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História Missão Prometheus - Vingadores e SHIELD lendo Riordverse. - Capítulo 10.


Escrita por: LupinoSolar

Capítulo 15 - Capítulo 10.


- Alguém vem? - Stark perguntou olhando para a sala que já estava cheia.
- Não, só depois da próxima pausa. - Fury respondeu. - e nós vamos para outro lugar quando chegar a hora.
Nessa hora todos ficaram em silêncio pois passos nada humanos foram escutados, uma sombra enorme se fez e aqueles que estavam com armas se colocaram em posição.
Um lobo de mais de 1,80m entrou pela porta, ela não era um lobo comum pois era feito de metal, ao entrar na sala ele começou a diminuir de tamanho até o de um cão normal.

- Podem relaxar. - Leh falou com uma careta. - é só o lobo do Lupino.
- Você tem um lobo robô? - Stark perguntou gritando.
- Eu fiz um lobo robô. - Lupino começou a falar depois que Leh abriu uma trégua pois ele só teria permissão para fazer aquilo se ficasse calado . - O nome dele é Ilai.
- Você fez um lobo mecânico é colocou o nome dele de Ilai? - Steve perguntou.
- Sim?
- Vou nem questionar, depois do Ultron animais robôs é o de menos. - Clint comentou.

Ilai sentou a lado de Nick e colou a cabeça em seu colo.
- Ele é feito de que? - Stark perguntou curioso.
- Seus músculos são fios de ligas metálicas, sua pele de bronze celestial, suas presas de cima feitas de bronze celestial e as de baixo de prata para que possa matar lobisomens de Lincan. - Ele começou a explicar mas foi interrompido por Daisy gritando um pouco animada e assustada ao mesmo tempo.
- Lobisomens existem?!
- Sim! - Lupino respondeu fazendo todos o olharem chocados. - Bem, tecnicamente sim, são os lobos de Lincan e ele foi o primeiro lobisomem.
- Ok, isso é pior que saber que os deuses existem. - Sam comentou recebendo olhares ofendidos dos deuses.

- Depois falamos sobre isso, - Stark falou mais impressionado com o lobo do que com a notícia. - continua a falar do Ilai.
- Garras de bronze celestial e prata, olhos de rubi para uma visão melhorada e chiclete. - Completou.
- Chiclete? - Pepper perguntou rindo.
- Claro, observe. - Ele falou e se virou para Nick. - Filha.
- Claro. - Ela pegou uma moeda de ouro no bolso.
- Primeiro, filha? - Wanda perguntou olhando da Leh para o Lupino. - Vocês não tem nem 17 anos direito.
- Consideração. - Leh explicou antes que um mal entendido fosse feito. - nós dois achamos ela juntos, então somos os pais dela.
- ok, e segundo que moeda é essa? - Wanda continuou.
- Dracma. - Nick respondeu colocando ela na orelha do lobo e a girou, ele abriu a boca e três chicletes pularam para fora dela.

- Você vende chiclete através de um lobo robô? - Maria Hill perguntou incrédula.
- Sim, eu compro um pacote com uns 30 chicletes por 5 dólares e vendo 3 chicletes por dracma, tenho um lucro muito grande, afinal foi difícil fazer essa coisa linda, - O ferreiro explicou. - Ele não só ajuda nas missões como apoio mas também como transporte e como mala térmica para comida.

- Incrível. - Peter exclamou. - Posso tocar?
- Claro aranha. - Lupino permitiu com uma piscadinha.
- Como... - Ele ficou em choque não esperava que ninguém soubesse dos seus poderes.
- Como ele sei que você é o homem aranha do YouTube? - Lincoln perguntou. - você está no índice, afinal você é um alterado.
- Pera aí. - Stark chamou a atenção. - O pirralho faz parte do índice?
- Sim. - os agentes responderam.
- Então ele tem poderes. - Tony concluiu.
- Sim, eu tenho poderes Sr Stark. - Peter falou tímido.
- Deixem isso para a pausa já perdemos tempo demais falando de um lobo de metal. - Fury reclamou.
- Primeiro... - Lupino ia começar.
- Primeiro cala a boca e bora ler. - Leh ordenou e recebeu um olhar dramático de Lupino fingindo estar ofendido. - Se reclamar não vai fazer aquilo.
E então Pepper pegou o livro e começou a ler.

Não precisei de muito tempo para fazer as malas. Decidi deixar o cifre do Minotauro no meu chalé, então só restaram uma muda extra de roupas e uma escova de dentes para enfiar numa mochila que Grover encontrara para mim.

- Ainda foi muito. - Leh comentou.
- Vocês levam menos coisas? - Peter perguntou.
- É, depende da missão, - Day começou a explicar. - as vezes precisamos fugir e a única coisa eu pegamos é nossa arma.

A loja do acampamento me emprestou cem dólares em dinheiro mortal e vinte dracmas de ouro. Essas moedas eram grandes como um biscoito gigante, tinham imagens de diversos deuses gregos estampadas de um lado e o Edifício Empire States do outro. Os dracmas dos mortais antigos eram de prata, Quíron nos contou, mas os olimpianos nunca usavam nada menos que ouro puro.

Nesse momento Lupino fez alguns gestos que ninguém conseguiu entender e foi ignorado.

Quíron disse que as moedas poderiam vir a calhar para transações não-mortais – o que quer que isso significasse. Ele deu a Annabeth e a mim um cantil de néctar e um saco hermético cheio de quadradinhos de ambrósia, para usar somente em emergências, se fôssemos gravemente feridos.

- Essa é a bagagem padrão de uma missão. - Day informou.

Aquilo
era o alimento dos deuses, Quíron lembrou. Iria nos curar de qualquer ferimento, mas era letal para mortais. Em excesso, poderia deixar um meio-sangue com muita, muita febre. Uma overdose nos faria pegar fogo, literalmente.

Lupino começou a rir sendo acompanhado por Nick, Leh e Day apenas olharam para os dois balançando a cabeça em negação.

