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História Missão Prometheus - Vingadores e SHIELD lendo Riordverse. - Capítulo 13.


Escrita por: LupinoSolar

Notas do Autor


Eu tô rindo dms aqui, quando eu falei para vc dizer sua cor era a cor da pele n a cor favorita Kkkjkjkkk. Até a próxima fiquem com o cap tchau

Capítulo 20 - Capítulo 13.


Os dois rapazes eram muito diferentes entre si mas ambos tinham os cabelos negros mas o mais velho tinha olhos verdes e um sorriso divertindo enquanto o mais novo tinha olhos negros e a cara fechada.
- Perdeu e Nicotina. - Lupino exclamou.
- Ele tem sorte de que eles não entendem português né? - Nick comentou com a mãe e as tias.
- Muita.
- Eu sou Percy e esse aqui é meu primo Nico. - o prota se apresentou e o mais novo que estava na incomodado de estar ali.


- Prazer senhor Jackson, agora me diga rolou percabeth? - Stark fala sorrindo.
- Rolou o que? - o filho de Poseidon pergunta confuso.
- Só eu que acho esse nome péssimo? - Lupino perguntou baixinho.
- Só. - Leh respondeu ácida.


- Eu posso ler? - Peter pediu e Pepper passou o livro que estava em cima da mesa para ele.


Passamos dois dias no trem, rumo a oeste pelas colinas, por cima de rios, atravessando ondas de trigo cor de âmbar. Não fomos atacados nem uma vez, mas não relaxei. Sentia que estávamos viajando em uma vitrine, sendo observados de cima e, talvez de baixo, que alguma coisa estava aguardando o momento certo.

- É tão bom viajar e ficar olhando a paisagem, menos quando está em perigo. - Lincoln comentou.
- Realmente, viajar sendo perseguido é um saco. - Percy concordou.

Tentei ser discreto, pois meu nome e fotografia estavam estampados nas primeiras páginas de vários jornais da Costa Leste. O Trenton Register-News publicou uma foto tirada por um turista quando desci do ônibus da Greyhound. Estava com uma expressão ensandecida nos olhos. Minha espada era um borrão metálico em minhas mãos. Poderia ser um taco de beisebol ou de lacrosse.
A legenda da foto dizia:


Percy Jackson, 12 anos, procurado para interrogatório sobre o desaparecimento em Long Island de sua mãe há duas semanas, aparece aqui fugindo do ônibus onde abordou diversas passageiras idosas. O ônibus explodiu no acostamento de uma rodovia a leste de New Jersey logo depois que Jackson fugiu da cena do crime. Com base em relatos de testemunhas, a polícia acredita que o menino possa estar viajando com dois cúmplices adolescentes. O padrasto, Gabe Ugliano, ofereceu uma recompensa em dinheiro para qualquer informação que leve à sua captura.


- Nossa, e eu pensando que a perseguição contra os inumanos era pesado. - Daisy exclamou.
- Realmente, parece até que a deusa das notícias me odeia. - Percy respondeu irritado e se virou para Nico e sussurou. - Existe um deus das notícias.
- Você acha que eu sei? Pergunta para a sua namorada quando ela chegar. - Ele respondeu em um tom normal.

- Que história é essa de namorada? - Tony gritou. - É a Annie?
- Ele é emocionado, não precisa responder Percy. - Pepper interveio calmamente.

– Não se preocupe – disse-me Annabeth. – A polícia dos mortais nunca nos encontraria.

- E é para isso que existe o Nível 12. - Lupino afirmou cruzando os braços orgulhoso.
- Exato. - Nick concordou imitando o mais velho. - Mal vejo a hora de me juntar.
- Quem disse que você iria se juntar garota? - Maria Hill perguntou fingindo estar seria.
- Eu não vou? - a mais nova fez uma cara de choro que assustou a agente, ela escondeu o rosto no casaco do Lupino e "começou" a chorar, não demorou muito para o rapaz entrar na onda e fingir consolar ela.
- É claro que vai eu estava brincando.
- Eu sabia. - Nicktheria respondeu parando de fingir que estava chorando e Loki a olhou sorrindo imaginando que seria uma boa ideia falar escondido com aqueles dois semideuses.

