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História Missão Rank S(edução) - Insanidade


Escrita por: Lyue

Notas do Autor


Antes eu queria agradecer a todos que estão acompanhando a fanfic, todos os feedbacks positivos são muito gratificantes para mim.
Minha primeira experiência com fanfics longas está sendo ótima, tudo graças a vocês! Não tenho palavras para agradecer.

Sem mais enrolação, boa leitura!

Capítulo 14 - Insanidade


Fanfic / Fanfiction Missão Rank S(edução) - Insanidade

 

Sakura Pov On

De cara no chão eu estava. De cara no chão eu preferia ficar. Sentia um gosto de sangue e terra em minha boca, e enquanto Sasuke sumia eu ouvia os ninjas exclamando em alta voz.

-Para onde ele foi?! - Alguém disse. 
-Não posso mais sentir seu chakra...! - outro constatou. 
 -O que faremos agora, Taichou? - questionou a primeira voz.  
-Faremos uma varredura total da área. Ele não pode ter ido muito longe. - Disse uma voz feminina e alta, familiar, em um tom ligeiramente exasperado  
-Kato, Yamada e Seiko vão para o leste. Sasaki e Sato para o Norte. Matsumoto, Maeda e Saiki irão para Oeste. 
 -Hai!
- Assentiram várias vozes em uníssono e pude ouvir eles saindo. 

 Tudo isso aconteceu em questão de segundos e permaneci ainda encostada no chão, esperançosa que talvez uma cratera se abrisse e me engolisse inteira. Mas não. Ouvi passos apressados aproximando-se e de repente uma mão tomou meu braço. 

-Haruno-san! Você está bem? - Ajudou-me a levantar e afirmando com a cabeça respondi sua pergunta. Eu não fazia a mínima ideia de quem era aquela e nem me interessava, na verdade.  

-O que aconteceu aqui? - Perguntou a  mascarada  que dera ordem aos ninjas, de maneira inquisitiva. Provavelmente era a capitã. 
 -Uma luta foi travada. - Respondi, limpando a boca sangrenta na parte interna do braço. 

Olhando em volta, percebi que só estávamos nós três na clareira e quase tudo ali estava destruído.   
-O nukenin descobriu seu chakra bloqueado e reagiu pouco antes de chegarem. Não pude evitar o confronto. -Expliquei em tom de relatório. -Tentei impedir, mas não foi suficiente. 

-Isso é péssimo. Tem alguma idéia de onde ele possa ter ido? 

 -Não. Mas ele não está longe já que não tinha chakra suficiente. 


 Eu podia sentir seus olhares pregados em mim enquanto falava.  

-Bem - A capitã disse - Já que não está ferida virá conosco revistar a área.  
-Hai.  

Partimos para o Sul, mas eu sabia que aquilo era uma medida inútil. Sasuke teria maneiras de não permitir ser pego. Era o que eu esperava, pelo menos.
Enquanto corríamos por entre as árvores, meu semblante indiferente não denunciaria a meus companheiros os sentimentos que se embolavam em mim, aparecendo, sendo dissipados e misturados de maneira veloz.
Parecia que minha mente ia bugar tamanha a quantidade de informações sendo processadas. 

Quando Sasuke descobriu tudo e começou a me interrogar senti uma forte culpa e tristeza. Depois, estresse e ira. Quando me lembrei do horário, entrei em pânico vendo Sasuke em risco de vida. Logo, ao me ver em suas mãos uma onda de resignação e conformidade me tomou... A possibilidade de não ter que lidar com as consequências de tudo, de não ver Sasuke morto, de morrer ali pelas mãos daquele por quem eu sentia amor. 

"Se ele quer me matar, que me mate." Foi o que pensei. Agora, essa atitude me parecia totalmente insana... desistir assim da vida sem mais nem menos. Porém na hora me pareceu a solução mais fácil. Que romântico de minha parte, não? Pensei, irônica. "Que patético da sua parte." Respondeu minha inner. 