Annabeth carregava seu boné mágico dos Yankees, que era, ela me contou, um presente da mãe pelo seu décimo segundo aniversario. Ela levou um livro sobre a famosa arquitetura clássica, escrito em grego antigo, para ler quando estivesse entediada, e carregava uma comprida faca de bronze escondida na manga da camisa. Eu tinha certeza de que a faca ia nos causar problemas na primeira vez em que passássemos por um detector de metais.

- Vibranium passa no detector de metais? - Lupino perguntou mostrando a mão com um sinal para a Leh que ela reconheceu como trégua.
- Nunca testei. - Steve respondeu ficando curioso.
- Deixa pra lá essa é uma pergunta idiota. - O rapaz falou para si mesmo.
- É idiota por... - Stark incentivou ele a elaborar.
- Eu tava pensando no escudo. - e todos o olharam sem entender. - e ele não é discreto, não precisaria nem de um detector de metais.
- Ahh. - exclamou a maioria da sala enquanto as meninas batiam a mão na testa.

Grover estava com seus pés falsos e calças para passar por ser humano. Usava uma touca verde estilo rastafári, porque, quando chovia, seu cabelo encaracolado se achatava, deixando aparecer a ponta dos chifres. Sua mochila berrante, alaranjada, estava cheia de sucata de metal e maçãs para o lanche. Em seu bolso havia um conjunto de flautas de bambu que o papai-bode esculpira para ele, muito embora ele só conhecesse duas músicas: o Concerto para Piano n° 12, de Mozart, e So Yesterday, de Hilary Duff, e ambas soassem muito mal em flautas de bambu.

- Deve dar uma dor de cabeça. - Tony brincou.

Acenamos em despedida para os outros campistas, demos uma última olhada para os campos de morangos, o oceano e a Casa Grande, depois subimos a Colina Meio-Sangue até o alto pinheiro que outrora fora Thalia, filha de Zeus.
Quíron nos esperava em sua cadeira de rodas. Ao lado dele estava o surfista que eu tinha visto quando me recuperava no quarto doente. De acordo com Grover, o cara era chefe de segurança do acampamento. Supostamente, tinha olhos espalhados pelo corpo inteiro para jamais ser pego de surpresa.

- Útil. - Sam comentou.
- Realmente, mas será que ele tem olhos em todo corpo mesmo? - Stark perguntou sorrindo maliciosamente.
- Tony. - Pepper repreendeu.
- Não falei nada. - Ele fingiu inocência.
- Mas pensou! - Ela rebateu.

Naquele dia, no entanto, usava uniforme de chofer, então só pude ver os olhos extras das mãos, do rosto e do pescoço.
– Este é Argos – disse Quíron. – Vai levar vocês de carro até a cidade e, ahn, bem, ficar de olho em tudo.

- Essa foi péssima. - Clint exclamou com uma careta.
- Realmente pior que o Sr Stark. - Vision completou.
- Exatamente. - Pepper concordou com os dois recebendo um olhar ofendido de Tony.

Ouvi passos atrás de nós.
Luke veio correndo colina acima, carregando um par de tênis de basquete.
– Ei! – ofegou ele. – Ainda bem que alcancei vocês.
Annabeth corou, como sempre acontecia quando Luke estava por perto.

- Tony, melhor ficar calado. - Pepper censurou ao notar que ele iria abrir a boca.

– Só queria desejar boa sorte – disse ele para mim. – E pensei... ahn, quem sabe você poderia usar isso.
Ele me entregou os tênis, que pareciam bastante normais. Tinham até cheiro de normais.
Luke disse:
– Maia!
Asas brancas de ave brotaram dos calcanhares, deixando-me tão surpreso que os deixei cair. Os tênis bateram as asas no chão até que estas se dobraram e desapareceram.

- Muito mais legal que propulsores. - Sam comentou.
- Melhor mesmo. - Loki comentou.
- Devo me preocupar em como você sabe? - Thor pergunrou incerto.
- Não, você sabe que o que dois deuses da trapaça, mentira e roubo fazem juntos fica entre eles. - Loki respondeu fazendo Thor e os semideuses terem arrepios na espinha e estremesserem.

– Impressionante! – disse Grover.
Luke sorriu.
– Ajudaram muito quando eu estava na minha missão. Presente do papai. É claro, eu não os uso muito hoje em dia... – Sua expressão tornou-se triste.
Eu não sabia o que dizer. Já era bem legal o fato de Luke ter ido se despedir. Tinha receio de que ele estivesse magoado comigo por ter ganho tanta atenção nos últimos dias. Mas ali estava ele, com um presente mágico... Aquilo me fez corar quase tanto quanto Annabeth.
– Ei, cara, obrigado.
– Escute, Percy... – Luke pareceu sem graça. – Todos esperam muito de você. Então, apenas... mate alguns monstros por mim, ok?

- Sem pressão. - Natasha e Wanda ironizaram.

Trocamos um aperto de mãos. Luke afagou a cabeça de Grover entre os chifres e depois deu um grande abraço em Annabeth, que pareceu que ia desmaiar.
Depois que Luke se foi, eu disse a ela:
– Você está com a respiração acelerada.

- E ele ainda provoca. - Nick comentou passando a mão na cabeça de Ilai.
- Né, parece até o Lupino e a Leh. - Day falou recebendo olhares ofendidos dos amigos.
- A diferença é que não somos um casal. - Leh se defendeu enquanto Lupino dizia a mesma coisa em jestos confusos mas que eram mais ofensivos.
- Se você disse que a diferença é que não são um casal, - Stark falou abrindo um sorriso e apontou para o livro  - Então eles são.
- Eu não disse isso. - Leh se esquivou e mandou voltar a ler.

– Não estou, não.
– Você o deixou capturar a bandeira em seu lugar, não foi?
– Ai... por que mesmo eu quero ir a algum lugar com você, Percy?
Ela desceu batendo os pés para outro lado da colina, onde um utilitário esportivo branco esperava no acostamento da estrada. Argos a seguiu, balançando as chaves do carro.
Peguei os tênis voadores e tive uma súbita sensação ruim. Olhei para Quíron.
– Eu não vou poder usar isso, não é?
Ele sacudiu a cabeça.
– A intenção de Luke foi boa, Percy. Mas subir para o ar... não seria muito inteligente de sua parte.
Eu assenti, desapontado, mas então tive uma ideia.
– Ei, Grover. Você quer um apetrecho mágico?

