideravelmente quando ela seguiu seu conselho e se conteve ao segurar o braço do seu marido enquanto eles caminhavam pelos corredores de Cair Parave,l — Você não acha que eles abririam uma exceção para nós?

Ele respirou fundou.

— Eles não serão indulgentes só porque você foi criada em Tashbaan. Ao menos, não os ratos.

Ela grunhiu.

— Eles com certeza deviam. Afinal, isso não é fácil pra alguém de fora. é difícil lembrar do que é aceitável para uns animais e o que não é aceitável para outros.

— Não se esqueça dos anões. E dos centauros. E…

— Argh! É uma lista sem fim! Devíamos ter ficado em casa!

— Nárnia e Arquelândia tem sido amigas há muito tempo, — ele explicou para ela pela enésima vez, — Como rei é meu dever manter os laços entre as nações.

— É, eu sei, — ela interrompeu, seu cenho franzido, — Eu só… você sabe… eu…

Ele virou seus olhos negros para ela, e ela se recusou a encontrá-los.

— O que foi? — Sua voz preocupada.

Ela suspirou.

— Você tem certeza mesmo que ter uma esposa de Tashbaan não vai abalar a aliança?

Ele revirou os olhos, não somente porque a pergunta dela era ridícula, como também porque ele já havia explicado mil vezes para ela que se seu local de nascimento não importava para ele, então não deveria importar para mais ninguém.

E além do mais, ela vinha agindo de maneira irritante desde que eles tinham partido de Anvard.

Não, eles não iriam se importar. Sim, algo do tipo já acontecera antes. Não, os narnianos não tinham o hábito de guardar rancores. Sim, eles iam amá-la. Não, o encontro não era por causa dela. Sim, todos estavam conscientes de onde ela vinha. Não, ele não se arrependia nem um pingo de escolhê-la como esposa. Sim, eles sabiam que ela não se juntara aos calormanos na última batalha. Não, eles não queriam que ela fosse a julgamento. Sim, a sua lealdade à Arquelândia era de conhecimento comum em Nárnia. Não, eles não iriam prendê-la. Sim, ela devia calar a boca por enquanto.

Ele tinha certeza de que eles a aceitariam, mesmo com ela sendo calormana. Ele sabia que eles não iriam julgá-la pelos seus ancestrais ou pela sua nacionalidade. Ele sabia que eles não estranhariam o fato dela ter ajudado a repelir ataques inimigos, e ter providenciado ajuda para os feridos logo depois, considerando as rainhas Lúcia e Suzana de tanto tempo atrás.

Ele sabia que eles a veriam da mesma maneira que ele. Uma mulher corajosa e inteligente, altruísta e gentil para cuidar de seu povo, forte e sábia para tomar decisões, com um sorriso tão belo e aconchegante que o rato mais próximo faria uma exceção para os seus abraços, se ele pedisse com carinho.

Ele podia vê-la facilmente se dando bem com eles.

Ele só gostaria que ela pudesse ver também.

— Desde que você não chame os ratos de fofos…

— Eu prometo me controlar! — Ela sorriu, sua animação retornando.

— E não faça nenhum comentário se a calda de um cavalo for muito curta... — ele apontou.

— Essa é fácil, eu não vou esquecer.

— E não ria na frente dos anões...

— Esquece! — Ela o interrompeu, missão diplomática esquecida, — Só me prometa que o rei é humano!

Ele riu.

— Da última vez que eu chequei...