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História Missing - 60min


Escrita por: samaravilha_

Notas do Autor


Pega fooooooooooooooooooooooooooooooooooooogo cabaré

Capítulo 14 - 60min


Tóquio, Abril de 2013. Hospital Psiquiátrico Ōtsutsuki Kaguya. Fragmentos das memórias de Hyuuga Hinata.

– Você não pode estar falando sério, está?

Ainda era muito cedo, nem mesmo o sol havia nascido, mas isso não impediu que uma pequena reunião estivesse acontecendo no quarto da Hyuuga. Dessa vez a própria Shion havia dopado os seguranças e o enfermeiro que fazia plantão junto a ela. Então estavam Ino, Gaara, Hinata, Shion e Kurenai dispostos no pequeno cômodo onde Hinata vivia há alguns meses.

– Falo sério Kurenai. Você não pode abrir a boca. – a Hyuuga respondeu sem rodeios.

– Não posso compactuar com esse tipo de coisa. – rebateu.

– Não estamos pedindo para você fazer de conta que não acontece. – quem falava dessa vez era Gaara. – Estamos pedindo cautela. Se você sai por aí falando aos quatro ventos oque acontece aqui dentro em menos de 48 horas pode ter certeza que será a nossa nova companheira de ala.

Kurenai olhou para Shion em busca de apoio, mas a loira concordava plenamente com os pacientes.  

– Ótimo. – ela revirou os olhos. – Então o que faremos?

– Bom. Você precisa fazer um parecer que seja favorável a nós. – disse Hinata.

– E quem vai solicitar o parecer?

– Deixa isso comigo. – disse a enfermeira.

– Você vai fazer um parecer, mas aja como se realmente tivéssemos algum tipo de transtorno. Precisamos de tempo para reunir provas e isso não vai acontecer se eles não pensarem que estamos sob controle.

– Um parecer favorável relativo à nossa alta. – concluiu Ino.  

Kurenai ponderou por alguns segundos antes de prosseguir.

– Quer que e faça um documento adulterado?  

– Eu sei que isso vai contra a sua ética. – Hinata sabia que ela não se sentia confortável, mas provavelmente era a sua única chance. – Mas nós não estamos lidando com um simples erro médico, isso tudo aqui é tramado, e até o dia em que tivermos tudo em nossas mãos para incriminá-los nós não podemos nos arriscar.

– Precisamos sair daqui, e você também. – acrescentou Ino. – Arrumem um bom motivo, não saiam sem mais nem menos.

– Como assim? – perguntou Kurenai.

– Planejem uma mudança, um filho, um parente distante que precisa de sua ajuda, uma oportunidade de emprego melhor. Um motivo bom o suficiente para deixar esse emprego e se mudar para longe.

– O que a Ino quer dizer é que, vocês precisam sair daqui sem levantar suspeitas. – explicou Hinata. – A Shion já está tentando uma pós em Londres, é um bom motivo para deixar o emprego...

– Entendo. – a morena assentiu. – mas não sei se tenho condições para uma mudança dessa magnitude.  

– Não precisa se preocupar. – Hinata sorriu. – Eu tenho. Você só precisa ficar calada sobre tudo o que sabe disso aqui. E quem sabe depois me fazer um favor ou outro.




 

Tóquio, Julho de 2013. Hospital Psiquiátrico Ōtsutsuki Kaguya. Fragmentos das memórias de Hyuuga Hinata.

Hinata dormia tranquilamente, já não estava mais sob o efeito de nenhum medicamento há meses, mas mesmo assim deveria tomar cuidado, os enfermeiros não poderiam desconfiar e por isso ela ainda passava boa parte do seu dia trancada no quarto fingindo estar dopada demais para fazer qualquer coisa. Pelo menos os seus banhos estavam sob a responsabilidade da enfermeira loira e não mais dos trogloditas de antes.

A porta foi aberta abruptamente e por um segundo a paz de Hinata foi ameaçada, ela ainda tinha medo de que ele voltasse, afinal, como ela deixaria que ele desfrutasse de seu corpo se agora ela poderia se defender?