- Um bom amigo ele é. - Lincoln comentou para Daisy.
- E você falou igual ao mestre Yoda agora. - Ela respondeu no mesmo tom fazendo os dois rirem.

Seus olhos se iluminaram.
– Eu?
Rapidamente, amarramos os tênis por cima dos seus falsos pés, e o primeiro menino-bode voador do mundo estava pronto para o lançamento.
– Maia! – bradou.
Ele se ergueu do chão muito bem, mas então tombou de lado e sua mochila arrastou-se pela grama. Os tênis alados ficaram corcoveando para o alto e para baixo como minúsculos cavalos selvagens.
– Prática – gritou Quíron para ele. – Você só precisa de prática.
– Aaaaaa! – Grover saiu voando de lado colina baixo, como um cortador de grama ensandecido, em direção à van.

- Não sei por que mas lembrei de pica pau agora. - Peter comentou baixinho.

Antes que eu pudesse segui-lo, Quíron segurou meu braço.
– Eu devia tê-lo treinado melhor, Percy – disse ele. – Se ao menos tivesse tido mais tempo. Hércules,

- Babaca. - os semideuses exclamaram.
- Vocês conhecerem Hércules? - Clint perguntou espantado.
- Nós não mas Percy e a turma dele sim. - Day respondeu.
- Nós nem sequer aparecemos nos livros. - Leh disse.
- Somos figurantes. - Lupino brincou. - pelo menos não somos aqueles figurantes que só morrem.

Jasão... todos receberam mais treinamento.
– Tudo bem. Só queria...
Eu me interrompi pois estava prestes a soar como uma criança mimada. Queria que meu pai tivesse me dado uma coisa mágica legal para ajudar na minha missão, algo tão bom quanto os tênis voadores de Luke ou o boné invisível de Annabeth.

- Todos que vão em missões tem suas funções e algo que o diferenciam nela. - Day começou.
- A arma é apenas uma ferramenta. - Leh completou o pensamento.
- Por exemplo qualquer um pode usar o escudo. - Lupino falou apontando para Steve. - mas apenas aqueles que têm as qualidades e o caráter do Rogers pode ser o Capitão América. (Falcon and Winter Soldier ainda não saiu da minha cabeça)

– Onde estou com a cabeça? – exclamou Quíron. – Não posso deixar você ir sem isso.
Ele puxou uma caneta do bolso do casaco e me entregou. Era uma esferográfica descartável comum, tinta preta, tampa removível. Custava provavelmente trinta centavos.

- A caneta espada! - Tony exclamou empolgado.

– Puxa – disse eu. – Obrigado.
– Percy, isto foi um presente de seu pai. Guardei durante anos, sem saber que era você que eu estava esperando. Mas a profecia agora está clara para mim. Você é o escolhido.
Lembrei-me da excursão ao Metropolitan Museum of Art, quando reduzi a pó a Sra. Dodds. Quíron me jogara uma caneta que se transformou em espada. Será que aquilo era...?
Tirei a tampa, e a caneta ficou mais comprida e pesada em minha mão. Em meio segundo eu estava segurando uma reluzente espada de bronze com lâmina de fio duplo, cabo envolvido em couro e uma guarda chata rebitada com pinos de ouro. Era a primeira arma que realmente parecia equilibrada em minha mão.

- Ela é ótima. - Tony comentou. - e eu nem gosto de espadas.

– A espada tem uma história longa e trágica, sobre a qual não precisamos falar – contou-me Quíron. – Seu nome é Anaklusmos.

- Contracorrente. - Clint falou involuntariamente.

– Contracorrente – traduzi, surpreso que o grego antigo me tenha vindo tão fácil.
– Mas só a use para emergências – disse Quíron – e apenas contra monstros. Nenhum herói deve ferir mortais, só se for absolutamente necessário, é claro, mas esta espada não os feriria em nenhum caso.

- Como? - Natasha perguntou e os semideuses apontaram para o livro.

Olhei para a lâmina cruelmente afiada.
– Como assim, não feriria mortais? Como ela pode não ferir?
– A espada é de bronze celestial. Forjada pelos Ciclopes, temperada no coração do monte Etna, resfriada no rio Lete. É mortífera para monstros, para qualquer criatura do Mundo Inferior, desde que não matem você primeiro. Mas a lâmina passará através de mortais como uma ilusão. Eles não são bastante importantes para serem mortos pela lâmina.

- Primeiramente, incrível. - Sam comentou. - e segundo, como assim não somos importantes?!
- Prefere morrer por uma espada mágica ou que ela não lhe faça mal? - Leh perguntou com uma sobrancelha levantada, Sam abriu a boca para responder mas não teve argumentos.

E devo avisá-lo: como um semideus, você pode ser morto tanto por armas celestiais quanto por armas normais. Você é duas vezes mais vulnerável.

- Ótimo. - O arqueiro resmungou.

– Bom saber.
– Agora recoloque a tampa na caneta.
Encostei a tampa da caneta na ponta da espada e instantaneamente Contracorrente encolheu e se transformou de novo em uma esferográfica. Enfiei-a no bolso um pouco nervoso, porque na escola tinha a fama de perder canetas.
– Não há riscos – disse Quíron.
– De quê?
– De perder a caneta – disse ele. – É encantada. Sempre vai reaparecer no seu bolso. Experimente.
Eu estava desconfiado, mas atirei a caneta o mais longe que pude colina abaixo e a vi desaparecer na grama.
– Pode levar alguns instantes – disse Quíron. – Agora verifique o bolso.
Sem dúvida, a caneta estava lá.
– Certo, isso é muito legal – admiti. – Mas e se um mortal me vir puxando uma espada?
Quíron sorriu.
– A Névoa é algo poderoso, Percy.
– A Névoa?

- O negócio que meche com a cabeça? - Vision perguntou recebendo acenos positivos dos semideuses.