- Ela é boa. - Natasha comentou sussurrando para Steve que concordou.

Mas não pareceu muito segura.
Passei o resto do dia alternando entre andar de uma ponta a outra do trem (pois para mim era difícil ficar sentado) e olhar pelas janelas. Numa oportunidade avistei uma família de centauros galopando por um campo de trigo, arcos de prontidão, como se estivessem caçando o almoço. O menininho centauro, que era do tamanho de um pônei, percebeu que eu estava olhando e acenou. Olhei em volta no vagão de passageiros, porém mais ninguém reparou. Os passageiros adultos estavam todos com a cara enterrada em laptops ou revistas.

Em outra, mais ao anoitecer, vi algo muito grande se movendo pelo bosque. Poderia jurar que era um leão, só que não há leões vivendo soltos nos Estados Unidos, e aquilo era do tamanho de um tanque de guerra. O pelo tinha reflexos dourados à luz do entardecer. Ele então saltou por entre as árvores e desapareceu.


...



O dinheiro de recompensa por devolver o poodle Gladiola só foi bastante para comprar passagens até Denver. Não pudemos comprar leitos no vagão-dormitório, então cochilamos nos assentos. Meu pescoço ficou duro. Tentei não babar enquanto dormia, já que Annabeth estava sentada bem a meu lado.

- Não! - Pepper sussurou ao tapar a boa de Tony para não interromper a leitura.

Grover ficou roncando e balindo, e me acordava. Num momento ele se agitou demais e um de seus pés falsos caiu. Annabeth e eu tivemos de enfiá-lo de volta antes que algum dos outros passageiros notasse.
– E então – Annabeth me perguntou depois que recolocamos o tênis de Grover – quem quer a sua ajuda?
– O que quer dizer?
– Quando estava dormindo agora mesmo, você murmurou “Não quero ajudar você”. Com quem estava sonhando?

- Com um ser pior que Você sabe quem. - Day respondeu.
- Em nível de perigo acho que os vilões que nós enfrentamos são piores que os de Harry Potter. - Percy continuou com o comentário.
- Eu tenho certeza, o cara de cobra tentou dominar uma escola e falhou. - Nico comentou baixo.
- É por isso que eu digo que o vilão mais foda é o Darth Vader. - Lupino comentou e começou a cantarolar a marcha imperial sendo acompanhado por outros fans inclusive o próprio Peter que estava lendo.

- Isso vai dar uma treta. - Nick sussurou para a Leh que apenas acentiu.

Estava em dúvida sobre dizer alguma coisa. Era a segunda vez que sonhava com a voz maligna do abismo. Aquilo me incomodava tanto que, por fim, contei a ela. Annabeth ficou em silêncio por um bom tempo.
– Não parece ser Hades. Ele sempre aparece sentado em um trono negro, e nunca ri.
– Ele ofereceu minha mãe em troca. Quem mais poderia fazer isso?
– Eu acho... se ele queria dizer “Ajude-me a subir do Mundo Inferior”... Se ele quer guerra com os olimpianos... Mas por que pedir a você o raio-mestre, se ele já o tem?

- Acho que houve um equívoco. - Sam comentou calmo demais.
- Acha que alguém está armando uma situação para os três maiores deuses entrarem em guerra? - Vision perguntou ao analisar a situação.
- A pergunta é quem ganharia com uma guerra dessas. - Steve completou pensativo.

Sacudi a cabeça, desejando saber a resposta. Pensei no que Grover havia contado, que as Fúrias no ônibus pareciam estar procurando alguma coisa.
Onde está? Onde?
Talvez Grover tivesse sentido as minhas emoções. Ele bufou dormindo, resmungou algo sobre vegetais, e virou a cabeça.
Annabeth ajeitou o boné dele para cobrir os chifres.
– Percy, você não pode negociar com Hades. Sabe disso, certo? Ele é enganador, cruel e ganancioso. Não me importo se suas Benevolentes não foram tão agressivas dessa vez...
– Dessa vez? – perguntei. – Você quer dizer que já cruzou com elas antes?
A mão dela deslizou até o colar. Ela manuseou uma conta branca vitrificada, na qual estava pintada a imagem de um pinheiro, um dos seus marcos de fim de verão, em argila.