 Depois ele estacou, deixando-me confusa. "Ah não. Você não vai fraquejar agora, vai?" Pensava enquanto uma luz de esperança se acendia no fundo de minha alma, lutei contra ela. "Merda, Sasuke! Anda logo com isso enquanto eu ainda estou decidida!"  
E então os ANBU chegaram e ele fugiu. O alívio ao ver Sasuke a salvo  deu lugar a  vergonha de não ter cumprido minha missão, de ter parecido fraca ante aos meus superiores por não conseguir lidar com um ninja quase sem chakra.  
Ali, decidi que diria mentiras para proteger minha honra se fosse necessário. Eu fraquejei? Sim. Praticamente deixei que Sasuke fugisse? Sim. Entretanto, ninguém precisava saber.  

A noite já ia alta quando encontramos  o resto do grupo que também não obteve nenhum êxito na busca. Os ânimos de todos estavam lá embaixo, e me senti um lixo por ser peça fundamental na missão e ter falhado. Estávamos retornando a vila e eu viajava mais atrás, quando alguém se aproximou 

-Haruno. - Era a capitã, de novo. - Ao chegarmos à vila será necessário um relatório completo desde o início da missão e uma justificativa formal de sua parte do por que não termos obtido sucesso. 

-Eu sei.-
Respondi, simulando uma confiança que não existia. 
 

Era madrugada quando finalmente chegamos.  O silêncio sendo interrompido apenas pelo piar ocasional de corujas. Mesmo com pouca luminosidade, podia enxergar os contornos das casas recém construídas, tendas e árvores próximas. Mal conseguia acreditar que finalmente estava em casa.  Andando  por aquelas ruas fui invadida por uma nostalgia intensa já que  toda a minha vida eu passara ali... Todos os momentos da primeira infância na casa de meus pais, na academia, missões com o time sete. Tudo o que era importante para mim tinha uma ligação com aquele lugar. Entendi que jamais conseguiria deixar aquela vila. 
Como devia ser para Sasuke destruir o que um dia chamara de lar? 
Pois ali era nosso lar. Ele querendo ou não, ali era seu lar. 

Senti mais do que soube que havia pessoas nos esperando. Kakashi-sensei e outros dois ninjas estavam na mesma tenda do dia que me propus a cumprir a missão.   
O olhar que ele fitou em mim foi de indagação. 

-Sakura. -Falou em tom baixo e preocupado - Conte-nos o que houve.  

Achei que teria mais tempo para criar um relatório formal, mas pelo jeito seria ali mesmo. 
 Respirei fundo.... Não tinha jeito. Encarando meu sensei nos olhos contei tudo desde o início. "Tudo". Tudo que dizia respeito ao medicamento que estava dando à ele e as reações provocadas. Também relatei sobre Madara, um nome que Sasuke citara algumas vezes e que ao meu ver era seu instigador. Quando falei sobre a luta não hesitei em dizer que lutara pra valer, o que não era de todo verdade mas também não era uma mentira completa. 
Quando terminei, a Capitã Não-Sei-Quem tomou a palavra e resumiu suas últimas decisões.

-Certo. - Falou Kakashi por fim, suspirando - Precisarei de um relatório escrito até a noite de hoje. Por hora, estão dispensados. 
 
Todos saíram e quando dei as costas para me retirar 

- Sakura, espere. 
Ah, meu Kami.... 
-Sim? 
-Aconteceu algo mais que você não relatou? 
-Algo mais? Como assim, Sensei? 
-Não sei... Me diga você. 
-Não aconteceu nada além do que eu já disse. 
 

Ele assentiu e pareceu mais tranquilo quando voltou a falar 

-Bem, você falhou nessa missão mas não precisa se martirizar por isso.  

Pisquei algumas vezes surpresa. Esperava era um sermão. 

-Todos nós falhamos alguma vez na vida. Isso é ser ninja.Ter êxito é nosso objetivo, mas se falhamos que saibamos aprender com o erro. - Levantei meus olhos para ele  - E não deixar que se repita. 
Desviei o olhar, tentando conter as lágrimas. Tinha me esquecido de como era ser cuidada. 
-Arigatou, Sensei.  
-Fico feliz que esteja segura. - Eu sorri e ele também por trás da máscara. - Agora vá para casa e descanse pois eu também vou. - Concluiu, retirando da blusa uma versão pocket de Icha Icha Tacticts. 
 