– Hina? – a voz murmurada da enfermeira a acalmou imediatamente.

Hinata que até então estava de costas para a porta virou e deu de cara com a loira, ela estava sorridente demais.

– O que foi? – perguntou a Hyuuga sentindo uma chama de euforia começar a queimar dentro de si.

– Toneri vai assumir a ala.

Os olhos de Hinata se arregalaram imediatamente e ela saltou da cama parando em frente à Shion como se precisasse a olhar de mais de perto para ter certeza de que ela estava falando a verdade.

– Isso é sério? Por quê?

– O Dr. Ōtsutsuki está com problemas de saúde e impossibilitado de trabalhar pelos próximos sete dias.

Euforia é pouco para como Hinata se sentia naquele momento.

– Isso vai ser muito mais fácil do que eu pensei. – disse Hinata saltando na cama e pegando o velho caderno que ela ainda guardava ali. – Você tem uma caneta?

– Tenho, por quê?

– Eu preciso escrever algo, e preciso que você entregue ao Toneri sem que ninguém perceba.

Hinata esperou alguma reação de Shion, mas essa se quer se moveu.

– O que foi?

– Tem certeza que pode confiar nele? – perguntou a loira.

Hinata pensou por alguns segundos antes de responder.

– Não. Mas ele é a minha única chance. Mas se te tranquiliza, eu o conheço bem demais, Toneri não é uma pessoa má.  

Depois de alguns segundos Shion deu de ombros e puxou uma caneta que estava no bolso da calça por trás do jaleco e a entregou a Hinata.

– Precisa de mais alguma coisa?

– De um envelope. – a Hyuuga batucou os dedos na folha do caderno antes de completar. – Branco.






 

 

 

 

 

 

 

~ Mansão Hyuuga, Tóquio, 12:00 - 23/05/2017 ~

Quem olhasse de relance para aquela sala poderia facilmente confundi-la com o inferno, no mínimo, sete demônios foram jogados ali.

– Koh, pelo amor de Deus. – começou Tenten. – O que você fez? – perguntou pausadamente medindo com cautela sua pouca paciência para não matar o homem a sua frente.

O Hyuuga, que estava infinitamente mais pálido que o normal, engasgou umas duas ou três vezes antes de engolir em seco e por fim responder:

– Neji... Ele, ele precisou viajar imediatamente. – hesitou por um momento temendo ser morto pela esposa do primo. – E ele disse que a cerimonia deveria ser cancelada, mas não explicou sob quais circunstancias.

– Isso é uma enorme falta de respeito. – bradou Hamura completamente revoltado.

Tenten encarou o homem que estava estranhamente nervoso – ela nunca gostou dele –, mais nervoso até que o próprio Hiashi, que apenas se retirou para seus aposentos e deixou a decisão nas mãos das pessoas que estavam na sala.

– Vamos esperar o Neji. – interveio Tenten. – Vamos adiar até conseguirmos entrar em contato com meu marido.

– Você tem noção do que esta sugerindo? – disparou Hamura.

– Eu não estou sugerindo. – corrigiu Tenten se impondo. – Estou avisando o que vamos fazer a partir de agora.

Ela quase gargalhou ao ver o velho desconcertado. Olhou para Koh que ainda estava por perto e com um aceno breve ele se retirou já sabendo o que deveria fazer. Hamura continuou resmungando algumas coisas, e Tenten, já cansada da presença do velho decidiu se retirar o mais rápido dali.

Não fazia ideia do que Neji estava pensando ao pedir aquilo, só esperava que seu marido não estivesse pirado de vez. Respirou fundo algumas vezes antes de bater na porta do quarto do velho Hyuuga, que autorizou sua entrada assim que Tenten se identificou.

– Desculpe-me pelo Neji. – ela começou sem jeito, nem ao menos entendia se deveria pedir desculpas, ou não. – Não sei o que deu nele.  

– Não precisa se desculpar por nada. – ele murmurou com a voz fraca. – Ele não faria isso à toa.

– E o que o senhor acha disso tudo?