– Sim. Leia a Ilíada. Está cheia de referências a isso. Sempre que elementos divinos ou monstruosos se misturam com o mundo mortal, eles geram a Névoa, que tolda a visão dos seres humanos. Você verá as coisas exatamente como são, sendo um meio-sangue, mas os seres humanos interpretarão tudo de modo muito diferente. É realmente incrível até que ponto os seres humanos podem ir para adaptar as situações à sua concepção de
realidade.

Pus Contracorrente de volta no bolso. Pela primeira vez, senti a missão como algo real. Eu estava de fato deixando a Colina Meio-Sangue. Estava indo para o oeste sem nenhuma supervisão de adulto, sem um plano B, nem mesmo um telefone celular. (Quíron disse que os telefones podiam ser rastreados por monstros; se usasse um, seria pior do que lançar um foguete de sinalização.) Eu não tinha nenhuma arma mais poderosa do que uma espada para combater monstros e chegar à Terra dos Mortos.

– Quíron... – falei. – Quando você diz que os deuses são imortais... quer dizer, havia um tempo antes deles, certo?
– Uma era antes deles, na verdade. O Tempo dos Titãs foi a Quarta Era, às vezes chamada de Era de Ouro, o que sem dúvida é um nome impróprio. Esta época, a época da civilização ocidental e reinado de Zeus, é a Quinta Era.

- Quais são as outras 4? - Wanda perguntou e recebeu um dar de ombros de Leh e Day e como Lupino e Nick estavam calados por causa do acordo receberam trégua para falar.
- Eu não sei direito mas a 5° é a de Zeus, 4° de Cronos. - Nick começou e pediu para Lupino completar.
- 3° de Ceos o primordial dos céus, eu tenho uma dúvida quando a 2° pois pode ser a era dos primordiais e a 1° ser uma era anterior a existência do Caos. - Ele supôs.
- O que são primordiais? - Peter perguntou.
- Posso usar a mesa? - Lupino perguntou para Tony que permitiu. - Imagine aqui a Terra. - Ele projetou na mesa um holograma do planeta. - esse é o céu, a Terra, o Oceano e o subterrâneo. - Ele separou cada parte mencionada e apontou para Nick.

- Cada um desses "lugares" é o corpo de um primordial, - Ela começou a explicar de onde Lupino parou. - O Céu é Ceos ou Uranos, a Terra é Gaia, o subterrâneo é o Tártaro e o Oceano é Oceano mesmo faltou criatividade nessa hora.
- Então nós pisamos no corpo de uma deusa e tomamos banho em outro? - Pepper perguntou confusa e incomodada.
- Basicamente isso. - Lupino respondeu. - há outros primordiais como os da noite, dia, amor entre outos.

– Então como era... antes dos deuses?
Quíron contraiu os lábios.
– Nem mesmo eu sou bastante velho para me lembrar disso, criança, mas sei que era um tempo de trevas e selvageria para os mortais. Cronos, o Senhor dos Titãs, chamou seu reinado de Era de Ouro porque os homens viviam em inocência e livres de todo o conhecimento. Mas isso era mera propaganda.

- Bem 1984. - Peter comentou rindo e recebeu um aceno de concordância de Lupino.
- Garoto você tem quantos anos? - Tony perguntou surpreso ao ver que o garoto conhecia tal livro.
- 16.

O rei Titã não se importava nada com sua espécie a não ser para servir de aperitivo, ou como fonte de entretenimento. Foi só no início do reinado do Senhor Zeus, quando Prometeu,

- Esse não é o nome da missão que estamos fazendo aqui agora? - Daisy perguntou curiosa.
- Sim, pois estamos trazendo luz para os mortais. - Fury explicou.

o bom Titã, trouxe o fogo para a humanidade, que sua espécie começou a evoluir, e mesmo então Prometeu foi estigmatizado como pensador radical. Zeus o castigou severamente,

- E porque podemos sofrer o mesmo destino que ele. - Hill completou baixo.

como você deve se lembrar. É claro, por fim os deuses se interessaram pelos seres humanos, e nasceu a civilização ocidental.
– Mas agora os deuses não podem morrer, certo? Quero dizer, enquanto a civilização ocidental estiver viva, eles estarão vivos. Assim... mesmo se eu fracassar, nada pode acontecer de tão ruim a ponto de estragar tudo, certo?
Quíron me deu um sorriso melancólico.
– Ninguém sabe quanto tempo a Era do Ocidente irá durar, Percy. Os deuses são imortais, sim. Mas os Titãs também eram imortais. Eles ainda existem, trancados em suas várias prisões, forçados a suportar dores e castigos infinitos, com o poder reduzido, mas ainda muito vivos. Que as Parcas não permitam que os deuses sofram tal maldição, ou que retornemos às trevas e aos caos do passado. Tudo o que podemos fazer, criança, é seguir nosso destino.

– Nosso destino... presumindo que saibamos qual é.
– Relaxe – disse-me Quíron. – Mantenha as ideias no lugar. E lembre-se, você pode estar a ponto de evitar a maior guerra da história humana.
– Relaxe – disse eu. – Estou muito relaxado.
Quando cheguei ao pé da colina, olhei para trás. Sob o pinheiro que outrora era Thalia, filha de Zeus, Quíron estava em plena forma de homem-cavalo, segurando no alto seu arco em saudação. Uma típica despedida do acampamento de verão pelo seu típico centauro.

Argos nos levou para fora da zona rural em direção ao oeste de Long Island. Era esquisito estar novamente em uma autoestrada, com Annabeth e Grover sentados ao meu lado como se fôssemos caronas normais. Depois de duas semanas na Colina Meio-Sangue, o mundo real parecia uma fantasia. Surpreendi-me olhando para cada McDonald’s, cada criança no banco traseiro do carro dos pais, cada cartaz e cada Shopping Center.

– Até agora, tudo bem – disse a Annabeth. – Quinze quilômetros e nem um único monstro.

- Ele nunca assistiu filmes não? - Wanda perguntou exasperada.

Ela me lançou um olhar irritado.
– Falar desse jeito traz má sorte, cabeça de alga.
– Ajude-me a lembrar: por que você me odeia tanto?

- Estão acabando com meu OTP. - Stark resmungou fazendo Pepper rir.