– Digamos apenas que não morro de amores pelo Senhor dos Mortos. Você não pode ficar tentado a negociar sua mãe.
– O que faria se fosse seu pai?
– Essa é fácil – disse ela. – Eu o deixaria apodrecer.

- Não julgo ela. - Clint comentou.
- Mas só para saber. - Lupino chamou. - Estas falando do seu pai adotivo ou Apolo?
- Os dois eu acho. - O arqueiro respondeu incerto. - Mas com certeza o meu pai adotivo.

– Sério?
Os olhos cinzentos de Annabeth se fixaram em mim. Estavam com a mesma expressão que vi no bosque, no acampamento, no momento em que ela puxou a espada contra o cão infernal.
– Meu pai me detestou desde o dia em que nasci, Percy – disse ela. – Ele nunca quis um bebê. Quando me ganhou, pediu a Atena que me levasse de volta e me criasse no Olimpo, porque estava muito ocupado com seu trabalho. Ela não ficou contente com isso. Disse a ele que os heróis têm de ser criados por seu parente mortal.
– Mas como... quer dizer, você não nasceu em um hospital...

- Nick levanta a blusa rapidinho. - Lupino pediu sussurrando. - Eu esqueci se você tinha umbigo ou não, sabe aquele lance de cria de Athena.
- Savitor deixa de ser idiota. - a filha de Ares reclamou dando um tapa na nuca do rapaz fazendo com que todos olhassem para eles surpresos por causa do som do tapa ter ecoado pela sala. - não foi nada, Peter pode voltar a ler.

– Apareci na porta do meu pai, em um berço de ouro, trazido do Olimpo por Zéfiro, o Vento Ocidental. Daí você imaginaria que meu pai se lembrasse disso como um milagre, não é? Como se, quem sabe, tivesse feito algumas fotos digitais ou algo do tipo. Mas ele sempre falou sobre a minha chegada como se fosse a coisa mais inconveniente que já lhe acontecera. Quando eu tinha cinco anos, ele se casou e esqueceu totalmente Atena. Arranjou uma esposa mortal “normal” e teve dois filhos mortais “normais”, e tentou fazer de conta que eu não existia.

- Coitadinha. - Wanda murmurou.

Olhei pela janela do trem. As luzes de uma cidade adormecida estavam passando. Quis fazer Annabeth se sentir melhor, mas não sabia como.

- Você foi muito fofo. - Pepper exclamou depois de dar um gritinho fazendo com que Tony olhasse para ela indignado.
- Você não tinha me proibido de fazer exatamente isso? - Ele perguntou inconformado.
- Eu posso você não. - Ela falou autoritaria recebendo apenas um "sim senhora" como resposta.

– Minha mãe se casou com um cara horroroso demais – contei a ela. – Grover disse que ela fez isso para me proteger, para me esconder no cheiro de uma família humana. Quem sabe seu pai não estava pensando nisso?
Annabeth continuou focada em seu colar. Apertava o anel de formatura de ouro que estava pendurado entre as contas.

Ocorreu-me que o anel devia ser do pai dela. Fiquei imaginando por que ela o usava se o odiava tanto.
– Ele não liga para mim – disse ela. – A mulher dele... minha madrasta... me tratava como uma aberração. Ela ia me deixar brincar com os filhos dela. Meu pai concordava. Sempre que acontecia alguma coisa perigosa... sabe, algo a ver com monstros... os dois me olhavam com raiva, do tipo “Como você ousa pôr nossa família em perigo”. No fim, entendi a indireta. Eu não era querida. Eu fugi.
– Que idade você tinha?
– A mesma idade que comecei o acampamento. Sete.

- Ouo. - boa parte da sala exclamou.
- A mesma idade que a Vitória tinha quando nós dois a encontramos. - Leh
– Mas... você não ia conseguir chegar até a Colina Meio-Sangue sozinha.
– Não, sozinha não. Atena me protegeu, me guiou em direção à ajuda. Fiz amigos inesperados que cuidaram de mim, bem, por pouco tempo.
Quis perguntar o que havia acontecido, mas Annabeth parecia perdida em lembranças tristes. Então ouvi o som dos roncos de Grover e fiquei olhando para fora, pelas janelas do trem, enquanto os campos escuros de Ohio iam passando.