Ele riu, mas o sorriso não chegou aos olhos.

– Eu já não sei mais o que pensar. – deu de ombros. – Vou esperar e ver no que dá.

Tenten assentiu e trocou algumas poucas palavras, estava prestes a sair quando a voz de seu sogro a deteve.

– A impressão que tenho é que todos sabem de algo e eu estou cego no meio disso tudo. – a voz era carregada de tristeza, mas também uma pontinha de esperança jazia ali.

– Então somos dois.










 

~ Konoha, Apartamento de Mahina, 00:00 - 23/05/2017 ~

Fazia pouco tempo que Sasuke havia entrado no apartamento, e Naruto já havia considerado algumas vezes se seria uma boa ideia dar um sacode no amigo já que ele não havia parado quieto um segundo sequer e nem ao menos havia conseguido explicar algo coerente.

Naruto também não estava nem um pouco calmo, já que o Uchiha havia dito sobre a suspeita do sequestro de sua amiga, mas ainda sim ele aguardava por mais informações, entretanto, Sasuke parecia não se dar conta disso.

– Precisamos ir. - foi a única coisa que Sasuke disse antes de caminhar apressado em direção a porta, porém, antes de chegar a seu destino foi interceptado por Naruto. – Que porra, me solta! Estamos perdendo tempo!

– O que porra ta acontecendo, Sasuke?! - berrou Naruto. – Você entrou aqui e não falou absolutamente nada que faça sentido!

– A Sakura sumiu!

– Isso é o básico, e eu já entendi. Eu quero que você me explique isso melhor antes de me arrastar porta a fora como se você e eu fossemos uma dupla de anti-heróis.

Com um safanão ele se desfez do aperto do amigo, e por mais que ele quisesse dar um esporro no loiro sabia que ele estava certo, não poderiam sair por aí feito dois malucos, mas ninguém poderia culpá-lo, afinal, a ligação da Sakura havia sido efetuada a mais de 24 horas.  

Ele não estava simplesmente preocupado, estava quase explodindo com toda aquela situação.

Mas ainda sim precisava de calma para lidar com aquela cena. Era investigador da polícia, afinal. Por que não conseguia acessar o lado profissional agora?

A resposta era óbvia: Como poderia se manter calmo quando a vida de Sakura estava em jogo?

Aos trancos e barrancos ele conseguiu por fim explicar tudo o que havia conseguido compreender sobre a ligação, falou também sobre ter ido à casa da rosada e encontrado o lugar completamente vazio, sobre o carro que ainda estava na vaga do hospital e principalmente sobre o fato disso ter acontecido por volta das 23 horas do dia anterior, esse era o fator mais preocupante.

– Ela estava em uma ligação com você quando alguém a levou? - perguntou Naruto.

– Não, ela estava me mandando uma mensagem na caixa postal, eu havia acabado de iniciar o meu plantão e não estava com o telefone por perto, você sabe que o velho Fugaku não permite esse tipo de coisa. - explicou.

– O que ela disse? Sei lá, vai que ajuda... - deu de ombros.

E pela primeira vez desde o momento em que se deu conta do sumiço da amiga foi que ele se ateve ao que ela falara na mensagem de voz.

Sasuke, você não vai acreditar no que eu descobri! Sabe a Mahina, a garota do Naruto? Então, ela é...

A mensagem foi interrompida exatamente no momento em que ela diria algo importante, mas ainda sim tinha algo naquela pequena frase que lhe chamou atenção. Automaticamente os olhos de Sasuke procuraram pela dona do apartamento, logo viu que ela ficou tensa assim que ele a encarou, como se ela soubesse o que viria a seguir.

– Você… - ele apontou para a mulher. – Quem é você?

Ela piscou atônita algumas vezes e Naruto sentiu que o ar havia mudado de algo tenso para agressivo.

– A Sakura disse algo sobre você antes de ser interrompida, ela descobriu alguma coisa e você a pegou. - concluiu furioso. – Onde está a Sakura?!

– Eu não sei quem é Sakura, na verdade até sei, mas nunca a vi! - respondeu assustada devido à atitude do moreno.