– Eu não odeio você.
– Posso estar enganado.
Ela dobrou o boné de invisibilidade.
– Olhe... é só que não deveríamos nos dar bem, ok? Nossos pais são rivais.
– Por quê?
Ela suspirou.
– Quantas razões você quer? Uma vez minha mãe pegou Poseidon com a namorada dele no templo de Atena, o que é superdesrespeitoso. Outra vez, Atena e Poseidon competiram para ser o deus patrono da cidade de Atenas. Seu pai criou uma estúpida fonte de água salgada como presente. Minha mãe criou a oliveira. As pessoas viram que o presente dela era melhor, portanto deram à cidade o nome dela.

- Podia ter criado algo mais gostoso do que um pé de azeitona. - Lupino comentou com uma careta e recebeu um olhar ofendido dos dois filhos de Athena, Leh ia reclamar mas também fez uma careta lembrando do gosto.

– Elas realmente devem gostar de azeitonas.
– Ah, deixa pra lá.
– Agora, se ela tivesse inventado a pizza... isso eu poderia entender.

- Concordo com o garoto, não sei quem é o deus que criou a pizza mas já o adoro. - Tony falou fazendo uma reverência exagerada.

– Eu disse: deixa pra lá.
No assento dianteiro, Argos sorriu. Ele não disse nada, mas olho azul na sua nuca piscou para mim.

- Argos me entende. - Tony riu.

O trânsito ficou lento no Queens. Quando chegamos a Manhattan já era pôr do sol e começava a chover. Argos nos largou na Estação Greyhound no Upper East Side, não longe do apartamento de minha mãe e Gabe. Em uma caixa de correio, preso com fita adesiva, havia um folheto encharcado com meu retrato: VOCÊ VIU ESTE MENINO?

Eu o arranquei antes que Annabeth e Grover pudessem vê-lo.
Argos descarregou nossas malas, certificou-se de que havíamos conseguido as passagens de ônibus e então foi embora, o olho nas costas de sua mão se abrindo para nos observar enquanto tirava o carro do estacionamento.
Pensei em como estava perto do meu velho apartamento. Em um dia normal, minha mãe estaria chegando em casa da doceria mais ou menos naquela hora. Gabe Cheiroso provavelmente estava lá, jogando pôquer, sem nem sentir a falta dela.

- Fury posso sumir com ele? - Natasha perguntou.
- Infelizmente não, mas não precisa mais. - O Ex Diretor respondeu.

Grover pôs sua mochila nos ombros. Olhou rua abaixo, na direção em que eu estava olhando.
– Quer saber por que ela se casou com ele, Percy?

- Por favor. - Clint implorou, queria ter uma ideia do motivo da sua mãe ter casaco com aquele monstro.

Olhei para ele.
– Você está lendo a minha mente ou coisa assim?
– Só as suas emoções. – Ele encolheu os ombros. – Acho que me esqueci de contar que os sátiros podem fazer isso. Você estava pensando na sua mãe e no seu padrasto, certo?
Eu assenti, me perguntando o que mais Grover teria esquecido de contar.
– Sua mãe se casou com gabe por você – Grover me contou. – Você o chama de “Cheiroso”, mas não tem ideia. O cara tem essa aura... Eca, eu posso sentir o cheiro dele daqui. Posso sentir vestígios do cheiro dele em você, e já faz uma semana que você esteve perto dele.
– Obrigado – falei. – Onde fica o chuveiro mais próximo?
– Você devia ser grato, Percy. Seu padrasto tem um cheiro tão repulsivamente humano que pode mascarar a presença de qualquer semideus. Assim que inalei o ar dentro do seu Camaro, eu soube: Gabe esteve encobrindo seu cheiro por anos. Se você não tivesse morado com ele durante todos os verões, provavelmente teria sido encontrado por monstros muito tempo atrás. Sua mãe ficou com ele para proteger você. Era uma senhora esperta. Devia amar muito você para aturar aquele cara... se é que isso o faz se sentir melhor.

- Caralho. - Tony sussurrou.
- Isso aconteceu comigo? - Clint perguntou para Fury.
- Como? - o espião tentou se fazer de desentendido.
- Não se faça de idiota Fury. - Ele levantou a voz nervoso. - Você sabe do que eu estou falando.
- Provavelmente foi isso, um sátiro que acompanhou você em uma missão disse que sabia que você era um meio-sangue mas que estava marcado. - Fury respondeu.
- Como assim marcado? - Perguntou o arqueiro confuso.
- O homem lhe afetou de uma maneira que você está marcado para o resto da vida, nem nós deuses entendemos direito, sinto muito garoto. - Por incrível que pareça que foi Loki na sua forma totalmente diferente e com um pesar que nunca haviam visto.

Clint se jogou no sofá e se inclinou para a frente escondendo o rosto nas mãos apoiando elas nos joelhos, Wanda começou a passar a mão nas suas costas para tentar o acalmar dessa vez ela não usaria os poderes pois ele deveria voltar a si sozinho.

Não fazia, mas me forcei para não demonstrar. Eu a varei de novo, pensei. Ela não se foi.
Fiquei imaginando se Grover ainda podia ler as minhas emoções, confusas como estavam. Estava grato por ele e Annabeth estarem comigo, mas me sentia culpado porque não fora sincero com eles. Não lhes contara a verdadeira razão de ter dito sim para aquela missão maluca.

A verdade era que eu não me importava em recuperar o relâmpago de Zeus, em salvar o mundo ou mesmo em ajudar meu pai a sair da encrenca. Quanto mais pensava nisso, mas me ressentia de Poseidon por nunca ter me visitado, nunca ter ajudado a minha mãe, nunca se quer mandado uma droga de cheque de pensão alimentícia. Ele só me reconhecera porque tinha um serviço a ser feito.

Clint começou a sentir o mesmo em relação a Apolo, sua mãe havia morrido por culpa se sua irresponsabilidade e ele nem sequer se importou em mandar um sátiro a sua procura quando ele e o irmão mais novo foram jogados na rua, mesmo que seu irmão fosse realmente filho daquele outro homem e que ele não o abandonaria por nada, ao estarem nas ruas ficaram expostos aos monstros e nenhum sinal de ajuda foi visto.