...


Perto do fim do nosso segundo dia no trem, em 13 de junho, oito dias antes do solstício de verão, passamos por algumas colinas douradas e sobre o rio Mississipi, e entramos em St. Louis.
Annabeth esticou o pescoço para ver o Portal em Arco, que me pareceu uma enorme alça de sacola de compras fincada na cidade.
– Eu quero fazer aquilo – suspirou ela.
– O quê? – perguntei.
– Construir algo como aquilo. Você já viu o Parthenon, Percy?

- Já. - O filho de Poseidon respondeu como se não fosse nada.

– Só em fotos.
– Algum dia eu vou vê-lo em pessoa.

- Boca de praga. - Nico resmungou.

Vou construir o maior monumento aos deuses que já foi feito. Algo que vai durar mil anos.
Eu ri.
– Você? Uma arquiteta?
Não sei por que, mas achei aquilo engraçado: a ideia de Annabeth tentando ficar sentada em silêncio desenhando o dia inteiro.
As bochechas dela coraram.
– Sim, uma arquiteta. Atena espera que seus filhos criem coisas, não apenas as derrubem, como um certo deus dos terremotos.

Vários "huuuuuu" foram escutados pela sala.

Observei as águas marrons e turbulentas do Mississipi embaixo.
– Desculpe – disse Annabeth. – Isso foi maldoso.
– Não dá para trabalharmos juntos? – implorei. – Quer dizer, Atena e Poseidon não poderiam colaborar um com o outro?
Annabeth teve de pensar a respeito.
– Eu acho... a carruagem – disse ela, hesitante. – Minha mãe a inventou, mas Poseidon criou os cavalos saídos das cristas das ondas. Então eles tiveram de trabalhar juntos para torná-la completa.

– Então nós também podemos colaborar um com o outro. Certo?
Entramos na cidade. Annabeth olhava enquanto o Arco desaparecia atrás de um hotel.
– Acho que sim – disse, afinal.
Entramos na estação da rede ferroviária no centro da cidade. O alto falante nos avisou que teríamos uma parada de três horas antes de partir para Denver.
Grover se espreguiçou. Ainda despertando, disse:
– Comida.

– Vamos, menino-bode – disse Annabeth. – Fazer um passeio.
– Passeio?
– Até o Portal em Arco – disse ela. – Pode ser a minha única oportunidade de subir até o topo. Você vem ou não?

- Ah não. - Daisy gemeu frustrada.
- O que foi? - Phill perguntou preocupado.
- Eu tava na cidade nesse dia e sei o que aconteceu.

Grover e eu nos entreolhamos.
Eu queria dizer não, mas concluí que, se Annabeth ia, não poderíamos deixá-la sozinha.
– Desde que haja uma lanchonete sem monstros.


...

O Arco ficava a cerca de um quilometro e meio da estação. No fim do dia, as filas para entrar não eram tão longas. Seguimos cautelosamente pelo museu subterrâneo, olhando para vagões cobertos e outras sucatas do século XIX. Não era assim tão empolgante, mas Annabeth ia contando fatos interessantes sobre como o Arco fora construído e Grover me passava jujubas, portanto, para mim estava bom. Mas fiquei olhando em volta, para as outras pessoas na fila.

– Está sentindo algum cheiro? – murmurei para Grover.
Ele tirou o nariz do saco de jujubas por tempo suficiente para farejar.
– Subterrâneo – disse ele enojado. – O ar embaixo da terra sempre tem cheiro de monstros. Provavelmente não quer dizer nada.

- Aposta que vai dar ruim. - Tony exclamou. - A Tremor não vale.
- Ele descobriu minha ficha como? - A agente questionou.
- Eu aposto que parte do arco será explodido. - Clint falou se levantando e Stark se encontrou com ele e apertaram as mãos.

Mas eu tinha a sensação de que algo estava errado. Tinha a sensação de que não devíamos estar ali.
– Gente – disse eu – vocês conhecem os símbolos de poder dos deuses?
Annabeth estava no meio da leitura sobre o equipamento de construção usado para erigir o Arco, mas deu uma olhada.