– Como pode garantir que está falando a verdade? Não sabemos de onde você, não sabemos o que você procura aqui e acima de tudo, não sabemos nem ao menos como se chama! - ele já havia se aproximado dela fazendo a garota encolher de medo. – Então eu vou perguntar só mais uma vez e eu espero que você seja inteligente o suficiente para responder isso por bem: Onde está a Sakura?

Uma mão grande afastou Sasuke para longe de Mahina a fim de protegê-la do descontrole do amigo.

– Você está nervoso demais. - avisou o Uzumaki. - Não vou permitir que a trate assim.

O Uchiha o encarou incrédulo. Ele estava mesmo protegendo aquela mulher?

– Você só pode estar de brincadeira. - riu nervoso. - Sua amiga. Sua melhor amiga pode estar nas mãos de gente muito perigosa nesse momento a mando dessa mulher que você está protegendo agora!

Naruto fechou os olhos pesadamente. Aquela era uma situação bastante complicada, mas ele já tinha uma pequena ideia de quem era o culpado pelo desaparecimento da rosada. Ele sabia que Kisame foi a Konoha em busca da mulher que estava atrás de si, e consequentemente Lee também estava envolvido nisso tudo.

Com muito custo ele conseguiu convencer o amigo a sentar e escutar, e quando teve certeza de que ele não avançaria mais em Mahina ele pode por fim prosseguir.

– O que você sabe sobre Rock Lee? – o loiro perguntou a ela, sem rodeios.

– Por que isso agora? - quis saber visivelmente incomodada com aquela pergunta.

– Rocke Lee se mudou para cá tem pelo menos uns cinco meses e durante esse tempo teve um breve relacionamento com a Sakura, que acabou quando descobrimos que ele tem rabo preso. - explicou. - Então, por favor, diga o que sabe sobre Rock Lee.

As palavras de Naruto explicaram a ela muito mais do que ele poderia imaginar.

– Ele sabe que você está comigo. – concluiu após alguns segundos de dedução deixando Naruto e Sasuke sem entender absolutamente nada, mas para ela tudo havia se tornado óbvio.

– O que você quer dizer com isso? - dessa vez quem perguntou foi Sasuke. - Você sabe quem é Rock Lee? - ela assentiu minimamente. - Como?

– Não acredito que de todos os lugares que eu poderia ter ido, vim parar exatamente na mesma cidade que aquele animal. - riu sem animo, seus olhos encaravam o nada, já sua mente trabalhava a mil.

Todos os planos, os meses de estudo e preparação, todas as mentiras que precisou inventar e todas as pessoas que precisou envolver. Logo no fim tudo aquilo cairia por terra?

– Você o conhece? - Perguntou Sasuke já impaciente. Percebeu que havia ficado muda por alguns segundos.

– Ele trabalha como capanga para alguém que conheço. - resmungou.

– Então você o conhece mesmo? - Os olhos de Sasuke já estavam completamente esbugalhados. – O que vocês tem?

A pergunta do Uchiha pareceu a ofender.

– Não pense que eu me envolveria com alguém da índole dele. - apontou - Eu o conheci há alguns anos, e desde então o odeio com toda a minha alma. - fechou os olhos concentrando suas energias para analisar todas aquelas informações novas e evitar que caísse em suas lembranças dolorosas. Provavelmente o Uchiha iria pirar com o que ela dizia a seguir - Existe uma grande probabilidade de ele ter a sequestrado para chegar até mim.

Era como somar dois mais dois. De fato, foi uma grande falta de sorte ter decidido se esconder exatamente na mesma cidade onde o cretino do Lee estava morando, mas não era de se espantar, sabia que pessoas do perfil dele viviam se mudando pelo país a fim de cuidar de todos os seus negócios, ela só não esperava que ele brincasse de casinha enquanto isso. Justo Rock Lee, ele a conhecia bem demais, provavelmente a reconheceu imediatamente, mas por sorte ela conseguiu ser mais rápida quando percebeu que seria pega por ele e Kisame. Precisaria agradecer a pessoa que contatou a Interpol também, aquilo foi sorte. Querendo ou não o envolvimento com o Uzumaki veio a calhar, afinal de contas Lee não poderia fazer nada contra ela se alguém estivesse por perto já que teria alguém para dar falta dela caso ele a raptasse, e isso era a ultima coisa que ele poderia fazer. Chamar atenção estava completamente fora de cogitação.