Eu só me preocupava com minha mãe. Hades a levara injustamente, e Hades iria devolvê-la.
Você será traído por aquele que chama de amigo, sussurrou o Oráculo em minha mente. E, no fim, irá fracassar em salvar aquilo que mais importa.
Cale a boca, respondi.

- O primeiro sinal de loucura é falar sozinho. - Lupino falou em um tom categórico.
- Quem te falou isso? - Lincoln perguntou confuso.
- Eu mesmo. - O mais novo respondeu fazendo metade da sala o olhar com uma cara de "você é idiota?".

A chuva continua caindo.
Ficamos impacientes esperando o ônibus e decidimos brincar de footbag com uma das maçãs de Grover. Annabeth foi incrível. Ela era capaz de arremeter a maçã com o joelho, com o cotovelo, com o ombro, ou o que fosse. Eu mesmo não era de todo ruim. O jogo terminou quando arremessei a maçã para Grover e ela chegou perto demais da sua boca. Em uma megamordida de bode, nossa footbag desapareceu – miolo, pedúnculo e tudo.
Grover enrubesceu. Ele tentou se desculpar, mas Annabeth e eu estávamos muito ocupados dando risada.

Finalmente o ônibus chegou. Enquanto estávamos na fila para embarcar, Grover começou a olhar em volta, farejando o ar do jeito como farejava seu lanche favorito na cantina da escola – enchiladas.
– O que foi isso? – perguntei.
– Não sei – disse ele, tenso. – Talvez não seja nada.

- Nunca é nada. - Natasha resmungou, sabia que sempre que se ignoravam seus instintos algo acontecia.

Mas podia perceber que era alguma coisa. Também comecei a olhar para trás por cima do ombro.
Fiquei aliviado quando afinal embarcamos e encontramos lugar juntos na parte de trás do ônibus. Guardamos nossas mochilas. Annabeth batia nervosamente seu boné dos Yankees na coxa.
Quando os últimos passageiros subiram, Annabeth apertou com força o meu joelho.
– Percy.
Uma senhora acabava de embarcar no ônibus. Usava vestido de veludo amarrotado, luvas de renda e chapéu laranja, tricotado e disforme, que encobria seu rosto, e carregava uma grande bolsa de lã estampada. Quando ergueu a cabeça seus olhos pretos faiscaram, e meu coração deu um pulo.
Era a Sra. Dodds. Mais velha, mas enrugada, mas sem dúvida a mesma cara maligna. Eu me encolhi no assento.

- Ela de novo não. - Steve reclamou.
- Pelo menos ele sabe que pode matar ela e mais agora que tem ajuda. - Peter tentou ser positivo.
- Não na situação que eles estão. -  Sam compreendeu o que Steve estava querendo dizer e ajudou na lógica do seu amigo.

- Eles estão em um lugar apertado, rodeado de civis e em movimento.
- Quais são seus poderes garoto? - Natasha perguntou.
- Subo em paredes, tenho bons reflexos e fiz um dispositivo que solta teias que uso para me pendurar por aí. - Ele respondeu e depois pensou mais um pouco. - ah e tenho força e velocidade sobre humanas.
- O que aconteceria se você estivesse que enfrentar uma situação onde está exposto a civis que não podem reconhecer sua identidade? - Stark perguntou.

- Não sei. - Peter admitiu desanimado.
- Relaxa garoto com o tempo você vai aprender a agir nessas situações. - Natasha falou fazendo ele sorrir e ficar mais animado.

Atrás dela subiram mais duas senhoras: uma de chapéu verde, outra de chapéu roxo. A não ser por isso, eram parecidíssimas com a Sra. Dodds – as mesmas mãos encarquilhadas, as mesmas bolsas de lã, os mesmo vestidos de veludo enrugados. Um trio de avós demoníacas.

- Agora fudeu! - Sam exclamou. - Uma já era ruim agora as três!
- Steve nem pense em reclamar pois você pensou o mesmo. - Nat falou rindo quando viu que o Cap ia abrir a boca mas depois fechou sorrindo.

Elas se sentaram na fileira da frente, logo atrás do motorista. As duas no corredor cruzaram as pernas bem na passagem, formando um X. Aquilo era bastante normal, mas enviava uma mensagem clara: ninguém sai.
O ônibus partiu da estação e seguimos pelas ruas escorregadias de Manhattan.
– Ela não ficou morta muito tempo – disse eu, tentando impedir minha voz de tremer. – Achei que você tivesse dito que eles podem ser afastados por toda uma vida.
– Eu disse, se você tiver sorte – disse Annabeth. – Você obviamente não tem.

- Nenhum semideus tem. - Leh reclamou mas depois olhou para Lupino com uma careta. - Exceto por alguns.
- Espera você é Savitor Hound? - Loki perguntou para o rapaz que estava olhando para Leh com uma cara debochada e acenando.
- Sim, por que chefe? - Lupino perguntou.
- Que diabos de nome é Savitor? - Stark exclamou.
- Significa salvador Anthony. - O rapaz respondeu dando uma entonação diferente na última palavra. - Aliás Sr Loki como me conhece?
- Eu e Hermes as vezes fazemos umas apostas, uma vez apostamos se achariamos um meio-sangue com o nome estranho e personalidade estranha. - Loki começou a narrar. - Eu trouxe minha filha e ele trouxe você.

- Não sei se me sinto honrado ou ofendido. - Lupino murmurou.
- Podem explicar melhor? - Wanda perguntou.
- Ah, eu tenho um dom especial de nunca ser pego em nada, eu enrolo os professores, faço os trabalhos de última hora, - O rapaz começou a listar. - me livro dos problemas, quando alguém me persegue eu escapo fácil, consigo passar despercebido e conseguiria roubar a maioria das pessoas entre outras coisas.
- Depois que passa um ano no chalé errado reclama! - Leh exclamou enquanto os outros olhavam espantados para o rapaz.