- Raio, Tridente e Elmo. - Nick listou.

– Sim?
– Bem, Hades...
Grover pigarreou.
– Estamos em local público... Você quer dizer, o nosso amigo do andar de baixo?

- Ele provavelmente não gostou dessa definição. - Hestia comentou.
- Não mesmo, de onde eu venho se falarem isso pensam logo no diabo. - Day comentou.
- E ele odeia ser comparado a satanás. - Nico completou.

– Ahn, certo – falei. – Nosso amigo do andar muito de baixo. Ele não tem um chapéu como o de Annabeth?
– Você quer dizer o Elmo das Trevas – disse Annabeth. – Sim, é seu símbolo de poder. Eu o vi junto ao assento dele durante a assembleia do solstício de inverno.
– Ele estava lá? – perguntei.
Ela assentiu.
– É a única ocasião em que ele tem permissão de visitar o Olimpo – o dia mais escuro do ano. Mas, se o que ouvi é verdade, o elmo é muito mais poderoso que meu boné da invisibilidade...

- Ele odeia esses dias. - Hestia murmurou. - Meu irmão se acostumou com o submundo, a única coisa que ele reclama é de Perséfone ser obrigada a vir para a superfície durante 6 meses.
- Outro deus injustiçado. - Loki comentou com um misto de brincadeira com rancor.
- Não me diga. - alguém zombou e então a sala escureceu.

Uma cena foi projetada, um homem estava amarrando enquanto via seus dois filhos sendo arrastados chorando quando um deles foi transformado em uma lobo e se voltou contra seu irmão e o matou, após isso o mesmo homem estava em uma caverna sendo acorrentado a uma pedra por algo que parecia ser vísceras humanas e uma serpente foi posta sobre a sua cabeça e dela caia veneno de suas presas, uma mulher se colocou em posição e começou a segurar uma jarra que impedia que o veneno caísse nos olhos do homem, mas uma hora a jarra se encheu transbordando e queimando os olhos do homem, o seu grito de dor foi tão forte que abalou a montanha onde a caverna se encontrava.
O homem era Loki.
Foram necessário o poder dos outros dois deuses presentes para tirar aquela imagem, Peter estava tremendo e foi confortado por Pepper que o fez sentar no meio dela e de Tony que pediu o livro e voltou a ler sabendo que ninguém estava preparado para discutir aquilo.

– Permite que ele se transforme em trevas – confirmou Grover. – Ele pode se fundir com as sombras ou passar através de paredes. Não pode ser tocado nem visto nem ouvido. E pode irradiar um medo tão intenso que é capaz de enlouquecer você, ou fazer seu coração parar de bater. Por que acha que todas as criaturas racionais têm medo do escuro?
– Mas então... como sabemos se ele não está aqui agora mesmo, nos observando? – perguntei.
Annabeth e Grover se entreolharam.

– Nós não sabemos – disse Grover.
– Obrigado, agora me sinto muito melhor – falei. – Ainda sobrou alguma jujuba azul?
Tinha quase controlado meu desespero quando vi o minúsculo elevador no qual iríamos subir até o topo do Arco, e percebi que estava encrencado. Odeio espaços confinados. Eles me deixam doido.

- É um saco isso. - Lupino exclamou.
- Você é claustrofóbico? - Percy perguntou.
- É, eu meio que contrai isso depois de uma brincadeira onde eu fui enterrado na areia da praia. - o rapaz respondeu sério.
- Como foi isso? - Wanda perguntou preocupada.

- Eu estava com uns amigos na praia, nós decidimos cavar um buraco na areia, - Ele começou a contar essa história, suas amigas prestavam atenção pois nem elas sabiam disso. - Só iríamos parar de cavar quando achassemos água, mas na metade do caminho tivemos outra ideia, enterrar alguém dentro, eu me voluntariei.
- Idiota. - Leh murmurou sabendo onde isso iria dar.