Saindo da tenda percebi o primeiro riso de humor despreocupado que dava em semanas.  
Que não durou muito, aliás... Em um segundo, as lembranças me submergiam e me afogavam. 
 
 

Sasuke Pov On
 

Não sabia bem onde estava. O solo mudara, o clima estava mais frio e todo o meu corpo tremia. Meus olhos queimavam, sabia que tinha abusado demais dessa vez.
 O breu ao  redor era tão aterrador que por um momento temi estar cego. Respirando fundo algumas vezes esperando a dor passar, acostumando meus olhos à luz, podia ver mal e mal os contornos das árvores.  
Estava totalmente só. Mais uma vez. 

A fúria que em um primeiro momento roubara minha consciência agora se abrandava um pouco, sendo substituída pela preocupação do que faria a seguir. Precisava de cuidados e não tinha mais ela comigo. Tinha de encontrar um meio de recuperar meu chakra, mas não, eu não procuraria Madara. Não me rebaixaria a este nível.  
Sentei no chão, com os braços apoiados em meus joelhos. 
Aquela minha velha amiga, a angústia, se aproximou e fez novamente morada nublando todos os meus pensamentos. Novamente um laço meu fora cortado sem nenhuma piedade.  

Eu já devia saber... Eu já devia saber. 

Era tudo parte de seu plano? O que eles queriam, exatamente? Matar-me, prender-me? Torturar-me ou me interrogar? 
E ela fez parte disso... Queria também me ver morto.
Havia naquilo tudo alguma verdade de sua parte? Algum real sentimento? Porque me parecia verdadeiro, todas as vezes que ela me olhava, todo o cuidado que ela tinha comigo... Em algum momento ela fora minha.  Eu sabia que fora...

É, ela era perigosa. A antiga tática-aranha de sedução e captura quase funcionara comigo.  Maldita hora que ela aparecera! Maldita garota!  
Gritei e dei um soco no chão desejoso que fosse a cara dela.    

Ao executar minha vingança, Sakura seria a primeira pessoa que mataria.  
Entretanto... tive a oportunidade perfeita há pouco e não conseguira.  Hesitara. Ela devia estar rindo de minha imbecilidade agora... Mas como, merda, por que diabos eu não a matara? Erro estúpido que não aconteceria novamente. 

Uma lufada de ar soprou não sei de onde e seu perfume invadiu minhas narinas. Desgraçada! Podíamos ter tido tudo, podíamos ter sido tudo! Agora não éramos mais nada... Não seríamos mais nada. 

Sakura despertara algo incontrolável  em mim, algo que eu não conhecia, e agora não estava mais ali ao meu lado para me ensinar a lidar com aquilo. 
Chegou do nada, insistiu tanto e quebrou meus muros, bagunçou tudo em mim e no final me apunhalou pelas costas.

 Eu não pedira por aquilo!

 Vivia muito bem sem nenhum envolvimento afetivo, antes era estável e totalmente decidido. 
Eu não pedi nada daquilo e ainda assim ela me deu. Me deu e depois pegou de volta. 

E no auge do ridículo me dei conta de que uma parte de mim queria ela ao meu lado.  
Mesmo depois de tudo, eu a queria comigo desesperadamente. E não havia muito a ser feito para mudar isso. Ela roubara minha sanidade.  

Após um tempo que me pareceu excessivamente longo me levantei, andando devagar até encontrar uma estrada. Mais à frente, vi um pequeno vilarejo. Esperando que houvesse algum hospital ou ao menos uma hospedaria, rumei para lá com uma decisão fervilhando meu ser.  
Eu tentaria ignorar tudo... Colocaria todos esses pensamentos em um canto de minha mente que não mais acessaria. Daria tudo de mim para isso acontecer. 
E sim, tentaria retornar a um ponto anterior às influências de Sakura. Convenceria a mim mesmo que não sentia nada.


Notas Finais


Pessoal, minha intenção não é fazer a Sakura de vilã mas sim retratar toda a revolta de Sasuke, afinal ele sofreu uma desilusão amorosa, e quem já sentiu isso sabe bem como é...
Enfim, o que acharam?


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