- Aliás ele ganhou o que? - Lupino perguntou para Loki. - Quero minha parte.
- Não apostamos dinheiro ou algo do tipo, eu tive que passar uma semana na minha forma de égua. - O deus respondeu com uma careta.

– Todas as três – choramingou Grover. – Di immortales!
– Está tudo bem – disse Annabeth, obviamente se empenhando em pensar. – As Fúrias. Os três piores monstros do Mundo Inferior. Sem problemas. Sem problemas. Vamos simplesmente saltar pelas janelas.
– Não abrem – gemeu Grover.
– Uma saída nos fundos? – sugeriu ela.
Não havia nenhuma. E, mesmo que houvesse, não teria ajudado. Àquela altura, estávamos na Nona Avenida, em direção ao Túnel Lincoln.

Daisy começou a rir baixinho chamando a atenção do namorado que revirou os olhos.
- Quanta maturidade. - Ele reclamou sorrindo para ela.

– Elas não vão nos atacar com testemunhas em volta – disse eu. – Ou vão?
– Os mortais não têm bons olhos – lembrou-me Annabeth. – Seus cérebros só podem processar o que eles veem através da Névoa.
– Eles vão ver três velhas nos matando, não vão?
Ela pensou a respeito.
– Difícil dizer. Mas não podemos contar com a ajuda de mortais. Talvez uma saída de emergência no teto...?
Chegamos ao Túnel Lincoln, e o ônibus ficou às escuras a não ser pelas luzes do corredor. Estava assustadoramente silencioso sem o ruído da chuva.

- Filme de terror. - Peter estremeceu.

A Sra. Dodds se levantou. Com uma voz inexpressiva, como se tivesse ensaiado aquilo, ela anunciou para o ônibus inteiro:
– Preciso usar o toalete.
– Eu também – disse a segunda irmã.
– Eu também – disse a terceira irmã.
Todas elas começaram a se aproximar pelo corredor.
– Já sei – disse Annabeth. – Percy, pegue meu chapéu.
– O quê?
– É você que elas querem. Fique invisível e siga pelo corredor. Deixe que elas passem por você. Talvez você possa chegar até a frente e escapar.
– Mas vocês...

- O que você faria? - Steve perguntou para Natasha.
- Há alguns anos eu responderia que pegaria o chapéu e cairia fora. - Ela respondeu e então se virou para ele é sorrio. - Mas agora ficaria.

– Há uma pequena possibilidade de que elas não reparem em nós – disse Annabeth. – Você é filho de um dos Três Grandes. Seu cheiro deve encobrir o nosso.
– Não posso abandonar vocês.
– Não se preocupe conosco – disse Grover. – Vá!
Minhas mãos tremiam. Eu me senti um covarde, mas peguei o boné dos Yankees e pus na cabeça.
Quando olhei para baixo, meu corpo não estava mais ali.
Comecei a me esgueirar pelo corredor. Consegui passar dez fileiras, depois me esquivei para um assento vazio bem quando as Fúrias passaram.

- Ele não vai né? - Vision perguntou para Wanda só para confirmar mas ela estava nervosa demais para responder e então ele pegou na sua mão para lhe acalmar.

A Sra. Dodds parou, farejando, e olhou diretamente para mim. Meu coração estava disparado.
Parecia não ter visto nada. Ela e as irmãs continuaram andando.
Eu estava livre. Cheguei até a frente do ônibus. Já estávamos quase saindo do Túnel Lincoln. Estava a ponto de apertar o botão de parada de emergência quando ouvi lamentos abomináveis vindos da fileira do fundo.
As velhas não eram mais velhas. Os rostos ainda eram os mesmos – acho que seria impossível ficarem mais feios –, mas os corpos haviam murchado e tinham o aspecto de um couro marrom sobre formas de bruxas, com asas de morcego e mãos e pés como garras de gárgulas. As bolsas viraram chicotes chamejantes.

- La se vai a imagem das fúrias com corpos bem feitos que tem no Google. - Sam murmurou fazendo o casal Steve e Natasha rirem.

As Fúrias cercaram Grover e Annabeth estalando os chicotes e sibilando:
– Onde está? Onde?
As outras pessoas no ônibus estavam gritando, escondendo-se em seus bancos. Certo, elas viram alguma coisa.
– Ele não está aqui! – gritou Annabeth. – Saiu!

As Fúrias ergueram os chicotes.
Annabeth sacou a faca de bronze. Grover agarrou uma lata da sua sacola de lanches e se preparou para jogá-la.
O que eu fiz a seguir foi tão impulsivo e perigoso que eu merecia ser o rei do transtorno do déficit de atenção do ano.

- La vem merda. - Daisy brincou.

O motorista do ônibus estava distraído, tentando enxergar o que estava acontecendo pelo espelho retrovisor.
Ainda invisível, agarrei o volante e dei um tranco para a esquerda. Todos gritaram ao serem jogados para a direita, e ouvi o que esperava ser o som das três Fúrias esmagadas contra as janelas.
– Ei! – gritou o motorista. – Ei! Oaaa!

- Ele é maluco?! - Metade da sala gritou.

Ele lutou para segurar o volante. O ônibus chocou-se com a lateral do túnel, o metal arrastado pela parede lançando fagulhas um quilômetro atrás de nós.
Saímos de lado do túnel, de volta à tempestade, com pessoas e monstros arremessados de um canto a outro do ônibus e carros jogados de lado como se fossem pinos de boliche.
De algum modo o motorista achou uma saída. Arremessamo-nos para fora da autoestrada, passamos meia dúzia de semáforos e acabamos disparando por uma daquelas estradas rurais de New Jersey, nas quais não dá para acreditar que exista tanto nada do outro lado do rio quando se deixa Nova York. Havia bosques à nossa esquerda e o rio Hudson à direita, e o motorista parecia se desviar na direção do rio.

- Pelo menos no rio ele teria vantagem. - Peter comentou recebendo concordância dos mais velhos.