- o buraco não estava muito fundo mas me cabia sentado perfeitamente com os joelhos encosrados no meu peito, começaram a jogar terra e então eu puxei o fôlego e segurei para não entrar areia no meu nariz, eu estava um pouco inclinado para frente e então a areia começou a pesar nas minhas costas, e quando soltei a respiração os meus pulmões relaxaram e abriu espaço para mais areia que fechou, quando tentei puxar o ar não consegui pois não tinha espaço para o peito expandir.
- Você podia morrer sufocado! - Hestia exclamou preocupada.

- Eu sei, eu não sei como mas consegui falar para meus amigos que não conseguia respirar e então eles começaram a cavar feito loucos para me tirar dali de dentro, hoje eu não posso ficar com os braços e pernas presos que já fico sem ar. - Savitor terminou de contar sua história e os adultos o olhavam chocados. - o que? Vocês já passaram por coisas piores que isso.

- Sim, mas nós somos adultos. - Steve respondeu serio ao mesmo tempo que calmo.
- Depois cavamos até 1,8m e encontramos água doce. Fim da história voltando para leitura. - o rapaz ordenou desconfortável.
- Como você sabe que a água era doce? - Percy perguntou confuso.
- Eu bebi ue. - o raciado com cachorro respondeu como se não fosse nada.

Fomos espremidos dentro do elevador junto com uma senhora grande e gorda e seu cão, um chihuahua com uma coleira de falsos brilhantes. Calculei que talvez o chihuahua fosse um cão-guia, por que nenhum dos guardas disse uma palavra a respeito.
Começamos a subir dentro do Arco. Eu nunca havia estado em um elevador que subia em curva, e meu estômago não gostou muito.
– Sem os pais? – perguntou-nos a senhora gorda.
Tinha olhos pequenos, redondos e brilhantes; dentes pontudos e manchados de café; um chapéu mole de jeans e um vestido de jeans armado demais. Parecia um dirigível jeans.

- O monstro? - Wanda perguntou.
- Provavelmente. - Vis respondeu e Clint encarou aquela interação com os olhos entre abertos.

– Eles estão lá embaixo – disse Annabeth. – Têm medo de altura.
– Ah, pobrezinhos.
O chihuahua rosnou. A mulher disse:
– Vamos, vamos, filhinho. Comporte-se. – O cão tinha olhos pequenos, redondos e brilhantes como os da dona, inteligentes e malvados.
Eu disse:
– Filhinho. É o nome dele?
– Não.
Ela falou e sorriu, como se aquilo esclarecesse tudo.
No topo do Arco, a plataforma de observação me lembrou uma lata acarpetada. Fileiras de janelinhas davam para a cidade, de um lado, e para o rio, do outro. A vista era legal, mas se existe uma coisa de que gosto ainda menos que lugar fechado, é um lugar fechado a duzentos metros de altura.

- Ótima salto ornamental. - Lupino falou para Leo e Percy que começaram a rir feito loucos.
- Ignorem. - Rachel e Nico falaram ao mesmo tempo.

Annabeth seguiu falando sobre suportes estruturais e sobre como teria feito as janelas maiores e projetado um piso transparente. Ela poderia ter ficado lá em cima horas a fio, mas, para minha sorte, o guarda anunciou que a plataforma de observação seria fechada em poucos minutos.
Guiei Grover e Annabeth em direção à saída, enfiei-os no elevador e estava quase entrando quando me dei conta de que já havia outros dois turistas lá dentro. Não tinha espaço para mim.
O guarda disse:
– Próximo carro, senhor.
– Vamos sair – disse Annabeth. – Vamos esperar com você.
Mas aquilo ia atrapalhar todo mundo e levar ainda mais tempo, então eu disse:
– Não, tudo bem. Vejo vocês lá embaixo.

- Primeira regra de um filme de terror. - Daisy exclamou.
- Nunca comprar uma casa assombrada? - Lincoln perguntou inocente.
Grover e Annabeth pareceram nervosos, mas deixaram a porta do elevador se fechar. O carro desapareceu rampa abaixo.
Agora as únicas pessoas que restavam na plataforma de observação éramos eu, um garotinho com os pais, o guarda e a senhora gorda com o chihuahua.
Sorri pouco à vontade para a senhora gorda. Ela sorriu de volta, a língua bifurcada tremulando entre os dentes. Espere um minuto. Língua bifurcada?