Estava. Já que agora ele havia apelado para o extremo.

Certamente o contratante havia o pressionado, obrigando-o a agir com as ferramentas que tinha no momento. Mas ainda era perigoso demais para Lee, não poderia dar bobeira tentando invadir o prédio onde ela estava vivendo, e quando ela não estava em casa, estava na companhia do Uzumaki, sem dúvidas era uma ideia estúpida entrar em uma briga com o loiro. Logo ele se deu conta de que precisaria de uma moeda de troca, e infelizmente Sakura havia caído naquela merda de paraquedas.

– Como assim? - perguntou Naruto.

– Ele precisa de mim, mas deve ter ficado sem alternativas. Ele sabe que estamos juntos e provavelmente não seria louco te enfrentar cara a cara.

– Onde a Sakura entra nessa história? - perguntou Sasuke.

– O ideal seria que eu sumisse sem que ninguém percebesse ou, se importasse. - explicou.

– E isso não iria acontecer já que eu acabei entrando na sua vida. - Naruto concluiu.

– Isso. - assentiu. – Mas como não tem tirar você dessa equação, ele decidiu apelar para o emocional. Ele sabe que ela é sua amiga de infância e uma pessoa importante na sua vida. Sabe que você abriria mão de qualquer coisa pela segurança dela. – ela soltou o ar com força - Ele vai entrar em contato, só deve estar esperando a hora certa. Só deve estar dando tempo de vocês analisarem a situação. Você é da polícia, certo? Você já informou o desaparecimento dela as autoridades?

– Eu decidi procurar o Naruto antes. - falou.

– Ele deve te conhecer bem. - ela murmurou para si mesma.

Claro. Lee não seria estúpido o suficiente para colocar a policia no meio da jogada. Ele é o tipo de pessoa que sabe jogar com as peças que tem.

Enquanto isso Naruto absorvia tudo o que ela havia dito anteriormente. E ela estava certa, absolutamente certa, ou pelo menos quase isso. A segurança de Sakura com certeza é algo que ele preza muito, mas não queria abrir mão de uma por outra. Queria poder salvar as duas, mas desconfiava que Sasuke não concordaria muito.

– Por que ele está atrás de você? - perguntou.

– Ele só é um capacho de um peixe grande, e digamos que eu descobri algo que é podre o suficiente para jogar o bom nome do chefe dele na lama. - riu amarelo. – Isso sem falar que o Lee tem uma fixação estranha por mim.

– Isso tá parecendo um enredo de filme maluco. - Sasuke bufou com força. – Muito legal essa sua análise da situação. - desdenhou. - Mas eu ainda não sei nada sobre quem é você, então como posso confiar de que você não esteja o ajudando ou algo do tipo?  

– Estamos falando da Sakura. Sabemos que ela não tem nada que fizesse ser vítima de algo como isso. - apontou Naruto. – Então pra mim é bem obvio que seja isso mesmo.

– Mesmo assim não sei se dá para confiar. - em dois passos largos ele já estava cara a cara com a mulher. - Vou perguntar só mais uma vez, e dessa vez nem mesmo o Naruto vai me parar. Quem é você?

A ideia inicial era passar despercebida, mas dia após dia tudo o planejamento foi colocado de lado, então o sigilo já não era mais tão relevante. Seria mais um choque, mas a essa altura do campeonato eles já estariam preparados para qualquer coisa.

– Você vai falar? - insistiu.

– Ei cara, pega leve aí com ela, não vai explodir pra cima dela.

– Qual é Naruto? A Sakura deve estar dentro de um galpão qualquer e você nem parece se importar! - acusou.

– É claro que eu me preocupo, porra! - berrou. - Mas não vai adiantar de nada pirar agora, só vai dar merda continuar assim tão nervoso!