Outra grande ideia:

- Ah não. - Metade Da sala gemeu.

aperto o freio de emergência.
O ônibus gemeu, traçou um círculo completo sobre o asfalto molhado e se chocou contra as árvores. As luzes de emergência se acenderam. A porta se abriu. O motorista foi o primeiro a sair, com os passageiros gritando enquanto fugiam em pânico atrás dele. Subi no assento do motorista e deixei-os passar.
As Fúrias retomaram o equilíbrio. Estalaram os chicotes para Annabeth enquanto ela brandia a faca e gritava em grego antigo que recuassem. Grover atirava latas.
Olhei para a porta aberta. Eu estava livre para partir, mas não podia abandonar meus amigos.

- O garoto é leal, corajoso e doido. - Pepper listou.

Tirei o boné invisível.
– Ei!
As Fúrias se viraram, mostrando as presas amareladas para mim, e a saída de repente me pareceu uma excelente ideia. A Sra. Dodds avançou de modo arrogante pelo corredor, como costumava fazer em classe, pronta para entregar meu F na prova de matemática.

- Capitão, você não vai defender essa professora? - Clint brincou fazendo alguns rirem.
- Essa está merecendo. - ele entrou na brincadeira feliz ao ver que seu amigo estava se recuperando.

Cada vez que ela estalava o chicote, chamas vermelhas dançavam pelo couro farpado.
Suas duas irmãs horrorosas pularam para cima dos assentos de ambos os lados e se arrastaram na minha direção como dois lagartos enormes e asquerosos.
– Perseu Jackson – disse a Sra. Dodds com um sotaque que vinha de algum lugar mais distante do que o sul da Geórgia. – Você ofendeu os deuses. Você deve morrer.

- Lupino já deveria ter morrido. - Day comentou.
- A culpa não é minha se não consigo ficar calado. - O rapaz tentou se defender.
- É sim! - as três gritaram juntas.
- Até você brutos minha filha! - Ele fez drama para Nick que riu e deitou no sofá com a cabeça no seu colo e os pés em Ilai.

– Eu gostava mais de você como professora de matemática – falei.
Ela rosnou.

- Depois que morre não sabe porque foi. - Stark brincou.

Annabeth e Grover se aproximaram com cautela por trás das Fúrias, procurando uma passagem.
Tirei a esferográfica do bolso e a destampei. Contracorrente se alongou e virou uma reluzente espada de fio duplo.
As Fúrias hesitaram.
A Sra. Dodds já havia sentido a lamina de Contracorrente antes. Obviamente não gostou de vê-la de novo.

– Renda-se agora – sibilou. – E não sofrerá o tormento eterno.
– Boa tentativa – disse a ela.
– Percy, cuidado! – gritou Annabeth.
A Sra. Dodds lançou seu chicote em volta da mão com a qual eu segurava a espada, enquanto as Fúrias em cada lado pularam em cima de mim.

- Se eu fosse um dos passageiros estaria tendo um ataque cardíaco. - Phill comentou.
- Realmente o Sr já está velho. - Daisy brincou para sua primeira figura paterna que durou mais de alguns dias.

Era como se minha mão estivesse envolta em chumbo derretido, mas consegui não soltar Contracorrente. Atingi a Fúria da esquerda com o cabo e a mandei cambaleando de costas para a poltrona. Virei e fiz um corte na Fúria da direita. Assim que a lâmina entrou em contato com o pescoço dela, ela gritou e explodiu em pó. Annabeth agarrou a Sra. Dodds em um golpe de luta e a atirou para trás, enquanto Grover arrancava o chicote de suas mãos.
– Ai! – gritou ele. – Ai! Quente! Quente!

- Jura? - Sam ironizou rindo.

A Fúria que eu havia atingido com o cabo da espada veio de novo para cima de mim, garras à mostra, mas desferi um golpe com Contracorrente e ela estourou como um saco cheio de bolinhas de isopor.
A Sra. Dodds estava tentando tirar Annabeth das costas. Ela esperneou, arranhou, sibilou e mordeu, mas Annabeth se agarrou firme enquanto Grover amarrava suas pernas com seu próprio chicote. Depois os dois a empurraram de costas para o corredor.
A Sra. Dodds tentou se erguer, mas não havia espaço para ela bater as asas de morcego, portanto continuou caindo.
– Zeus o destruirá! – prometeu ela. – Hades terá sua alma!

- Só falta dizer que Poseidon terá suas cinzas. - Steve completou.

– Braccas meas vescimini! – gritei.

- Sério que ele disse "coma minhas calças"? - Natasha perguntou incrédula, mas não escutou ou percebeu que Lupino sussurou um "ih fudeu" nem que os semideuses e deuses se entre olharam.
- Como você entendeu? - Steve perguntou cauteloso.
- Como assim? Não foi isso que Pepper leu? - Ela ficou confusa.
- Espera. - A Pots pediu.

Eu não sabia muito bem de onde viera o latim.

- Eu não lembrava que você sabia latim. - Clint comentou desconfortável e confuso.
- Nem eu. - Ela respondeu.

Acho que queria dizer: “Coma as minhas calças!”
Um trovão sacudiu o ônibus. Os cabelos se eriçaram na minha nuca.
– Fora! – gritou Annabeth para mim. – Agora!
Não era necessário.
Corremos para fora e encontramos os outros passageiros andando de um lado para outro, atordoados, discutindo com o motorista ou correndo em círculos e gritando: “Nós vamos morrer!” Um turista de camisa com estampa havaiana e uma câmara bateu uma foto minha antes que eu pudesse pôr a tampa na minha espada.
– Nossas malas! – Grover se deu conta. – Nós deixamos nossas...
BUUUUUUM!!

- Pepper você é quietinha mas as vezes gosta né?! - Natasha perguntou se recuperando do susto que levou depois de ser pega distraída com o grito que a Pots deu.

As janelas do ônibus explodiram enquanto os passageiros corriam para se abrigar. Um relâmpago rasgara uma enorme cratera no teto, mas um lamento furioso lá dentro me disse que a Sra. Dodds ainda não estava morta.
– Corram! – disse Annabeth. – Ela está chamando reforços! Temos de sair daqui!
Mergulhamos para dentro dos bosques enquanto a chuva despencava torrencialmente, com o ônibus em chamas atrás de nós e nada à frente a não ser trevas.

- Oi. - uma garotinha falou ao entrar pela porta.



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