- Meu filho és lento né? - Pepper perguntou brincando e vendo ele ficar emburrado bagunçou os cabelo dele e riu.

Antes que eu pudesse concluir se tinha realmente visto aquilo, o chihuahua pulou no chão e começou a latir para mim.
– Vamos, vamos, filhinho – disse a senhora. – Não está divertido? Temos todas essas pessoas simpáticas aqui.
– Cachorrinho! – disse o menino. – Olhe, um cachorrinho!

Nesse momento Wanda e Pepper quase surtão.
Os pais o puxaram de volta.
O chihuahua arreganhou os dentes para mim, a espuma pingando dos lábios negros.
– Bem, meu filho – suspirou a senhora gorda. – Se você insiste.
Meu estômago começou a gelar.
– Ahn, você chamou esse chihuahua de filho?

O clima foi aliada graças a isso e risadas foram ouvidas.

– Quimera, querido – corrigiu a senhora gorda. – Não é um chihuahua. É um engano muito comum.
Ela arregaçou as mangas jeans, mostrando que a pele de seus braços era escamosa e verde. Quando sorriu, vi que seus dentes eram presas. As pupilas dos olhos eram fendas verticais, como as dos répteis.

O chihuahua latiu mais alto, e a cada latido ele crescia. Primeiro ficou do tamanho de um doberman, depois de um leão. O latido se transformou em rugido.
O menininho gritou. Os pais o puxaram para a saída, bem na direção do guarda, que estava paralisado, de olhos arregalados para o monstro.

A Quimera estava tão alta que suas costas tocavam o teto. Tinha cabeça de leão, com a juba untada de sangue, o corpo e os cascos de um bode gigante e uma serpente no lugar da cauda, losangos de três metros de comprimento brotavam do traseiro peludo. Ainda tinha no pescoço a coleira de falsos brilhantes e a placa, do tamanho de um prato, era agora fácil de ler: QUIMERA – RAIVOSA, HÁLITO DE FOGO, VENENOSA – SE ENCONTRADA, FAVOR LIGAR PARA O TÁTARO – RAMAL 954.

Os semideuses se entreolharam com um pensamento "Será?".

Percebi que não havia sequer tirado a tampa da minha espada. Minhas mãos estavam amortecidas. Eu estava a três metros da bocarra sangrenta da Quimera, e sabia que assim que me mexesse a criatura iria investir.
A mulher-cobra fez um som sibilante que poderia ter sido uma risada.
– Sinta-se honrado, Percy Jackson. O Senhor Zeus raramente me permite pôr um herói à prova com um de minha prole. Pois eu sou a Mãe dos Monstros, a terrível Equidna!
Olhei para ela. Tudo que eu pude pensar foi:
– Isso não é o nome de bicho que come formigas?
Ela uivou, a cara de réptil ficou marrom e verde de raiva.

- Boa garoto!- Tony exclamou rindo sendo acompanhado por outros.

– Detesto quando as pessoas dizem isso! Detesto a Austrália! Dar meu nome àquele animal ridículo. Por causa disso, Percy Jackson, meu filho o destruirá!
A Quimera avançou, os dentes de leão rangendo. Consegui pular para o lado e me esquivar da mordida. Fui parar junto da família e do guarda, que agora estavam todos gritando, tentando abrir à força as portas da saída de emergência. Não podia deixar que eles fossem feridos. Tirei a tampa da espada, corri para o outro lado da plataforma e gritei:

– Ei, chihuahua!
A Quimera se virou mais depressa do que eu achava possível. Antes que eu pudesse erguer a espada, ela abriu a boca, soltando um mau cheiro como o da maior churrasqueira do mundo, e lançou uma coluna de chamas bem em cima de mim.
Mergulhei através da explosão. O carpete explodiu em chamas; o calor foi tão intenso que quase queimou minhas sobrancelhas.

O lugar onde eu estava um momento antes se tornara um buraco esfarrapado na lateral do Arco, com metal derretido fumegando nas bordas. Essa é boa, pensei. Acabamos de soldar um monumento nacional.
Contracorrente era agora uma lamina de bronze reluzente em minhas mãos, e quando a Quimera se virou, eu a golpeei com violência no pescoço.