Um soco potente atingiu um armário próximo, Sasuke estava quase no limite, mas sabia que Naruto estava certo. Precisava se acalmar.

Enquanto isso a mulher foi até a cozinha, a garganta já estava seca demais e ela precisava beber algo, os dois homens que estavam na sala permaneciam em silencio, duas pessoas que deveriam estar em qualquer lugar no mundo, menos naquele apartamento.

As coisas havia descarrilhado de vez.

– Tem tequila aqui se alguém quiser. – e porque não chutar o balde de vez?

Não precisou repetir novamente, logo os dois entraram na cozinha – ainda em silêncio – e se serviram. Cada um no seu mundinho, e Sasuke foi a primeiro a sair dele.

– Ainda não sabemos quem é você. – apontou.

Ela quase revirou os olhos com a insistência do Uchiha.

De que adiantaria mesmo manter o sigilo naquele momento? Absolutamente nada. Estava prestes a abrir a boca quando o timer em formato de porquinho começou a disparar chamando a atenção do todos na cozinha.

– Tem alguma coisa no forno? - perguntou Naruto dando fim a algazarra do objeto.

– Não, é que...

– Tudo bem, se não for aqui eu desisto! – uma voz vinda da sala se pronunciou sendo seguida pelo som da porta sendo fechada com força.

– ... Eu só estava cronometrando o tempo dela chegar. – concluiu, e a insinuação de um sorriso dançou na boca da mulher.

 Naruto e Sasuke permaneceram parados esperando por mais explicações, os passos da garota que acabara de entrar no apartamento começaram a se aproximar da cozinha e logo eles viram o perfil da dona da voz.

As duas mulheres se encararam em silencio por alguns segundos até que a nova visitante encontrou sua voz.

– Você está ridícula assim. – apontou, mas mesmo tentando deixar a voz firme, era perceptível alguns deslizes. – Não acredito que cortou o cabelo, e como foi capaz de pinta-lo de preto? – a voz começou a embargar. – O papai e o Neji vão te matar. E que merda Hinata, você não combina de olhos azuis.

Em menos de um segundo a garota havia se jogado nos braços da mais velha liberando um choro que misturava alívio, saudade e felicidade.

– Me desculpa por tudo, eu juro que foi necessário. – murmurou para a mais nova.

O momento familiar só foi interrompido quando alguém – Sasuke – pigarreou. Só ai Hanabi se deu conta de que tinham companhia.

– Quem são vocês dois? – quis saber revelando seu rosto para os desconhecidos. – Também estão ajudando a minha irmã?

A pergunta ficou sem resposta, já que nenhum dos dois encontrou a voz para respondê-la. Não precisava ser especialista ou alguém fissurado em celebridades e pessoas influentes para saber a que família pertenciam aquela coloração peculiar de olhos. O Byakugan: a famosa mutação genética que a família Hyuuga carrega no sangue, que faz com que os olhos dos nascidos nessa família possuam quase ou nenhuma pigmentação, tornando-os cinzas, ou quase sempre, brancos.

– Hyuuga Hinata. – Sasuke quebrou o silencio depois do que parecia ser uma eternidade. – Caralho, por isso eu senti alguma familiaridade quando te vi pela primeira vez. Tive que ler um dossiê inteiro sobre você quando cogitaram recrutar alguns policiais daqui para auxiliar nas suas investigações.

– Eles não sabiam, não é? – perguntou Hanabi para a irmã.

– Eu ia contar de qualquer jeito mesmo. – ela deu de ombros, seus olhos ainda estavam em Naruto que ainda permanecia em silêncio.

Poucas foram às vezes em que Hinata se encontrava em uma situação onde não sabia como proceder, e se ela pudesse eleger a mais complicada de todas com certeza seria a que ela se encontra nesse momento. Apenas quando Naruto começou a se mover em sua direção foi que ela soltou o ar que estava prendendo, os olhos ainda fixos no homem que se aproximava pouco a pouco.