Foi um erro fatal. A lâmina faiscou sem efeito contra a coleira de cachorro. Tentei recuperar o equilíbrio, mas estava tão preocupado em me defender da boca chamejante de leão que me esqueci completamente da cauda de serpente, até que ela fez uma volta e cravou as presas na minha panturrilha.

Minha perna inteira ardeu em fogo. Tentei enfiar Contracorrente na boca da Quimera, mas a cauda de serpente enrolou-se nos meus tornozelos e me desequilibrou, e a espada voou de minha mão, saiu rodopiando pelo buraco no Arco e caiu no rio Mississipi.
Consegui ficar em pé, mas sabia que tinha perdido. Estava desarmado. Podia sentir o veneno letal subindo por meu peito. Lembrei-me de Quíron dizendo que Anaklusmos sempre voltaria para mim, mas não havia nenhuma caneta em meu bolso. Talvez estivesse caído longe demais. Ou só voltasse quando estava em forma de caneta. Eu não sabia, e não ia viver o bastante para descobrir.
Recuei para o buraco na parede. A Quimera avançou, rosnando e soltando espirais de fumaça pelos lábios. A mulher-serpente, Equidna, gargalhou.

A tensão havia voltado, ou melhor ela nunca tinha saído totalmente.

– Já não se fazem mais heróis como antigamente, hein, filho?

- Se fazer melhor. - Tia H falou sorrindo para seus sobrinhos que devolveram com prazer.

O monstro rosnou. Parecia não estar com pressa de acabar comigo, agora que eu estava derrotado.
Dei uma olhada para o guarda e a família. O menininho se escondia atrás das pernas do pai. Eu tinha de proteger aquelas pessoas. Não podia simplesmente... morrer. Tentei pensar, mas meu corpo inteiro estava em fogo. Minha cabeça girava. Eu não e tinha espada. Estava enfrentando um monstro imenso, que cuspia fogo, e sua mãe. E estava apavorado.

Não havia outro lugar para ir, portanto subi na beira do buraco. Muito, muito embaixo, o rio brilhava. Será que se eu morresse os monstros iriam embora? Deixariam os humanos em paz?
– Se você é o filho de Poseidon – sibilou Equidna – então não tem medo da água. Pule, Percy Jackson. Mostre-me que a água não lhe fará mal. Pule e recupere a espada. Prove a sua linhagem.
Sim, certo, pensei. Eu tinha lido em algum lugar que pular na água da altura de alguns andares era como se atirar em asfalto. Dali, eu ia me desfazer em pedaços com o impacto.

- Você é filho de Poseidon talvez desse certo.  - Vis falou mesmo sendo lógico.

A boca da Quimera estava vermelha, incandescente, preparando uma nova rajada de fogo.
– Você não tem fé – disse a Quimera. – Não confia nos deuses. Não posso culpá-lo, pequeno covarde. Melhor que morra agora. Os deuses são infiéis. O veneno está no seu coração.
Ela estava certa: eu estava morrendo. Podia sentir a respiração falhando. Ninguém poderia me salvar, nem mesmo os deuses.

- Sério isso? - Nico perguntou com um riso ironico.
- Eu tinha 12 anos e era inocente.

Recuei e olhei para a água lá embaixo. Lembrei-me do calor do sorriso de meu pai quando eu era um bebê. Ele deve ter me visto. Deve ter me visitado quando eu estava no berço.
Lembrei-me do tridente verde que aparecera girando acima da minha cabeça na noite da captura da bandeira, quando Poseidon me reconheceu como seu filho. Mas aquilo não era o mar. Aquilo era o Mississipi, bem no meio dos Estados Unidos. Ali não havia nenhum Deus do mar.
– Morra, infiel – disse a voz rouca de Equidna, e a Quimera mandou uma coluna de fogo na direção de meu rosto.
– Pai, me ajude – implorei.
Virei-me e pulei. Minhas roupas em chamas, o veneno correndo por minhas veias, mergulhei no rio.
- Acabou, - Stark anunciou.- e Clint depois te pago.



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