 – Hinata. – ele ensaiou o nome real dela. Parecia soar melhor que o outro com o qual ela havia se apresentado. – Você vai ter que explicar muita coisa.

Como explicar tudo aquilo? Não foi algo de momento, aquilo tudo era algo planejado a cerca de quatro anos. Como se explicar algo dessa magnitude?

Mas mesmo no meio de toda aquela loucura ele sorriu para ela aliviando um pouco daquele inferno. Sentiu quando a mão dele removeu a presilha que segurava a franja atrás da cabeça fazendo com que os fios – cumpridos demais para uma franja – caíssem em seu rosto, quase cobrindo os olhos que agora ele sabia que escondia a marca gritante da família Hyuuga.

Apesar de tudo aquilo, Hinata estava disposta a falar tudo o que tinha acontecido, mas antes que aquela conversa pudesse prosseguir o celular de Naruto tocou, era um numero desconhecido, ele já sabia quem ligava.

– Alô. – assim que atendeu, todos na sala ficaram tensos, até mesmo Hanabi que não tinha ideia nenhuma do que estava acontecendo.

Eu não vou enrolar, já dei tempo o suficiente para vocês juntarem as pontas. – a voz inconfundível de Lee soou pelo autofalante do celular. – Eu quero a sua garota, sua puta, ou seja lá o que ela é para você. Quero ela aqui, e nada de deixar o idiota do seu amiguinho chamar a cambada Uchiha para cá. Se o fizerem ela morre. Ah, ela também morre caso não traga a bonitinha.

– O que você quer com tudo isso Lee? Nós podemos resolver isso de outra forma. – tentou persuadi-lo.

Tudo o que Naruto foi capaz de ouvir logo em seguida foi uma gargalhada assustadora do homem que falava ao outro lado da linha.

Naruto, você é um cara inteligente então eu espero que você seja capaz de compreender o que eu vou te dizer agora. – Lee falava com uma voz estranhamente calma e assustadora. – Antes de tudo você precisa saber que eu não sou qualquer tipo de marginal que você encontra por aí, você não está em posição de negociar comigo, entendeu? Eu falo, você obedece, do contrário, a Sakura morre. Você vai vir até a fabrica abandonada que fica a dois quilômetros de Konoha, pode trazer o pau no cu do seu amiguinho se quiser, não comunicando policia está ótimo. Você vai me trazer a Hinata, Mahina, ou seja, lá como você a conhece, e vai trazer logo. O relógio esta correndo Uzumaki, você tem uma hora para trazê-la aqui, essa garota já me deu dor de cabeça demais. – bufou – Corra se não quiser encontrar os miolos dessa puta rosa decorando o chão.

Sentiu o corpo inteiro tremer só de imaginar se deparar com algo do tipo. Um ódio desmedido e conhecido começou a tomar seu corpo. Ele mataria Lee com as próprias mãos se tivesse chance.  

– Eu quero falar com a Sakura. – exigiu Naruto tentando ao máximo manter o controle.

Você ainda não entendeu que não está em posição de pedir nada?

– Como vou saber se você já não a matou? – a voz custou a sair quando avaliou essa possibilidade. – Não ponho meus pés aí sem uma prova de vida dela.

A resposta demorou a vir, mas quando veio já não foi mais a voz de Lee que ele escutou.

N-n-naruto? Naruto! O que ta acontecendo? e-e-e-eu to com m-medo! – a voz embargada pelo choro da Haruno fez o coração de Naruto partir-se em mil pedaços.

– Calma Sakura, vai ficar tudo bem...

Naruto, e-ele ta armado! Eu t-to com medo, não a-acredito que é o Lee, eu namorei e-ele! – ela continuava a chorar e falava coisas aleatórias devido ao desespero, e Naruto pode escutar Lee reclamar algo logo seguida puxando o telefone para longe dela.

Ta aí o que você queria. Vocês tem uma hora. – advertiu. – Aprendi com um cara que pontualidade é importante. Corram, ou ela morre.

A linha ficou muda logo em seguida


Notas Finais


Não tenho muito o que alar aqui, to ansiosa para saber o que vocs acharam.


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